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- D...a...n... ? sussurei baixinho e ele me olhou com os olhos bem abertos, quase esboçando um sorriso. Eu queria dizer que o amava, mas minha boca não mais se abriu. E a única coisa que vi foram os paramédicos me tirando do colo dele, de onde sempre eu quis estar, mas não nessa situação.
De repente tudo ficou escuro. Dan, você prometeu que ficaria tudo bem. Mas eu não atendi a condição. Desculpa, Dan, eu não consegui respirar.
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Cap. 3
-Ei, Diego, eu acho que ela tá acordando - falou a voz de um garotinho.
- Deixa eu ver. Lucy? Lucy? Você está me ouvindo? - Disse o tal de Diego, e quando eu abri os olhos pude ver um garoto de cabelos castanhos com algumas mechas loiras, que se não fosse pelo seu rosto infantil diria ter a minha idade, pelo menos pela altura dele.
- Onde é que eu estou? - falei ainda meio sonolenta.
- No céu dos anjos! - praticamente gritou um menino baixinho e loiro.
- Pedro, você vai assustá-la! - falou o garoto maior, tentando abafar o entusiasmo do menor.
- Eu tô num hospital? Cadê a minha mãe? - olhei rápido pro meu peito. Não tinha nada. Nem uma mancha de sangue. E eu estava vestida num vestido branco que eu nunca vi na minha vida.
- Não Lucy, você não tá num hospital. Eu preciso que você se acalme, pra eu te contar tudo.
- Eu não estou nervosa. Mas se você não me explicar logo o que é tudo isso, aí sim eu vou ficar beeeeem nervosa.
- Tá bem. - ele começou - Olha, meu nome é Diego e esse aqui é o Pedro. Nós somos anjos. Anjos da Guarda.
- Vocês são o quê? - perguntei, incrédula.
- Anjos da Guarda. E você logo logo será uma também.
- O quê? Eu vou ser Anjo da Guarda? De quem? Eu não sei cuidar nem da minha própria vida quanto mais da dos outros!!!
- Não diga isso, Lucy. Nós vamos lhe explicar tudo. Só escuta direito, tá?
Diego era um bom garoto. Pedro também. Eles me passavam uma paz incrível! Diego me contou sua história, me disse que tem uma irmã mais nova e que às vezes a visita, mas ela nem ninguém consegue vê-lo. Me contou que um acidente de carro tirou sua vida aos 14 anos e que é Anjo há 3 anos.
Também abriu o jogo comigo. É, eu havia morrido. E estava no céu dos anjos, e, segundo Diego, para ser um deles.
- Todo mundo pode ser anjo? - perguntei.
- Não. As pessoas escolhidas geralmente são crianças e adolescentes com um bom coração, que gostam de ajudar as pessoas.
Bem, posso não ter sido a garota e filha perfeita, mas sempre me envolvi em caridade. Começou a passar um filme na minha cabeça, e lembrei de minha mãe.
- Como tá a minha mãe? Eu vou poder ver a minha família?
- Não vou te esconder que ela está muito abalada com a sua morte. Mas o anjo dela está fazendo um bom trabalho. Quanto a sua família, você poderá vê-la, mas durante esse tempo de adaptação, eu vou estar sempre com você, tipo, sendo o seu professor.
- Hum....
- Ei, não fique triste!!! Você vai se acostumar com tudo aqui. E logo vou levá-la para ver sua família.
- Eu não queria ver todo mundo sofrer por mim...
- Esquece isso!! Eles vão se acostumar um dia, assim como a minha família se acostumou. Bem, vamos falar do seu novo "emprego" !! Você vai substituir um anjo. Depois de visitarmos sua família, vou levá-la para ver o seu protegido.
- O que aconteceu com o anjo?
- Depois de algum tempo aqui, nós voltamos a terra para viver outra vida. Com ele foi assim.
- E quem é a pessoa que eu vou proteger?
- Não sei.
- Como não sabe? Como vai me levar até ela?
- Quando nós formos vê-la, você receberá um colar com um pingente de cristal igual o meu, que te levará diretamente para o lugar que ele está.
- Caramba... - eu disse e ele riu da minha cara de espanto.
Fizemos um "tour" pelo lugar, que era simplesmente maravilhoso, e ele me apresentou vários anjos. Ao terminar o passeio, e pegou na minha mão e disse:
- Então, tá pronta pra ver sua família? - me deu vontade de chorar.