Saudade
E eu pensei que você jamais me aceitaria.
Que jamais me amaria, que jamais me retribuiria.
Pensei que nunca mais te veria, e nunca mais te tocaria.
Ou te beijaria, ou sentiria o toque gélido de suas mãos tocando as minhas.
Nunca imaginei que você iria acariciar minhas costas.
E diria que me ama, para que eu pudesse finalmente relaxar.
Porque vivíamos brigando, discutindo por coisas bobas.
E constantemente nos xingávamos, sem nos importarmos em machucar.
E você dizia que era melhor sair, pois não queria prolongar a briga.
E eu dizia que você era covarde, que fugia.
Eu era tola, não entendia.
Você só queria o nosso bem, e eu não reconhecia.
Quando você foi definitivamente, dizia que precisava fazer sua vida.
Que voltaria, mas que não guardaria esperanças de uma continuação.
Eu chorei e chorei, e pensei.
Pensei e entendi que eu era tola demais, você sempre tentou apenas ajudar.
Você fugia porque eu era a tola, tola que fazia tempestade em copo d'água.
Porque você sabia que não havia feito nada do que eu te acusava fazer.
Você foi.
E você voltou.
Você provou que me amava.
E eu descobri que não te merecia.
Porque quando eu perdi meus pais e você recebeu a notícia.
Você voltou para mim, e eu descobri que ficaria.