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Não posso dizer que dormi essa noite, estava cansado de mais até para questionar o que aconteceu.
?São cinco horas da tarde, as nuvens cobrem o céu, tira o brilho do sol. O vento balança as árvores com força, o mesmo vento que entra por entre as aberturas da porta de vidro do meu escritório.?
No relógio sete horas, a névoa cobria levemente a paisagem, meu olhar se tornava escuro, meu rosto pálido, meus movimentos involuntários... Como sempre uma multidão a frente da escola, aguardando até o momento em que os portões comecem a se fechar.
Um esbarrão!
Um simples acontecimento, normalmente presente em um local movimentado como aquele foi o suficiente... Já não tinha controle sobre meu corpo, às imagens passavam em minha mente como um filme antigo... A mão, fortemente movimentada em direção ao rosto de um menino... (posso dizer que era um menino, pois era a única coisa que eu via naquela escola)...
Fogo...
Rapidamente como um galinheiro inteiro correndo quando vê milho, as pessoas se juntaram ao nosso redor.
Os gritos extravasados, e uma palavra repetida varias vezes... ?Briga, Briga. Briga...?
Quando me deu por conta estava no chão, os fleches continuavam, rostos, risadas... Em um breve momento... Existem horas que não sabemos de onde vem tal força, mas conseguimos agir. O derrubei, e com sentimento de pura raiva, o agredia descontroladamente, enquanto o sangue cobria minha mão e respingava em meu rosto.
Apaguei...
...Senti um pouco de dor, meus olhos ardiam... Estava acordado... Ao lado meus amigos, uma pergunta atrás da outra:
?-O que aconteceu?
-Por que você fez isso??
Não soube explicar... ?A fama estava feita, o homem da cicatriz mostrou a que veio?... Há lugares que não foram feitos para nós.
São nove horas da noite... O relógio da rodoviária apita, ao longe, o som dos sinos da igreja... mais quinze minutos.. O ônibus chega...