Até Depois da Morte

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    Capítulos:

    Capítulo 5

    Os Sentimentos da Caça

    Álcool, Heterossexualidade, Linguagem Imprópria, Violência

    Aquele filho da puta me transformou em um deles, claro que sempre me foi uma coisa muito atrativa, mas precisava me tratar com tanta delicadeza? Tapar minha boca com uma força impossível pra um vampiro inexperiente como eu conseguir soltar e me jogar numa cama sem colchão, isso é claro sem contar com a dor insuportável que eu estava sentindo... Bom, o que importa é que agora (quarta-feira a noite) eu estou renovado, quase literalmente, não sei bem como nem porque, mas não me sinto mais o mesmo

    - Kobayashi?! ? gritou uma voz ainda desconhecida

    - Que é? ? retruquei, sabia que era daquele viado

    - Vamos caçar ? respondeu a voz ignorando minha pergunta

    - Ah... Ta bom ? obedeci, eu estava morrendo de sede, ele destrancou a porta do quarto

    - Vamos, vou lhe ensinar a caçar, só vou andar com você nos primeiros dias depois você vai ter que aprender por sozinho, e alias, você vai ter que me fazer um favor.

    - Que tipo de favor? ? perguntei sem gostar muito da idéia, não sei porque

    - Em breve você saberá ? disse em tom de mistério

    - No mínimo posso saber seu nome? ? perguntei fazendo cara de desconfiado

    - Me chame de Guilherme ? respondeu

    E assim fomos embora a procura de um lanchinho... Ele me ensinou boas ?malícias? para uma boa caçada.

    Era apenas mais uma noite normal e eu estava indo pra merda do meu trabalho, estava sem pressa, não tinha muito o que fazer em casa e nem lá se chegasse cedo, então preferia sair cedo e ir andando com calma, agora eu passava por uma rua pouco movimentada, sem muito barulho de carros e nem um bando de idiota andando de um lado pro outro, só tinha eu e mais dois homens que andavam juntos porém em silêncio, era nessa rua que eu tinha o costume de ter alguns minutos de paz na minha vida medíocre e irritante, e é claro que apesar do silêncio os dois rapazes me incomodavam.

    - Com licença ? Chamou-me o mais jovem.

    Virei-me e fiquei parado por alguns segundos enquanto esperava-os me alcançarem para responder, porém não foi como eu esperava, o mesmo que me chamou voou em minha direção e já foi aproximando seu rosto de meu pescoço, não tive ação, fiquei lá parado com ele indo em direção ao meu pescoço com os olhos arregalados, cada segundo parecia uma eternidade. Senti então em meu pescoço duas coisas bastante finas e extremamente geladas encontrando-se com a minha pele. Eu gritei.

    - Tape a boca dele seu idiota ? Censurou-lhe o mais velho.

    Antes que eu pudesse piscar a mão do rapaz já estava em minha boca e agora eu tentava lutar desesperadamente usando todas as minhas forças contra aquele cretino, mas vagarosamente as duas coisas pontudas e geladas iam entrando em minha pele, podiam ser pequenas e finas, mas o ardor era insuportável, nunca tinha sentido nenhuma sensação assim em toda a minha vida, vida essa sofrida e dolorosa, não era só a dor de estar sendo furado (que era maior do que qualquer injeção que já havia tomado) era também um ardor insano, era como um veneno posto na ponta de uma agulha, aos poucos seus caninos se fincaram em minha pele e eu começara a sentir o sangue esvair-se pelo meu pescoço. Eu devia estar morto, comecei a ver minha vida passando como se pela janela de um carro, passando tudo da direita pra esquerda velozmente enquanto eu entrava num torpor, sim, eu sabia que era a minha vida, mas não dava para enxergar nada, ou pelo menos o que dava era muito abstrato, só via o colorido passando diante dos meus olhos, e então lagrimas começaram a brotar em meus olhos, agora eu percebia que tinha feito tudo errado, tarde de mais, eu poderia ter sido feliz, mas eu era um perfeito idiota pra perceber isso, meus olhos agora cheios d?água, não conseguia enxergar mais nada, finalmente as ultimas duas lágrimas escorreram.


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