Os personagens de Saint Seiya pertencem ao tio Kurumada e é ele quem enche os bolsinhos. Todos os outros personagens são criações minhas, eu não ganho nenhum centavo com eles, mas morro de ciúmes.
-I-N-C-
INCOMPLETOS
Chiisana Hana
Beta-reader: Nina Neviani
-I-N-C-
Capítulo VI ? O Dragão
O almoço chegou assim que Shiryu desligou o telefone e ele agradeceu mentalmente por isso. Não queria ter de comentar com Shunrei o que falara com o amigo, embora visse perfeitamente que ela fazia ideia de qual fora o assunto. Além do mais, a comida seria uma boa oportunidade para ele mesmo não pensar no que Hyoga dissera por algum tempo.
? Nosso almoço ? ele anunciou enquanto puxava o carrinho com a comida para dentro. Pôs a bandeja sobre a mesa e voltou-se para Shunrei. ? Vamos lá?
Shunrei se aproximou e, cavalheiro, Shiryu puxou a cadeira para que ela sentasse à mesa. Depois, sentou-se também e descobriu a travessa onde estava o peixe. O aroma delicioso fez seu estômago roncar.
? Parece muito bom, mas não deve ser melhor do que o que eu comi na sua casa ? disse.
? É melhor sim ? ela retrucou, e acrescentou, rindo: ? Só que eu sei fazer igualzinho a esse. O chefe do restaurante me ensinou. Bom, eu quase implorei para ele me ensinar algumas coisas, mas consegui convencê-lo.
? Nesse caso, fez muito bem. Você tem talento para cozinha. Se a sua comida simples já é muito boa, imagino como deve ser quando você faz algo mais sofisticado.
Shunrei sorriu envergonhada e os dois começaram a comer, trocando ideias sobre culinária, falando dos pratos que ela conhecera através do chefe, e sobre as comidas mais simples que preparava intuitivamente, sem usar receitas. Ele disse que nunca tinha se interessado por cozinha, mas que agora gostaria de aprender alguma coisa, já que não pretendia mais ter cozinheira em casa.
Depois de comerem, foram à janela, conferir o tempo. A chuva ainda não dera trégua e o céu continuava escuro, embora os trovões só se fizessem ouvir ao longe.
? Está se afastando ? ela constatou. Não sabia precisar se estava feliz ou triste, pois se a chuva passasse acabaria tendo de ir embora.
? Sim... ? ele concordou e aproximou-se dela. Seus braços tocaram-se e a proximidade física entre os dois fez Shiryu lembrar o que Hyoga dissera. Sentiu vontade de tomá-la nos braços, envolvendo-a firmemente, e beijar-lhe os lábios.
"Isso está ficando perigoso", pensou. Não gostava de perder o controle, e sabia que se aquela situação perdurasse, seria difícil conter o ímpeto que crescia dentro de si numa velocidade alucinante. "Mas por que diabos o Hyoga foi falar nisso?", indagou-se. "Enquanto eu não tinha consciência do que estava acontecendo comigo, estava tudo bem, mas agora... agora é tão difícil ignorar o que estou sentindo."
Estar tão perto de Shiryu mexia muito com Shunrei, como se a proximidade dele lhe aquecesse o coração e, numa proporção mais intensa, a pele. Ele fazia seu coração disparar, e não do mesmo jeito que o noivo, aos sobressaltos, de medo. Com Shiryu, havia paixão e ela ansiava pelos braços dele, por seu beijo, ainda mais porque sabia que ele iria embora em breve e que talvez não o visse nunca mais. Passou a querer que a tempestade não acabasse nunca, que chovesse eternamente e não pudessem sair do quarto. Que ele não pudesse voltar nunca para o Japão, e ela não pudesse voltar pra casa, e que ficassem presos no hotel até que a água inundasse o mundo inteiro e morressem juntos.
Fez seu braço encostar um pouco mais no dele. Shiryu não recuou. Estava cada vez mais perturbado e os sentimentos revolviam-se dentro dele num torvelinho que quase o deixava tonto. Se há pouco, quando olhavam o lago, desejou calma, agora desejava envolver-se no redemoinho de sentimentos. Havia o desejo, fervoroso e quase incontrolável, mas havia também ternura e vontade de protegê-la, de tê-la sempre por perto. Também havia o medo de deixar as coisas seguirem o curso que começavam a tomar porque ele não queria magoá-la. Não depois da morte tão recente do único parente que ela tinha e de tudo que ela lhe contara sobre o noivo e sobre o filho.
"Mas ela não parece inclinada a me recusar...", pensou. Sabia que devia ter cautela, mesmo assim, lentamente moveu seus braços a fim de envolvê-la, já preparado para recuar caso notasse o menor sinal de aversão na moça, mas ela deixou-se abraçar, aconchegando-se nos braços dele. Depois, virou-se de frente para ele e ergueu o rosto, dirigindo-lhe um olhar ansioso e expectante, que ele entendeu de súbito, e devolveu-lhe na forma de um sorriso amoroso. Então, inclinou o rosto na direção do dela, olhando-a nos olhos para ter certeza de que era aquilo mesmo que ela queria e, quando enfim a teve, pousou os lábios sobre os dela, sentindo a textura macia e o calor suave. Entregaram-se ao beijo, aprofundando-o, deixando que as línguas se tocassem, que um explorasse a boca do outro. Shunrei sentia como se seu peito fosse explodir, tamanha era a força das sensações que lhe invadiam cada poro. Já não se importava com o depois desde que pudesse conservar a lembrança de ter feito amor com Shiryu. Ela desejava Shiryu mais que tudo, então abriu o roupão, deixando-o cair. Shiryu olhou-a pasmado. "Ela é tão linda, meu Deus." Pensou, organizando os pensamentos confusos que desfilavam na sua cabeça, mas ainda incapaz de decidir se devia ir adiante. "Eu a quero tanto... mas também tenho tanto medo de magoá-la, de ser imprudente."
Shunrei não entendeu por que ele ficou imóvel, olhando-a sem tocá-la, sem esboçar qualquer reação, e arrependeu-se de ter tirado o roupão.
"Ele não me quer..." constatou baixando o olhar. Sentiu uma dor pungente no peito, que se alastrou por seu corpo inteiro. "Eu devia ter imaginado... Não importa a chuva, vou embora agora mesmo. E queira Deus que um raio caia na minha cabeça e eu morra logo de uma vez porque essa minha vida não vale nada mesmo. Meu noivo estava certo. Ele sempre esteve certo. Eu não sirvo para nada. Nenhum homem além dele é capaz de me querer." As lágrimas começaram a cair sem controle e, envergonhada, Shunrei abaixou-se para pegar o roupão e cobrir-se. Não ousou erguer o olhar, por isso não viu que Shiryu a fitava com ternura. Ele gentilmente a impediu de pegar a peça de roupa no chão, e puxou-a para si, apertando-a contra o peito. Depois, tomou-a em outro beijo intenso. Ainda achava que era cedo, que ela poderia se arrepender e, se isso acontecesse, ele se sentiria terrivelmente culpado por se tornar motivo de mágoa para ela, mas não havia volta. Apertou-a mais contra o peito e deu-se conta dos seios desnudos sendo pressionados contra si. A camisa que usava impedia o contato direto, mas não era o suficiente para conter suas sensações. Shunrei sentia a pele arder e um calor que ela nunca havia sentido queimava entre suas pernas. Quando ele beijou-lhe os seios, sentiu esse calor contrair-se e expandir-se numa onda intensa. Cada toque que ele lhe dirigia era recebido com diferentes intensidades de estremecimento e ardor, e Shiryu deleitava-se com as reações dela. Deteve-se um pouco mais nas carícias. Depois, começou a despir-se sob o olhar lânguido da mulher que, sentada na cama, lutava para controlar-se. Nunca tinha sentido nada sequer parecido com as sensações que ele lhe proporcionava e era difícil raciocinar.
Enquanto se despia, Shiryu ponderava. Não tinha nenhum preservativo no quarto. Seria imprudente levar a coisa toda adiante sem qualquer proteção, mas decidiu assumir o risco. "Não sou um moleque, sei das conseqüências... e estou pronto para assumi-las...", decidiu. Quando ele tirou a camisa e se virou levemente de lado para colocá-la sobre a poltrona, Shunrei viu parte de um enorme desenho tatuado nas costas dele. Shiryu notou que ela percebera e virou-se afastando os longos cabelos e exibindo a tatuagem. Sabia o efeito que o desenho causava, mas percebeu que a imagem atingiu Shunrei de uma forma diferente. A tatuagem, um enorme dragão que lhe tomava toda a extensão das costas e descia pela lateral do quadril, deixou Shunrei quase hipnotizada. Ela se levantou da cama, aproximou-se dele e tocou o desenho. "Um dragão...", pensou. "Sinal de bom auspício..." e como se o toque na imagem lhe tivesse aberto um nível superior de consciência, compreendeu tudo. Sorriu satisfeita e abraçou Shiryu pelas costas o mais forte que pôde, pressionando a face contra o desenho. Depois beijou a pele colorida, acariciou, percorreu com as mãos o dragão e tornou a abraçá-lo. Gentilmente, Shiryu fez com que ela afrouxasse o abraço. Queria virar-se para ela e beijá-la. Depois do beijo, tornou a deitá-la na cama e livrou-se do resto de suas roupas, exibindo-se pronto. Insinuou-se para ela, que se abriu naturalmente para recebê-lo, como fazia com o noivo, com a diferença de que dessa vez amava o homem e, mais que recebê-lo, desejava fundir-se a ele.
Ele sentiu com os dedos a terna umidade que a preparava para si e explorou a região com os lábios, não sem antes aspirar-lhe o perfume. Shunrei não gostava quando o noivo enveredava a face ali. Gostava menos ainda quando ele a forçava a fazer o contrário e, nesse caso, temia apanhar caso o machucasse, como acontecera uma vez. Mas gostou de ver Shiryu aspirar seu cheiro com aquela expressão de prazer, gostou da língua passeando pelos seus baixios, descobrindo-lhe a abertura, penetrando-a, sugando-a. Queria saber como seria fazer o mesmo em seu membro viril. Ainda que conhecesse Shiryu há pouco tempo, sentia que ele seria incapaz de um gesto violento caso o machucasse. Ela á não conseguia coordenar as idéias na mente. Deixou que ele continuasse a ter o controle e só desejava que aquilo se prolongasse por toda a eternidade. Quando ele espalmou um dos seios, ela inclinou-se para ele. Queria beijá-lo mais uma vez. Sentiu o membro tocando-lhe a pele da coxa e esticou a mão para segurá-lo. Apertou-o, sentiu a textura, moveu a mão para cima e para baixo, do jeito que o noivo a mandava fazer. Fez com que ele se deitasse e beijou-lhe o corpo inteiro. Ele gostou da sensação, da boca pequena e rosada tocando-lhe, e estremeceu levemente quando com uma mão ela envolveu sua parte mais sensível. Desejou aqueles lábios macios beijando-lhe ali, mas recordou-se de Claire por um instante. A mulher só lhe fazia isso quando ele insistia muito e não cogitou pedir a Shunrei que o fizesse, mas para sua surpresa espontaneamente ela tocou-lhe com os lábios e o calor quase o fez atingir o clímax. Controlou-se a muito custo, para saborear aquela sensação que tanto amava e que a mulher sempre se recusara a dar e que agora Shunrei lhe dava espontaneamente. Embora apreciasse muito aquilo, pediu que ela parasse. Não queria terminar tudo sem tê-la por completo. Assim, sentou-se na cama e fez com que ela se colocasse por cima, envolvendo seu membro. Ela assim o fez, enterrando-o o mais que pôde e abraçando-se ao homem que a fizera descobrir todas aquelas sensações. Moveu-se para cima e para baixo, enquanto ele lhe auxiliava com as mãos e sugava-lhe os seios alternadamente. Moveram-se juntos até ela sentir o prazer invadir-lhe outra vez. Continuaram movendo-se até que ele, com um sussurro sôfrego, derramou-se dentro dela. Permaneceram unidos por um tempo que não souberam precisar. Depois, desfizeram a posição, mas se abraçaram e deixaram-se ficar na cama.
"Era isso que eu devia ter sentido com meu noivo?", ela pensou, ainda exausta e envolta pelos braços de Shiryu. "Ele sempre me disse que eu não era uma mulher normal, que não sentia calor em mim, que não sabia fazer as coisas que ele gostava, mas que me amava mesmo assim e que eu devia ser grata por isso... E nada disso era verdade." Era uma constatação difícil e fez Shunrei sentir raiva de si mesma por ter acreditado no noivo por tanto tempo. Virou-se para olhar Shiryu, que sorria pra ela e acariciava seu cabelo. Shunrei sorriu de volta e pousou a cabeça sobre o peito dele.
"Ah, como eu amo esse homem!", pensou. "Eu sei que ele vai embora, Senhor, mas não deixe que ele me esqueça. Por favor."
Shiryu afastou uma mecha de cabelo que caiu sobre o rosto dela e acariciou a face ainda afogueada. "Hyoga estava certo", pensou. "Era isso que faltava na minha vida. Era ela."
Os dois adormeceram abraçados, embalados pelo som da chuva que ainda caía.
Quando Shunrei acordou, a tempestade já havia passado e o céu estava límpido. "E agora?", ela se perguntou e não ousou buscar uma resposta para sua pergunta. Shiryu era muito mais do que ela julgava merecer. Não esperava dele mais que a lembrança do amor que sentira nos momentos em que estiveram juntos. Guardaria na memória cada toque, cada cheiro, cada sabor. Entretanto, não queria se iludir. "É melhor eu ir embora antes que ele acorde e só aparecer no hotel quando ele já tiver partido. Invento uma desculpa para o Mao. Digo que estou doente, qualquer coisa. Só não quero ter de enfrentar a despedida. Seria duro demais. Quero guardar isso como se tivesse sido o melhor sonho da minha vida."
Ela saiu da cama tentando não acordar Shiryu, recolheu suas roupas já secas e vestiu-as. Depois, foi até onde estava a pasta de desenhos dele, procurou a folha com o desenho de seu rosto, pegou uma caneta e escreveu no verso. Depositou o desenho na mesinha de cabeceira e antes de sair do quarto olhou outra vez para Shiryu. Hesitou quando pôs a mão sobre maçaneta. Um pensamento que ela nunca teve antes lhe invadiu a mente. "Se eu já sofri tanto na vida, não é justo que haja alguma compensação?", pensou e voltou o olhar na direção da cama. "Como posso pensar que não o mereço? Isso é o que meu noivo me diria! Eu mereço, sim. Eu quero ficar com ele. E eu posso aguentar quando ele for realmente embora."
Shunrei inspirou profundamente e expirou, mentalmente expulsando tudo que ouvira do noivo durante os longos anos em que estiveram juntos. Já voltava para perto de Shiryu, quando ele acordou. Ainda sonolento, abriu os olhos e deparou-se com Shunrei vestida.
? Estava indo embora? ? ele perguntou, sentindo-se um tanto decepcionado.
? Ia ? ela respondeu com sinceridade. ? Mas mudei de ideia.
? Por que pensou em ir embora? ? ele tornou a perguntar, sentando-se na cama e puxando-a para perto de si. Ela também sentou. Ponderou alguns segundos, pensou em inventar uma desculpa qualquer, mas desistiu. Não queria que começassem com mentiras, então deu uma resposta sincera outra vez:
? Porque eu achava que não merecia você...
? Que bom que mudou de ideia ? ele disse e a abraçou. ? Achei que você tinha desistido de mim.
? Quase desisti... Quase. Shiryu, não quero que você pense que eu já fiz isso com outros hóspedes...
? Eu não pensei ? ele a interrompeu. ? Não queria que acontecesse justamente porque senti que você não era esse tipo de moça. Fiquei com medo de magoá-la, mas ao ver que você também queria, eu não pude resistir...
? Eu não podia deixar que você se fosse sem ter essa lembrança. Pelo menos uma vez na vida eu queria saber como é fazer amor com alguém que eu amasse.
Shiryu franziu a testa.
? E o seu noivo...? ? ele perguntou, mesmo estando receoso de perguntar.
? Depois que ele me forçou na primeira vez, eu só deixava que ele fizesse o que quisesse e rezava para que acabasse logo ? ela disse. ? Ele sempre me disse que eu não era normal, que só ele me aceitaria. Agora entende por que eu me casaria com ele de qualquer jeito? No fundo eu queria acreditar que não era verdade, que haveria alguém para mim, mas e se ele estivesse certo?
Ele a abraçou ainda mais forte.
? Que vida dura você teve. É por isso que eu estava com tanto medo de magoá-la, porque acho que você já sofreu demais. Não quero magoá-la nunca.
? Não se preocupe com isso, Shiryu. Você já me deu as melhores lembranças da minha vida. O que quer que aconteça não vai apagar o que eu senti nesses dias com você nem o quanto você me ajudou na hora mais difícil... E também não quero que você ache que tem qualquer responsabilidade comigo porque fizemos amor. Eu não sou mais nenhuma menina, já tenho quase trinta anos.
? Eu me sinto responsável, sim ? ele disse sem hesitar. ? Me sinto porque a amo. Eu a amei desde o primeiro olhar, ainda na virada do ano, com os fogos estourando lá fora.
Shunrei abriu um largo sorriso. Era bastante acalentador ouvir que ele a amava e ela sentia que era sincero, embora ainda achasse que não devia esperar muito dele, afinal, ele era só um turista e acabaria voltando para casa.
? Eu também te amo ? ela retrucou. Não queria perder a oportunidade de dizer a ele o que sentia. ? Eu o amo como eu nunca amei ninguém e desejei você como nunca desejei nenhum outro e o que senti com você nunca tinha sentido antes. E também...
Ao invés de falar sobre o dragão, Shunrei pegou o desenho com o bilhete escrito no verso e entregou ao rapaz, que leu em voz alta:
? "Shiryu, você foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida. Sua lembrança me confortará quando eu sentir vontade de chorar, e ainda que eu chore, não serão lágrimas de sangue como neste desenho. Eu nunca esquecerei o que você me fez sentir e o que você significou para mim: o Dragão que trouxe a chuva, a prosperidade, a alegria para a terra seca que há muito ansiava pela água..."
? Que lindo, Shunrei ? ele disse assim que terminou de ler.
? O dragão é um símbolo muito forte para os chineses ? ela explicou. ? Eu não estava entendendo essa chuva totalmente fora de época, até vê-lo nas suas costas.
? Eu notei que você olhou para a tatuagem de um jeito estranho, mas sei lá, imaginei que fosse só por ela ser muito grande...
? Foi você que trouxe a chuva... para mim.
Shiryu viu-se inesperadamente comovido. Não havia imaginado nada assim quando fez a tatuagem. Escolheu-a por combinar com seu nome e jamais lhe passaria pela cabeça que alguém, um dia, encontraria um significado tão forte naquele desenho, mas amou que essa pessoa tenha sido justamente Shunrei. Amou ser o dragão por quem ela ansiava.
? O que sinto por você também é algo que nunca senti, seja por Claire, seja por qualquer outra ? ele disse.
? Você nem imagina o que isso significa para mim depois de tantos anos achando que era impossível ter o amor de outro homem além do meu noivo. Você não faz ideia.
? Eu faço sim. E eu quero que você esqueça tudo que houve com esse homem que tanto a fez sofrer.
Shunrei deu um sorriso, desviou do olhar dele e disse:
? Podemos ter ficado juntos por pouco tempo, mas você já me fez esquecer.
? Pouco tempo? ? ele retrucou, fingindo indignação. ? Eu quero você do meu lado para sempre. Se você também me quiser, claro.
? Claro que eu quero... ? ela respondeu emocionada e sem saber direito o que pensar. Sua tendência a esperar sempre o pior não havia deixado sequer que cogitasse a possibilidade de Shiryu ficar em Rozan ou levá-la embora consigo. ? Mas você não tem de voltar para o Japão?
? Voltar? Voltar pra quê, se tudo que eu preciso está aqui?
Continua...