Mit Dir

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    12
    Capítulos:

    Capítulo 9

    Capítulo VIII Intimidades

    Linguagem Imprópria, Nudez, Violência

    Os personagens de Saint Seiya pertencem ao tio Kurumada e é ele quem enche os bolsinhos. Todos os outros personagens são criações minhas, eu não ganho nenhum centavo com eles, mas morro de ciúmes.

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    MIT DIR

    Chiisana Hana

    Beta-reader: Nina Neviani

    Consultoria para assuntos asgardianos, dramáticos e geográficos: Fiat Noctum

    Consultoria para assuntos hospitalares: JuliEG

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    Capítulo 8 - Intimidades

    Enfermaria do Hospital Municipal de Narvik.

    ? Pronto, Hilda ? Freya diz, aproximando-se da irmã. ? Já demos o jantar de todos, agora vamos jantar também, não é?

    ? Sim, senão daqui a pouco estaremos caindo de fraqueza. ? Hilda diz e se volta para Bado. ? Vem conosco?

    ? Claro, senhora ? ele responde respeitosamente.

    ? E vocês dois, precisam de alguma coisa? ? Hilda pergunta a Thor e Mime.

    ? Não, senhora. ? Thor responde e Mime concorda balançando a cabeça afirmativamente.

    ? Certo. Não vamos demorar.

    ? Comportem-se, meninos! ? Freya diz, sorrindo.

    Hilda, Freya e Bado saem da enfermaria e vão para a lanchonete do hospital.

    ? A comida é boa aqui, e não custa muito caro ? Freya diz. ? Mas você precisa provar a comida do hotel, Bado. É maravilhosa!

    ? Provarei, senhorita.

    ? Por falar no hotel, quando eu voltar para lá reservarei um quarto para você ? a irmã mais velha diz ao guerreiro-deus.

    ? Obrigado, senhora.

    ? Por nada. Vai ser bom ter sua companhia.

    ? Agradeço mais uma vez. Sei que esta não é a ocasião mais adequada, mas eu estou me sentindo bastante feliz por poder acompanhá-las sem ter de me esconder. Minha felicidade só não está completa por causa do estado de Shido.

    ? Nós sentimos o mesmo ? Hilda diz, sinceramente entristecida.

    Depois de jantarem, os três retiram-se do refeitório e, antes de voltarem à enfermaria, passam pelo corredor da UTI. Uma vez lá, cada um para em frente ao leito de seu ente querido. Bado olha Shido carinhosamente e deseja que ele saia logo dali para que possam reatar os laços rompidos ainda no nascimento. Imagina-se tendo bons momentos com o irmão gêmeo, fazendo longas cavalgadas pelas terras de Asgard, jogando baralho com ele em frente à lareira, tomando um bom vinho e contando as histórias da infância e da adolescência. "Temos muito para saber um do outro.", ele pensa enquanto observa o gêmeo.

    Freya, por sua vez, olha Hagen decidida. Ele parece estar melhor, mas a mão onde agora faltam dois dedos ainda está envolvida em ataduras. "Quem liga pra dois dedos?" ela pensa. "Está certo que tiraram o anelar esquerdo, mas ele coloca a aliança de casamento no dedo médio, ou no indicador, ou pendura numa corrente e põe no pescoço. Pouco importa, desde que ele se torne meu marido."

    Em frente ao leito de número 08, Hilda detém-se numa de suas costumeiras preces por Asgard, pelos guerreiros-deuses, e especialmente pelo paciente que ocupa o referido leito: Siegfried. Enquanto o impávido guerreiro de Duhbe está ali, tão fragilizado e precisando de cuidados, a princesa pede ao seu deus que o rapaz vá logo para a enfermaria, onde ela mesma cuidará dele com afinco e dedicação, da mesma forma como ele cuidara dela durante todos os anos em que serviu no palácio, e ainda mais na batalha de dias atrás quando ele disse que a protegeria com a própria vida. "Você sente que eu estou aqui?", Hilda se pergunta em pensamento. "Sente minhas orações? Siegfried, meu amado Siegfried... espero que você saiba que estou com você o tempo inteiro em minhas orações e em meus pensamentos."

    ? Vamos? ? Bado chama as irmãs.

    ? Claro ? concorda Hilda e segue em direção à enfermaria com Freya caminhando a seu lado e Bado um pouco mais atrás. Enquanto caminham, Freya diz:

    ? Hilda, você deve ir embora agora. É minha vez de passar a noite aqui.

    ? Sim, eu sei, mas ficarei com você esta noite e Bado irá descansar.

    ? Não, senhora. Eu estou me sentindo muito bem, posso ficar com a senhorita Freya.

    ? Tem certeza? ? questiona Hilda.

    ? Absoluta. Pode ir descansar, senhora. Obrigada, Bado.

    ? Devo acompanhá-la até o hotel?

    ? Ehr... não precisa ? ela diz, mesmo se sentindo tentada a aceitar a companhia. "Só espero que aquele prefeito não me encontre pelo caminho", Hilda pensa, e continua: ? Até amanhã, Freya.

    ? Até ? a mocinha diz, abraçando a irmã.

    Hilda deixa o hospital sozinha. Apreciava ir de carro com o senhor Matsudaira, mas nesse momento desejava ir andando. Ela segue a passos largos para o hotel, atenta ao movimento das ruas e torcendo para que Linus não a encontre.

    Freya retorna à enfermaria com Bado e, como Mime e Thor já dormem, recosta-se numa poltrona para descansar. Pensativo, Bado se senta em outra poltrona. Quando a mocinha cai no sono, Thor gesticula chamando-o. O guerreiro de Alcor levanta-se e se aproxima do colega.

    ? O que quer?

    ? Pensei que ela não fosse cochilar nunca ? Thor diz. ? Desde cedo estou com uma vontade imensa de esvaziar a bexiga, sabe? ? ele continua a falar um tanto envergonhado. Bado não contém uma risadinha e provoca:

    ? Sabe que quando eu estava aí no seu lugar tive que ir ao banheiro com a princesa?

    ? Como? ? Thor pergunta de chofre, sentindo um misto de vergonha, indignação e raiva, sensações permeadas por um pouco de inveja que faz o guerreiro censurar-se internamente.

    ? É isso mesmo. Não teve outro jeito. No começo dá vergonha, depois a gente acaba acostumando.

    ? Eu não me acostumaria nunca! ? Thor rebate indignado.

    ? Acostumaria, sim. Ou melhor, acostumará. Bom, vai continuar conversando, ou ainda quer fazer xixi?

    ? Claro que quero!

    ? Acho que com todos esses pontos todos na barriga, você não pode se levantar. Vou pegar o urinol.

    ? Anda logo, Bado! Antes que a princesa Freya acorde!

    ? E quando eu não estiver aqui? ? Bado diz, posicionando o urinol.

    ? Eu me seguro até explodir. Ah, que maravilha... ? ele diz enquanto alivia sua necessidade.

    ? É bom se acostumar a pedir o urinol às princesas, pois eu não vou aguentar ficar aqui vinte e quatro horas por dia.

    ? Acabei ? diz Thor. Bado retira o urinol e leva-o para livrar-se de seu conteúdo no banheiro. Thor continua falando. ? Jamais. É um desrespeito com as princesas. Não vou permitir que façam algo tão indigno da condição delas.

    ? A senhora Hilda disse que na hora da doença não há que se ter pudores. E ela está certa.

    ? Pode até ser, mas que é constrangedor, ah, isso é ? manifesta-se Mime, que também fingia estar dormindo.

    ? Ainda mais para um virgem como você ? zomba Thor.

    ? Quem disse que eu sou virgem? ? Mime retruca, falando do modo pausado que lhe é costumeiro.

    ? E não é? ? Thor retruca.

    ? Serei outra vez na próxima encarnação. Não sou um tolo, Thor.

    ? Nunca vi você na taverna ? o guerreiro de Fekda afirma.

    ? Eu não me divirto com prostitutas. Em Valhalla mesmo tem coisas bem interessantes ? o guerreiro de Benetnasch diz com um brilho peculiar nos olhos.

    ? Fala das criadas? ? Bado questiona.

    ? Talvez ? Mime responde misterioso.

    ? Shhhhh... Freya está acordando. Deixem esses assuntos para depois ? Thor diz ao ver a princesa mexer-se na poltrona.

    ? Está bem ? Mime retruca e rapidamente muda de assunto. ? Mas então Bado, como foi ser aceito como guerreiro-deus?

    ? Foi ótimo. Ganhei coleguinhas muito agradáveis ? Bado ironiza.

    ? E Shido? Já sabe que você existe? ? Mime continua.

    ? Sabe. Shido e eu nos perdoamos logo depois da batalha.

    ? Hum... comovente. Então quando voltarmos você vai morar na mansão dos Engedahl?

    ? Não sei.

    ? Eu não tenho nada com a sua vida, nem quero me meter, mas não perca essa oportunidade de ficar perto de seu irmão ? Mime diz.

    ? Benetnasch sentimental? ? Thor questiona surpreso. ? A imagem que eu tinha você era de um homem absurdamente frio.

    ? Nem tudo é como parece ? ele retruca.

    ? Sim. Não é mesmo ? ri Bado.

    ? Nossa! Eu cochilei... ? Freya diz enquanto esfrega os olhos. ? Precisam de alguma coisa, rapazes?

    ? Não, senhorita ? Thor se apressa em responder.

    ? Pode voltar a dormir, princesa Freya ? Bado diz. ? Se eles precisarem de alguma coisa, estarei a postos.

    ? Não vai dormir? ? questiona a princesa.

    ? Agora não.

    ? Então está certo. Se precisar de mim não hesite em me acordar, Bado.

    ? Pode deixar, senhorita.

    Freya se recosta na poltrona outra vez e logo torna a dormir. O três guerreiros-deuses retomam a conversa por mais alguns minutos, até os dois acamados serem dominados pelo sono.

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    Casa de Ann.

    Ela está deitada na cama, totalmente despida, com as pernas cruzadas. Enquanto isso, Linus toma um banho.

    ? Para quem disse que estava cansada, você se saiu muito bem ? Linus diz, ainda dentro do banheiro.

    ? Costumo fazer tudo muito bem ? Ann retruca, balançando impacientemente o pé direito.

    ? E como estão seus pacientes asgardianos? ? pergunta o homem ao sair do banho enrolado numa toalha negra.

    ? Linus! Está molhando meu carpete! ? ela exclama.

    ? Ah, depois seca, Ann. Não seja fresca! ? ele retruca enquanto se enxuga, e torna a perguntar: ? Como eles estão?

    ? Não se preocupe com meus pacientes, certo? ? ela responde descruzando as pernas.

    ? Apenas curiosidade, Ann ? Linus argumenta e começa a se vestir.

    ? Conheço sua curiosidade.

    ? O que custa me manter informado? ? ele questiona enquanto veste as roupas.

    ? Estão bem, ok? E vão melhorar ainda mais, se depender de mim. Já lhe disse que se quer a princesa, consiga por meios próprios.

    ? Certo, Ann. Certo. Agora tenho de ir. Grethe deve estar me esperando para o jantar.

    ? Se eu fosse ela, colocaria veneno na sua comida.

    ? Se você fosse ela, eu não estaria casado com você. Você não é mulher para casar.

    ? Idiota! ? Ann grita e joga uma almofada em Linus.

    ? Até outro dia, leoa ? ele diz, jogando a almofada de volta e olhando para Ann sensualmente. ? Sorte sua que não posso ficar por mais tempo...

    ? Ainda bem, seu sem-vergonha. Lembranças à sua digníssima esposa.

    ? Não vai me acompanhar até a porta?

    ? Não.

    Linus sorri displicente e sai do quarto, enquanto Ann se espreguiça sobre a cama. Pouco depois, ela veste uma camiseta velha e vai até a cozinha preparar um sanduíche. Entre uma mordida e outra, ela telefona para o hospital.

    ? Tudo em ordem, Otto? ? ela pergunta ao médico que a substitui, e sorve um grande gole de café.

    ? Boa noite para você também, Ann ? diz o jovem médico. ? Você não está de folga?

    ? Estou, mas e daí?

    ? Ok. Eles estão do mesmo jeito que você deixou. Não mudou nada.

    ? Ótimo. Espero que continue tudo assim, ou... já sabe.

    ? É, eu sei.

    ? Tchau ? ela diz e desliga o telefone. Na sala, Ann pega seu velho violão, senta-se no sofá e toca uma música melancólica.

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    Ao chegar em casa, Linus é recebido por Grethe.

    ? Onde estava, Linus? ? ela pergunta sorrindo ternamente, mas seu olhar denota tristeza e distância.

    ? Por aí, resolvendo problemas da cidade. Eu sou o prefeito, não sou? ? ele responde um tanto indiferente.

    ? Posso servir o jantar? Preparei salmão ao molho de laranja ? ela continua, sempre com um sorriso no rosto.

    ? Pode ? ele se joga em sua poltrona favorita e tira os sapatos.

    ? Certo ? ela diz e vai para a cozinha. Volta pouco depois e avisa: ? Ah, seu irmão esteve aqui! Quase esquecia de dizer! Que cabeça essa minha!

    ? O que o Lars queria? ? Linus questiona ligeiramente irritado.

    ? Ele não me disse, amor! Ele não me diz nada! ? ela diz já voltando à cozinha.

    ? Hum... ? Linus diz e pensa: "O que aquele idiota quer agora? Se for mais dinheiro, ele pode esquecer. Se bem que ele poderia fazer mais um servicinho para mim... é... ele pode." Linus dá um sorriso solitário e enigmático.

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    O helicóptero da Fundação Graad acaba de retornar a Narvik. Judith e o o piloto põem as malas no carro e saem do heliporto apressadamente.

    ? Para o hotel? ? o piloto e eventual motorista pergunta a Judith.

    ? Não, senhor. Vamos para o hospital ? ela responde decidida. ? Diretamente para o hospital.

    Ao chegar à enfermaria, Judith encontra todos dormindo. Ela para em frente a Bado e o observa. "Ele é tão parecido com o Shido", pensa, e deixa a muda de roupa perto dele. Só então ela e o piloto retornam para o hotel. Judtih entra no quarto na ponta do pé, achando que Hilda já estaria dormindo, mas a princesa está sentada na poltrona, com um bloco de papel nas mãos.

    ? Olá, Judith ? ela diz, descruzando as pernas. ? Como estão as coisas em Asgard?

    ? Tudo bem, senhora. Todos estão sentindo falta da senhora e da princesa Freya.

    ? Ah, sim. Também sinto falta de lá, da paz que tínhamos, de cavalgar pelo bosque. Não vejo a hora de voltar ? Hilda fala sorrindo nostalgicamente.

    ? Imagino. Estive no hospital. Todos estavam dormindo, então deixei a roupa do senhor Bado ao lado dele.

    ? Fez bem. E sua mãe?

    ? Está bem. Implicando comigo, como sempre.

    ? É o dever das mães ? sorri Hilda. ? Agora vamos dormir pois amanhã será nossa vez de passar a noite no hospital. Boa noite, Judith.

    ? Boa noite, senhora. Durma bem.

    A criada retira o casaco que veste e se deita em sua cama, envolta em seus pensamentos. "Será que minha mãe tem razão? Será que devo desistir de Shido por ele ser nobre, e me contentar com Bado? Mas ele também não vai se tornar nobre quando o Shido acordar e levá-lo para morar na mansão? Quantas dúvidas!"

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    Hospital Municipal.

    Bado desperta do breve cochilo que tirava e vê as roupas que Judith deixara a seu lado.

    "Aquela danadinha", Bado pensa. "Deve ter ficado com receio de me acordar. Que graça! E como mexe comigo aquela pequena! Realmente uma pena que ela goste do Shido. Realmente. Já que é assim, talvez eu deva partir para outra... A médica rebelde, talvez." Com as roupas que Judith trouxera, Bado vai até o banheiro e começa a se trocar.

    ? Hum... roupas do Shido... até que eu fico bem nelas ? ele murmura, sentindo-se altivo nas roupas de nobre do irmão. Bado dobra cuidadosamente a roupa de enfermeiro que vestia antes e sai do banheirinho, mas ao invés de deixá-las no almoxarifado como Ann orientara, ele as guarda para entregá-las à médica pessoalmente. Depois, o rapaz torna a se sentar na poltrona e logo cochila.

    Mais tarde...

    ? Doutor Otto! Doutor Otto! ? uma enfermeira chama o jovem médico.

    ? O que é que há, mulher? ? ele diz esfregando os olhos. Passara a noite em claro e agora está praticamente dormindo em pé.

    ? É o paciente com as fraturas, doutor! Está com febre alta!

    ? Ah, meu Deus! ? ele exclama e corre em direção à UTI. ? Vamos vê-lo. No estado dele, qualquer febrinha pode ser fatal.

    ? Pois é, doutor ? a enfermeira segue o médico.

    ? Verificou o estado da perna que teve fratura exposta?

    ? A área ao redor está bastante avermelhada, doutor...

    ? Mau sinal, mau sinal ? ele diz e adentra na UTI onde Fenrir está. ? Mas ele tinha que piorar justo no meu plantão? A Ann vai me matar...

    ? Ah, eu vou mesmo! ? a doutora diz ao entrar na UTI.

    Continua...


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