|
Tempo estimado de leitura: 20 minutos
12 |
Depois que as coisas com o Sai foram resolvidas, nos tornamos apenas amigos e ele conseguiu se declarar da maneira dele para quem gostava. Digo da maneira dele, porque foi inusitado...
"- Você está dizendo que me ama? ? escutei a loira perguntar.
- Não. Nem o amor eu compreendo para saber se é o que eu sinto. Apenas sei que sou tomado por um sentimento de posse, quero você mais do que desejei qualquer outra coisa na minha vida. ? Sai respondeu como se fosse o mais obvio a ser dito.
- Vou tomar isso como demonstração de amor. ? ela disse em resposta antes de beija-lo."
A vontade que eu tenho é de gargalhar toda vez que me lembro dessa cena. Apesar de todo esse tempo que ele está conosco, ainda não conseguiu se habituar a os sentimentos. Penso no quanto é difícil para o meu amigo, mas sei que ele conseguirá superar.
Pelo menos algumas coisas podem ser melhoradas, aprendidas. Mas meu amor pelo Sasuke-kun parece realmente impossível de ser esquecido, desde sempre eu o amo, desde antes mesmo de conhecer sobre ele...
- Olha filha, o garotinho ali está olhando para você.
Assim que eu virei a cabeça para saber de quem mamãe falava, eu o vi, o garotinho da qual ela falara. Tinha a minha altura, deveria ter a minha idade e era o garoto mais fofo que eu já havia visto. A pele alva, os cabelos bem escuros e aqueles olhos... Negros e hipnotizantes.
Queria ter coragem de saber
O que me prende?
O que me paralisa?
Serão dois olhos
Negros como os teus
Que me farão cruzar a divisa...
Estava ali parada enquanto ele ainda me encarava, eu não me movi, talvez medo de quebrar o encanto ou medo que... Eu nem sei.
- Sasuke querido. Vamos, precisamos levar as compras. ? uma mulher o chamou.
Então o nome dele é Sasuke. Sasuke-kun. Meu Sasuke-kun. O garoto dos olhos mais negros que eu já vi. Quero aqueles olhos sobre mim de novo.
É como se eu fosse pra um Vietnã
Lutar por algo que não será meu
A curiosidade de saber
Quem é você?...
- Mamãe, você conhece o Sasuke-kun? ? perguntei a minha mãe quando já estávamos chegando em casa.
- Sasuke-kun? Acho que não querida. Não sei de quem você fala. ? ela respondeu abrindo a porta.
- Mamãe! ? gritei em desespero e continuei tentando deixar claro o tom de desaprovação na minha voz ? Sasuke-kun é o garoto do mercado, dos olhos negros.
Ela pareceu se divertir com isso, o que me deixou ainda mais alarmada.
- Sim, filha. Ele é do clã Uchiha.
Uchiha? Sasuke Uchiha.
E foi nesse dia no mercado que minha vida foi condenada. Não é um exagero, eu realmente fiquei obcecada naqueles olhos. Os malditos olhos negros do Sasuke...
Dois olhos negros!
Dois olhos negros!
Eu podia jurar que havia visto aqueles olhos no parquinho. Eu estava no balanço e de relance os vi, os olhos, me fitando.
Abandonei o balanço e comecei a procurar por ele. Um pouco distante de mim o vi rindo com alguém que com certeza é seu irmão, tem os mesmos olhos que ele e é tão bonito.
Queria ter coragem de te falar
Mas qual seria o idioma?
Congelado em meu próprio frio
Um pobre coração em chamas...
Fiquei parada olhando os dois brincarem até que o mais velho me encarou também. A minha reação foi a de qualquer garota que foi flagrada fazendo algo errado, abaixei minha cabeça, corei e queria correr, mas isso eu não consegui.
E mesmo se tentasse, acho que não seria útil, pois o Itachi ? descobri ser o nome dele logo depois ? me puxou para ele, não me encheu de perguntas, apenas me ofereceu um sorvete. Eu não recusei e nem aceitei, não consegui dizer nada depois que meus olhos se ligaram aos olhos dele, olhos negros. E mesmo que eu desviasse o olhar ainda teria o Sasuke me observando, olhos negros.
É como se eu fosse um colegial
Diante da equação
O quadro, o giz
A curiosidade do aprendiz
Diante de você...
Eu estava entre eles, calada, apenas estudando os movimentos do meu Sasuke-kun. Ganhei um sorvete de morango e ele se tornou o meu preferido quando os dois Uchihas gargalharam me olhando depois que eu distraída acabei sujando uma de minhas bochechas com o sorvete, e o meu Sasuke-kun limpou com o dedo e o levou a boca logo depois. Mas não foi por isso, e sim porque os olhos negros estavam em mim.
Dois olhos negros!
Dois olhos negros!
E acho que foi exatamente ali que eu enlouqueci. A necessidade de ter aqueles olhos sobre mim sempre.
O ocultismo, o vampirismo
O voodoo
O ritual, a dança da chuva
A ponta do alfinete, o corpo nú
Os vários olhos da Medusa...
E é engraçado como depois de tanto tempo eu ainda desejo que os olhos dele observem apenas o que eu faço. Que estejam ligados aos meus. Olhos hipnotizantes, meus olhos negros.
É como se estivéssemos ali
Durante os séculos fazendo amor
É como se a vida terminasse ali
No fim do corredor...
É perturbador pensar que agora que eu consegui aqueles olhos, eu estou os expulsando da minha vida. Preciso consertar isto.
Dois olhos negros!
Dois olhos negros!
Dois olhos negros!
Dois olhos negros!