Os personagens de Saint Seiya pertencem ao tio Kurumada e é ele quem enche os bolsinhos. Todos os outros personagens são criações minhas, eu não ganho nenhum centavo com eles, mas morro de ciúmes.
MIT DIR
Chiisana Hana
Beta-reader: Nina Neviani
Consultoria para assuntos asgardianos, dramáticos e geográficos: Fiat Noctum
Consultoria para assuntos hospitalares: Julieg
Capítulo 6 - Feliz...
? Dra. Ann, o senhor Kraussen já saiu do coma ? uma enfermeira diz, olhando fixamente para a médica, que está deitada no sofá de seu consultório, com cara de poucos amigos.
? Hum... eu já vou vê-lo ? ela responde, esfregando os olhos e levantando-se.
? A senhora está tão cansada ? comenta a enfermeira com ares de piedade e, ao mesmo tempo, surpresa. Jamais tinha visto Ann com o semblante tão abatido.
? É, estou ? a médica diz, sem dar muita importância ao comentário. ? Vamos lá ver o grandão.
Na UTI, Thor observa Ann com curiosidade.
? Então, como se sente? ? ela pergunta, indiferente.
? Acho que estou bem, mas... onde estou?
? Está em Narvik.
? Narvik? No continente?
? É, meu querido, no continente ? Ann responde, já começando a perder a paciência.
? E há quanto tempo estou aqui?
? Bastante tempo ? ela diz, e acena para a enfermeira. ? Está liberado. Manda para a enfermaria. ? Ann orienta a enfermeira um tanto impaciente, e pensa: "Eu só queria estar lá para ver as princesinhas virgens corando na hora de ajudar o grandão a fazer pipi." Ann não se contém e sorri diante da lembrança do que viu embaixo do lençol de Thor. Ao perceber o sorriso da doutora, a enfermeira questiona:
? Algum problema, doutora?
? Não para mim ? afirma Ann e sai rindo. ? Ai, ai. Esse trabalho até que me diverte!
-M -I -T -D -I -R -
No hotel onde está hospedada, Hilda se prepara para trocar de lugar com Freya e Judith, que passaram a noite no hospital. Quando ela abria a porta para sair, o telefone toca. Ela atende.
? Pois não?
? Senhora, tem uma visita aqui no saguão ? a moça explica um tanto desconfiada.
? Visita? ? questiona Hilda ainda mais desconfiada que a recepcionista. ? Do que se trata?
? O homem diz que veio a mando da senhorita Kido.
? Ah, sim. Peça para me esperar, por favor. Descerei imediatamente.
? Sim, senhora.
Pouco depois, Hilda desce e de pronto reconhece o homem, que trajava seu uniforme de piloto.
? Ah, é o senhor! ? ela diz, apertando a mão do homem, profundamente comovida. ? Não sabe como nos ajudou. Sou muito grata.
? Imagine, senhorita. Fiz o que minha consciência mandava. Como estão os rapazes?
? Estão melhorando. E a senhorita Kido?
? A senhorita está bem. Ela me mandou aqui para ficar à disposição da senhora e de sua irmã, e também enviou esta carta ? ele diz, entregando a Hilda um envelope.
? Ah, obrigada ? ela diz, pegando o envelope.
? Ficarei hospedado aqui nesse mesmo hotel. Qualquer coisa que precise é só me chamar.
? Obrigada. Muito obrigada por tudo.
? Agradeça à senhorita Kido.
? Claro. Bom, agora tenho que ir para o hospital.
? Eu a levo, senhora. Estou de carro.
? Obrigada ? Hilda agradece profundamente aliviada. Estava feliz por não ter que fazer o trajeto à pé, pois nos últimos dois dias o prefeito Linus vinha insistentemente acompanhando-a.
Já no carro, Hilda abre o envelope que o piloto lhe entregara. Dentro dele, uma folha de papel com o timbre da Fundação GRAAD, cuidadosamente dobrada, escrita à mão pela própria Saori. Como todas as mocinhas da alta sociedade, recebera educação esmerada e era fluente em diversas línguas, inclusive em inglês, língua que escolhera para se comunicar com a princesa.
"Cara princesa Hilda,
o senhor Matsudaira, piloto de minha Fundação, contou-me tudo que se passou depois que eu e meus cavaleiros partimos de Asgard. Fiquei extremamente feliz por ter podido ajudar de algum modo. Creio que a senhorita gostaria de saber tudo que houve depois e foi por isso que resolvi escrever-lhe.
Eu e meus cavaleiros fomos levados para o Templo Submarino de Poseidon, como a senhorita bem sabe. Passamos por duras batalhas ali, mas felizmente conseguimos derrotá-lo ao final. Agora também meus cavaleiros estão hospitalizados. Tenho vivido dias de angústia, quase como os seus, somente diminuída porque estou em casa, ao passo que a senhorita tem de suportar tudo longe de seu lar.
Quero oferecer minha ajuda no que for necessário. O senhor Matsudaira ficará à sua disposição com o helicóptero. Também alugamos um carro e ele, gentilmente, fará as vezes de motorista. Se desejar falar comigo, o senhor Matsudaira tem todos os meus contatos.
Vou ficando por aqui.
Espero receber boas notícias em breve.
Saori Kido"
Hilda dobra o papel novamente e o recoloca dentro do envelope. Logo chegam ao hospital. Lá, a princesa de Asgard é surpreendida pela boa notícia da presença de Thor na enfermaria.
? Ah, que bom vê-lo aqui! ?comemora a princesa.
? Senhora Hilda... ? ele murmura, sem conter as lágrimas que escorrem pelo seu rosto. Mantém o olhar fixo na princesa. Não imaginava que ela tinha deixado Asgard para acompanhá-los. Quando Bado contou-lhe, mal pôde conter a emoção. A sua princesa estava ali, impávida, decidida a cuidar de seus soldados, sem medir esforços nessa empreitada. "Ela não eramesmo aquele ser que comandou a guerra poucos dias atrás. Os cavaleiros de Athena estavam certos. Aquela não era a verdadeira Hilda. Esta é a verdadeira!" Thor alegra-se com a constatação e sorri.
? Temos tido dias difíceis, Thor ? a princesa diz, segurando as enormes mãos do guerreiro. ? Felizmente tudo já começa a melhorar! Estou certa de que tudo acabará muito bem!
? Eu também ? ele murmura entre lágrimas. Hilda responde com um sorriso tímido.
? Oh, Bado, me desculpe, nem falei com você ? ela diz voltando-se para o outro guerreiro-deus.
? Tudo bem, senhora. Não se incomode comigo.
? Onde estão Freya e Judith?
? Foram até a UTI ? Bado explica. ? Parece que Mime também sairá de lá muito em breve.
? Por Odin, que boa notícia! Hoje só estou tendo boas notícias! Estou tão feliz!
? Eu também! ? concorda Bado, alegrando-se por ver a princesa em tão bom humor.
? Bom, vou até lá para saber mais notícias! ? ela diz, e retira-se da enfermaria, pois quer aproveitar esse pequeno momento de otimismo para ver Siegfried e, quem sabe, fazê-lo sentir um pouco dessa alegria.
-M -I -T -D -I -R -
Em frente à UTI, Freya e Judith observam uma enfermeira retirando os aparelhos de respiração do guerreiro-deus de Benetnasch. Hilda se aproxima delas.
? Olá ? diz a princesa exibindo um belo sorriso.
? Hilda! ? retruca Freya, e abraça a irmã. ? Desde que chegamos eu não a via tão feliz.
? Não tenho razões para estar feliz? Tudo está melhorando. Estou com muita fé na pronta recuperação de todos.
? Eu também ? a irmã mais nova responde. ? Eu também tenho muita fé.
? A médica vai mesmo liberar o Mime hoje? ? a mais velha pergunta.
? Ainda não sei, mas já estão retirando os aparelhos.
? Espero que sim.
? Já viu Thor?
? Sim. Ele parece bem. Emocionou-se ao me ver.
Ao ouvir a última frase, Judith sorri. Todos no palácio sabiam do amor que Thor sentia pela princesa.
? O que há, Judith? ? Hilda perguntou à criada.
? Nada, senhora. Eu também estou feliz.
Nesse momento, Ann sai da UTI e olha para as três moças com uma expressão de impaciência.
? Não precisam nem perguntar. Sim, ele vai sair da UTI hoje. Não, os outros não vão. Não, não houve mudança no estado dos demais. Não, eu não estou cansada. Agora me acompanhem até a enfermaria que eu vou assinar a alta do paciente Bado Aekersen.
? Hum, não era o 01? ? Freya pergunta em tom provocador.
? Com tanto tempo aqui, acabei decorando o nome dele. Mas especialmente para você o loiro bronzeado continua sendo o 07.
Imediatamente Hilda segura o braço de Freya e murmura:
? Não diga nada.
? Mas Hilda...! ? a mocinha retruca. Hilda mantém-se firme:
? Nada, Freya.
Sorrindo, Ann entra na enfermaria acompanhada das três moças.
? Bom dia ? ela diz aos pacientes. Bado e Thor respondem. Ann pega o prontuário de Bado e assina a alta. ? Está liberado. Faça bom proveito da sua vida que eu ajudei a salvar. E procure não andar por aí nas tempestades de neve. Outra hipotermia e você já era, arrepiadinho.
? Certo, doutora... como a senhorita se chama? ? ele pergunta sorrindo. "Ela é durona, mas tem muito charme",pensa o guerreiro-deus.
? Ann. Ann Dagsland ? ela responde intrigada. "Hum...para quê o 01 quer saber meu nome?"
? Obrigado por tudo.
? É o meu trabalho. Pode sair quando quiser. Quanto a você, ehr... Kraus... Kraussen, cuidado com esse machucado na barriga. Fique quieto porque se esses pontos estourarem eu vou deixar sua barriga aberta.
Ann dirige-se até o paciente que está no último leito da enfermaria.
? Então, Bado, feliz por poder finalmente sair do hospital? ? Hilda pergunta, ajudando o rapaz a descer da cama.
? É... Estou ? ele diz, preocupado.
? O que houve?
? Não posso sair com esse aventalzinho, senhora...
? Ah, sim. Não se preocupe! Providenciarei roupas ? Hilda diz, bastante nervosa. "Ah, como pude esquecer! Tinha que ter mandado trazer roupas dos guerreiros-deuses! O piloto! Ele vai me salvar!" ? Judith, preciso que faça uma coisa.
? Claro, senhora. A seu dispor.
? Você vai ter que voltar a Asgard e trazer mudas de roupa para os guerreiros-deuses.
? Sim, senhora. Mas como irei?
? Me acompanhe, por favor. Freya, aguarde um pouco. Volto logo. Bado, você terá de esperar...
Em frente ao hospital, Hilda explica a situação ao piloto de Saori.
? Pois não senhora, levarei a senhorita Judith a Asgard agora mesmo se quiser.
? Obrigada, mais uma vez. O senhor não sabe o quanto está nos ajudando!
? Por nada, senhora.
De volta à enfermaria...
? Bado, hoje à noite já teremos suas roupas. Bom, as de Shido, que são as que estão no palácio. Enquanto isso, vou sair para comprar pelo menos uma muda de roupa para você.
? Não precisa, senhora. Espero até a noite.
? Nada disso. Freya, sinto muito, mas você...
? Eu fico aqui ? Freya interrompe a irmã. ? Não se preocupe. Não estou cansada.
Ann se aproxima deles outra vez.
? Qual é o problema agora?
? Nada de seu interesse, doutora ? Freya responde. Ann ignora-a e olha para Hilda.
? Não é nada demais. Vou ter de sair para comprar uma roupa para Bado usar enquanto as dele não chegam de Asgard.
? Hum... posso resolver isso ? ela diz, e sai sem dizer mais nada.
? Bom, já que ela vai resolver, pode ir descansar, Freya. Eu fico aqui com eles.
? Está bem, Hilda. Volto à tarde.
? Certo. Tome cuidado no trajeto até o hotel.
? Eu sempre tomo!
Sorrindo, Hilda acomoda-se na cadeira. Thor a observa. Continua sentindo uma felicidade imensa por ver sua princesa como sempre fora: altiva, mas generosa. Olhando-a, ele sorri outra vez.
? Está realmente feliz, não é? ? ela pergunta, também sorrindo.
? Muito, senhora.
? Que bom! Eu também.
? Tem notícias dos cavaleiros de Athena?
? Ah, sim. Acabo de receber uma carta da deusa. Eles venceram Poseidon. Estão todos no hospital como vocês, mas passam bem.
? Que bom, senhora.
Thor recosta-se no travesseiro, tamanha é a sonolência que sente, certamente efeito dos medicamentos. Hilda, por sua vez, acomoda-se melhor na cadeira. Está sinceramente feliz pela recuperação de Thor e Mime, bem como pela alta de Bado. Entretanto, seu coração ainda teme por Siegfried, e ela começa uma prece em pensamento
"Odin, Senhor das terras geladas, estou profundamente agradecida pelos bons auspícios deste dia. Sei que não devia pedir-lhe mais nada, pois acontecerá apenas aquilo que for de Sua vontade, porém não posso deixar de suplicar pela saúde de Siegfried. Parte-me o coração vê-lo em tamanha prostração, sem qualquer esboço de melhora. E Freya, pobrezinha, tendo que enfrentar tudo isso comigo, vendo Hagen em estado semelhante ao de Siegfried. Eu devia protegê-la, eu devia proteger todos eles, mas não me sinto capaz... Acalma meu coração, Senhor Odin."
Continua...