Todo meu odio

Tempo estimado de leitura: 2 horas

    16
    Capítulos:

    Capítulo 1

    Capitulo 1

    Álcool, Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo

    Faço parte da família Martins, que é provavelmente a família mais influente em Londres. Minha mãe e eu morávamos com meu pai até quando eu completei seis anos de idade e eles se separaram. Dois anos depois da separação, minha mãe conheceu Ben Martins. Eles namoraram por mais ou menos um ano e depois se casaram. A família no Ben, que, no caso, é a minha família, é da alta sociedade londrina. Rick é filho de Ben e meu meio irmão com benefícios sexuais, ou seja, ele me procura quando quer se divertir e vice-versa.

    Agora eu vivo na elite de Londres e sempre dou de cara com o Villa. Sim, Carlos Villa é a pessoa que eu mais odeio atualmente. Na verdade, esse ódio vem se prolongando desde quando eu era bem mais nova, mas isso é um assunto pra depois.

    Ben tem seu próprio escritório de advocacia. Seu trabalho sempre em primeiro lugar, em segundo o trabalho e ah, não podemos esquecer, em terceiro vem o trabalho.

    Rick faz faculdade de medicina e eu faço curso de moda. Minha mãe fica em casa cuidando pra que o serviço das várias empregadas seja feito corretamente.Essa é a minha vida ou, pelo menos, um pedaço dela.

    11 de maio de 2011. Londres, Chelsea. Residência dos Martins 3:15 am.

    Acordei assustada com o som de um carvalho que insistia em bater na janela do meu quarto. Olhei para o relógio digital da mesinha de cabeceira, que marcava 3:15 da madrugada. Bufei enquanto me levantava da cama e andava preguiçosamente até a porta do quarto, desci as escadas e me arrastei até a cozinha. Enchi um copo de água e sentei no balcão, bebendo vagarosamente.

    Permaneci sentada uns quinze minutos até que a luz da cozinha se acendeu e um Rick de boxer, descabelado e com cara de sono apareceu. Sorri enquanto ele caminhava até a geladeira, pegava a garrafa de leite e enchia um copo. Depois de colocar a garrafa no seu devido lugar, ele se sentou ao meu lado, no balcão.

    - E aí, Lil? ? Rick disse enquanto descaradamente fitava as minhas pernas quase totalmente descobertas por causa da camisola curta demais.

    - Meu rosto não é aí. ? Ralhei e bati na cabeça dele para que ele parasse de olhar para onde não devia. Ele riu e então começou a fitar um ponto qualquer no chão da cozinha - Não conseguiu dormir?

    - Na verdade, eu tive sonhos eróticos com você e acabei acordando na melhor parte. ? Rick tinha um sorriso totalmente malicioso no rosto. Soltei uma risada baixa.

    - Sonhos eróticos comigo? Que agradável! ? Ele continuava fitando o mesmo ponto no chão.

    - Bota agradável nisso, Lil. ? Depois de tanto tempo olhando o chão ele deve ter se cansado e voltou o seu olhar pra mim.

    - Rick, meu querido, sua mente poluída assombra a minha vida. ? Ri, soltando o ar pelo nariz.

    - Eu assombro a sua vida em todos os sentidos, Lil. ? Ele desceu do balcão e caminhou até a pia, deixando o copo de leite intocado lá em cima, depois andou de volta na minha direção, enquanto me olhava maliciosamente. Parou, depositando as suas mãos em cima das minhas coxas.

    - Tentando fazer seus sonhos virarem realidade, meu caro Martins? ? Sorri de canto, larguei o copo vazio ao meu lado e subi minhas mãos até seus ombros descobertos.

    - Talvez. ? Suas mãos escorregaram até o interior das minhas coxas e eu suspirei. Aproximei meu rosto do dele e minha boca ficou a milímetros da de Rick.

    - Então essa é sua chance. ? Nossos lábios se roçaram e Rick mordeu o meu inferior, puxando-o levemente para depois iniciar um beijo fervoroso. Suas mãos saíram das minhas coxas e subiram até minha cintura, apertando-a com força, e eu embrenhei meus dedos pelos cabelos da nuca dele. Minha língua passeava pela sua boca em movimentos rápidos enquanto Rick descia suas mãos até minha bunda e depois coxas. Minhas mãos foram automaticamente até seu abdômen, arranhando de leve o local enquanto ele se arrepiava. Respirar já estava ficando difícil e eu separei nossas bocas para depois escorregar a cabeça até seu pescoço e mordiscar de leve por ali enquanto Rick soltava grunhidos de aprovação extremamente baixos, afinal, não queríamos acordar minha mãe e seu pai e depois ter que ficar os ouvindo falar merda por no mínimo dez horas. Ele me puxou pra mais perto e eu envolvi sua cintura com as minhas pernas. Rick começou a beijar meu pescoço e eu senti o choque da língua quente dele com a minha pele gelada, fazendo com que eu me arrepiasse. Seus beijos foram descendo até meus ombros e ele desceu uma das alças da minha camisola com os dentes. Senti uma dorzinha no local, indicando que aquilo provavelmente seria um hematoma no dia seguinte. Senti a ereção dele e desci uma das minhas mãos até seu membro, massageando-o por cima da boxer. Ele soltou um gemido baixo e eu sorri maliciosa. Consegui ouvir passos que provavelmente desciam a escada e empurrei Rick de leve, fazendo-o me olhar curioso.

    - Tem alguém descendo as escadas. ? Sussurrei e a ficha dele deve ter caído, porque ele soltou um ?porra? extremamente baixo ? Se esconde, Rick. ? Ele ficou me olhando como se dissesse ?Tá me zoando, né?? e eu o empurrei até a porta de vidro que dava acesso à área da piscina.

    - Katrielly, tá chovendo... E como você espera que eu saia daqui depois? ? Rick perguntou, desesperado.

    - Depois você toma um banho. Afinal, você tá precisando de um banho de água gelada pra controlar a sua situação. ? Eu ri e apontei seu membro, que continuava ereto, e ele semicerrou os olhos - Vou deixar a porta destrancada, assim que eu e quem mais estiver aqui subirmos, você entra, tranca a porta e vai pro seu quarto fazer o que você tiver que fazer. ? Ele concordou e saiu para a área da piscina. Dez segundos depois minha mãe apareceu na porta da cozinha e ficou me olhando.

    - O que você estava fazendo aqui a essa hora da madrugada, Katrielly? ? Ela perguntou, desconfiada, e examinou com os olhos todos os lados da cozinha enquanto eu pensava em uma desculpa suficientemente convincente.

    - Acordei assustada por causa da chuva e vim tomar um copo de leite, por quê? ? Ela continuou me olhando estranho, eu caminhei até a pia e peguei o copo de leite que Rick tinha deixado ali em cima.

    - São quatro da manhã, Katrielly, beba esse leite e vá para o seu quarto dormir. ? Concordei e dei um gole no conteúdo do copo enquanto ela caminhava até a geladeira e pegava água. Bebi todo o conteúdo o mais rápido que pude. Afinal, Rick ficaria muito puto se eu ficasse enrolando por muito tempo.

    - Terminei, mãe, vamos subir juntas então? ? Coloquei meu copo dentro da pia e ela colocou o dela também.

    - Vamos, filha. ? Ela apagou a luz da cozinha e nós subimos até os quartos. Dei-lhe um beijo de boa noite assim que chegamos à porta do meu quarto e entrei, fechando a porta em seguida. Não tinha percebido ainda o quanto estava com sono. Joguei-me na cama e nem me dei ao trabalho de me cobrir. Minhas pálpebras ficaram pesadas e eu logo adormeci.

    11 de maio de 2011. Londres, Chelsea. Residência dos Martins 6:00 am.

    Acordei ao som de The Rolling Stones, essa era a única maneira de meu dia começar um pouquinho melhor. Abri os olhos devagar e quase fiquei cega com um fecho de luz que passava pela cortina do meu quarto.

    - Bem legal acordar com uma porra de sol na cara. ? Joguei os cobertores todos para o chão e levantei super bem humorada, diga-se de passagem.

    Arrastei-me até o banheiro do quarto e liguei a ducha enquanto me despia. Entrei no box e fiquei lá por um tempinho, deixando a água cair e comecei a cantar Beatles, quando a porta do banheiro foi aberta (lê-se escancarada) e um Rick sorrindo entrou no banheiro. Fiquei o encarando, incrédula.

    - Mas que porra é essa? ? Tomei o cuidado de não falar muito alto, se ele era doido o suficiente pra ser descoberto, eu não era.

    - Porra nenhuma, só vim falar bom dia. ? Continuei olhando incrédula enquanto ele me olhava de cima a baixo com um sorrisinho malicioso nos lábios. Peguei a minha toalha que estava pendurada no box e me enrolei ? Ah, irmãzinha, por que acabar com a diversão tão rápido? ? Sai do box puta da vida.

    - Diversão é o caralho, Rick, pode ir saindo do meu quarto. ? Disse enquanto o empurrava pra fora do banheiro, mas ele era bem mais forte que eu e empacou no meio do quarto ? Você deve ter probleminhas mentais, não é possível! São seis e meia da manhã, seu pai tá em casa, minha mãe tá em casa e você quer me comer! Vai procurar sua turma, Rick. ? Eu tentava falar o mais baixo possível, mas a cada palavra que eu falava e ele continuava me olhando com o sorrisinho malicioso eu ficava com mais raiva.

    - Querida Lil, quanto estresse, hein? Só vim te dar um bom dia e você me trata desse jeito? Que irmã péssima eu fui arranjar. ? Lancei meu olhar mortífero e ele riu ? To indo, to indo. ? Rick disse enquanto caminhava quarto afora. Andei atrás dele e fechei a porta do quarto, trancando-a em seguida.

    - Não mereço isso. Ele tá abusando da minha boa vontade, isso sim. ? Bufei e voltei a tomar meu banho, só sai de lá meia hora depois. O ódio que eu sentia por Rick passou e eu comecei a lembrar do dia anterior de madrugada, tenho certeza de que passei tempo demais rindo dele. Ele provavelmente deve ter ficado muito puto porque pedi pra ele ficar lá fora na chuva, no frio e excitado. Caminhei até o closet, ainda rindo do pobre Rick e separei uma roupa pra ir para o curso na Royal College of Art. Coloquei uma calça jeans escura, uma bata colorida, uma jaqueta de couro preta, um Louboutin azul, separei meus materiais e celular e coloquei dentro da bolsa azul clara.

    Peguei as chaves da minha BMW X1 branca em cima da mesinha de cabeceira e desci as escadas o mais disfarçadamente possível. Minha mãe iria me chamar pra tomar café, eu diria que não, ela insistiria e eu iria acabar tomando café na Starbucks como planejado. Assim que cheguei ao andar de baixo, minha mãe me chamou e eu bufei.

    - Katrielly, vem tomar seu café. ? Virei os olhos e me arrastei até a sala de jantar, tinha uma mesa enorme lotada de pães, bolos, queijos, café, leite, sucos e todas essas coisas que tem em café da manhã.

    - Não quero, mãe, vou passar em uma Starbucks antes de ir para o curso. ? Minha mãe semicerrou os olhos. Acho que ela não gostava nem um pouquinho quando eu não comia em casa.

    - Não quero saber, hoje você vai se sentar conosco e tomar o café. ? Olhei-a incrédula e virei os olhos.

    - Mãe, to atrasada. ? Rick assistia tudo enquanto bebia seu café. Aposto como ele deveria estar adorando aquilo, mas o que era dele estava guardado pra mais tarde.

    - Ella, deixa a Katrielly ir. ? Ben disse e me lançou um sorriso cúmplice. Já disse o quanto amo Ben? Apesar de ele sempre colocar o trabalho acima de qualquer coisa, eu continuava amando o fato de ele sempre me ajudar quando o assunto era Ella Martins.

    - Vai, Katrielly, mas hoje não quero nem saber, você vai jantar conosco. ? Ia abrir a boca pra protestar, mas logo minha mãe acabou com minhas chances ? E não discute.

    - Tá, mãe, tchau. ? Caminhei até a garagem e desativei o alarme do carro, entrando em seguida. Joguei minha bolsa no banco do passageiro e liguei o rádio, sorri quando meus ouvidos reconheceram Whatever, do Oasis. Dei partida no carro e sai da garagem. Eu sempre dirigia a mais de 130 Km/h. Os que andavam de carro comigo me chamavam de louca, os que me viam andando por Londres me chamavam de louca também... Mas, quem se importa?

    11 de maio de 2011. Londres, Chelsea. Starbucks 8:25 am.

    Empurrei as portas pesadas da Starbucks e meu olhar vagou por entre as mesas procurando alguém interessante ou uma mesa satisfatória. Encontrei uma mesa boa e me sentei. A garçonete logo anotou meu pedido e eu esperei por uns cinco minutos até meu capuccino e meu muffin serem depositados na mesa. Eram 8:30am e a primeira aula começava às 9am, isso significava que eu tinha pelo menos quinze minutos pra comer e quinze pra chegar no Royal College of Art. Acabei de comer meu muffin e tomar meu Capuccino, deixei algumas libras em cima da mesa e sai correndo de lá. Assim que passei pela porta, trombei com alguém e minha bolsa se espatifou no chão deixando todos os meus pertences espalhados pela calçada.

    - Merda. ? Eu disse baixo.

    - Desculpa. ? A pessoa que tinha esbarrado em mim disse.

    - Tudo bem. ? Abaixei pra recolher tudo do chão e assim que me levantei dei de cara com quem? Adivinhem? Carlos Villa. Ficamos nos encarando por quase um minuto e minha ficha finalmente caiu ?Carlos Villa. ? Pronunciei seu nome com desprezo.

    - Katrielly Martins. ? Ele semicerrou os olhos e eu levantei as sobrancelhas. Tenho que comentar, o Villa podia ser a pessoa mais odiável do mundo, mas conseguia ser lindo. Ele estava usando uma calça jeans preta, uma camisa xadrez preta, vermelha e branca e um all star branco. O cabelo Castanho dele se movimentava conforme o vento batia e os olhos verdes reluziam por causa da claridade. Espera, o que eu estava fazendo? Analisando o Villa? E pior, estava gostando do que estava vendo.

    ? Ah, foda-se. ? Sai andando e o deixei com cara de tacho parado na porta da Starbucks.

    Podia ser qualquer pessoa, qualquer uma, até a Rainha da Inglaterra, menos o Villa. Meu ódio por ele já era grande o suficiente pra poder matá-lo e ele ainda consegue a proeza de quase passar por cima de mim.

    Entrei no carro bufando e dirigi o mais rápido que pude até o Royal College of Art.

    11 de maio de 2011. Londres, Howie Street. Royal College of Art 8:55 am.

    Estacionei na primeira vaga que achei e corri o mais rápido que pude até a sala da minha primeira aula. Trombei com algumas pessoas, fui xingada por outras, mas consegui chegar a tempo. Entrei igual a um furacão e me sentei na última carteira da segunda fileira. Assim que joguei minha bolsa em cima da mesa, o sinal tocou, indicando o início da primeira aula.

    - Licença, Sr. Cooper? ? Todos viraram suas cabeças na direção da porta. Cristiane estava parada esperando uma resposta e ele deu um aceno com a cabeça, indicando que sim. Ela entrou na sala correndo e foi se sentar na carteira ao meu lado.

    - Muito atrasada, sim ou claro? ? Perguntei, olhando-a, e ela levantou as sobrancelhas, em sinal de desaprovação. Soltei uma risada baixa.

    - Bom dia. Hoje eu quero que vocês desenhem dois modelos de sapatos. Pode ser scarpin, tênis, chinelo... Tanto faz. Vocês têm até o final da minha aula pra entregarem, ok? ? Todos os alunos começaram a tirar os materiais das suas bolsas enquanto o Sr. Cooper ainda falava ? Podem começar.

    11 de maio de 2011. Londres, Howie Street. Estacionamento do Royal College of Art 1:47 pm.

    Eram quase duas da tarde quando eu e Cristiane saímos do Royal College of Art para enfim almoçarmos. Esqueci de mencionar a Cristiane, né? Ela é minha amiga desde sempre, somos tipo, melhores amigas inseparáveis. Onde eu estiver ela está junto e vice-versa.

    Voltando ao almoço... Eu estava faminta, a única coisa que eu tinha comido era uma barrinha de cereal no intervalo do curso e vamos combinar que uma barrinha de cereal não dá pra muita coisa.

    - Onde é que vamos almoçar? ? Cristiane perguntou enquanto caminhava até seu New Beatle vermelho e eu a acompanhava.

    - Vamos no Tinseltown? ? Ela destravou o carro e se sentou no banco do motorista, sorrindo.

    - Ótima ideia, te espero lá. ? Cris piscou e bateu a porta do carro, rindo como se fosse uma criança de cinco anos que ia apostar corrida.

    - Ah, sim. EU te espero lá, minha querida Valleryos ? Caminhei rapidamente até minha BMW e entrei correndo, dando partida logo em seguida. O velocímetro marcava 150 Km/h e minha atenção estava totalmente presa ao trânsito de Londres, morrer não era a minha maior prioridade no momento.

    11 de maio de 2011. Londres, St. John. Tinseltown 2:34 pm.

    Dirigi até o Tinseltown mais próximo e estacionei. Procurei o carro de Cristiane no meio de todos aqueles carros estacionados e não o encontrei. É claro que não encontraria, Cristiane parece uma lesma dirigindo. Ri sozinha enquanto saia do carro e caminhava lentamente até a melhor mesa do local. Joguei minha bolsa no canto do sofá e senti uma vontade enorme de me deitar ali e dormir pra sempre, mas controlei meus pensamentos insanos e me sentei educadamente.

    Spiralling do Keane começou a tocar e eu procurei rapidamente meu celular dentro da bolsa. Depois de uns 30 segundos, finalmente consegui achá-lo. O nome Rick brilhava no visor.

    - Fala, Rick. ? Disse, impaciente.

    - Oi, maninha, acho que quando você chegar em casa vamos precisar ter uma conversinha. ? Eu aposto que tinha um sorriso malicioso nos lábios dele nesse momento.

    - Aham, Rick, e o que eu fiz agora?

    - Você teve a coragem de deixar seu irmão preferido trancado do lado de fora de casa. Além de ficar do lado de fora, tive que aguentar uma puta de uma chuva, um frio desgraçado e uma porra de ereção que ainda tive que aliviar sozinho depois. ? Ele riu sem humor ? Preciso dar mais motivos? ? Eu tive que gargalhar.

    - Realmente, sua situação ontem foi precária. ? Ele bufou do outro lado da linha ? Quem sabe não te dou uma recompensa hoje? ? Cristiane chegou e se sentou no sofá em minha frente, não parou de prestar atenção na minha conversa com o Rick por nenhum segundo.- Uma recompensa? E o que você sugere, minha querida Katrielly?

    - Hm, não sei... O que você acha de descobrir só na hora?

    - Não gosto muito da ideia, mas vou superar.

    - Pois é, meu caro Martins, hoje à noite você não sabe o que te espera. ? Sorri maliciosa enquanto pensava em todas as possibilidades de recompensar Rick e tenho que admitir que todas me agradavam, e muito.

    - Aguardo ansiosamente, irmãzinha.

    - Um beijo, dear brother.

    - Mil beijos, dear sister - Desliguei o celular e Cristiane me encarava em choque.

    - O que foi? Além de perder a corrida, ficar ouvindo minha conversa, quer dar palpite? ? Ela fez uma cara estranha, como se dissesse ?Que calúnia? e eu gargalhei.

    - Não perdi a corrida porque nós não estávamos apostando uma. ? Coitada dessa Cristiane, deve estar se achando muito esperta.

    - Vou deixar você achando isso, Cristiane. Aposto que se eu tivesse chegado depois você estaria me zoando até agora. ? Ela deu de ombros e pegou o cardápio em cima da mesa.

    - Vai pedir o quê? ? Como sempre, ela muda de assunto bem discretamente.

    - Um Chicken Wrap e um suco, e você? - Ela entortou a boca, como se dissesse ?Eca? e eu ri. Sei interpretar todos os gestos dela, é impressionante.

    - Quero um lanche bem grande e com bastante gordura, to afim de ter um infarto hoje. ? Franzi o cenho e depois ri. Essa Cristiane usa drogas, porque não é possível uma pessoa ser tão sem noção quanto ela ? Vou pedir Volcano Beef Burgers e uma coca cola de um litro.

    - Meu deus, Cristiane, tem espaço pra tudo isso dentro de você? ? Perguntei, incrédula.

    - É claro que tem. ? Continuei a encarando incrédula e ela deu de ombros, chamando o garçom em seguida. Ele anotou nossos pedidos e saiu de volta em direção à cozinha ? Agora me conta que história é essa de recompensa pro Rick? ? Ela me olhou estranho.

    - Amiga, você sabe que eu e o Rick somos meio irmãos com benefícios sexuais. Ontem de madrugada eu e o Rick demos uns amassos na cozinha da minha casa, só que quando ia começar a ficar bom, a minha mãe fez o favor de começar a descer as escadas e eu tive que mandar o coitado pra área da piscina. Ele ficou lá fora no frio, debaixo de chuva e excitado. ? Gargalhamos e depois continuei contando ? Aí hoje ele tá todo putinho por causa disso. Eu disse que vou recompensar hoje de noite e aí vai ficar tudo lindo. ? Sorri.

    - Meu Deus, vocês são problemáticos. Imagine se sua mãe vê vocês dois se pegando? Ela tem um troço e cai morta, Katrielly. ? Gargalhei e Cristiane virou os olhos, mas depois acabou rindo junto comigo. Eu sempre ria da Cristiane, deve ser porque a presença dela me deixa retardada demais.

    Ficamos lá jogando conversa fora e fofocando até quase 4pm. A Cris comeu o lanche enorme dela e eu comi meu Chicken Wrap, ainda fiquei lá esperando ela terminar de beber um litro de coca cola. Quase tive que levar ela embora rolando, porque depois de tanta comida, só assim pra conseguir de movimentar. Pagamos a conta, nos despedimos e cada uma foi pra sua casa.


    Somente usuários cadastrados podem comentar! Clique aqui para cadastrar-se agora mesmo!