15 de maio de 2011. Londres, Chelsea. Residência dos Martins, 6 pm.
A semana se passou tranquilamente, tanto no curso quanto em casa, sem surpresas ou novidades. Não tão tranquilamente, na verdade, já que eu não conseguia ter tempo para quase nada. Estava me dedicando completamente ao curso e acabava sem espaço pra outras coisas.
- Katrielly, acho melhor você ir até o shopping comprar um vestido, porque vamos fazer uma recepção hoje à noite aqui em casa. ? Minha mãe entrou no meu quarto enquanto eu dobrava algumas roupas.
- E não te constou que você deveria ter avisado um pouquinho antes, mãe? São seis da tarde e provavelmente eu não vou chegar em casa antes das oito. ? Reclamei enquanto terminava de guardar umas blusas no closet.
- Filha, reclame menos e faça mais. A recepção começa às nove horas, dá tempo de você comprar o vestido e o que mais você quiser, voltar para casa e se arrumar. ? Ela ia falando enquanto caminhava quarto afora e me deixava com cara de tacho. Que mania de me deixar falando sozinha, deve ser porque ela sabe que eu vou reclamar.
Catei qualquer roupa no meu closet, prendi meu cabelo em um rabo de cavalo, juntei o meu celular e a chave do carro e sai de casa. Assim que me sentei no banco do motorista, a ficha caiu: Em todas as recepções ou qualquer que fosse a ocasião, a família Villa estava presente. Era sempre assim e isso significava que eu iria ter que aguentar a ilustre presença de Carlos. Bufei e bati a testa de leve na direção.
- O que é isso, Lil? Crise de meia idade? ? Dei um pulo e olhei pros lados, tentando encontrar de onde vinha aquela voz e gargalhadas do além. Rick estava sentado na Harley Davidson dele, usando uma jaqueta de couro preta, calça jeans clara e all star.
- Não sei se você ficou sabendo, mas hoje vai ter uma recepção de não sei o que aqui em casa. ? Virei os olhos e depois fiquei observando enquanto ele descia da moto e caminhava até a janela do lado do motorista. O cheiro de perfume masculino misturado com o de cigarros atingiu minhas narinas e eu não pude deixar de sorrir.
- Adoro recepções. ? Rick disse, sorrindo de canto, e depois completou ? Sempre tem mulheres desesperadas procurando sexo selvagem. ? Gargalhei, sarcástica.
- Idiota, como sempre. ? Ele deu de ombros e parou por alguns segundos enquanto olhava pra lugar nenhum. Respirou fundo e voltou seu olhar pra mim.
- Quero é saber sobre a minha recompensa. ? Tinha me esquecido completamente.
- Ela será quando você quiser, Mr. Martins. ? Pisquei.
- E se eu quiser agora? ? Rick abriu a porta do carro e eu levantei as sombrancelhas.
- Somente se você estiver disposto a correr o risco de ser morto pelo seu pai e pela minha mãe. ? Ri, soltando o ar pelo nariz, e ele puxou minhas pernas, fazendo-me ficar sentada de lado no banco e de frente pra ele.
- Não dou a mínima. ? Rick subiu suas mãos até minha cintura e eu joguei a cabeça pra trás enquanto ria. Ele aproveitou a deixa e atacou meu pescoço com mordidas e chupões, uma de suas mãos repousou sobre minha pele por debaixo da blusa e eu me arrepiei.
- Rick, Rick, Rick... Você não perde tempo. ? Depositei minhas mãos sobre seus ombros cobertos pela jaqueta de couro. Ele meneou a cabeça pros lados em sinal negativo e depois colou nossos lábios.Rick contornou minha boca com a sua língua, pedindo passagem, e eu concedi. Nossas línguas se encontraram, começando um beijo calmo enquanto eu massageava a nuca dele com a ponta dos dedos. A mão dele que antes estava por baixo da minha blusa escorregou até minha coxa esquerda e eu ri durante o beijo. Rick, como sempre, não conseguia nem dar um beijo sem que estivesse mergulhado em segundas intenções. Ele separou nossos lábios e me olhou curioso.
- O que foi? ? Não me contive e comecei a rir, ele continuou me olhando enquanto esperava uma resposta.
- Nada não. ? Controlei o riso antes que ele começasse a ficar bem puto - Preciso ir comprar o meu vestido se não eu não chego a tempo da recepção.
- Por mim eu mandaria isso tudo pra casa do caralho e fugiria com você pra qualquer lugar. ? Ele deu de ombros.
- Sua recompensa está por vir, tenha calma... ? Reparei enquanto os cantos dos seus lábios se levantavam em um sorriso.
- Só espero que você não me enrole como está fazendo a semana toda e como está fazendo agora. ? Olhei-o indignada.
- Não te enrolei, Rick. Eu não tive tempo nem de respirar durante a semana e agora eu só preciso ir comprar essa merda de vestido logo. Eu quero tanto quanto você ir nessa recepção. ? Falei e me endireitei no banco do motorista.
- Beleza, a gente se fala depois. ? Bati a porta do carro e sai da garagem para uma Londres totalmente congestionada.
15 de maio de 2011. Londres, Chelsea. Residência dos Martins 9:30 pm.
Olhei-me no espelho do quarto e percebi o quanto estava satisfeita com a minha aparência. Meu cabelo, a maquiagem leve, o vestido, meu sapato e meus acessórios deixavam o look perfeito. Sorri confiante e observei meu reflexo no espelho repetir o movimento. Sai do quarto e uma música calma invadiu meus ouvidos. Algo com violinos, flautas ou sei lá. Caminhei até a escada e parei no primeiro degrau enquanto observava a grande quantidade de pessoas que estava no saguão principal. Algumas conversavam animadamente enquanto bebiam champanhe e outras olhavam entediadas para algum ponto fixo.
Assim que meus pés alcançaram o último degrau da escada, encontrei um par de olhos Azuis me encarando. Rick estava parado ao lado da porta que dividia a cozinha com o saguão e, assim que nossos olhares se cruzaram, ele sorriu. Ele estava lindo. Usava um smoking preto, o cabelo, como sempre, bagunçado propositalmente e segurava uma taça de champanhe. Caminhei lentamente até ele e parei na sua frente.
- Oi, maninho. ? Disse enquanto pegava uma taça da bandeja que o garçom que passou ao meu lado segurava.
- Adorei o seu vestido, mesmo achando que você fica muito melhor sem ele. ? Rick falou enquanto me olhava de cima a baixo e minha risada se tornou algo inevitável. Incrível como ele não perdia uma oportunidade.
- Será que dá pra se comportar ao menos aqui? Já pensou se alguém ouve isso? ? Ele riu e deu de ombros.
- Preparada para encontrar o Villa? ? Bufei e virei os olhos. Tinha até me esquecido desse detalhe. Busquei SCRIPT>document.write(Thomas) com os olhos entre as pessoas que estavam lá e o encontrei conversando com uma loira que mais parecia uma puta, já que seu vestido não cobria nem metade da bunda. Rick seguiu meu olhar e sorriu malicioso. Olhei-o indignada e lhe dei um tapa de leve em seu ombro, ele voltou seu olhar na minha direção enquanto gargalhava.
- Na verdade, não. A única coisa pela qual venho me preparando é a morte dele, algo que provavelmente será executado por mim. - Voltei a olhar na direção do Villa e ele estava me encarando.
- Ele deve te achar gostosa, porque não tira os olhos daqui. ? Rick disse e eu soltei uma risada sarcástica.
- Quer saber? Foda-se. - Coloquei (lê-se: joguei) minha taça de champanhe em cima de uma mesa qualquer e puxei Rick pela mão.
- Onde você pretende ir, Katrielly? ? Continuei puxando ele pela mão até chegarmos no meio do saguão onde alguns casais dançavam ao som de Elephant Gun do Beirut.
- Vamos dançar. ? Dei um sorriso de canto e Rick levantou as sobrancelhas, surpreso. Envolvi seu pescoço com os braços, ele colocou as mãos na minha cintura e começamos a nos movimentar no ritmo da música. Apoiei minha cabeça sobre seu ombro e foi impossível não me deixar levar pelo seu cheiro. Já mencionei como perfumes masculinos mexem comigo? Pois é.
- O Villa tá dançando com a loira gostosa. ? Rick abafou um riso e eu dei uma meia volta ainda dançando com ele. Meus olhos pousaram sobre o casal sensação e eu mordi o lábio inferior, tentando descontar toda a minha raiva ali.
- Por mais que eu tente me controlar, sinto ódio dele só de olhar de longe, imagine só o que iria acontecer se ficássemos no mesmo ambiente e sozinhos por mais de dez segundos. - Anotei mentalmente umas mil formas de torturá-lo até a morte.
- Aposto que você iria acabar com as pernas abertas pra ele. ? Dei um pisão no pé do Rick e ele xingou baixo.
- Cuidado com o que você fala, seu idiota. ? Ele soltou uma gargalhada e seu hálito quente atingiu meu pescoço, causando arrepios por todo o meu corpo. Rick não pôde deixar de notar e deu um beijo de leve no meu ombro direito.
- Merda. ? Eu disse, assim que reparei que Carlos estava vindo na nossa direção. Desapoiei minha cabeça do ombro do Rick e o olhei ? O Villa tá vindo pra cá. Não vá aprontar nada, ok? ? Ele fez cara de santo e meneou a cabeça pra baixo e pra cima, em sinal positivo.
- Ora, ora, ora, se não é o Villa. ? Disse enquanto me desvencilhava de Rick e ficava em frente a Carlos, que tinha a putinha pendurada em seu pescoço. Ela me olhou com cara de azeda e eu torci o nariz.
- Katrielly e Rick, essa é a Adeline. ? Villa disse, apontando a biscate ? Adeline, esses são Rick e Katrielly. ? Martins sorriu exageradamente e eu virei os olhos.
- Prazer. ? Ela disse, com um sotaque estranho, provavelmente francês. Além de ter sotaque, ela tinha cara e nome de francesa.
- Prazer é só na cama, minha querida Adeline. ? Henrique disse quanto piscava e eu o olhei de soslaio. Carlos franziu o cenho e eu segurei uma risada. Cantada de pedreiro é foda. Com certeza ele iria comer ela mais tarde, mas fazer o que? Nada melhor do que ter o prazer de comer a vadia que dá pro Villa e, já que eu não faria isso, deixei esse papel com Rick.
- Martins, será que posso terminar de dançar essa música com a Katrielly? ? Meu queixo caiu uns cinco metros e eu fiquei sem reação. COMO ASSIM ELE QUERIA DANÇAR COMIGO? Martins me olhou, olhou pro Villa e me olhou de novo. Fiz minha melhor cara de piedade, mas não adiantou nada.
- Claro, vou estar ali dançando com a puti... Quer dizer, com a Adeline. ? Eu quase ri, eu disse QUASE! Ele deu de ombros e saiu com a vaca leiteira no encalço dele. Praguejei-o mentalmente. Villa me olhou estranho e depois me puxou pela cintura, juntando nossos corpos. Meus braços subiram até seu pescoço e o enlaçaram. Começamos a dançar a mesma música que eu antes dançava com Rick. Essa era a hora de provocar o Carlos.
- E aí? O que tá rolando? Você não iria se dar ao trabalho de dançar comigo sem motivo aparente. ? Ele franziu o cenho.
- Preciso de algum motivo pra dançar com você? - Tive que prender o riso.
- É claro que precisa. ? Carlos Villa não fazia nada sem ter um objetivo final.
- Você tem razão. ? Ele deu de ombros ? Só queria passar pelo menos cinco minutos da minha noite te irritando. ? Mas é claro, só podia ser isso.
- É lógico que você quer, essa é a única coisa que você faz bem. ? Prendi o riso e depois continuei ? Porque dançar pelo visto não é a sua praia.
- Você não me conhece, minha querida Katrielly. ? Os cantos dos lábios dele subiram, indicando um sorriso malicioso ? Eu posso fazer muitas coisas maravilhosamente bem, coisas que você nem desconfia... A Adeline pode te falar disso melhor do que eu. ? As mãos dele, que estavam na minha cintura, me puxaram pra mais perto. Ops, acho que eu senti alguma coisa ali. Sinal de que ele podia até ser broxa, mas seu brinquedinho tinha um tamanho relativamente grande.
- Sinceramente? ? Olhei em seus olhos extremamente verdes e encontrei meu próprio reflexo. Sorri cínica ? Aposto que você só está blefando.
? Eu não costumo blefar, mas se você acha mesmo que estou fazendo isso... ? Ele aproximou seus lábios do meu ouvido ? Podemos ir pra qualquer canto reservado por cinco minutos e isso será mais do que suficiente pra que eu te prove o contrário. ? Ele terminou dando uma leve mordida no meu lóbulo. Gargalhei alto.
- Tudo isso seria carência, meu caro Villa? Será que a piranha oxigenada não está dando conta do recado? ? Ele arregalou os olhos e só conseguia acompanhar meus movimentos enquanto ouvia o que eu tinha pra dizer ? Aposto que você tem sonhos eróticos comigo todas as noites. ? Passei as unhas em seus ombros e desci as mãos até seu peito, espalmando-as pela região - Aposto que você sonha com meu beijo. ? Mordi o lábio inferior e seus olhos caíram até minha boca ? Aposto como sonha em me ouvir gemendo. ? Cheguei perto do ouvido dele e então sussurrei da maneira mais provocante que conseguia ? Mas o que eu quero mesmo é que você morra.Deixei-o com cara de idiota e sai caminhando o mais rápido que pude até o banheiro do meu quarto. Encostei a porta e parei em frente ao espelho até que uma gargalhada alta preencheu o ambiente. Respirei fundo umas três vezes até conseguir me controlar e um Henrique afoito entrou no banheiro, chutando a porta. Parece que virou rotina ir entrando sem bater antes.
(Coloque essa música aqui pra tocar de fundo)- Mas que porra, quando você vai perder essa mania de entrar sem avisar? ? O rosto dele estava vermelho e ele semicerrou os olhos ? O que foi? - Talvez o problema fosse comigo.
- Eu não sei o que você fez pra estressar o babaca do Villa, mas eu comeria a Adeline em breve e por conta do que você fez ele cortou meu barato e passou que nem um furacão puxando ela pra algum lugar que eu nem fiz questão de saber qual era. ? Rick gesticulava com as mãos enquanto falava. Ele só fazia isso quando estava realmente nervoso. Notei que ele não iria parar de falar, então caminhei calmamente em sua direção, parei à sua frente e segurei seus braços, tentando fazer com que ele se acalmasse. Ele ficou me olhando enquanto eu me aproximava e colava minha boca na dele em um selinho demorado. Afastei-me alguns milímetros, só o suficiente pra que meus lábios roçassem de leve nos dele enquanto eu falava.
- Você fala demais. ? O tom avermelhado da pele dele tinha diminuído relativamente. Os olhos que antes estavam escuros agora estavam demasiadamente claros.
- E você me deixa louco. ? Em um movimento rápido, ele fechou a porta do banheiro, prensando-me contra ela. Levantei as sobrancelhas e dei um sorriso desafiador. O corpo dele estava totalmente colado ao meu e as mãos uma de cada lado da minha cabeça ? Acho que a hora da recompensa chegou. E vou querer uma recompensa dupla, já que por sua causa perdi a chance de comer a loira gostosa. ? Mordi o lábio inferior e Henrique botou um sorriso malicioso no rosto.
Nossos lábios foram colados e, assim que sua língua encontrou a minha, senti calafrios por todo o meu corpo. Depositei minhas mãos na nuca dele e fiquei brincando com seu cabelo enquanto começávamos um beijo feroz. Separei nossas bocas enquanto buscava oxigênio e levei minha cabeça até o pescoço dele, distribuindo beijos e mordidas por ali. As mãos dele escorregaram pelo meu corpo de forma que me deram impulso para que eu envolvesse seu quadril com minhas pernas. Rick caminhou até a pia do banheiro, ainda me segurando, e eu me sentei sobre o mármore frio. Passei a abrir os botões da camisa dele e a cada botão aberto eu depositava um beijo em seu tórax. Quando terminei de desabotoar a camisa, ele mesmo se deu ao trabalho de tirar seu blazer e camisa juntos e logo em seguida procurou minha boca, dando início a outro beijo.
As mãos frias dele foram de encontro às minhas costas quentes, causando arrepios assim que a tocaram. Ele começou a abrir o zíper do meu vestido desesperadamente, fazendo com que ele escorregasse pelo meu busto, deixando meus seios e barriga a mostra. Rick descolou nossos lábios e começou a distribuir mordidas pelo meu pescoço, enquanto levava uma de suas mãos ao meu seio, dando leves apertões pela região. Soltei um gemido baixo e ele passou de mordidas para chupões. Minhas mãos desceram pelo seu tórax, arranhando de leve e chegando ao cós da calça, que eu fiz questão de desabotoar rapidamente. Assim que a abri Rick se desfez da peça de roupa, levando junto os sapatos e as meias. Terminei de tirar meu vestido e uma das minhas mãos foi até seu membro já ereto, ainda coberto pela boxer preta. Passei a massageá-lo de leve, fazendo-o arfar e morder os lábios na tentativa de conter um gemido.
- Onde tem camisinha? - Ele perguntou e eu apontei uma das gavetas do armário enquanto tirava minha calcinha e assistia ele tirar a boxer.
Assim que Rick estava devidamente protegido envolvi seu quadril com as pernas. Ele me segurou pela cintura, invadindo-me em seguida. Soltei um gemido alto e fechei os olhos enquanto cravava as unhas em seus ombros e ele levava a boca a um dos meus seios, massageando-o com a língua. De início, os movimentos eram calmos, mas logo foram ganhando intensidade. Nossos gemidos e suor se misturavam e eu senti as mãos dele apertarem minha cintura enquanto eu era penetrada com estocadas cada vez mais fortes. Chegamos ao clímax juntos e fui abraçada, sentindo a respiração pesada de Rick contra meu pescoço.
Depois de alguns minutos recuperando o fôlego, o silêncio que havia se instalado foi quebrado por uma pergunta.
- O que você aprontou com o Villa? ? Sorri e dei de ombros.
- Te conto depois, precisamos voltar pra aquela merda de recepção. ? Bufando, ele me ajudou a sair de cima da pia. Nos vestimos e combinamos que ele ia sair primeiro porque eu tinha que ficar pra dar um jeito no meu cabelo e maquiagem. Fiquei encarando Rick pelo espelho enquanto ele abria a porta do banheiro.
- Porra. ? Martins disse baixo e eu gelei. Carlos estava parado no meio do meu quarto e tinha uma expressão indecifrável.