Patrômordo

  • Finalizada
  • Aanonimaa
  • Capitulos 1
  • Gêneros Drama

Tempo estimado de leitura: 11 minutos

    16
    Capítulos:

    Capítulo 1

    Capítulo único - Patrômordo

    Heterossexualidade, Linguagem Imprópria, Nudez

    Patrômordo

    Capítulo único

    Natsume estava deitada no sofá preto de couro lendo um livro, capa: 'Hai no naka kara tachiagari!' Era um livro realmente muito interessante, contando a história de um homem que perdeu tudo na vida, mas deu a volta por cima e conseguiu o dobro de tudo que tinha.

    Os longos cabelos negros se encontravam espalhados no braço do sofá. Os olhos em um tom de azul profundo e penetrante, cor essa que lembrava o céu sem estrelas, deslizavam de um lado para o outro diante das linhas lidas rapidamente.

    Natsume Fugaku, dona de uma grande empresa de cosméticos cuja sua filial principal era comandada pela talentosa morena, era conhecida nos Estados Unidos como Violletta Hanckis; a mulher era, sem dúvida, dona de uma beleza invejável, causava inveja em várias modelos do país.

    Os olhos desviaram do livro por segundos, ela puxou o ar para os pulmões e espirrou. Não, ela não estava gripada, muito menos fora um mero espirro. A única coisa que lhe fazia espirrar era aquilo.

    Irritada se levantou do sofá deixando o livro aberto sobre o mesmo e andou para fora do grande escritório, parando numa varanda muito bem cuidada banhada pela luz do luar.

    Debaixo daquele grande astro que dominava a noite, encostado no muro de cimento, observando a floresta, estava ele. Por segundos ela sentiu vontade socá-lo e fazê-lo cair lá em baixo, em cima dos espinhos, mas se controlou.

    Aquele homem, seu mordomo, era a única pessoa que se importava verdadeiramente com ela.

    Sorriu melancolicamente enquanto andava calmamente na direção do homem ruivo. Os cabelos vermelhos balançavam de acordo com o vento, inalou aquele cheiro suave de chá e limão que os cabelos dele exalavam. Era tão suave? viciante? tão Sebastian.

    ? Esta fumando essa droga de novo? ? perguntou ? delicadamente ? enquanto se encostava no pequeno muro de cimento ao lado dele, fitou o céu sentindo os olhos atentos aos seus movimentos.

    ? Se fosse droga eu já estaria bem loucão ? comentou divertido, mas seu tom de voz não exalava alegria, muito menos divertimento. Natsume sentiu um arrepio passar por todo seu corpo, encarou sem medo o homem.

    Os olhos azul-piscina dele lhe encantavam, eram tão sinceros, penetrantes? submissos.

    Ela sabia que ele faria o que ela mandasse sem hesitar, afinal, ela era a patroa dele. Deu um passo para frente decidida a mudar a situação, deixou seu corpo se encostar ao dele e calmamente retirou o cigarro dos dedos longos e finos. Segurou-o elegantemente, e lentamente levou à boca sorrindo maldosa em desafio para o cavalheiro à sua frente.

    Um milímetro antes do objeto tocar os lábios carnudos sua mão foi segurada por uma maior e quente. Sebastian era quente em todos os sentidos.

    ? Não fume, Senhora ? implorou sussurrante fazendo o sorriso da mulher aumentar ainda mais. Natsume nunca havia fumado aquilo, mas para fazer Sebastian parar enfrentava tudo que viesse em sua frente.

    ? Por que não? ? perguntou forçando a mão na direção da boca, irritado o homem retirou ? delicadamente ? o cigarro das mãos da mulher e jogou na floresta, longe dos lábios pequenos dela. ? Quer dizer que você pode e eu não posso? ? ela enfiou a mão no bolso da calça dele e retirou do maço apenas o necessário para conseguir o que queria.

    Quando estava para encostar os lábios no cigarro, o objeto foi retirado bruscamente de sua mão e jogado para fora da casa; olhou desafiadoramente para ele, como ele ousava fazer aquilo?

    ? Você não vai fumar ? exclamou ele tentando por um fim ao assunto, mas estava diante de Natsume Fugaku como a mulher era chamada no Japão. Uma jovem dama teimosa, insistente e desafiadora.

    ? Tem razão ? ela sorriu enigmática ?, cigarro faz mal para o pulmão ? aquilo foi um soco no estômago do mordomo que apenas a encarou aflito, infelizmente ela sabia muito bem jogar com as palavras ?, mas sei que sabe muito bem disso, então, por que estava fumando?

    Ele deveria responder? Deveria dizer que se sentira frustrado e descontara no cigarro? Que não suportava a ideia de desejar loucamente sua patroa?

    Não, certamente não poderia deixar que Natsume descobrisse, ela tinha o destino traçado: se casar com um homem rico e manter a imagem de sua família. Não com um britânico nascido na Inglaterra que fugira das responsabilidades da família.

    Responsabilidades essas que eram cuidar da empresa que herdara como filho mais velho. Não, ela não merecia aquilo.

    ? Preciso me agarrar em algo ? deu de ombros debruçando no muro, aflito, enquanto ela estivesse ali não poderia acender seu precioso brinquedo anti-tédio ou ela tentaria se aproveitar também.

    ? Está querendo dizer que pretende viciar em cigarro? ? ele assentiu aborrecido, mas se assustou ao sentir o forte tapa desferido em suas costas, a força daquela mulher era terrivelmente assustadora. ? O cigarro vai acabar com o seu pulmão, imbecil! ? exclamou também se encostando no muro indignada, Sebastian estava começando a ficar louco da cabeça.

    ? Hum? ? bufou revoltado, droga! Odiava dizer que ela estava certa, mas já havia pensado nisso. Fumar não é, nunca foi e nunca seria a solução de seus problemas.

    Tudo que ele mais queria era agarrá-la e sentir o gosto de seus lábios; saber se os lábios dela tinham realmente gosto de morango. Beijar cada centímetro daquele corpo tão desejável, ter absoluta certeza do gosto de chocolate que a pele alva dela emanava, saber se o gosto era realmente aquele. Ouvi-la gemer e implorar que continuasse tocando seu corpo, queria passar suas mãos por todas aquelas curvas, se viciar nela.

    ? O que está te incomodando? ? perguntou a mulher hesitante, não gostava de ver seu amado mordomo daquele jeito, não aceitava vê-lo naquela situação.

    ? Eu preciso viciar-me em algo ? exclamou exasperado. "Me viciar em você!". Completou mentalmente encarando aquelas esferas escuras dela, ela era tão desejável que sentia o sangue correr mais rápido em suas veias.

    ? Por que logo em cigarro? ? estava indignada. "Se vicie em mim!". Não queria aceitar e nem aceitaria que seu mordomo fumasse.

    ? Você não entenderia. ? procurando um meio de encerrar o assunto, virou o rosto e fitou o céu. Não gostava de discutir com Natsume. ? Se me der licença Senhora ? o ruivo fez uma reverência e saiu deixando a Fugaku sozinha, pensando.

    Odiava aquilo, odiava cigarro, odiava seu amado mordomo. Quem mandou se apaixonar por um empregado? Ele seria sempre submisso a ela. Sentou no chão encostando as costas na parede gelada e ficou lá observando o céu.

    Sebastian se jogou no sofá de seu quarto, não era pequeno, mas também não era grande; para ele, o tamanho do cômodo era razoável.

    Por que ela tinha que ser tão teimosa? Por que ela tinha que ser tão desejável? Suspirou jogando a cabeça para trás, seus olhos pesavam, fazia dias que não conseguia dormir.

    Em sua mente, a imagem de sua patroa caminhando pela casa só de calcinha e sutiã lhe atordoava. Por que ela fazia aquilo? Será que esquecia que acima de tudo ele era homem? Atordoado, acabou pegando no sono naquela posição mesmo, e, mais tarde, com certeza seu pescoço reclamaria de dor.

    Acordou suado, estava sentado no sofá, pegara no sono? Pelo jeito sim, mas ainda tinha que terminar a noite indo verificar se Natsume estava dormindo.

    Como tinha quase certeza que ela estava, decidiu tomar um banho primeiro. Se despiu e entrou com o corpo na água quente, era tão relaxante, parecia estar lhe tirando todos os problemas.

    Depois do banho vestiu uma cueca vermelha e a calça do pijama negro. Caminhou descalço mesmo para fora do quarto e rumou para o cômodo principal da casa: o quarto de sua senhora. Deu algumas leves batidas na porta, mas não houve resposta, insistiu mais um pouco, nada. Silenciosamente abriu a porta e analisou a cama: vazia.

    Lembrou-se que ela esteve no escritório lendo, caminhou lentamente até lá e procurou no sofá e na cadeira onde ela costumava sentar para assinar documentos: vazios. Uma brisa forte bagunçou seus cabelos, fitou a porta da varanda aberta, como ela podia ser tão esquecida? Sempre esquecia a porta aberta. Caminhou até lá e viu uma mão pequena estendida no chão.

    ? Natsume? ? sussurrou a pergunta para si mesmo e andou até a mão para encontrar sua adorável e irresponsável patroa.

    O rosto pálido, a respiração pesada, ela parecia estar fungando. Balançou a cabeça negativamente, para logo em seguida envolver a mulher em seus braços, ela parou de fungar e se aconchegou no peito dele parecendo confortável, como se esperasse ser buscada.

    Sorriu e saiu da varanda fechando a porta com o pé, andou para fora do escritório e levou a Fugaku até o quarto onde a colocou delicadamente sobre os lençóis negros, ela murmurou algo e agarrou a mão dele.

    ? Dorme comigo. ? exclamou de olhos fechados, ele sorriu intrigado, estaria ela sonhando com ele? Tirou as mãos dela de cima da sua, mas quando foi virar algo segurou sua calça. ? Por favor! ? ela abriu os olhos lentamente fitando ele sonolenta.

    ? Achei que estivesse dormindo. ? exclamou sentando na beirada da cama. ? Que ideia foi essa de dormir na varanda? ? ela rolou para o lado e escondeu a cabeça na almofada vermelha.

    ? Eu sabia que você iria me trazer para cá ? como ela estava com o rosto escondido no travesseiro, ele não conseguiu ver o rubor que deixou o rosto dela vermelho.

    ? E se eu tivesse dormido? ? ela deu de ombros, se ele não fosse tirá-la de lá, simplesmente passaria frio sentada no chão gelado, encostada na parede igualmente fria.

    ? Eu confio em você ? Sebastian se assustou, ela era maluca, isso sim! Sorriu, afinal, já deveria estar acostumado com o modo como sua patroa confiava cegamente nele.

    Deu de ombros, afinal, que mal teria se ele deitasse e dormisse com ela? Estava com sono e sabia que ela não desistiria tão cedo. Suspirou enquanto se deixava cair sobre a cama macia, colocou os braços atrás da cabeça e fitou o teto, nunca achou que um dia dormiria naquele quarto que várias vezes entrara para acordar sua patroa.

    Natsume sorriu e puxou o cobertor, deitou a cabeça no peito do mordomo e cobriu ambos os corpos, a noite estava gélida, o cobertor quente lhes protegeria de algum resfriado. Sebastian sorriu enquanto tirava uma de suas mãos de trás da cabeça e acariciava as costas de sua amada.

    Sabia que ela adorava quando lhe acariciavam as costas, a Fugaku apenas se aconchegou mais ao mordomo e relaxou.

    ? Me faça seu vicio ? sussurrou, mas ele foi capaz de ouvir. Por alguns segundos seus olhos se arregalaram, ela havia mesmo pedido aquilo? Quando viu as maças coradas do rosto dela não conseguiu segurar um sorriso contente. Rapidamente virou ficando por cima da mulher.

    ? O que disse? ? perguntou sensualmente na orelha coberta por um pequeno brinco azul-escuro, a joia combinava perfeitamente com os olhos dela.

    ? Você ouviu ? virou o rosto corada, ele sorriu e beijou o pescoço exposto, deu leves mordidas sentindo as mãos dela acariciarem suas costas de forma sutil.

    Sorriu enquanto passeava com sua mão pelo corpo tão desejável de sua patroa, ela era tão fascinante, poderia fazer aquilo pelo resto de sua vida que não se cansaria.

    ? Tem certeza? ? beijou o lóbulo da orelha esquerda da Fugaku, sempre desejara fazer aquilo. ? Sou apenas um mordomo ? ela o encarou e rapidamente estava por cima de novo, beijou o peitoral à mostra, os ombros, abdômen, o rosto.

    ? Não seja ridículo. ? sentou graciosamente sobre o abdômen definido enquanto arranhava sensualmente o peitoral dele com as unhas. ? Britânico, herdeiro fugitivo que abandonou o cargo que lhe seria dado, procurado pelo país ? sorriu vitoriosa.

    ? Você pesquisou sobre mim? ? perguntou indignado apertando levemente a cintura fina, quando ela havia feito tal pesquisa?

    ? Acha que eu colocaria qualquer pessoa para trabalhar para mim? ? perguntou maldosa, suspirando quando ele apertou as coxas fartas.

    ? Então sempre soube quem eu era e nunca se interessou em aprofundar mais as pesquisas? ? já estava ficando impaciente, ela deu de ombros.

    ? Conversei com seus pais. ? os olhos dele se arregalaram por segundos. ? Disse que você esta bem e que está comigo, mando sempre que posso notícias suas, mas nunca contei sua localização. ? um sorriso compreendedor se formou nos lábios dela. ? Mas chega de conversa né?

    Ele sorriu e a puxou ficando por cima do corpo farto de sua amada. Natsume era realmente uma mulher incrível, ele se surpreendia cada vez mais.

    ? Achei algo em que me viciar ? sussurrou enquanto cheirava levemente o pescoço alvo, ?, esse cheiro, esse gosto, esse corpo? ? ela sorriu satisfeita, era tudo isso que queria, puxou o ruivo para si e uniu os lábios num beijo apaixonado onde as línguas brigaram por espaço na boca dela. Só o que queria era ser o vício dele, assim como ele era o dela.


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