Incompletos

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    18
    Capítulos:

    Capítulo 7

    Vida Nova

    Hentai, Nudez, Sexo

    Os personagens de Saint Seiya pertencem ao tio Kurumada e é ele quem enche os bolsinhos. Todos os outros personagens são criações minhas, eu não ganho nenhum centavo com eles, mas morro de ciúmes

    -I-N-C-

    INCOMPLETOS

    Chiisana Hana

    Beta-reader: Nina Neviani

    -I-N-C-

    Capítulo VII ? Vida Nova

    ? Isso é sério? ? Shunrei perguntou extasiada. Sequer cogitara a permanência de Shiryu porque lhe parecia impossível.

    ? Claro! ? ele respondeu com veemência. ? Como é que eu vou ficar sem você, Shunrei? Não posso ir embora.

    Ao mesmo tempo em que se sentia encantada, ela desejava manter os pés no chão.

    ? Shiryu, eu adoraria que você ficasse, mas...

    ? Mas? ? surpreendeu-se ele. ? Existe um "mas"?

    ? Existe. Não é justo. Você tem sua vida no Japão, seus amigos.

    ? Quero ter uma vida aqui com você. Se você disser que também quer, então eu fico. Não tenho mais qualquer coisa que me prenda lá e não vou perder meus amigos por me mudar pra cá. Então, você quer que eu fique?

    Shunrei suspirou aliviada e disse:

    ? Shiryu, é o que eu mais quero.

    ? Então pronto, eu fico ? disse e abraçou Shunrei. Depois, beijou-a diversas vezes e acabaram por fazer amor pela segunda vez, agora sem toda a tensão que havia na primeira.

    Mais tarde...

    ? Já que eu vou ficar ? ele perguntou, ajeitando-se na cama e segurando Shunrei em seus braços ?, você quer se casar comigo?

    ? Claro! ? ela respondeu, maravilhada. Não era a primeira vez que recebia um pedido de casamento, mas na ocasião anterior tinha feito de tudo pra evitar que a união se concretizasse.

    ? Hoje mesmo vou procurar saber quais os procedimentos. Quero resolver tudo o mais rápido possível.

    Shunrei sorriu. Estava achando tudo muito insano, mas decidiu embarcar na viagem de Shiryu.

    ? E você vai morar lá em casa? ? ela perguntou rindo.

    ? Pretendo ir, mas se você quiser podemos ver outro lugar.

    ? Eu adoro a minha casa, só não sei se você vai se acostumar. É tudo muito simples, você viu.

    ? Eu morei num orfanato, lembra? E meus pais adotivos não eram ricos. Pra falar a verdade, o que eu mais amei aqui, além de você, foi a simplicidade das coisas.

    ? Se é assim, então você pode ir morar na minha casa. Mesmo antes de casar!

    Os dois riram e começaram a fazer planos para o futuro. No dia seguinte, foram em casa buscar o uniforme de trabalho dela e ao retornarem para o hotel, ele a deixou no restaurante.

    ? Vou resolver umas coisas ? ele disse. ? Quando terminar seu expediente estarei esperando para irmos juntos para a sua casa, está certo?

    Ela anuiu com um largo sorriso, embora ainda lhe custasse acreditar em tudo aquilo.

    Enquanto Shunrei estava trabalhando, Shiryu cancelou a passagem de volta e informou-se sobre o que se exigia para sua permanência na China. Uma das possibilidades era o que ele realmente almejava fazer: casar-se com Shunrei. Informou-se sobre os trâmites, comprou alianças de noivado, comprou também um celular e mais algumas coisas que julgou necessárias. Entregou o carro alugado e comprou um novo. Quando finalmente voltou ao hotel, arrumou seus pertences, desceu com as malas e encerrou a conta. Enquanto aguardava a hora de saída de Shunrei aproveitou para telefonar avisando aos amigos que não voltaria ao Japão. De Shun, ouviu pedidos de ponderação. Quando ligou para Ikki, ouviu menções de apoio incondicional. Seiya soltou meia dúzia de palavrões, depois deu graças a Deus por ver o amigo recomeçando a vida. Hyoga deu-lhe os parabéns pela decisão corajosa e desejou felicidades ao casal. Shiryu agradeceu-lhe os conselhos e pediu que ele, como seu procurador, resolvesse as pendências no flat, guardasse suas coisas, inclusive o carro, e o ajudasse com outras questões legais.

    No restaurante, Shunrei não conseguia parar de pensar nas últimas horas de sua vida e era impossível disfarçar a felicidade que sentia, apesar de não desejar falar do assunto com ninguém.

    ? Desde que chegou você não para de sorrir, Shunrei ? Hu se aproximou, tentando arrancar alguma informação. ? O que houve?

    ? Eu estou feliz, é só isso ? respondeu Shunrei, ainda sem querer contar a novidade. Tinha consciência do quanto seria julgada pela rapidez de seu envolvimento com Shiryu, além do medo de que ele desistisse na última hora e voltasse pro Japão no dia seguinte. Seu coração dizia que ele era sincero, mas em algum canto da sua mente as palavras do noivo continuavam reverberando num coro infinito de "ninguém nesse mundo vai amar você além de mim". Shunrei balançou a cabeça, afastando esse pensamento.

    ? Tem a ver com o japonês bonitão, não tem? ? Hu insistiu. Tinha certeza que sim, já que o mensageiro lhe disse que tinha visto os dois chegarem molhados na hora do temporal, e pouco depois o rapaz pedira almoço para dois, bem como jantar para dois e, no dia seguinte, almoço para dois outra vez, além de terem chegado juntos no hotel antes do expediente.

    ? Shiryu? ? Shunrei perguntou envergonhada.

    Hu confirmou e continuou:

    ? Você estava com ele, não estava? Você tem saído com ele que eu sei. Todo mundo está comentando.

    Shunrei achou que a mulher usava um tom agressivo e que não conseguiria se desvencilhar dela sem dar uma resposta.

    ? É, eu estava ? Shunrei assentiu e procurou se afastar de Hu. Não queria dar mais detalhes, mas a mulher a seguiu.

    ? Ele não vai embora amanhã? Soube que até já encerrou a conta.

    Outra vez ela não teve saída:

    ? Não, ele não vai ? Shunrei disse e, vendo que Hu não desistiria, achou melhor contar logo a novidade. ? Ele vai morar comigo.

    ? Morar? ? a outra se surpreendeu. Esperava que Shunrei confirmasse apenas que tinha ido para a cama com o estrangeiro, mas a notícia era muito mais explosiva. ? Uau! Isso é que é fofoca!

    ? Hu, por favor, não gostaria que isso se espalhasse ? pediu Shunrei, mesmo sabendo que logo o hotel inteiro estaria por dentro das novidades. As notícias corriam rápido demais naquele lugar. Quando o noivo brigava na rua era sempre assim, em poucas horas a cidade inteira já sabia. "Mas não tenho o que esconder", pensou. "É bom que saibam logo que eu e Shiryu estamos juntos já que vão falar de qualquer jeito."

    ? Você se deu bem, hein? ? Hu continuou. ? Pelo que ele gastava aqui suponho que tenha muito dinheiro.

    ? Não sei, não perguntei ? respondeu ríspida, sentindo-se muito incomodada pelos comentários.

    ? E por que ele não leva você para o Japão ao invés de ficarem aqui nesse fim do mundo?

    ? Ah, Hu, isso você vai ter de perguntar a ele... ? Shunrei respondeu e encerrou o assunto, afastando-se da amiga. Pouco depois, outra colega com quem ela nem tinha tanta intimidade, veio lhe falar.

    ? Então o turista vai mesmo morar com você, Tzeng? ? perguntou a moça.

    ? Vai ? ela respondeu. Teve vontade de matar Hu por ido fofocar com os outros tão rapidamente.

    ? E você vai continuar trabalhando aqui no hotel?

    ? Claro! Por que não iria?

    ? Ah, eu soube que o cara tem dinheiro...

    ? Ele pode ter, mas eu não. Eu preciso trabalhar. E o que você tem a ver com isso? Por favor, me deixe em paz!

    Outro colega ouviu a conversa e se aproximou:

    ? Você não deveria estar de luto pelo seu avô?

    Shunrei não respondeu e continuou arrumando as mesas.

    "Que inferno! Todo mundo quer se meter na minha vida!", ela pensou, quando ouviu o brado de Mao:

    ? Tzeng! Venha aqui!

    "Pronto, agora vai ser ele...", pensou. "Começo a achar que não seria má ideia se o Shiryu quisesse me levar embora daqui".

    ? Tzeng, que mexericos são esses? Só falam que o japonês cabeludo vai morar com você!

    ? É, Mao, ele vai ? respondeu, já sem forças para rebater mais um enxerido, ainda mais sendo ele seu chefe.

    Mao deu uma gargalhada gostosa, não de desdém, mas de alegria, como poucas vezes Shunrei vira.

    ? Tá vendo, Tzeng? Em um dia a desgraça, no outro a felicidade. Espero que ele seja bom pra você!

    Shunrei sorriu e olhou comovida para Mao. Dentre todos, era dele que esperava as piores reprovações pelo inesperado relacionamento.

    ? Obrigada, Mao ? respondeu. ? Também espero que agora as coisas dêem certo pra mim.

    ? Você é uma boa menina e já sofreu demais.

    Mao lhe deu outro sorriso, depois encheu o peito, fez uma cara de mau muito convincente, e bradou:

    ? Agora já pro trabalho, Tzeng!

    Shunrei sorriu e gostou de saber que tinha uma pessoa sensível por trás dos gritos do chefe. Mao gritou outra vez, agora se dirigindo aos outros funcionários:

    ? Vamos acabar com os mexericos, seus folgados! Vocês ganham pra trabalhar não pra cuidar da vida alheia. Quem quiser mexericar, peça demissão e vá trabalhar na rádio!

    Shunrei lançou um olhar grato a Mao, que respondeu com uma piscadela, e voltou ao trabalho. Mas ainda podia ver os olhares dos colegas que, a despeito da advertência de Mao, continuavam comentando sobre seu 'casamento'. Ouviu até a palavra 'golpe' ser pronunciada por alguém, mas obstinou-se a ignorar qualquer tipo de comentário.

    Quando finalmente o expediente terminou, ao invés de deixar o restaurante pelos fundos, foi pela porta de comunicação com o hotel até o saguão, onde Shiryu a recebeu com um abraço, mas ao invés de sorrir, ela chorou.

    ? O que foi? ? perguntou, acariciando os cabelos dela.

    Ela não respondeu. Shiryu insistiu.

    ? O que houve, Shunrei? Por que está chorando?

    ? Nada ? ela disse e enxugou a face. ? Podemos ir?

    ? Sim. Estou pronto.

    O manobrista trouxe o carro novo de Shiryu, para espanto de Shunrei.

    ? Já que vou ficar aqui ? ele disse assim que entraram no veículo ?, não tinha por que continuar com um carro alugado, então comprei esse.

    ? Você é definitivamente louco e eu sou ainda mais por estar deixando as coisas irem por esse lado.

    Shiryu deu uma gargalhada.

    ? Sabe, louco é uma palavra que vem sendo muito usada para me descrever nos últimos meses, mas eu estou gostando! Sempre fui o mais certinho da turma, o mais equilibrado, e o que ganhei com isso? Nunca fui feliz. Só agora que ando fazendo minhas "loucuras" é que estou conhecendo o que é ser feliz de verdade.

    Shunrei sorriu. Entendia perfeitamente o que ele estava dizendo porque sentia o mesmo.

    A estrada que levava ao topo da montanha ia pela face contrária àquela da escadaria e levava aos fundos da casa dela, onde ele estacionou o carro. Antes de saírem do veículo, ele tirou do porta-luvas uma caixinha de veludo negro, onde estavam duas alianças.

    ? Shunrei Tzeng, você gostaria de se casar comigo? ? Shiryu perguntou. ? Eu sei que já pedi no hotel, mas agora estou fazendo o pedido oficial.

    ? A resposta ainda é a mesma ? ela disse e o beijou. ? Claro que sim!

    Shiryu pôs a aliança menor no anelar direito dela e deu a maior para que ela pusesse no seu.

    ? Agora estamos noivos, mas nem pense que vai me enrolar por dez anos como fez com o outro lá...

    Os dois deram uma gargalhada.

    ? Com você, me casaria de verdade agora mesmo se pudesse.

    ? Bom saber disso, porque eu já dei entrada nos papéis para ficar aqui e me casar com você.

    Shiryu abriu a porta dos fundos, pegou Shunrei no colo e entrou carregando-a. Suavemente, colocou-a no chão e a beijou.

    ? Acho que temos uma coisa a fazer antes de eu ir buscar minhas coisas no carro ? sussurrou no ouvido dela, enquanto as mãos acariciavam as costas de Shunrei.

    ? Hum... temos... ? ela sussurrou de volta. Shiryu a ergueu de novo, colocando-a sentada sobre a mesa.

    Na manhã do dia seguinte, Shiryu espreguiçou-se e, ainda sonolento, levantou-se. Ela não estava no quarto. Ele arrumou os lençóis e guardou os colchões onde tinham dormido. Depois, abriu a janela. Um sol fraco aparecia entre nuvens e uma lufada gelada tocou seu rosto. Ele respirou fundo o ar frio e puro, que trazia o perfume da floresta atrás da casa, e fechou os olhos, agradecendo por ter tomado todas as decisões que tomara nos últimos meses. Finalmente se sentia em casa.

    Meses depois, na noite de 31 de dezembro.

    Shiryu e Shunrei estão a caminho do hotel onde se conheceram há exatamente um ano atrás. Ponderaram se seria bom comemorar, já que na mesma noite o avô de Shunrei tinha morrido, mas acabaram resolvendo que deviam. Afinal, se não tivessem se conhecido, Shunrei teria ficado sozinha no mundo.

    Tinham se casado no mês de março, numa cerimônia bastante simples, sem as roupas pomposas e a festa do primeiro casamento de Shiryu, e com poucos convidados ao invés dos trezentos do primeiro, apenas os amigos japoneses dele e os colegas de trabalho de Shunrei. Passaram uma deliciosa lua-de-mel nas Ilhas Maldivas, e depois, uma pequena temporada hospedados na mansão Kido, enquanto Shiryu resolvia pendências e fazia contatos de trabalho. A ex-mulher de Shiryu armou mais alguns escândalos nesse tempo, até se convencer que não havia mais nada a fazer. Da última vez que ouviu notícias dela, Shiryu soube que estava namorando um político do alto escalão, vinte anos mais velho.

    A casinha modesta de Shunrei ganhou uma reforma e agora estava mais ampla e confortável, com alguns móveis novos e outros restaurados.

    Os dois foram algumas vezes ao Japão, onde Shiryu ministrou cursos e prestou consultoria em empresas. Com mais tempo livre, ele também se dedicou mais ao desenho e à pintura.

    Shunrei engravidou pouco depois do casamento, o que a levou a deixar o emprego no hotel. Os mexericos, que haviam diminuído, voltaram com força depois da gravidez e ela achou por bem sair. Agora, já com quase seis meses de gravidez, ela retornava ao restaurante pela primeira vez desde o pedido de demissão.

    O hotel estava exatamente como quando se conheceram: cheio de turistas ansiosos pela queima de fogos armada para agradá-los. O casal escolheu uma mesa afastada, para terem alguma privacidade. Assim que os viu, Mao foi cumprimentar o casal.

    ? Tzeng! Bem-vinda de volta, agora como cliente!

    ? Obrigada, Mao! Sabe, apesar de tudo, sinto saudades daqui.

    ? E parabéns pelo bebê ? completou, ao ver a enorme barriga de grávida que ela ostentava. ? Senhor Suiyama, seja bem-vindo também.

    ? Obrigado, Mao.

    Hu também apareceu para cumprimentá-los.

    ? Olá, Shunrei! Quase não acreditei quando vi sua reserva para o réveillon!

    Shunrei pensou ter visto uma expressão estranha em Hu, quase um tremor na face, como se algo a incomodasse terrivelmente. Sentiu um arrepio na espinha pois aquilo a fez lembrar da expressão do antigo noivo pouco antes de surrá-la. Há meses não lembrava dele, o que a deixou ainda mais tensa.

    ? Que barriga linda, mulher! ? Hu comentou, tocando a barriga de Shunrei. ? Quando é que esse pequeno príncipe nasce?

    ? Ainda faltam uns três meses ? Shunrei respondeu, esforçando-se para parecer simpática, mas sentindo-se extremamente desconfortável.

    ? Ah, vai passar tão rápido, você vai ver. E como está essa vida de madame? Você nem precisa trabalhar mais, querida.

    ? Estou só tomando conta da casa e arrumando as coisas para a chegada do bebê.

    ? E isso já é trabalho suficiente ? Shiryu interveio. Também não estava gostando do tom de Hu.

    ? É, a vida mudou mesmo, Shunrei. Você está até mais bonita, com ar de mulher rica. Até seu jeito de andar mudou, você andava meio cabisbaixa, agora anda de cabeça erguida.

    Shiryu e Shunrei responderam com um olhar enviesado.

    ? Bom, o que vão querer? ? disse Hu, entendendo o recado.

    Shunrei pediu um suco e Shiryu um drinque. Depois que a mulher se afastou...

    ? Ela está cada dia mais intragável... ? Shiryu comentou, lembrando-se de que a tinham convidado para o casamento por educação e mesmo nesse dia Hu não tinha economizado comentários inconvenientes.

    ? Não vamos deixar ela estrague nossa noite, certo?

    Pouco depois, Hu voltou com as bebidas e as serviu. O casal brindou alegremente.

    ? Ao futuro ? Shiryu disse, erguendo sua taça e encostando-a ao copo de suco da mulher.

    ? Que continue tudo tão bom como está ? Shunrei respondeu, e tomou um gole do suco.

    ? Que fique ainda melhor! ? ele disse e também bebericou seu drinque. Shunrei tomou outro gole do suco e logo seu rosto contorceu-se em dor.

    ? O que está havendo, Shunrei? ? ele perguntou ao perceber a expressão na face dela.

    ? Não me sinto muito bem, Shiryu... ? ela respondeu e começou a desfalecer. Só houve tempo de Shiryu levantar-se para ampará-la, evitando que fosse ao chão. Ele pegou a mulher no colo e colocou-a no carro, partindo o mais rápido que pôde para o hospital. Enquanto os médicos cuidavam dela, Shiryu, sozinho na sala de espera, ouviu os fogos estourarem lá fora.

    Continua...


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