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Os personagens de Saint Seiya pertencem ao tio Kurumada e é ele quem enche os bolsinhos. Todos os outros personagens são criações minhas, eu não ganho nenhum centavo com eles, mas morro de ciúmes.
Setsuna pertence a Nina Neviani.
CINCO MOMENTOS
(QUE DEFINEM UM RELACIONAMENTO)
Chiisana Hana
PARTE 3
"EU TE AMO"
"Meu amor, se você soubesse como eu gosto
Quando você me diz "te amo" sussurrando
Porque você sabe que a vida passa rápido
E vivê-la com você me faz feliz". (1)
Capítulo XII
? Tinha que ser você, hein, Ikki? ? Shun disse. ? "Eu te amo, porra"? É quase inacreditável.
? Culpa da Minu ? Ikki se justificou. ? Eu lá, cheio de amor pra dar e ela querendo falar de trabalho.
? Meu maridinho, você é tão insensível que não percebeu que era um jeito de controlar o que eu estava sentindo!
? Ah, como é que eu ia adivinhar? Você ficou lá, falando sem parar, meu!
? Vocês vão começar de novo? ? Saori interveio. ? Deixem isso para lá e vamos relembrar como foi a primeira declaração de amor de Shiryu e Shunrei, porque eu aposto que foi fofíssima!
? Ih, lá vem mais água com açúcar! ? Ikki provocou. ? Sério, cada vez que vocês contam alguma coisa que fizeram eu tenho uma hiperglicemia.
? Antes água com açúcar do que "eu te amo, porra!" ? protestou Shiryu, e começou seu relato.
Dez anos atrás, ainda no baile de formatura...
? Eu amo você ? Shiryu disse logo depois de beijar Shunrei, num sussurro quase inaudível, mas que lhe pareceu um grito, mesmo naquele salão lotado de alunos barulhentos. Os olhos de Shunrei marejaram e ela se aninhou nos braços dele.
? Eu também amo você ? sussurrou de volta, erguendo o rosto. ? Eu o amo muito, muito, muito, desde a primeira vez que pus os olhos em você, no primeiro dia de aula, lembra? Eu sorri pra você feito uma boba.
? E eu sorri de volta, porque aquele seu sorriso iluminou meu dia.
A banda recomeçou a tocar.
? "Automatic"(2) ? ela disse. ? Eu adoro essa música
? Eu também ? Shiryu disse, e os dois recomeçaram a dançar, meio desengonçados, já que a música tinha um ritmo agitadinho. De vez em quando se abraçavam e trocavam mais algum beijo. Quando cansaram de dançar, eles resolveram voltar para a mesa, onde dona Mitsuko exibia um sorriso de orelha a orelha.
? Contenha-se... ? seu Hirotaka murmurou para Mitsuko quando viu o casalzinho se aproximando.
? Coisa mais linda! Coisa mais linda! Imagino como vai ser o casamento deles.
Seu Hirotaka deu um cutucão de advertência na esposa.
? O que é? ? ela protestou.
? O menino mal deu um beijo na garota e você já está falando em casamento? Nem pense em falar isso na frente dele.
? Deixa de ser chato, meu velho!
Dona Mitsuko não conseguiu esconder a felicidade quando os dois sentaram-se à mesa, mas conteve os comentários que pretendia fazer. Todos beliscaram um pouco da comida que foi servida, conversaram mais algum tempo e quando já passava da meia-noite deixaram o baile.
? Obrigada por tudo ? Shunrei disse a Shiryu no momento em que desciam do táxi em frente à residência estudantil onde ela morava. Os pais dele esperaram no automóvel, enquanto ele se despedia da moça. Tinha sido uma noite perfeita, com a dança, o primeiro beijo e os demais beijos que se seguiram a esse. Ambos lamentavam-se por ela estar acabando, mas guardariam para sempre a atmosfera onírica que os envolveu durante o baile.
? Foi maravilhoso ? ele disse. Ela abaixou o olhar e sorriu tímida. Ele prosseguiu: ? E, se você quiser, eu gostaria que continuássemos juntos...
? Claro que eu quero, Shiryu ? ela respondeu.
? Então posso considerar que nós estamos namorando?
? Pode.
Os dois beijaram-se outra vez. No táxi, dona Mitsuko erguia os punhos fechados e murmurava "Isso aí!". Eles olharam para ela, rubros de vergonha, mas felizes.
? Sabe, Shunrei ? ele disse, segurando as mãos da namorada ?, amanhã estou indo passar uns dias de férias na casa dos meus pais e estava pensando se você gostaria de ir conosco ao invés de ficar sozinha aqui em Tóquio.
Shunrei refletiu por alguns instantes. Amou o convite e, embora não achasse adequado ir para a casa de Shiryu, resolveu aceitá-lo. Estava cansada de viver sob as regras que a sua própria timidez tinha imposto desde sempre. Não fosse isso, estaria com Shiryu há mais tempo. Poderia ter sido um ano feliz.
? Eu vou com você ? ela disse, resoluta.
Shiryu alegrou-se.
? Então amanhã logo cedo passaremos aqui para buscá-la, certo?
? Está bem. Até amanhã.
Trocaram mais um beijo e Shiryu esperou que ela entrasse em casa e trancasse a porta. Quando ele voltou ao táxi, dona Mitsuko estava incontrolável.
? E então? E então? ? ela perguntou, ansiosa. ? Pediu para namorar ela?
No banco da frente do táxi, seu Hirotaka balançou a cabeça.
? Pedi, mãe ? Shiryu admitiu, corando.
? E ela? O que ela disse?
? Ela aceitou!
? Ha! Que maravilha! Estão namorando! Ouviu, meu velho?
Seu Hirotaka anuiu com um gesto.
? Mãe, espero que não se importe, mas como a Shunrei vive sozinha aqui, eu a convidei para passar uns dias conosco lá no campo. Ela não vai atrapalhar e...
Dona Mitsuko nem esperou o filho terminar de falar:
? É óbvio que não me importo! Eu vou adorar! Vou ensinar ela a fazer todas as comidas que você gosta! Você vai ver!
? Mãe! ? censurou Shiryu.
? O que foi? Se ela vai ser sua esposa, precisa aprender.
? Você não tem jeito mesmo... ? seu Hirotaka murmurou.
? É, pai ? concordou Shiryu ?, a mãe não tem jeito.
Naquela noite, Shiryu mal conseguiu dormir depois de toda excitação do baile. No dia seguinte, ele e os pais tomaram um táxi novamente e foram buscá-la. Shunrei os esperava na porta da residência com uma adorável mochila rosa nas costas. Foi recebida com empolgação pelo casal e pelo filho, e entrou no veículo.
Durante a viagem, dona Mitsuko puxou conversa, mas logo Shunrei e Shiryu começaram a demonstrar sinais do cansaço da noite anterior e ela os deixou cochilarem abraçados. Acordou-os delicadamente quando chegaram à bela casinha na zona rural de Saitama, nos arredores de Tóquio.
? Esta é a minha casa ? ele disse, apontando a construção de madeira, com uma varanda na frente. Era rodeada por uma imensa plantação de flores de que seus pais cuidavam com afinco e que proporcionava o sustento da família com algum conforto.
? É linda... ? suspirou Shunrei, extasiada pela profusão de cores que a plantação ostentava naquele início de primavera. Recordou-se dos tempos em que vivia na China, num local de certa forma parecido com esse e sentiu-se em casa como há muito não se sentia.
Quando desceram do táxi, dona Mitsuko foi logo puxando Shunrei para mostrar a ela todos os cantinhos da casa e da propriedade. Shiryu ficou com o pai.
? Sua mãe é incontrolável como um tsunami ? Hirotaka disse, rindo da mulher, que arrastava Shunrei para a estufa onde estavam as mudas de flores.
? Tudo bem, pai. É o jeito dela. Quando convidei Shunrei, já sabia que ia ser assim.
? A sua sorte é que ela gostou muito da moça, senão ia infernizar vocês dois.
? Verdade. ? Shiryu suspirou. O pai tinha razão, era muita sorte que Mitsuko e Shunrei tivessem se entendido imediatamente.
Mais tarde, depois do jantar, os quatro sentaram-se à varanda, Shiryu e Shunrei na soleira, Mitsuko e Hirotaka em um banquinho de madeira, observando o casalzinho de longe.
? Isso lembra alguma coisa, meu velho? ? dona Mitsuko sussurrou para o marido.
? Nós dois sentamos nessa mesma soleira há mais de trinta anos atrás.
Mitsuko sorriu.
? Pois é. E só de olhar eu sei que ele vai ser feliz com ela, do mesmo jeito que eu soube que ia ser com você. Deus não nos deu filhos biológicos, mas tudo bem, Ele compensou isso mandando o Shiryu.
Agora foi Hirotaka quem sorriu. Também achava que o filho era uma bênção na vida deles.
? Vamos entrar para que os dois namorem em paz ? ele disse e entrou na casa.
Mitsuko levantou-se do banquinho, aproximou-se do casal, deu um beijo na cabeça de cada um e desejou-lhes boa noite.
? Obrigado, mãe ? Shiryu agradeceu.
? Boa noite ? Shunrei também disse.
? Enfim sós... ? Shiryu disse, rindo, assim que os pais entraram em casa. ? Mamãe monopolizou você o dia inteiro.
? Ela me ensinou várias coisas ? Shunrei disse ?, e falou muito de você.
? Imagino o quanto. Eu peço desculpas se ela te amolou. Às vezes ela é um tanto exagerada, mas é uma ótima pessoa.
? Tudo bem! Eu gosto dela. Você teve sorte.
? É. Foi coisa do destino mesmo. Eu já estava com oito anos, nem tinha mais esperanças de ser adotado, até que um dia, durante um dos passeios do orfanato ao parque, eu esbarrei nela. Pedi desculpas, ela disse que estava tudo bem e viu meu nome no crachá do orfanato. Dias depois, ela apareceu lá para me conhecer melhor e então eles me adotaram.
? Eles são adoráveis, Shiryu. Foi realmente uma sorte.
? Ela gostou de você. Vai acabar te tratando como uma filha também, você vai ver.
? Já está tratando, Shi!
Shunrei aninhou-se nos braços dele, sentindo-se feliz e protegida, como nunca antes. Shiryu deu-lhe um beijinho na testa, acariciou-lhe a face e começou a cantarolar um trecho da música que tocou no baile logo depois que eles de declararam um para o outro:
? "É automático, só por estar ao seu lado, só de olhar para seus olhos meu coração bate desesperadamente. Não posso resistir, eu simplesmente não posso evitar. É automático, quando nos abraçamos, sinto-me num céu brilhante. Fechei meus olhos. Sinto-me tão bem. É automático".(3)
Continua...