Incompletos

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    18
    Capítulos:

    Capítulo 9

    Quatro

    Hentai, Nudez, Sexo

    Os personagens de Saint Seiya pertencem ao tio Kurumada e é ele quem enche os bolsinhos. Todos os outros personagens são criações minhas, eu não ganho nenhum centavo com eles, mas morro de ciúmes.

    -I-N-C-

    INCOMPLETOS

    Chiisana Hana

    Beta-reader: Nina Neviani

    -I-N-C-

    Capítulo IX - Quatro

    "NOVELA DA VIDA REAL! EX-MULHER TENTA MATAR ATUAL DO MARIDO!

    A acusada, Claire Thompson, americana, separada, 20 anos, relata que na noite do dia 31 de dezembro desembarcou no aeroporto de Jiangxi, vinda do Japão, e foi direto encontrar-se com a criminosa de nome Hu Yubing, que já está presa. Afirma que pagou a quantia de mil dólares para que a mulher pusesse uma substância inofensiva na bebida da atual esposa de seu ex-marido. Afirma que estava magoada com o fim do casamento, mas não havia intenção de matar, apenas dar um susto na moça, e que se o resultado não ocorreu como esperado, a culpa era toda da garçonete, que deveria ter trocado um inofensivo laxante por veneno".

    ? Era só o que faltava ? Shiryu murmurou irritado ao ver a matéria em um jornal, quando passou pela banca em frente ao hospital. ? A história já está nos tabloides.

    Já se havia passado quase um mês desde o envenenamento de Shunrei e ela continuava em coma. Claire tinha sido interrogada, e contara à polícia exatamente o que estava no jornal, tendo sido liberada em seguida, uma vez que Hu confirmou que trocou por conta própria o conteúdo do frasco entregue pela americana. Shiryu e os amigos não tinham lá muita certeza disso, mas não havia muito a fazer.

    Segundo Shiryu soube, o julgamento de Hu ocorreria em breve e ele acreditava na condenação dela à pena de morte. Não que ele achasse que resolveria alguma coisa, mas era assim que funcionava na China. Fosse como fosse, isso não mudaria a situação de Shunrei e ele queria apenas estar longe de Rozan o mais rápido possível. Sem muito esforço, Shun convencera-o de que era melhor levar Shunrei para o Japão, onde ela poderia ser avaliada por mais especialistas e teria mais chances de se recuperar. Assim, Shiryu pediu a Hyoga que providenciasse a compra de um novo apartamento em Tóquio, onde montaram um pequeno hospital caseiro, onde ele poderia ficar com ela confortavelmente. A transferência dela já estava autorizada pelos médicos chineses que, na verdade, torciam para se verem livres daquela paciente que, segundo eles, não teria futuro. A UTI móvel já estava pronta e aguardando para levar Shunrei até o avião especial que Saori disponibilizara para eles. Assim que chegaram a Tóquio, instalaram-se no novo apartamento, uma cobertura em um prédio de luxo, a duas quadras de distância do hospital mantido pela Fundação de Saori, para onde Shunrei poderia ser levada rapidamente em caso de emergência. Shun pôs Shiryu em contato com os melhores médicos e ajudou-o a contratar bons enfermeiros para ajudarem a cuidar dela. Os ex-colegas de trabalho de Shiryu, assim que souberam do retorno dele para o Japão com a nova esposa 'doente', procuraram visitá-lo, mas ele restringiu as visitas. Não queria ninguém bisbilhotando. Recebia apenas os seus amigos mais íntimos, os quais considerava quase irmãos.

    Tinha recebido novas propostas de trabalho, inclusive da mesma empresa de onde se demitira um ano atrás. Recusou todas e continuou prestando consultoria às empresas de Saori, ao mesmo tempo em que se dedicava ao desenho e à pintura.

    Certo dia, recebeu pelo interfone a notícia de que sua ex-mulher desejava fazer-lhe uma visita. Não permitiu. Ela insistiu e ele por fim resolveu descer até a portaria. Antes, precisou de todo o autocontrole possível para não torcer o pescoço dela.

    ? Que diabos você quer aqui? ? perguntou, áspero, fechando os punhos firmemente.

    Claire deu um sorrisinho cínico.

    ? Eu queria fazer uma visita gentil a você e sua esposa, mas sequer me deixou entrar. Onde foi parar sua educação, meu querido?

    ? E onde terá ido parar sua vergonha cara? Vir aqui depois do que fez?

    ? Ainda tem dúvidas sobre isso, querido? ? ela indagou, fazendo cara de vítima. ? Eu já disse à polícia que a chinesa colocou o veneno! E ela confessou, meu bem! Eu só queria estragar a noite de vocês com um laxante. Só isso.

    Shiryu apertou as mãos com tanta força que lhe doeram os dedos.

    ? Vá embora, Claire. Vá embora antes que eu perca o controle.

    ? Você era mais calmo, meu bem. Quando foi que deixou de ser super zen?

    ? Claire, não abuse da minha paciência.

    ? Não deve estar sendo fácil cuidar de uma moribunda, não é?

    Shiryu deu de ombros e dirigiu-se ao elevador. Mais uma palavra de Claire e ele não conseguiria se conter.

    ? Era essa a vida que você tanto queria? ? ela seguiu provocando. ? Cuidar de um vegetal?

    Shiryu sentiu a ira avolumar-se em suas veias. Voltou-se para Claire com o punho em riste, e por poucos centímetros não desferiu um soco nela. Claire não recuou, nem demonstrou medo.

    ? Ora, ora, ia bater em mulher? Como você mudou, meu querido!

    ? Algumas bem que merecem... ? ele murmurou e voltou a dirigir-se ao elevador, decidido a não dar ouvidos a ex-mulher.

    -I-N-C-

    Meses depois, na véspera do aniversário de Shiryu...

    A situação de Shunrei não se alterara e Claire continuava tentando provocar Shiryu, enviando-lhe cartas, bilhetes e presentes, usando diversos nomes falsos. Habituou-se a jogar toda a porcaria no lixo sem abrir e isso quase aconteceu com uma carta suja e amarrotada que recebeu. Ela só não virou lixo por causa do selo de Rozan e do timbre da polícia chinesa no envelope. Abriu-a e dentro havia um bilhete, datado de cerca de um mês atrás, onde dizia "A senhora Hu Yubing foi executada esta manhã. Sua última vontade foi que esta carta chegasse a suas mãos". Desdobrou a folha a que o bilhete se referia. Estava escrita numa caligrafia trêmula e Shiryu leu em voz alta seu conteúdo:

    "Eu sei o que fiz, mas não é bem o que parece. Sim, eu fiquei com inveja. Mais que isso, eu fiquei magoada com a vida, que tinha dado tudo a Shunrei e eu não tinha nada além de um marido preguiçoso e um emprego medíocre num restaurante de hotel. Quando aquela mulher apareceu, com a chance de eu ganhar um dinheiro fácil, eu não pude resistir. Era só um susto, afinal. Mas na noite de Ano Novo ela voltou ao hotel e disse que tinha mudado os planos. Entregou-me uma mala com dez vezes o valor que me oferecera antes para que no lugar do laxante eu pusesse veneno. E eu não pensei duas vezes. Eu fiz. Sabia o que ia acontecer comigo, que eu seria condenada e morta, mas pelo menos meu filho teria algum dinheiro para o futuro. Só agora, à beira da morte, me dei conta que, apesar do dinheiro, ele carregará para sempre o peso de ser filho de uma assassina.

    Achei que o senhor devia saber disso e que aquela mulher maldita também deve ter o que merece, afinal. Peça perdão a Shunrei por mim, se ela já tiver acordado. Eu sei que, como boa pessoa que sempre foi, ela me perdoará."

    Shiryu mal podia acreditar no que acabara de ler. Hu confessava ter agido a mando de Claire. Ligou imediatamente para a polícia chinesa e confirmou que eles já tinham lido a carta e, junto com a polícia japonesa, estavam à procura de Claire, mas ela não se encontrava em nenhum dos endereços conhecidos.

    Dia seguinte.

    Shiryu havia decidido que não comemoraria o aniversário neste ano. Assim, saiu para uma palestra que tinha agendado. Quando voltou, deparou-se com uma festinha surpresa idealizada por Shun e organizada com a ajuda de Saori e a conivência da enfermeira que cuidava de Shunrei.

    ? Pessoal, muito obrigado pela surpresa ? Shiryu agradeceu, meio sem jeito. Os amigos tinham arrumado uma mesinha com comidas e bebidas no quarto dele, entre a cama hospitalar de Shunrei e a cama de casal onde Shiryu ainda tinha esperanças de dormir com a esposa.

    Enquanto recebia os abraços dos amigos, a enfermeira o chamou, em tom de urgência. Quando ele se voltou para ela, viu-a ao lado da cama de Shunrei, que tinha aberto os olhos pela primeira vez desde o envenenamento. Ele correu até ela e abraçou-a, chorando.

    ? Meu amor ? murmurou, beijando-a na fronte. ? Meu amor, como esperei por esse dia!

    ? Shiryu ? ela sussurrou, a voz empastada pelo tempo que passou sem usá-la.

    -I-N-C-

    1º de janeiro do ano seguinte.

    Tóquio, primeiros minutos de um novo ano.

    ? Lembra-se como foi nosso réveillon dois anos atrás? ? ela perguntou, deitada no colo dele, acariciando-lhe o peito desnudo. Lá fora, os fogos acabaram de estourar.

    ? Sim ? ele respondeu. Sabia que aquela sempre seria uma data difícil para ela, mas sentiu-se aliviado por ela ter tocado espontaneamente no assunto.

    ? No final das contas, apesar da tragédia, vieram recompensas que eu jamais poderia esperar ? ela continuou e, olhando-o nos olhos, passou o dedo indicador sobre a face dele, contornando-a. Depois, murmurou como se falasse sozinha:

    ? "Deus dá o frio conforme o cobertor".

    Ele sorriu em concordância e acrescentou:

    ? Na maioria das vezes, sim.

    Ela então pousou a cabeça no peito dele outra vez e disse:

    ? Graças a Deus agora tenho você.

    Ele, por sua vez, abraçou-a com força, beijou-lhe a fronte e corrigiu:

    ? Graças a Deus temos um ao outro. Passamos por provas muito difíceis nesses dois anos, mas eu tenho fé que agora as coisas vão entrar nos eixos.

    ? Eu também ? ela assentiu. ? Mas sabe, Shi, tem uma coisa que preciso contar.

    ? Sim?

    ? É que nós vamos deixar de ser dois...

    ? Ah, sério? ? ele perguntou, já deduzindo tratar-se de um bebê a caminho.

    ? Sério! ? ela respondeu rindo. ? Nós agora seremos quatro.

    ? Quatro? ? surpreendeu-se o rapaz.

    ? É... Porque acabamos fazendo um par de gêmeos...

    ? Não podia ser mais perfeito! ? ele comemorou, abraçando e beijando Shunrei. Os dois filhos que ela perdera agora estariam de volta. Não que esses substituíssem os outros, mas era um consolo de qualquer forma... Shiryu abraçou e beijou a mulher. Depois, os dois brindaram a novidade com um suco feito pelo próprio Shiryu e comeram os doces que Shunrei preparara. Depois, começaram a ligar para os amigos, desejando Feliz Ano Novo e espalhando a novidade.

    Em meados de agosto Shunrei deu entrada na maternidade onde deu à luz um casal de gêmeos. Ela e Shiryu tinham preparado o enxoval deles com o tema dragões e na porta do quarto da maternidade colocaram um dragãozinho sorridente que segurava duas pérolas com os nomes dos bebês: Eiji e Aiko.

    Shiryu saíra para registrar os bebês, deixando Shunrei no quarto com eles. Ela acordou sobressaltada quando um dos gêmeos começou a chorar e deparou-se com Claire debruçada sobre o bercinho.

    ? Sai de perto dos meus filhos ? Shunrei pediu, procurando manter a situação sob controle.

    ? Não ? Claire respondeu com um sorriso alucinado. ? Essas coisinhas me pertencem. E já que é assim, eu vou levá-las.

    ? Não vai, não! ? Shunrei disse e avançou para cima dela, tirando forças não sabia de onde. Há pouco mais de vinte e quatro horas tinha tido os gêmeos de parto normal e sentia-se fraca e dolorida, mas não ia deixar que Claire levasse seus filhos sem lutar. ? Você não vai tirar meus filhos como tirou o outro! Não mesmo!

    Continua...


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