A Bela Adormecida

  • Finalizada
  • Kagura May
  • Capitulos 5
  • Gêneros Romance e Novela

Tempo estimado de leitura: 44 minutos

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    Capítulos:

    Capítulo 2

    Preocupação ou não?

    Depois das aulas, May foi para sua casa pegar um pouco de dinheiro e ir comprar o que precisava para sua viagem, não seria algo longo para a mesma mas precisaria de um metro ou coisa do tipo além de um pouco de comida.

    – Acho que é só isso – disse May, revisando os itens que iria levar para sua viagem.

    A jovem voltou para sua casa sem nem ao menos mostrar o que tinha em suas sacolas, sua família estariam estranhando-a pela sua enorme animação mas não comentaram nada. No dia seguinte, ela arrumou sua mochila de maneira diferente, dessa vez possuía as coisas que tinha comprado, o material escolar tinha sido escondido em algum lugar do quarto.

    Dessa vez a mesma não demorou muito para se arrumar e sair com sua torrada em suas mãos, ela começou fazendo seu caminho para a escola e assim acabou encontrando Drew no caminho.

    – Resolveu desistir? – perguntou o garoto, querendo tirar suas duvidas.

    – Não – ela não gostou muito de seu comentário, mesmo que não tenha sido ofensivo, ela começou a acelerar seus passos, mas foi sendo seguida pelo amigo.

    – Você não pode ir lá, é perigoso demais – ele tentou disfarçar para que ela não percebesse sua preocupação.

    – Eu vou ficar... Eu sei disso – ao terminar sua frase, ela deu um sorriso fazendo o com que o garoto corasse mas conseguindo disfarçar para que a mesma não percebesse.

    – Dá para parar de ser tonta e corajosa, você pode não voltar nunca mais e fica ai, sem se preocupar com nada – disse implicando com ela, ele não tinha tanta confiança de que a mesma voltaria e o irritava vê-la com tanta esperança e sem preocupação.

    – Sei que posso.

    – Sua tola, a sobrinha da professora só fez um passeio e desapareceu, e você vai lá para desaparecer também? – ele tentou abrir os olhos da jovem, querendo impedi-la de ir, e perceber que aquilo tudo é uma loucura mas parecia que ela não desistiria assim por um motivo tão obvio e verdadeiro para deixar um tão esperado desejo.

    – Se for para não te ver nunca mais, seria bom – falou friamente, ela tinha ficado irritada com as palavras de seu amigo dando um passo a frente para seguir um caminho diferente do mesmo.

    – Para de ser teimosa e fique aqui que é melhor pra você – insistiu mais uma vez, isso só a fez incomodar-se ainda mais fazendo com que ele a soltasse rapidamente.

    – Me solta – gritou, furiosa – Eu vou se eu quiser e você não manda em mim, cabelo de repolho.

    Ela se afastou dele, com totalmente o mal humor se espalhando pelo ar que passava, nem ao menos tinha pensado no que poderia acontecer de tanto que seu amigo tentaria explicar os motivos e os perigos que ela poderia correr se tentasse chegar ao objetivo que tanto deseja mas também não tirava o fato de que Drew não entendia os motivos que faziam com que ela quisesse fazer o que bem entendia sendo que apenas está tentando protege-la e ela não entenderia isso apenas levaria como uma “derrota” pelo garoto que sempre foi melhor que ela.

    Drew se revoltou e foi para o colégio, tentando fingir e disfarçar seus pensamentos de preocupação já que não saberia o que poderia acontecer com a garota. A cada momento que passava pensaria nos motivos pelos quais ela seria tão egoísta e teimosa para não escuta-lo, queria entender seus pensamentos mas ao mesmo tempo queria ter a razão e que ela escutasse suas palavras que seriam as mais maduras possíveis do que o ato de sua amada.

    May tinha pegado o metro, ainda se sentindo incomodada por seu amigo não entender seus pensamentos. Ela queria falar o mais mal possível dele mas no fundo não tinha muito que reclamar já que queria que o mesmo a acompanhasse mesmo não tendo convidado.

    O tempo foi passando e o caminho ela foi seguindo, esperançosa e animada mas ao mesmo tempo desanimada e preocupada; “o que será que Drew estará fazendo? Ainda preocupado e chateado?” é o que ela queria saber, mas no fundo não queria pensar nisso por sua teimosia e desejo de não escutar o que sua mente queria colocar sobre seu amigo, não deixando a preocupação ficar em seus pensamentos.

    Ao chegar no castelo, a garota não pensa duas vezes antes de entrar e seguir em frente mesmo que teria tudo proibindo a passagem de todos, ela nem ao menos suspeitaria sobre os desaparecimentos, não apenas da sobrinha da professora, mas também de outras pessoas que também tentaram entrar para entender o que teria acontecido com todos aqueles que sumiram.

    – Esse deve ser o Castelo de Neuschwanstein – disse a garota com um suspiro, pela primeira vez em sua vida ela teve total certeza de que esse seria seu novo objetivo e lidava com isso como se fosse apenas um sonho feito pela mesma.

    Seus olhos brilhavam e olhava cada detalhe por fora seguindo a cada canto até mesmo que sem nem menos perceber já estaria por dentro tendo o mesmo ato. Para qualquer um, aquilo seria apenas um castelo antigo onde tinha uma historia infantil mas para ela aquilo era como um sonho se tornando realidade e mesmo que quisese não conseguiria deixar de acreditar que realmente estaria no castelo que tanto sonhou em estar.

    – Que bom que veio, princesa!

    Ela saiu de seu transe mas se distraiu com seus pés sendo levantados de repente e com as luzes que se misturavam em cores deixando tudo de uma maneira estranha. Tudo parecia como se ela tivesse se teletransportado para uma dimensão estranha ou dormido mesmo e fosse um sonho que sua própria mente estaria criando para conforta-la e dar um pouco de desespero. May queria entender o que estava acontecendo, não conseguia distinguir nada, nem mesmo os objetos que antes pareciam tão claros agora seriam apenas manchinhas bagunçadas de cores diferentes.

    – Quem é você? E como soube que eu vinha? – perguntou a garota em desespero, ela procurou de onde saia aquela voz feminina e estranha mas nada havia encontrado, o que ela mais estranhou é que aquela voz parecia estar apenas em sua mente usando telepatia.

    – Acalme-se querida, não faça perguntas – a voz que parecia estar tão alta, acalmava-a como se fosse a sua mãe lhe confortando mas com certeza aquela não seria alguém que ela poderia reconhecer e nem mesmo lembrar – Acorde!

    – Ah? – May não estava entendendo, parecia confusa e tudo o que poderia pensar agora é em como sair de lá e se estivesse mesmo dormindo, então uma hora teria que despertar.

    Na mesma noite, os pais de May, Caroline e Norman, foram a procura de sua filha desesperados. Procuraram-na em todos os cantos que pensariam que ela poderia estar até mesmo ligaram para os próprios amigos que nem ao menos a viram no colégio principalmente Drew que nem comentou sobre a ideia de May que poderia estar seguindo seu desejo. Em preocupação, ele tentou ajudar os pais da garota que estavam tão agoniados a procura-la, gritava e gritava chamando-a mas cada vez mais lembrava das palavras rudes de May.

    – Por que está meio estranho? Parece preocupado! – disse um garoto de cabelos castanhos que tinha se aproximado dele e ouvido o chamado, ele estava em um canto escuro do beco mas se aproximava a luz que estaria a sua frente podendo ver sua aparência que não era familiar.

    – Nada não – respondeu Drew, tentando esconder seus sentimentos.

    – Deve ser porque sua amiga desapareceu, certo? – perguntou outro garoto que vinha de sua esquerda do outro lado da rua mas como estava muito tarde não havia quase ninguém nessa rua e mesmo que as vozes falassem baixo, daria para ouvir de lá.

    – Eu sei, mas avisei a ela – ele abaixou um pouco a cabeça e ficou serio a todo o momento com os olhos fechados para que se concentrasse nos garotos que estariam pertos.

    – Não vai atrás dela? – perguntou outro rapaz que apareceu dessa vez de sua direita.

    – Claro que não – respondeu, seu orgulho não queria permitir com que ele fizesse o que desejava naquele momento pois não queria dar a entender que estaria preocupado com ela.

    – Pensei que ela fosse sua namorada – tentou provocar um garoto que dessa vez vinha de trás dele.

    – Ela não é minha namorada – ele falou em um tom alto mas sem gritar, isso tinha o estressado não se sabia o motivo, talvez orgulho. Ele começou a olhar para os rapazes em sua volta, cada momento trocava olhando para outro - Quem são vocês?

    – Meu nome é Kogure – disse o que estava atrás de Drew, se aproximando ainda mais para que dessa vez pudesse ser visto sua aparência.

    – Me chamo Alex – respondeu o da sua frente.

    – Sou Dan – respondeu o de sua direita.

    – Me chame de Darin – falou o único que seria um pouco mais diferente deles; os outros tinham cabelos castanhos e ele é loiro.

    Cada um, após responderem seus nomes se aproximaram um pouco de Drew, não querendo realmente chegar ao seu lado mas o possível para que pudesse enxergar sua aparência e escutar suas vozes sem que necessitasse que todos ouvissem mesmo que lá não teria mais ninguém além deles.

    – Aquela garota deve ser como uma princesa pra você, com certeza – comentou tentando provoca-lo.

    – Eu já disse que ela não é nada pra mim, caramba – Drew tinha se enfurecido após ouvir o comentário provocativo de Kogure e cada vez mais se irritava com ele.

    – Calma, ele só quer te provocar – comentou Alex tentando fazer com que Drew parasse com o escanda-lo que estava fazendo.

    – Pois é, ele conseguiu – Drew se segurava para não bater em Kogure, ainda mais lembrando de May que estaria preocupando a todos até mesmo ele.

    – Calma, só queremos ajudar – disse Dan buscando ser o mais sincero possível assim como seus amigos.

    – Eu não preciso de vocês – falou Drew de uma maneira convencido.

    – Mas você não vai atrás dela? – perguntou Darin preocupado.

    – Claro que não – ele tentava esconder, demonstrando não ligar para a garota, mas no fundo ele sabia que ele iria ir procura-la mesmo que negasse até depois de encontra-la.

    – Pense bem... Ela pode estar em perigo se não for – Dan tentou fazer com que Drew entendesse mas o que ele não percebeu é que o garoto já tinha entendido o recado mesmo que ele não tivesse dito totalmente sobre o ocorrido.

    Drew ficou com aquelas palavras em sua mente “ela pode estar em perigo se não for”, a cada lugar que ele iria ficaria com isso na cabeça como se estivesse lembrando de tudo o que teria acontecido. Aquela preocupação o matava mesmo que a duvida ficava pois ambos os dois poderiam ficar presos lá e nada mudaria só aumentaria mais um desaparecido, ele voltou pra sua casa avisando já que não teria tido resultado da sua procura.

    Num quarto do castelo, May tinha acabado de se levantar de uma cama que possuía nesse cômodo. De lá tinha visto um vestido rosa e pegado para vestir já que estaria sem nada para fazer; o que faria de mal em vestir um vestido deixado em cima da cama? O vestido era um simples tomara que caia rosa claro com alguns brilhos em destaque. Para May era muito lindo, ou melhor, encantador, seus olhos brilhavam só de admirar-se no espelho, que tinha perto de uma cômoda, o vestido que tanto tinha sonhado vestir, “um sonho se tornando realidade” era o que ela pensava.

    – E ai? Gostou do vestido? – dizia aquela mesma voz feminina que estava em sua mente enquanto dormia, a voz soou um pouco curiosa.

    – Amei! – seus olhos brilhavam muito, ela também estranhou a voz que estaria a conversar consigo mesma só que ninguém poderia ver além de um quarto normal e antigo mas perfeitamente lindo e limpo.

    – Que bom que gostou – dava para perceber a felicidade da voz, deveria ser a felicidade de May que estaria transbordando tanto que até mesmo a pessoa que estava na telepatia poderia ter sentido isso. A garota se sentou na enorme cama macia com cobertor rosa, olhando para cima.

    – Mas você existe mesmo? – perguntou May, confusa, ela não entendia como poderia conversar com alguém sem nem ao menos ver além de que também é muito estranho conversar com alguém sem poder saber como é ou sua expressão facial e a aparência.

    – Por que está perguntando isso? – a voz parecia não querer responder sua pergunta e, com isso, um pouco misteriosa parecia.

    – É que eu nunca te vi, assim, de frente e pensei que poderia ser apenas uma gravação ou algo assim, porque é muito estranho não tem ninguém aqui mas posso te escutar – confessou um pouco.

    – Quando menos esperar, vai saber quem sou – disse a voz, com um tom preocupante mas May nem percebe isso e aceita inocentemente.


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