O protegido

Fizemos um "tour" pelo lugar, que era simplesmente maravilhoso, e ele me apresentou vários anjos. Ao terminar o passeio, e pegou na minha mão e disse:

- Então, tá pronta pra ver sua família? - me deu vontade de chorar.

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Cap. 4

- Feche os olhos. ? disse Diego, segurando minha mão.

- Tá. ? obedeci.

- Agora pode abrir. E lembre-se: fique calma.

Quando abri meus olhos, pude ver minha mãe, meu pai e meu irmão sentados no sofá da sala assistindo tv. Nada tinha mudado em minha casa. Resolvi chegar um pouco mais perto deles, olhei pra Diego e ele fez um sinal de positivo com a cabeça. Fiquei na frente da tv, em uma tentativa boba de eles poderem me ver, já que Diego havia me dito que eles não nos ouviriam nem poderiam nos ver.

- Não fique triste, Lucy. Será pior para eles. Você tem que retomar sua vida, assim como sua família também ? Diego tentava me acalmar, ao ver meus olhos se derramando em lágrimas.

Minha mãe parecia estar vegetando. Seu olhar estava vazio, como nunca estivera. Meu pai e meu irmão estavam com os olhos inchados e vermelhos. Eu não sabia se iria suportar tudo isso.

- Vamos embora, Lucy. Depois, com mais calma, você vem aqui de novo.

Dessa vez ele não pegou na minha mão. Num piscar de olhos nós já estávamos novamente no céu.

- Eu vou buscar o seu cristal. Fique aí.

Não tive coragem de dizer uma só palavra. Estava triste demais. Vi Diego se afastar até eu não poder mais vê-lo, e depois de 5 minutos voltou. Ele sentou ao meu lado e me estendeu um colar com um pingente de cristal, em formato de triângulo. Eu o coloquei no meu pescoço e ele disse:

- Então, vamos conhecer a pessoa que vai proteger? ? ele tentava me alegrar. ? Ei, não fique assim, você vai ver, com o tempo, tudo isso passará.

- Tomara que sim. E... vamos logo com isso.

- Ok. Segure com força o cristal e feche os olhos. Ele nos levará até o local onde a pessoa está.

Assim o fiz. Quando abri os olhos, vi que estávamos num lugar lotado de pessoas, com uma música alta e luzes fortes. Senti algo errado. Eu conhecia essa música!

- Isso é uma boate? ? perguntei.

- Hum... não mesmo. Isso é um show. E dos grandes. ? respondeu Diego, apontando para palco. O palco, o show, a banda...

- Nós estamos no show do The White Sky!!! O show que eu viria!!!

- Caramba, que bom!! Já achamos uma coisa em comum entre você e seu protegido: curtem a mesma banda!

De repente Dan pediu a atenção do público.

- Galera, eu queria pedir a vocês, que antes de cantar a próxima música, nós fizéssemos um minuto de silêncio para uma fã minha que infelizmente faleceu ontem. Lucy, onde quer que você esteja, eu quero que saiba, que se não fosse por você, eu não estaria cantando nessa noite linda. Obrigado!!!

Diego ficou espantado ao me ver chorar.

- É você??? É de você que ele tá falando???

Afirmei com a cabeça, porque não consegui falar. Nunca esperei que um dia eu iria ouvir meu nome sair da boca dele. Depois do minuto de silêncio, o show continuou, e ele cantou logo a minha música favorita.

- Lucy, tá na hora.

- Hã?

- Ponha a ponta do cristal pro céu, que uma luz sairá do cristal e vai iluminar o coração da pessoa que vai proteger.

Assim o fiz. Mas aconteceu algo estranho. A luz que saía do cristal não foi em direção a alguém da plateia. Ela estava indo em direção ao.... ao palco. Em direção ao... Dan. Ao coração de Dan.

- Hum... Bem, Lucy, acho que vocês já devem ter se visto, por ele ter falado o seu nome... Isso deixa tudo mais fácil. Já que você o ?conhece? gosta dele, ou ao menos da banda dele.

- Você não tem noção do quanto que eu gosto dele.

Então seria assim... Quando eu ia conseguir ver o meu maior ídolo e o cara que eu amo há tantos anos eu morro, viro anjo, anjo dele. Sinceramente, acho que o destino quer se desculpar comigo.

Ficamos ali até o show acabar, depois voltamos novamente para o céu. Eu estava com medo. Medo de não conseguir protegê-lo bem. Mas ao olhar para Diego, senti confiança. Senti que ainda desse modo eu poderia ser o melhor que há para Dan.