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– Ah, estou atrasada – gritou a adolescente, se arrumando com muita pressa, usando um uniforme escolar parecido com aqueles de marinheiro acompanhado de sua mochila que segura em suas mãos.
A garota penteava seu cabelo desesperada pois não conseguia deixa-lo da maneira que deseja, descendo as escadas em disparada. Pegou seu café da manhã que em alguns minutos atrás estava em um prato em cima da mesa de jantar e saiu de sua casa andando em passos rápidos enquanto comia sua torrada e penteava seu cabelo.
– Atrasada como sempre, May? – perguntou, o garoto atrás da mesma que logo seguiu acompanhando seus passos.
– Drew? - a adolescente se sentiu envergonhada por estar nessa situação, comeu o restante da sua torrada e escondeu o pente atrás de si – Bom dia – falou com um sorriso tentando disfarçar seu atraso e sua pressa.
– Bom dia – cumprimentou a garota – Dessa vez qual é o motivo para estar atrasada? – perguntou, todos os dias May tinha um motivo pelo qual sempre acordaria atrasada já que seu pior inimigo é o despertador que a acorda cedo toda manhã.
– Fiquei até tarde lendo um livro – comentou.
– O mesmo livro de sempre? Você não cresce nunca – disse o garoto desanimando.
Quando chegaram no colégio São Rebereki, o sinal bateu após entrarem na sua turma, cada um foi para seu lugar enquanto a professora tinha acabado de chegar para dar sua aula. Tudo foi tranquilo até que o tedio bater em May, a mesma resolveu pegar seu livro favorito que coloca toda semana em sua mochila e começou a ler escondido da professora. O livro contava sobre uma lenda muito conhecida pela cidade, uma lenda que muitos consideravam mito e estórias para crianças.
– Senhorita Maple, gostaria de saber o que está fazendo? – perguntou a professora, olhando para o livro que a garota estava lendo, May deitou-se em sua carteira tentando esconder o livro.
– Nada – disse May tentando disfarçar um pouco.
– Guarde esse livro agora – ordenou, a jovem adolescente guardou seu precioso livro em baixo da carteira com um pouco de pânico, assustada.
A professora continuou a dar sua aula até o sinal bater e nesse período May tentou se comportar na aula que estava sendo dada para que não fosse castigada. Quando a professora saiu da sala na troca de professores, Drew se levantou para ver o que tinha acontecido e só pelo fato de ser um livro, ele sabia sobre o livro adorado por sua colega de classe já que sempre levou broncas por causa dele.
– Ainda lendo essas lendas imaginarias? – provocou-a, ela parecia ofendida por causa da provocação mas tentou disfarçar para que o garoto não percebesse que teria conseguido o que desejava.
– Sim – disse em um tom de voz forte, ela sabia que seu amigo considerava essa lenda que tanto gostava uma estória infantil e que não tinha mais idade para elas.
– Não tem nada melhor para fazer? – perguntou, um pouco revoltado e cansado da garota que sempre sonhava com essa lenda, isso o irritava pois cansaria de ouvir a todo momento sobre algo assim vindo dela.
– Isso... – ela mostra seu livro, tão precioso, com todo o orgulho possível no momento.
– Quantas vezes você vai ler esse livro? – perguntou Drew, querendo saber quando poderá festejar e se sentir livre para ouvi-la falar de outra coisa, além de livros.
– Nunca vou parar de ler isso – disse sendo sincera, colocando o seu livro em cima da mesa, os comentários do garoto começaram a incomoda-la ainda mais.
– Chega de ler – disse Drew, ele pega o livro de cima da carteira e estica seu braço para cima fazendo com que a mesma não pudesse pega-lo.
Ambos começaram a fazer o maior escanda-lo, fazendo com que não percebessem o momento em que a professora chegou, todos já estariam em seus lugares menos os dois. A professora evitou olha-los e parecia incomodada com o barulho que eles estavam fazendo.
– Dá para vocês pararem com esse escanda-lo, não estou de bom humor hoje – pediu a professora, avisando-lhes. Eles rapidamente se assustam ao perceber que a mesma já teria chegado, Drew devolve o livro para May e os mesmos se sentam em seus lugares com muito desespero.
– Mas por que não está de bom humor hoje? – perguntou May, se preocupando com a maneira como a professora agiu já que normalmente a mesma é calma e gentil.
– Parece meio preocupada – continuou a frase de May, claro, todos da sala estariam preocupados por ser a professora favoritas deles.
– Minha sobrinha foi para o Castelo de Neuschwanstein* e desapareceu – comentou a professora, olhando para o chão, meio pensativa e preocupada com sua sobrinha.
– O da lenda da Bela adormecida? – perguntou May, em seu rosto perceberia que a mesma tinha ficado muito feliz pois seus olhos estariam brilhando e estaria sonhando acordada com a lenda que tanto gostaria de ter.
– Sim, ela foi num passeio da escola e depois disso ninguém mais a viu – respondeu a professora um pouco preocupada mais rapidamente lembra que tem que dar sua aula – Então vamos começar a aula – falou tentando se animar.
May começou a pensar na lenda que tanto lia durante a aula inteira praticamente, não adorou saber que a sobrinha da sua professora querida tinha sumido mas queria conhecer o castelo não importava o motivo que levaria a tudo isso. Quando chegou o intervalo, May e Drew estavam conversando sobre o que a professora tinha comentado, May parecia preocupada com a garota e ao mesmo tempo interessada no castelo.
– Eu vou à procura da garota – disse May, um pouco determinada, queria ajudar sua professora e também sabia que aquilo seria divertido para si mesma aproveitar um pouco.
– Está louca menina, você também pode desaparecer – disse preocupado e surpreso com o que acabou de ouvir de sua amiga, ele não acreditou que a mesma estaria falando serio mas acreditaria que a mesma seria capaz de tudo só por aquela lenda que tanto ganhou-a.
– Mas eu quero descobrir se a lenda é real ou não, e se for quero provar isso – disse May, seus olhos chegavam a brilhar só de imaginar que poderia ver com seus próprios olhos o que tanto desejou desde seus 5 anos e nunca pode.
– De jeito nenhum – tentando impedi-la mas sabia que não iria obter muito sucesso com isso só que não custa nada tentar, é o que pensava.
– Eu vou sim e ninguém vai me fazer mudar de ideia – ela estava confiante de que ia fazer isso, confiante até demais, queria tanto realizar seu sonho e estava disposta para isso.