Todo meu odio

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    16
    Capítulos:

    Capítulo 5

    Continuação!

    Álcool, Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo

    18 de maio de 2011. Londres, Chelsea. Residência dos Martins, 6:00 am

    Péssima. Essa palavra descreve exatamente como foi minha noite de sono. Não consegui pregar os olhos e uma única dúvida me atordoava: ?Qual o motivo da pergunta de Henrique??. Levantei sem vontade, tomei banho e escolhi uma roupa para ir ao curso. Assim que terminei de me arrumar, fui até onde minha família tomava café e sentei-me no lugar de sempre. Senti os olhos pesados do meu irmão sobre mim e o encarei brevemente.

    Após alguns minutos comendo e conversando com minha mãe sobre o curso, peguei minha bolsa e me despedi de todos com um simples ?Estou indo, até mais tarde? e, assim que acionei o alarme da minha BMW, senti alguém me segurar pelo braço.

    - Não vou ficar sem falar com você por causa de uma simples pergunta. ? Rick disse, virando-me pra si e olhando-me nos olhos.

    - Você sabe que não foi uma simples pergunta, Henrique. Eu e você sabemos. Mas não posso falar disso agora, preciso ir pro curso, depois conversamos. ? Desvencilhei-me da mão de Rick, que ainda me segurava pelo braço, e entrei no meu carro, sem olhar para trás. Saí de lá o mais rápido que pude, não precisava de mais nada pra atormentar meus pensamentos. Depois de dirigir por uns cinco minutos, parei no acostamento e resolvi mandar uma mensagem para Cristiane, avisando que chegaria mais cedo.

    Estou indo para o curso mais cedo, se quiser saber sobre o pub, tente chegar mais cedo também. Xx

    [/center]Joguei meu celular dentro da bolsa e voltei minha atenção para o trânsito de Londres. O silêncio começou a me incomodar e decidi ligar o rádio, sem me importar com a música que tocava. Afinal, qualquer coisa era melhor que aquele silêncio horrível, que só me fazia lembrar das coisas as quais não queria.

    18 de maio de 2011. Londres, Howie Street. Royal College of Art, 8:30 am.

    Estacionei em qualquer vaga e desci do carro. Procurei o New Beetle de Cristiane e o encontrei em um lugar não muito longe de onde eu estava. Busquei o celular dentro da bolsa e disquei o número já tão conhecido. Depois de dois toques, ela atendeu.

    - Oi, Lil! ? Pela animação em sua voz, a noite de sábado tinha sido realmente boa.

    - Oi, Cris, já chegou no curso? ? Eu falava no celular enquanto caminhava até um banco disponível no jardim.

    - Uhum, estou aqui na cantina. ? Típico.

    - Você não se cansa de comer? ? Ri fraco e mudei o rumo dos meus passos.

    - Cala essa boca e vem logo pra cá! ? Ela também riu fraco.

    - Já estou indo te encontrar, me espere. ? Desliguei o celular e empurrei as portas pesadas da Royal College. Depois de praticamente me arrastar pelos corredores, encontrei Cristiane sentada em uma das mesas da cantina. Joguei minha bolsa em qualquer lugar e quase acertei um dos cupcakes que ela comia.

    - Dá pra tomar mais cuidado com o meu café da manhã? Obrigada. ? Cris disse, ao mesmo tempo em que puxava o prato e a xícara de café pra mais perto de si.

    - Desculpa. ? Dei de ombros ? Posso saber onde a senhorita se meteu no sábado? Te mandei uma mensagem falando que estava te esperando na pista de dança, e você fez o favor de não aparecer. ? Ela parecia estar totalmente concentrada no glace do cupcake e eu estalei os dedos na frente do seu rosto, tentando chamar sua atenção.

    - Ah sim, então... Conheci um cara lá no pub. ? Os cantos dos lábios dela se repuxaram em um sorriso malicioso.

    - Um cara? Conte-me sobre isso, mas sem detalhes sórdidos. ? Falei ao mesmo tempo em que me sentava.

    - O nome dele é Scott ? Ela parou para morder o cupcake e depois de mastigá-lo, continuou ? Ele faz faculdade de administração, tem 22 anos, moreno, alto, gostoso dos olhos verdes e tem uma pegada impressionante.

    - Uau, então quer dizer que você encontrou um príncipe encantado? ? Cris deu um gole em seu café e acenou negativamente com a cabeça.

    - Você sabe que não acredito nessas histórias de príncipes encantados, Katrielly. Pra falar a verdade, eu acredito nisso tanto quanto você. ? Ri, sem humor.

    - Pois é, minha querida Valleryos, isso é só fachada, porque no fim, as únicas coisas que existem são sapos mijões e que quando beijados continuam sapos. ? Rimos juntas.

    - Agora me conte o que te aflige. ? Tenho dito que ela me conhece melhor que todo mundo, melhor até do que eu mesma.

    - Uma coisa muito estranha aconteceu. ? Respirei fundo antes de continuar ? Ontem Rick veio me perguntar sobre a Kate...

    - COMO ASSIM ELE TE PERGUNTOU SOBRE AQUELA PIRANHA? ? Todos na cantina viraram a cabeça pra nos encarar e eu lancei um olhar mortífero na direção de Cristiane. Ela soltou um risinho sem graça e eu voltei a falar.

    - Posso terminar de contar? ? Ela balançou a cabeça para cima e para baixo em sinal positivo ? Sem escândalos, por favor. Ele me perguntou o que eu faria se a Kate reaparecesse em nossas vidas. Na hora, eu surtei e nem tive cabeça pra perguntar por que ele queria saber isso. ? Cris comia seus cupcakes, enquanto me ouvia falar ? Foi tão estranho, sabe? Ainda não consegui encontrar um motivo pra Rick ter me perguntando isso. Parece que tudo que eu senti anos atrás voltou como uma avalanche em cima de mim. ? Ela já tinha terminado de tomar o café e esperei por uma reação.

    - Lil, você precisa descobrir o que tá acontecendo. Pergunte a ele, não tem outra maneira. Eu vou te ajudar, mas você tem que me prometer que vai mandar todos esses sentimentos de volta pro lugar de onde vieram. ? Ela sorriu, compreensiva.

    - Prometo que vou tentar, ok? ? Peguei minha bolsa de cima da mesa e me levantei ? Vamos pra aula? Já são quase nove horas.

    - Vamos. ? ela juntou suas coisas ? Mal posso acreditar que as férias finalmente estão próximas! ? Rimos e caminhamos juntas até a classe.

    18 de maio de 2011. Londres, Chelsea. Residência dos Martins, 6:32 pm.

    As aulas correram normalmente e depois do almoço eu e Cristiane fomos ao shopping fazer algumas compras. Estávamos planejando viajar pela Europa durante as férias de verão, então compramos algumas roupas novas só para não perder o costume. Também tínhamos alguns trabalhos a serem feitos e entregues antes que ficássemos de férias do curso, por isso não estendemos muito as compras, às 18:30 eu já estava em casa. Decidi adiantar todos os meus deveres antes do jantar e, por fim, consegui fazer uma boa parte deles.

    - Filha? ? Minha mãe entreabriu a porta do quarto e colocou só a cabeça pra dentro.

    - Oi! ? Olhei-a, ao mesmo tempo em que tirava os óculos de grau e os colocava em cima da escrivaninha.

    - O jantar está quase pronto. Avise o Henrique enquanto eu vou tomar um banho. ? Assenti e ela saiu do quarto, encostando a porta em seguida. Coloquei uma roupa mais confortável e caminhei até a porta fechada do quarto dele. Respirei fundo. Essa era a hora de descobrir por que ele tinha me feito aquela pergunta. Entrei no seu quarto e o cheiro de cigarros invadiu meu sistema respiratório, fazendo-me presumir que ele estava fumando. Deparei-me com Henrique usando apenas uma calça jeans e com algumas gotas de água escorrendo pelas suas costas definidas enquanto ele se apoiava no parapeito da janela. Concentrei-me no que precisava falar antes que perdesse totalmente o foco.

    - Rick? ? Chamei-o, ao mesmo tempo em que fechava a porta do quarto atrás de mim. Ele virou seu rosto só o suficiente para me ver e resmungou algo. Entendi isso como um incentivo pra continuar a falar ? Acho que precisamos conversar. ? Martins virou-se totalmente de frente para mim e assentiu, dando uma última tragada no cigarro e jogando-o pela janela, após apagá-lo. Ele se sentou em sua cama e eu puxei uma cadeira para que pudesse me sentar de frente pra ele.

    - Pode falar, Lil. ? Olhei-o nos olhos e respirei fundo mais uma vez.

    - Eu preciso saber o real motivo pelo qual você me perguntou sobre a Kate. ? Rick franziu a testa.

    - Eu já te disse, mas parece que estamos com problemas quanto à confiança. ? Mordi o lábio inferior.

    - Você sabe que eu confio em você, só achei estranho você me perguntar sobre ela. Foi tão repentino. Não tocávamos no nome dela desde cinco anos atrás e do nada você me fala sobre ela. ? Eu continuava olhando-o nos olhos, e ele não ousou desviar o olhar.

    - Desculpa, tá? ? Ele me pediu, num tom de voz que transparecia arrependimento ? Eu não queria te abalar, de forma alguma... Foi só curiosidade, de verdade.

    - Tudo bem. Só, por favor, não quero falar sobre ela nunca mais. ? Henrique assentiu.

    - Então, senta aqui do meu lado. ? Ele disse, enquanto batia em um espaço vazio ao seu lado na cama. Gargalhei, levantei-me da cadeira e fui sentar ao seu lado ? Que tal me dar um beijo pra fazermos as pazes de vez? ? Levantei uma sobrancelha e então aproximei meu rosto do dele. Encostei nossos lábios em um selinho demorado e me afastei.

    - Pronto. ? Ele semicerrou os olhos e eu ri.

    - Pronto? Você só pode estar brincando. ? Ele me puxou para perto de si, colando nossas bocas e dando início a um beijo caloroso. Logo Rick e eu estávamos deitados em sua cama. Minhas pernas estavam uma de cada lado do seu quadril e suas mãos seguravam minhas coxas com força ao mesmo tempo em que eu beijava sua barriga, peito e pescoço. Trocamos de posição e ele colocou seus braços um de cada lado do meu corpo, fazendo com que seu peso não caísse todo sobre mim. Sua respiração entrecortada bateu na minha boca e eu juntei nossos lábios para iniciar mais um beijo, que logo foi interrompido. Henrique saiu de cima de mim e eu fiquei olhando-o enquanto ele corria até o closet e vestia uma camiseta qualquer.

    - O que foi? ? Perguntei, sentando-me na cama.

    - Tem alguém subindo as escadas ? Ele fez um gesto com a cabeça na direção da porta e eu fiquei olhando pra ele sem saber o que fazer ? Sai da cama e senta nesse sofá. ? Rick disse, apontando um sofá no canto do quarto e caminhei até ele me sentando em seguida. Na mesma hora em que me sentei, a porta foi aberta e minha mãe entrou no quarto com uma expressão extremamente estranha. Olhou de mim pra Rick, de Rick pra mim, franziu o cenho e torceu o nariz.

    - Estamos esperando vocês pra jantar faz dez minutos. Vamos? ? Concordamos ? E arrume esse cabelo, Katrielly. ? Segurei um riso e prendi meu cabelo em um coque frouxo. Seguimos minha mãe até a sala de jantar e cada um ocupou seu devido lugar na mesa.

    19 de maio de 2011. Londres, Howie Street. Royal College of Art 9:13 am.

    - Bom dia! ? Rosie, minha professora de história da arte, disse, enquanto entrava na sala de aula, atrasada, como sempre ? A diretora gostaria de falar com vocês antes da aula começar. ? A Sra. Griffiths entrou na classe e parou há alguns metros da minha carteira.

    - Bom dia, turma, tenho uma notícia extremamente agradável. ? Todos se endireitaram em suas cadeiras, esperando para ouvir o que ela tinha pra falar ? A maioria de vocês já deve saber que a semana de moda em Paris está prestes a começar. ? Alguns soltaram sons de surpresa, ao mesmo tempo em que eu sorri, satisfeita por estar totalmente por dentro do assunto ? Então, vim avisar que todos os alunos irão passar a semana de moda em Paris, em Paris. Ela começa dia primeiro de julho e se estende até o dia cinco. E antes que vocês se animem demais, vocês só vão para fazer um trabalho valendo nota em todas as matérias ? A sala foi tomada por burburinhos e Cristiane se virou na minha direção, com cara de indignada.

    - Não acredito nisso, íamos pra Paris sem precisar fazer trabalho algum e agora esse curso me vem com essa história maluca! ? Soltei um riso.

    - Cris, qualquer nota é bem vinda quando o assunto do trabalho envolve Paris e moda. ? Ela bufou. Pelo jeito não iria aceitar essa história de trabalho tão cedo.

    - Mas eu não quero fazer trabalho nenhum. ? Cristiane disse, em um tom de voz um pouco mais alto, e eu coloquei o indicador na frente dos meus lábios na tentativa de fazer ela calar a boca.

    - Silêncio, por favor. ? a Sra. Griffiths falou um pouco mais alto que o normal, na tentativa de acalmar os alunos ? Quem não fizer o trabalho não será prejudicado, ou seja, não perderá nota alguma. Por outro lado, essa pode ser uma boa oportunidade a todos que precisam recuperar nota. Era só isso, boas férias e boa sorte com o trabalho! ? Ela saiu da sala e a professora Rosie já começou a falar em seguida.

    - Se tiverem alguma dúvida, eu estarei à disposição. ? Alguns alunos tiraram suas dúvidas e a professora decidiu deixar seus últimos dez minutos de aula para que conversássemos um pouco.

    19 de maio de 2011. Londres, Chelsea. Residência dos Martins, 8:45 pm

    Depois da aula, fui com Cristiane até sua casa para almoçarmos juntas. Ficamos tagarelando como sempre e fazendo mais planos para nossas férias. Nem preciso dizer o quanto estávamos ansiosas por essa viagem, não é mesmo? Não notei a hora passar e quando me dei conta de que o jantar em casa deveria estar sendo servido, peguei as chaves do meu carro e dirigi o mais rápido que pude.

    - Achei que não fosse chegar nunca. ? Minha mãe disse, assim que pisei na sala de jantar.

    - Fui pra casa da Cristiane acertar algumas coisas da viagem e acabei ficando por lá, perdi a noção do tempo. ? Disse, colocando a bolsa em um canto qualquer, enquanto me sentava à mesa e sentiaRick me encarar. Por que ele sempre tinha que fazer isso?

    - Ok, ok... Agora sirva-se e coma, antes que a comida esfrie de vez. ? Minha mãe falou e, após alguns minutos de silêncio, eu me lembrei de avisar sobre a pequena mudança na data da viagem.

    - Hoje a Sra. Griffiths avisou à turma que passaremos a semana de moda em Paris em Paris! ? Ri comigo mesma, por estar usando exatamente as mesmas palavras que minha diretora, mas logo continuei ? Então, eu e a Cris decidimos que vamos adiantar um pouco a viagem. No dia primeiro já estamos indo para Paris e depois que a semana de moda passar, é provável que iremos pra Espanha. De lá só Deus sabe pra onde vamos... Mas eu vou sempre ligar, ou então mandar e-mails, para que vocês saibam meu paradeiro. ? Terminei de falar e voltei minha atenção a minha comida.

    - Se eu fosse vocês já compraria minhas passagens amanhã mesmo. Já sabe de quanto dinheiro vai precisar? ? Ben se pronunciou e eu até estranhei. Raramente ele falava durante o jantar. Sentava-se calado e assim saía da mesa.

    - Ainda não fiz uma média, vou pesquisar alguns preços ainda hoje e amanhã lhe digo. ? Respondi e ele assentiu, voltando a comer.

    Dei boa noite a todos assim que terminei meu jantar e fui para o meu quarto. Precisava tomar um banho e pesquisar sobre os preços das passagens, para enfim dormir. O cansaço era mais do que evidente em meu ser. Assim que terminei de fazer o que precisava ser feito, joguei-me na cama, extremamente exausta. Meus pensamentos voaram pra noite de sábado mais uma vez e eu me soquei mentalmente por estar pensando em quem menos devia, quando realmente precisava dormir. Três dias haviam se passado e eu ainda ficava pensando na forma como Carlos saiu da pista de dança... Não conseguia entender o que havia acontecido, parecia estar tudo bem até ele me deixar com cara de tacho e sair, praticamente correndo. Parecia que ele não se sentia bem na minha presença, ou, pelo menos, fingia não se sentir. Alguns minutos me revirando na cama e uma das inúmeras coisas que tentava eliminar de minha memória invadiu minha mente com uma força incrível.

    Flashback On[/center]

    Duas semanas tinham se passado desde a festa de Kate. Carlito, Rick, sua namorada e eu saíamos juntos quase sempre. Villa tinha tentado ficar comigo várias vezes durante esse tempo e eu sempre negava, tentando não passar a impressão de ser fácil demais.

    04 de março de 2006. Oxon, Oxfordshir. Poundon House, 10:21 pm.

    A cerimônia de casamento do Ben e minha mãe tinha terminado há poucos minutos e agora vinha a melhor parte: A festa. Carlito não havia aparecido até então, mesmo tendo sido convidado por Rick, que tinha sumido com Kate e provavelmente estava transando com ela neste exato momento. Convidei Cristiane para vir me fazer companhia e, como ela é uma ótima amiga, aceitou. Estávamos sentadas em uma das mesas espalhadas pelo Poundon House, ao mesmo tempo em que conversávamos.

    - O Carlito não vem? ? Bufei, tentando demonstrar toda a minha frustação.

    - Não sei, Cris. Se ele viesse, provavelmente já estaria aqui, então acho que não. ? Ela sorriu de canto.

    - Algo me diz que ele vem. ? Franzi o cenho e ela soltou uma risada fraca.

    - Você, por acaso, sabe de alguma coisa, dona Cristiane? ? Levantei uma sobrancelha em sinal de desconfiança e ela fez sua maior cara de indignada.

    - Claro que não, Lil. ? Cris se levantou da cadeira e eu olhei-a, esperando uma explicação ? O que foi? Vou pegar alguma coisa pra beber. ? E no instante seguinte ela me deu as costas e já não estava mais ao alcance dos meus olhos. Retiro o que disse sobre ela ser uma ótima amiga. Sendo assim, só me restava permanecer sentada, olhando pros lados, tentando encontrar alguém conhecido. Logo, dois olhos verdes chamaram a minha atenção e Villa sorriu abertamente, ao mesmo tempo em que caminhava até mim.

    - Oi. ? Sorri, assim que senti seu perfume levemente amadeirado preencher o ar ao meu redor.

    - Oi, Carlito! ? Continuei sorrindo, enquanto ele beijava minha bochecha.

    - Cadê o Rick e a Kate? ? Dei de ombros ? Nem a Cristiane está te fazendo companhia? ? Ele deu uma pequena olhada pelo local, não encontrando quem procurava, e então se sentou na cadeira a minha frente, antes ocupada pela minha melhor amiga ? Ótimo, sobra mais Katrielly pra mim. ? Rimos juntos e um garçom passou oferecendo whisky, o que logo foi aceito por Villa, que pegou um copo da bebida.

    - Eu não vou tomar conta de bêbados. ? Soltei uma breve risada e ele torceu o nariz, após dar um gole no conteúdo marrom.

    - Não ficarei bêbado, Lil. ? Ele se aproximou um pouco, colocando uma mecha do meu cabelo solto atrás da minha orelha e pousando sua mão sobre minha bochecha direita, fazendo um leve carinho com seu polegar ? Não se preocupe quanto a isso. ? Ele piscou e eu assenti, sentindo seu olhar cair até minha boca. Resolvi quebrar o silêncio, antes que ele me beijasse na frente de todo mundo.

    - Achei que você não viesse... ? Depois de alguns segundos ainda encarando meus lábios, ele respirou fundo e voltou seu olhar até meus olhos, afastando-se de mim e retirando sua mão do meu rosto.

    - Pensei que esse lugar fosse mais perto de Londres e saí de casa às nove horas. ? Sua voz estava levemente mais rouca do que de costume, deixando meus cabelos da nuca levemente arrepiados. Ele deu mais um gole no whisky e então se levantou ? Vamos dar uma volta? ? Concordei e o acompanhei até alguns banquinhos que ficavam mais escondidos por causa de umas árvores. Villa sentou-se com uma perna de cada lado do banco e eu sentei-me de frente pra ele ? À propósito, você tá linda! ? Ele disse, enquanto eu terminava de me sentar.

    - Obrigada, posso dizer o mesmo sobre você. ? Devolvi o elogio e peguei o copo de whisky em sua mão, dando um gole no conteúdo do mesmo.

    - Lil, eu quero muito te perguntar uma coisa, e sinto que se não fizer isso agora, não vou ter outra oportunidade. ? Carlito segurou minha mão esquerda e eu meneei a cabeça em um sinal para ele prosseguir ? Por que você sempre foge de mim quando tento ficar com você? ? Engoli em seco ? O problema é comigo? Sério, se você realmente não quiser, é só falar que eu paro de te encher.

    Suspirei pesadamente, fechei os olhos e tentei organizar as ideias em minha cabeça. Definitivamente, por essa eu não esperava.

    - É complicado... ? Falei, sem conseguir encará-lo. Que pergunta mais desconcertante.

    - Tenho todo o tempo do mundo para que você explique. ? Suspirei mais uma vez. Antes que começasse a falar, senti-o acariciar minha mão com seu polegar, da mesma maneira que fizera com meu rosto anteriormente.

    - Não fiquei com você até hoje porque tenho medo. Sou nova na cidade, moro aqui há pouco mais de um mês e não quero ter fama de fácil... Eu te conheço pouco, Villa, mas pelo que eu ouço no colégio, você é bem galinha. ? Ele abriu a boca pra tentar falar algo, mas logo o interrompi ? Me deixa terminar, tá? ? Ele assentiu ? Não quero passar pelos corredores do colégio e ficar ouvindo as pessoas comentarem que sou só mais uma em sua lista. Comigo as coisas não são assim. ? Terminei de falar e dei mais um gole na bebida, tentando disfarçar o pequeno nervosismo que havia se instalado em mim.

    - Então, o problema não sou eu? ? Ele riu, nervoso, e até mesmo aliviado, coçando a nuca com a mão livre ? Lil, não sei por que você ainda não entendeu isso. ? Levantei as sobrancelhas em sinal de desentendimento ? Você não é só mais uma. Se você fosse, eu já teria desistido de ficar com você desde a primeira vez em que levei um fora. Eu sei sobre minha fama no colégio, não vou negar que fiz por merecer, todas as minhas ações me levaram até esse titulo. ? Ele segurou meu rosto com as duas mãos para que eu olhasse em seus olhos ? Você só tem que entender que a única pessoa que eu quero é você! ? Sorri e ele me acompanhou. Carlito aproximou seu rosto do meu e eu não protestei. Selou nossos lábios em um selinho e em seguida fez o contorno da minha boca com a língua, pedindo passagem; eu a concedi. Uma de suas mãos me puxou pela cintura pra mais perto e a outra tirou o copo de whisky da minha mão. Envolvi seu pescoço com os meus braços e brinquei um pouco com seus cabelos da nuca enquanto ele apertava minha cintura de leve. Depois de um tempo, Carlos finalizou o beijo com vários selinhos e afastou seu rosto do meu, lançando-me um sorriso logo em seguida. Teria sido um beijo comum se as famosas borboletas não tivessem atingido meu estômago e, por mais que isso soasse ridículo, era a verdade. O problema é que eu não queria sentir isso, não pelo Villa... Não por ele.

    Flashback Off[/center]

    Tentei afastar essas memórias ridículas que insistiam em martelar minha mente e, enfim, consegui dormir. Era só essa que me faltava: ter um ataque nostálgico sobre uma infeliz parte da minha adolescência, justo nessa altura do campeonato.

    Carlos?s P.O.V.[/center]

    19 de maio de 2011. Londres, Kensington. Apartamento do Villa, 7:32 am.

    Tomar café da manhã sozinho nunca foi algo que me agradasse. Porém, essa era uma das milhares de consequências de se morar só. E eu já estava acostumado a me acostumar com coisas que detestava. Frase confusa, diga-se de passagem.

    Enchi uma xícara com café, coloquei duas fatias de pão na torradeira e enquanto bebia o conteúdo da caneca, fui juntando os materiais da minha faculdade. Depois de conseguir achar tudo o que precisava no meio da bagunça do meu apartamento, enchi a xícara com mais café, peguei as torradas e sentei-me em um dos bancos que ficavam em frente ao balcão da cozinha.

    Flashbacks de sábado à noite me atingiram e o que aconteceu naquele pub fez meu ponto de vista mudar totalmente. Tinha ido àquela inauguração a fim de afastar todas as lembranças que me assolavam e a única coisa que consegui fazer, foi trazê-las ainda mais à tona. Não tinha mais como esquecer... E, de alguma maneira, essas memórias não me faziam mal. Muito pelo contrário, faziam-me sentir vivo. Definitivamente, eu precisava saber se com Katrielly também era assim. Pelo menos, agora eu tinha certeza de que ela se lembrava de tudo tanto quanto eu, e aquela sensação de voltar ao colegial trazia-me a necessidade de tê-la, de tocá-la, de senti-la... Se ela foi capaz de acordar tudo o que estava adormecido, somente para que eu não usasse aquelas gravações estúpidas, eu faria questão de jogar o seu joguinho e eu jogaria usando todas as cartas que tinha. Com o maior prazer.

    Bufei, puto comigo mesmo, por estar me lembrando dela logo pela manhã. Eu devia estar fora de mim. Larguei meu café da manhã intocado em cima do balcão e saí de casa.

    19 de maio de 2011. Londres, Westminster. King's College London, 8:32 am.

    Depois de uma hora de trânsito, cheguei na King's College. Passei por todos sem falar nada e fui direito para a aula de inglês. Não tinha tempo e nem paciência pra ficar falando com tanta gente pé no saco. O fato é que quando você é filho de um dos maiores promotores de justiça do país, as pessoas só se interessam pelo seu dinheiro e status. Eu não me importava com nenhum dos dois, só não queria ser feito de trouxa. Dereck, a única pessoa com quem eu conversava na faculdade, sentou-se em uma carteira atrás da minha.

    - A Adeline tá puta da vida contigo. ? Ele falou, rindo fraco, e mal pude acreditar que essa garota ainda se lembrava da minha existência.

    - Não, ela não tá puta comigo, ela sempre foi. E não dou a mínima sobre o que ela pensa sobre mim. ? Dereck deu dois tapinhas no meu ombro ao mesmo tempo em que ria.

    - É assim que se fala! ? Virei os olhos e voltei meu olhar para um ponto fixo na frente da classe. Julie, namorada de Dereck, passou que nem um furacão por mim e sentou-se do lado dele. Se eles não namorassem, eu iria amar transar com ela, mas uma coisa que eu não fazia desde o colegial era dormir com namorada de amigo meu. Ryan Harvey, meu professor de inglês, entrou na sala esbanjando sua educação sem limites e todos se endireitaram em suas carteiras, mas a única coisa que fiz foi permanecer quase deitado, enquanto mexia no meu celular. Harvey passou seu olhar por todos os alunos e parou em mim, franzindo o cenho e bufando com a minha atitude. Como se eu ligasse.

    19 de maio de 2011. Londres, Westminster. King's College London, 3:03 pm.

    Saí da sala de aula o mais rápido possível, não conseguiria ouvir mais uma frase que fosse sobre filosofia. Assim que passei pela porta, ouvi uma voz conhecida e extremamente aguda me chamar. Respirei fundo enquanto revirava os olhos. Só podia ser brincadeira.

    - O que foi, Adeline? ? Virei-me em sua direção, com mais raiva do que jamais imaginei sentir. Essa garota é a reencarnação do diabo de peruca loura.

    - Você me deve um pedido de desculpas. ? Ela disse e colocou as duas mãos no quadril, parando a, no máximo, 15 centímetros de mim. Eu não mereço isso.

    - A única coisa que eu te devo é um pé na bunda. Oh não, espere aí ? Forcei uma falsa expressão pensativa - Acho que já fiz isso. ? Ri, sarcástico, e reparei que sua reação não era das melhores. Ela piscou algumas vezes, parecendo estar completamente abalada, e então sua mão atingiu o lado esquerdo do meu rosto. Fechei os olhos e mordi o lábio inferior, tentando transferir todo o meu ódio para aquela região. Minha bochecha latejava de dor e eu tinha certeza de que a marca de seus cinco dedos estava impressa em meu rosto.

    - Você é um merda, Villa. ? Ela disse com rispidez. Abri meus olhos assim que sua voz atingiu meus ouvidos e a encarei.

    - Você pensou o quê? ? Ri, mais sarcástico que antes ? Que eu fosse ter algo sério com você, sua vadia? O que eu queria de você, eu já consegui, agora é bom que você não apareça mais na minha frente. - Dei as costas, farto de discutir, e saí andando ao mesmo tempo em que empurrava algumas pessoas que estavam nos observando.

    - Carlito! ? Fingi não ouvir e continuei caminhando ? Carlito! ? Dessa vez chamaram um pouco mais alto ? Villa! ? Dereck berrou no meu ouvido e segurou meu braço com força.

    - O que você quer, porra? ? Berrei, mais alto ainda.

    - Ficou louco? Onde é que você pensa que vai nesse estado? ? Bufei nervoso e puxei meu braço que antes ele segurava.

    - Vou embora, preciso chegar ao trabalho em menos de uma hora. ? Disse, enquanto voltava a caminhar na direção do estacionamento, com ele no meu encalço.

    - Vou contigo. Paramos para almoçar em algum lugar. ? Depois de praticamente correr para fora da faculdade, encontrei meu Audi no meio daquela centena de carros e, então, desativei o alarme.

    - Vamos, então. ? Sentei no banco de couro e Dereck fez o mesmo. Coloquei a chave na ignição e dei partida, saindo o mais rápido que pude de lá.

    19 de maio de 2011. Londres, Old Burlington Street. Davenport Lyons, 9:51 pm.

    Rolei os olhos enquanto massageava as têmporas, numa inútil tentativa de fazer com que a minha maldita dor de cabeça passasse. Sem sucesso algum, resolvi sair daquela sala para espairecer, nem que fosse por dois minutos. Caminhei devagar até a máquina de café e fiquei observando o líquido marrom escuro encher a xícara aos poucos. Dei um gole na bebida e o gosto amargo do café sem açúcar me fez torcer o nariz. Decidi voltar até meu escritório e Sophie, uma das milhares de secretárias gostosas que trabalhavam naquele lugar, me chamou. Andei até sua mesa e parei à sua frente, esperando-a falar alguma coisa.

    - Como foi seu dia? ? Ela se levantou e virou de costas, caminhando até um armário que tinha atrás da mesa dela. Não pude deixar de reparar em sua bunda extremamente chamativa.

    - Cansativo. ? Soltei o ar pelo nariz. Sophie virou-se de frente pra mim e eu logo desviei meu olhar de sua bunda para seu rosto.

    - O Sr. Martins pediu pra que você terminasse de ler esse caso antes de ir embora. ? Ela disse, enquanto me entregava uma pasta azul cheia de papéis. Bufei.

    - Tudo bem ? Disse, entredentes, enquanto dava as costas para ela e caminhava com passos lentos até a minha sala. Sentei-me na cadeira rotatória e coloquei a xícara de café e a pasta sobre a mesa, sem ânimo algum.

    Mais ou menos meia hora se passou e juntei alguns papéis e pastas, colocando tudo dentro de minha maleta. Teria tempo de sobra pra terminar isso mais tarde. Deixei tudo devidamente organizado e saí do meu escritório, passando por Sophie e acenando com a cabeça antes de entrar no elevador e, enfim, ir embora.

    19 de maio de 2011. Londres, Kensington. Apartamento do Villa, 11:26 pm.

    Cheguei em casa exausto. Nunca pensei que trabalhar num escritório de advocacia pudesse deixar alguém tão cansado. Abri a porta do meu apartamento e nem me importei em trancá-la. Deixei minha maleta no balcão da cozinha e segui até meu quarto, afrouxando o nó da gravata, mal me contendo para enfim tirar aquele terno estúpido que tanto me incomodava.

    Entretanto, meus planos foram interrompidos assim que entrei em meu quarto e me deparei com Katrielly apenas de camisola vermelha e com o sorriso mais malicioso que eu já vi em toda minha vida estampado nos lábios.

    - Eu pensei que você não fosse chegar nunca. ? Ela alargou ainda mais seu sorriso, levantando-se da cama e caminhando até mim, mais sensual do que jamais esteve.

    - Tive que ficar até mais tarde no escritório, estava uma correria e eu... ? Fui interrompido por ela antes mesmo de terminar minha frase.

    - Shh! ? Katrielly colocou o dedo indicador sobre meus lábios e começou a desabotoar minha camisa social, retirando a gravata de minha mão logo em seguida e jogando as duas peças de roupa longe. ? Essa noite você será só meu. Nada de trabalho, problemas, ou qualquer coisa do tipo... ? Ela seguiu com sua tarefa de me despir e, então, começou a abrir meu cinto e o zíper da minha calça. ? E eu não vou aceitar qualquer desculpa pra que você não faça o que eu quero.

    - Ok, rainha. ? Levantei os braços em sinal de redenção - Você manda. ? Brinquei e rimos juntos, até que Katrielly colou nossos lábios em um selinho rápido e eu dei passagem à sua língua. Ela entrelaçou meu quadril com as pernas e eu a segurei pela bunda, carregando-a até a cama e me deitando por cima dela. Ficamos nos beijando por longos minutos, até perdermos qualquer vestígio de ar e eu decidir tirar sua camisola. Para minha sorte, ela não usava calcinha alguma. Desfiz-me das peças de roupa que ainda me restavam e comecei a distribuir beijos pelo seu pescoço e ombros, chegando aos seus seios, onde contornei seu mamilo esquerdo com a língua e acariciei seu seio direito com a mão livre. Já podia ouvi-la gemendo, enquanto começava a puxar meu cabelo com uma mão e a arranhar minhas costas com a outra.

    Passei a dar atenção à sua barriga, beijando o local brevemente, ao mesmo tempo em que apertava sua cintura. Levei uma de minhas mãos até seu clitóris e passei a pressioná-lo com movimentos circulares, fazendo-a soltar um gemido abafado e puxar meu cabelo com mais força ainda, contorcendo-se ao meu toque. Em poucos minutos, penetrei-a com dois dedos de uma vez só, e após uma pequena sessão de ?tortura?, Katrielly segurou os lençóis da cama com força, contraindo-se ao redor dos meu dedos e me fazendo presumir que ela havia atingido seu primeiro orgasmo. Voltei a beijá-la como antes e ela logo envolveu meu quadril com as pernas, pressionando sua intimidade contra o meu membro ereto e acariciando-o de leve. Não aguentando mais de tanta vontade de estar dentro dela, penetrei-a com força. Comecei com movimentos rápidos e os desacelerava aos poucos, voltando a pôr força e velocidade quando Katrielly resmungava em tom de desaprovação. Suas unhas se cravaram em minhas costas e eu tombei a cabeça pra trás, segurando-me para não chegar lá antes dela. E preciso confessar que sua expressão de prazer me excitava ainda mais. Continuei a investir, dando fortes estocadas enquanto apertava sua cintura com uma força descomunal, e quando ela chegou ao clímax pela segunda vez eu me rendi e atingi meu orgasmo. Senti cada músculo do meu corpo relaxar e saí de dentro dela assim que nossas respirações voltaram ao normal, acolhendo-a para um abraço gostoso e deitando ao seu lado na cama. Como era bom tê-la só pra mim.

    20 de maio de 2011. Londres, Kensington. Apartamento do Villa, 2:53 am.

    Acordei suado, assustado, deitado no sofá e... Excitado. Então havia sido um sonho. Apenas um sonho. Por que mesmo eu havia sonhado com ela? De fato, os meus problemas eram ainda maiores do que imaginava. E quando falo de problemas, não falo de falta de sexo. Falo de algo bem mais tenebroso... Falta de Katrielly. Cheguei tão cansado do trabalho, que a única coisa que fiz foi deitar no sofá. Após alguns segundos esfregando os olhos, pude reparar que ainda usava a mesma roupa e que a TV estava ligada, enquanto o relógio digital pendurado em minha parede marcava exatamente 02:53 da madrugada.

    Levantei, contra minha vontade, sentindo a extrema necessidade de tirar minha calça, e assim o fiz. O volume dentro dela estava me incomodando e, com o atrito causado pela peça de roupa comecei a sentir dor naquela região. Segui até o banheiro na intenção de tomar um banho quente e enfim deitar em minha cama, mas assim que tirei minha boxer preta, notei que algo mais precisaria ser feito.

    Depois de tirar a boxer, entrei no box e liguei o chuveiro. A água morna atingiu em cheio minhas costas e suspirei quando senti os músculos daquela região relaxarem. Encostei as duas mãos na parede e joguei a cabeça para frente ao mesmo tempo em que a água escorria pela minha cabeça e fazia com que vários fios de cabelo grudassem no meu rosto. Meus olhos se fecharam automaticamente e trechos do sonho tomaram conta da minha mente. O jeito que ela se movia enquanto eu a tocava, seu peito subindo e descendo de acordo com sua respiração descompassada, os gemidos de prazer que escapavam por sua boca entreaberta... Tudo tão real, ao meu ponto de vista. Senti meu membro pulsar ainda mais e então o envolvi com uma das mãos, começando a movimentá-la em seguida. Sem paciência alguma, acelerei meus movimentos, fazendo com que gemidos roucos escapassem pelos meus lábios ao mesmo tempo em que meus olhos se fechavam com mais força e eu jogava a cabeça para trás, sentindo o prazer aumentar. Tudo o que eu conseguia fazer era soltar gemidos cada vez mais altos. Meu corpo já estava demasiadamente quente e gotas de suor começaram a escorrer e a se misturarem com a água e, enfim, com um último suspiro de prazer, pude sentir todos os meus músculos se relaxaram de vez, enquanto atingia o ápice.


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