PRA SEMPRE VOU TE AMAR

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    Capítulo 1

    PRA SEMPRE VOU TE AMAR

    Acordei e a vida não mudava, podia adivinhar exatamente o que aconteceria em meu dia, sempre a mesma bosta...

    Me arrumei rápido e fui pro serviço.

    No caminho encontrei Fernando que sempre me esperava no mesmo lugar, podia até imaginar o que ele falaria.

    - Oi Garota, como vai?

    - Vou bem! - Respondi bem desanimada.

    - Você anda muito depressiva.

    - Sério? Nem notei.

    - Ta precisando sair um pouco, que tal...

    - Olha Fer me desculpe hoje não to pra papo, deixa pra outro dia - O interrompi no meio da frase antes que meu melhor amigo me tira-se do sério.

    - Tudo bem - Disse ele desculpando-se.

    Cheguei naquela maldita loja que eu encarava todo dia e senti desanimo.

    - Oi Jai.

    Aquela loira me tirava do sério, sempre metida e falsa.

    - Oi Dani - respondi secamente.

    - Suba logo e coloque o uniforme porque a loja ta movimentada, bem cheia por causa do fim de ano.

    Nossa loja vendia malas e bolsas e fim de ano sempre lotava.

    Subi rápido pra trocar de roupa, me olhei no espelho e me sentia morta, como se ali só estivesse meu corpo sem mais nada dentro, bati a porta do armário e desci pra enfrentar o tumulto...

    Chegando lá embaixo de longe vi Fernando fugindo de umas meninas que pelo jeito estavam dando em cima dele; as meninas eram bem feias, mais ninguém pode culpá-las, Fernando era bonito e qualquer uma se apaixonaria por ele, só me perguntava o porquê, tantas no mundo e ele foi escolher a mais patética: Eu.

    Divertia-me vendo aquela cena, e Daniela fervia do meu lado, ela o amava e nunca teve uma única chance com ele, isso também era legal, sempre fui odiada por ela exatamente por isso...

    - Acorda pra vida, loja ta cheia, faz alguma coisa - era a loira filha da puta, só sabia mandar, se achava só porque era filha da dona da loja, grande coisa, aquele barraco velho.

    Comecei a trabalhar.

    Como era incrível ver as pessoas fazer seus planos de viagem, fascinante, como poderia ser a sensação de sair de São Paulo? para mim não tinha explicação, viajava em meus próprios pensamento.

    - Jai - Era Fernando interrompendo minhas imaginações.

    - Sim?

    - Quer almoçar comigo? - fiquei vermelha, será que ele sabia que minha ultima refeição havia sido ontem de manhã?

    - Desculpe mais já prometi ver minha amiga no meu horár. ...

    - Para de mentir - Me interrompeu de repente e senti que ele estava realmente nervoso - Não tem o porquê de mentir pra mim.

    - Fer não estou...

    - Está sim!

    Não sabia o que falar apenas ficar olhando aquele rosto lindo, mais sem nenhuma graça.

    - Jai, por favor, venha almoçar comigo? Não sou um assassino, nem vou te machucar, prometo.

    - Eu sei Fer, mais....

    - Certo, a gente vai assim que eu acabar aqui - disse e saiu correndo antes que eu pudesse dizer algo

    - Parece que o papo tava bom - ao ouvir aquela voz a raiva cresceu e o medo também, não podia arriscar perder meu emprego por causa de amorzinho besta, um sentimento que eu não sentia desde que meus pais haviam morrido.

    Virei-me lentamente e encarei aqueles olhos azuis.

    - Me desculpe por não estar fazendo o meu dever - fui saindo devagar, mais a desgraçada me segurou pelo braço.

    - Se eu ficar sabendo que tem algo entre você e o Fer prometo que...

    - Não é necessário ameaças Daniela - Era Fernando, nunca havia visto tanta raiva em seu rosto, chega me deu medo, mais de qualquer forma funcionou, a loira desgraçada soltou o meu braço.

    Sai da loja me sentindo uma Mané, brigas por causa de um menino, por mim ela podia comer ele que eu nem ligava

    - Você está bem? - Fernando pergunta interrompendo meus pensamentos de novo.

    - Sim estou - Senti que ele não havia acreditado, mais pelo menos não falou mais nada.

    Quando chegamos no reustarante era como se um cachorro entrasse no meio de reis, todos me encaravam, fiquei vermelha e Fernando percebeu na hora.

    - Não fique com vergonha, seja você mesma - Ele falava como se fosse assim fácil. Sentei-me à mesa como uma estranha.

    - Não gostou do lugar?

    - Sim é bonito, mais você sempre almoça aqui? Quero dizer, aqui é bem caro né?

    - Nunca vim aqui, mais você é especial, não pode ir em qualquer lugar - Aquilo era irritante, odiava quando ele fazia isso...

    - Então, preciso falar uma coisa pra você - Também Odiava aquele clima, bem pesado.

    - Diga...

    - Eu vou viajar e queria que você fosse comigo - Aquilo era loucura, como ia viajar com ele? Senti um choque fatal, não podia dizer não e deixá-lo triste, mais não podia dizer sim.

    - Eu nem sei o que dizer.

    - Eu sei - Disse com aquele sorriso torto que eu achava lindo, e que matava qualquer menina.

    - Mais me desculpe, acho que não vou.

    - Porque?

    - Essas férias eu tava pensando em fazer umas coisas no meu apartamento, sei lá, reformar.

    - Entendi - Senti que ele não tinha acreditado - tudo bem então, deixa pra próxima.

    Afirmei com a cabeça.

    O resto do dia foi estranho, Fernando estava meio que afastado, me senti culpada, sabia que era por minha causa, mais não podia viajar com ele, como seria uma pobretona como eu estar com um Mauricinho filhinho de papai? Bem estranho, preferi esquecer isso e trabalhar...

    Quando estava voltando pra casa ouvi alguém gritar meu nome, olhei pra trás Fernando estava correndo em minha direção e esgoelando.

    "Que Maluco"

    - Jai, vou viajar hoje a noite, consegui férias adiantado.

    - Até sei como... - Daniela com toda certeza.

    - O que disse?

    - Nada, continua.

    - Então, vim me despedir, fiquei com medo de não conseguir te alcançar.

    - A sim, tenha uma boa viagem - Fernando olhou para mim e me abraçou, senti um frio na barriga como se estivesse caindo de um prédio e o pior que logo em seguida ele olhou no fundo dos meus olhos me deu um beijo e disse: "Eu te amo".

    Aquelas palavras que pra mim nunca teve um significado agora era como se fosse um texto onde explicasse tudo que tem de bom no mundo...

    Cheguei em casa e quando me lembrei daquilo me senti uma completa idiota.

    - Como eu sou idiota, podia ter dado um tapa na cara dele, até parece agora vai virar moda, vai querer ficar me beijando toda hora. Eu parecia uma boba apaixonada... espera ai boba apaixonada? Não, não pode ser eu não posso gostar dele, é melhor eu ir dormi antes que eu me apaixone por uma barata também - falava alto como uma loca, conversando comigo mesma.

    Fui dormir confusa e tive pesadelos horríveis.

    No outro dia acordei com a certeza que o dia não seria igual os de sempre.

    Arrumei-me rápido, abri o armário e só achei um pão murcho pra levar como almoço, tava bem claro que ia ser o tédio dos tédios.

    Fui lentamente andando pela rua quando ouvi uma televisão bem alta em uma banca e muita gente em volta, fiquei curiosa pra saber o que era, estava passando o Jornal.

    "Mais noticias sobre o acidente de transito que ocorreu na divisa de São Paulo com Rio de Janeiro. Fernando Santos de Oliveira está incluído na lista de mortes do acidente fatal, segundo a policia ele foi atirado para fora do veículo e esmagado por um caminhão, tornando mais difícil reconhecer o corpo, mais após vários exames de DNA os médicos afirmam com todo certeza ser o filho mais novo do empresário Oliveira, voltemos com mais detalhes em breve".

    Aquilo não podia ser verdade, Fernando estava morto, como isso poderia acontecer? Fernando estava morto, meu melhor amigo, eu sabia, eu o amava, mais agora, Fernando estava morto, sentei na calçada e comecei a chorar como criança, Fernando estava morto, Fernando estava morto e não tinha mais nada no mundo pra mim, Fernando estava morto, era só o que vinha na minha mente, nada mais importava pra mim.

    - Moça você está bem? - Uma mulher educada me perguntou, mais eu só chorava

    - Moça, precisa de ajuda?

    - Ele ta morto - Foi o que consegui dizer

    - Desculpe quem está morto? - Olhei pra ela como se visse um demônio e comecei a gritar "FERNANDO ESTÀ MORTO".

    - Por favor, se acalme, volte pra casa e procure se acalmar - Ela era inútil, casa, que casa? Nada mais importava, Fernando estava morto, a paguei...

    ...acordei em um hospital, tudo muito chique, olhei para o lado a moça que havia falado comigo estava lá, toda chique bem arrumada.

    - O que aconteceu? - Perguntei confusa.

    - Você desmaiou e eu te trouxe a um hospital.

    - Moça não tenho dinheiro pra pagar um hospital assim.

    - Não se preocupe, senti que você precisa de ajuda, e não podia negar isso a alguém... Afinal de quem você tava falando, gritando que morreu? - Na hora foi um choque, meu coração foi a mil, o desespero voltou, me levantei e sai correndo do quarto.

    - Ei espere - ouvi a moça gritar, mais não me importava mais, corri até o elevador, nem sabia como usar aquilo, sai correndo em direção a escada e comecei a subir, o pensamento sempre a mesma coisa ?Fernando morreu" a dor em meu coração era cruel, ele foi o único que me fez senti felicidade um dia, e agora tinha ido.

    Cheguei ao terraço como se tivesse em uma estrada em direção a Fernando, fui até a grade e vi as pessoas lá em baixo seguirem suas vidas feliz, cheias de dinheiro e luxo, mais pra mim o que eu tinha de maior valor tinha ido embora e agora queria ir onde ele estivesse, fechei os olhos e gritei: FERNANDO EU TE AMO, senti aquele frio na barriga e o chão se aproximando cada vez mais, tinha certeza que agora estaria para sempre com Fernando...


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