A Boneca de Porcelana

Tempo estimado de leitura: 6 minutos

    18
    Capítulos:

    Capítulo 1

    O homem de ferro, a dama de aço e a boneca de porcelana

    Álcool, Adultério, Drogas, Hentai, Heterossexualidade, Linguagem Imprópria, Nudez

    Ela entrou em seu closet olhando aqueles belos vestidos. Mais um tedioso evento, mais uma vez seu pai a usara como um simples troféu, a exibindo para sócios e amigos, como se fosse um simples objeto, a filha perfeita, a moça educada, então veio em sua mente à primeira vez a qual participara desses eventos.

    ~Flash Back ON~

    -Papai, estou com medo, não sei como agir ? Dizia a garota que trajava um vestido rosa clarinho, bem acentuado e rodado com vários saiotes que ia até seu tornozelo, sapatilha bege, um sobretudo que acompanhava a silhueta do vestido, também da cor bege, pequenas luvinhas de renda branca, uma bolsa tira-colo também da cor bege com detalhes em prata, pele clara, olhos azuis, cabelos longos e cacheados loiros, parecendo uma cascata indo até a altura da cintura com o pequeno chapéu todo delicado em sua cabecinha, a menina parecia ter seus 10 anos e já estava vestida como uma alta dama da alta sociedade americana.

    -Apenas sorria Brenda, você não precisa mais nada que isso - disse o elegante senhor que trajava um terno de alfaiataria italiana.

    ~Flash Back OFF~

    Ela olhou novamente os vestidos, já estava farta de todos, odiava sua posição social, odiava o peso de seu sobrenome em suas costas e acima de tudo, odiava o balé, mas achou melhor não reclamar, pois tinha apenas 16 anos e tinha de viver sob as ordens do pai.

    Então começou a olhar os vestidos, escolhendo por fim um vestido branco sem mangas, com vários saiotes que batiam um pouco abaixo de seu joelho, saltos envernizados também brancos.

    Os vestiu calmamente e sentou em sua penteadeira olhando para o espelho, não demoraria para sua mãe chegar e enche-la de maquiagem. E como sempre estava certa, ouviu batidas na porta do closet, então ajeitou a postura no espelho, olhos frios, sorriso falso, como uma pitada de si mesma cruzou as pernas, respirou fundo e então disse:

    -Pode entrar ? Alice entrou no closet da filha com um vestido negro de mangas reto de botões a frente, que iam até seu joelho, os altos saltos, meia calça impecável, luvas negras, um cabelo bem curto estilho Chanel, pele clara e os olhos bem delineados e marcados.

    -Ainda não se arrumou Brenda, quando você vai aprender que a sua posição não lhe permite estar desta maneira, arruma essa postura, você não acha que este vestido branco esta muito marcante para sua idade, que seja. ? A elegante mulher olhava para a filha com os olhos de reprovação, então retirou as luvas e começou a soltar os grampos do cabelo da garota, pois após um tempo a mesma havia adquirido o cabelo liso e só assim para ele ficar cacheado, com cachos a altura das costas, sua mãe pegou o laquê arrumando sua franja. ? Vire-se Brenda ? A garota virou de frente para a mãe que passou uma fina camada de pó de arroz pelo rosto dela, depois um lápis preto para destacar os olhos, delineando-os, rimel para dar formato aos perfeitos cílios, batom carmim para combinar com o vestido, ao termino sua mãe colocou novamente as luvas a olhando ? Não esqueça o casado ? Se retirou do closet então ela pegou o primeiro casaco que veio a sua frente, que era da cor branca e seguiu para a sala de estar, onde os pais a esperavam.

    Essa era a vida de Brenda Evan Collins, filha de Paul Collins, dono da mais importante indústria de carros daquela época, um grande exportador, um homem de ferro que exibia a esposa e a filha como troféus, como um dos muitos que ele tinha na estante, conservador, esquerdista, capitalista, contra os extintos rebeldes da juventude dos anos 50, comandando sua casa com mãos de ferro, um homem com muita influencia na política Nova Yorkina, egoísta, alheio a pobreza, ambicioso, acreditava em si mesmo, somente em si.

    Todos seguiram para o elegante Jaguar XK 120, após entrarem e se acomodarem Paul deu o sinal para que o motorista seguisse para o local do evento.

    -Na sua apresentação de domingo, irá seu pai e alguns investidores, espero que você não os decepcione.

    Alice sempre fora séria e formal, até mesmo com a própria filha, casara-se sem amor, por conveniência, para salvar a família da ruína e poder viver com o luxo em que era acostumada, fria, calculista, o tipo de mulher que não age sem pensar, interesseira, seu verdadeiro amor? Pérolas e diamantes tentava passar para a filha os seus ensinamentos, pois nenhuma mulher poderia viver sem o conforto de suas jóias.

    Chegaram ao local, a família desceu do carro então Paul que até agora se manteve sério abriu um sorriso, assim como sua mulher, olharam para a garota, mantinha a cara típica de nada, então sua mãe disse:

    -Sorria Brenda, os negócios de seu pai dependem da sua beleza.

    Entraram no salão, que estava lotado da alta nata da sociedade Nova Yorkina, ao som leve de Jazz e garçons circulando por todas as partes, logo sua mãe se separara deles, dizendo que iria circular pela festa e cumprimentar alguns convidados, Brenda ainda mantinha-se com os braços envoltos ao de seu pai, circulando pela festa, cumprimentando alguns convidados com o falso sorriso em seu rosto.

    Em determinado momento seu pai parou e começou a conversar sobre negócios com um grupo de homens, então ela gentilmente sorriu e pediu licença para se retirar, pois iria encontrar algumas amigas. Brenda se afastou do grupo e começou a circular sem rumo pela festa, ela não tinha amigas, apenas queria fugir de tudo aquilo, a boneca de porcelana sentia vontade de se quebrar, uma vontade de gritar, de mostrar que ela não era só sorrisos e roupas.

    Do outro lado da festa, um grupo de rapazes conversava alegremente, deveriam ter seus 20 a 27 anos em média, todos elegantemente trajados, um pouco altivos devido ao vinho. Discutiam política e todos pareciam direitistas. Apoiadores de uma cultura mais liberal, a favor do socialismo, um entre tantos se destacava em meio aos rapazes, parecia ser o líder, aparência física boa, uma estrutura alta, rosto um pouco bávaro, mostrava-se ter seus 19 anos, mas já falava como um verdadeiro político, seu nome era Edward Parker Brown, bolsista de uma renomada escola de Nova York, estava ali a convite de seu amigo Mike Johnson Taylor, que não quisera ir sozinho, pois dissera que estas festas eram chatas e entediantes. O pai de Mike, Senhor Taylor, era um importante vendedor de vinhos caros e colecionador de carros de luxo, Edward conversava alegremente no circulo da alta sociedade, parecia que tivera nascido no meio deles, quando ao vê-la passar, perderá o foco.

    Cabelos dourados, cacheados, chamaram sua atenção, pegou uma taça de vindo da bandeja de um dos garçons e deu uma desculpa para se afastar do grupo indo atrás daquela que prendera a sua atenção. Quando se aproximara da senhorita, ela se virou rapidamente para isso, fazendo com que os dois se chocassem e a taça de vinho derrama-se sobre o impecável vestido branco. A garota levantou os olhos para ele com uma cara fria e um olhar arrogante.

    -Seu idiota, sem nem um pouco de coordenação, será que você não vê o que esta a sua frente? ? O garoto então mostrou um leve sorriso e concluiu.

    -Perdão senhorita, é que fiquei embriagado com sua beleza.


    Somente usuários cadastrados podem comentar! Clique aqui para cadastrar-se agora mesmo!