Diário de uma Bruxa

  • Finalizada
  • Tenshiii
  • Capitulos 23
  • Gêneros Aventura

Tempo estimado de leitura: 3 horas

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    Capítulos:

    Capítulo 8

    Vingança

    Não consegui dormir novamente, então percebi que desde que cheguei àquela estranha cidade, não checava mais meus e-mails. Não tinha muita coisa... Olhei e havia apenas três mensagens, a primeira de uma bruxa que conhecera no tempo em que morei nos EUA, a outra era do Eduardo e a terceira de Amanda. Olhei primeira a mensagem da Samantha (a bruxa):

    "Mary que saudade! Aqui está um tédio! O Brasil é bonito como falam?

    Eu tenho que te contar várias coisas... Ah...! Mês que vem é meu aniversário de 100 anos. É pra você vir, está bem?!

    Vê se me retorna tá? Beijos, minha mãe também lhe manda beijos;

    Samantha."

    Eu estava com saudade da Samantha, ela é uma pessoa bem legal e divertida. Uma das minhas poucas amigas... Seu cabelo era loiro até a cintura, olhos cor de mel bem clarinhos e tinha a pele branca. Respondi o e-mail dela primeiro:

    "Nossa, Sam estou com saudades também! Talvez eu apareça no seu aniversário sim!

    Beijos para todos aí! Diz à Helle que estou com saudades dela, e também da sua torta de maçã (brincadeira). O Brasil é lindo, te adoro!

    Mary."

    Decidi ler o da Amanda antes do e-mail do Edu:

    "O que aconteceu entre vocês? Achei que você iria contar tudo à ele, mas o Eduardo continua na mesmo, ou normal, eu não sei. Me conta o que aconteceu.

    Beijos, Amanda."

    Respirei fundo para tentar escrever algo que a acalmasse, mas só saiu isso:

    "É complicado... Depois nos falamos na escola.

    Beijos, Mary."

    Então finalmente li o email do Eduardo:

    "Eu não sei o que aconteceu comigo no lado... Desculpe-me por me precipitar daquela forma... Ainda amigos?

    Eduardo."

    Fiquei confusa, ele deveria estar com raiva de mim depois do que fiz... Seria mais fácil:

    "Eduardo, não se preocupe com isso... Sim, ainda amigos.

    Mary."

    Tentei ser fria com as palavras, para ele se conformar e entender não passaria disso, amizade.

    Eu estava preocupada, talvez sumir, dar um tempo na casa da Sam seria uma boa. Adorava as noitadas das bruxas, era uma reunião onde as bruxas (mulheres) se juntam, fazem simpatias ao luar, bebem, e zoam muito.

    Eu sempre achei aquilo normal, vários adolescentes faziam isso, sumir seria o melhor para ele, assim ele encontraria uma humana, seria feliz com ela e eu iria casar com um bruxo, o que é o correto.

    Depois de refletir muito, parei de fantasiar, fugir não iria adiantar. Agora eu deveria encarar as consequências dos meus atos sem medo. (Ou estava apenas querendo ficar perto dele).

    De manhã, umas 6:00 hrs eu fui tomar um banho, e me arrumar. Depois de pronta desci para o café, apesar de não estar com fome.

    - Bom dia querida. - Disse minha tia.

    - Bom dia. - Respondi.

    - Hã... Cadê o gustavo?

    - Está lá em cima se arrumando.

    - Ah. -

    Tomei meu café, minha tia foi para o jardim, o Gustavo desceu tomou o seu café, e saímos. Hoje eu teria que dar explicações à Amanda, mais mentiras, durante o caminho da escola, senti o Gustavo preocupado.

    - Você está bem? - Perguntei esperando a resposta óbvia, e para a minha surpresa ele me respondeu a pergunta tranquilamente.

    - Claro, porque eu não estaria? - Talvez ele tivesse batido com a cabeça em algum lugar.

    - Ontem você estava nervoso, e hoje está nessa calma... O que aconteceu?

    - Você tinha razão.

    - Em qual parte?

    - Ficar nervoso não vai ajudar em nada. - Ele estava concordando comigo... Finalmente, bem. até ele descobrir que eu beijei o Eduardo.

    - Que bom que você me escutou. - Disse tentando parecer alegre.

    - Então... Agora que estamos a sós me conte a verdade, você não achou mesmo que eu engoli aquela história de "passeio no lago" não é?

    Ele era realmente irritante! Eu fiquei pasma , mas não podia culpá-lo. Ele me conhecia como ninguém. Então, respirei e contei tudo até mesmo o beijo, sua reação não fora uma das melhores admito, mas acho que se este fato ocorresse em dias anteriores, ele provavelmente teria matado Eduardo.

    Eu tentei manter a calma enquanto contava tudo e ele percebeu que estava, preocupada, contei então do meu sonho a ele. Seus olhos se arregalaram, sua voz mudara, no instante em que lhe contei que a mulher havia me ameaçado, eu sei que ele enfrentaria qualquer um que tentasse me ferir, até mesmo "A ordem".

    - Você gosta dele? Digo, você ficará com ele? - Fiquei confusa, era a primeira vez que ele estava, sendo direto, quanto aos meus sentimentos pelo Eduardo.

    - Creio que não, é contra as regras, e aquela estúpida marionete da ordem, está esperando um deslize meu! Isso seria a desculpa perfeita para ela me matar. - Como eu a detestava! Cristina parecia um belo anjo em comparação a ela!

    - Entendo.

    Depois disso não conversamos mais. Fiquei olhando pela janela, estava começando a chover. Tentava me concentrar no barulho da chuva, por incrível que pareça era algo que me acalmava... Depois de alguns minutos chegamos na escola, a chuva não cessava e estava frio. Peguei meu casaco que colocara no carro antes de sair, e entrei, encontrei Amanda no corredor.

    - No almoço vamos conversar ok?! - Disse amanda.

    - Ok - Respondi.

    Me dirigi à quadra, era Educação Física. Alguns alunos haviam faltado, talvez pela chuva, também não vi o Eduardo na quadra.

    - Turma, hoje teremos um jogo de vôlei. - Disse o professor Marcelo.

    Depois da escolha dos times começou a partida. Logo após o fim do 1º tempo de aula fui para o vestiário, depois de mais algumas aulas, eu já estava cansada. Queria ir para casa, não queria estar naquele lugar, queria sumir... No intervalo fui para o pátio sentei em um banco, coloquei meus fones e fiquei escutando umas das músicas que me acalmava. Deixei a música tocar no último volume, eu só queria que aquela hora passasse... Amanda me viu sentada no banco.

    - "Sozinha? Melhor, assim eu pergunto que diabos aconteceu com ela e o Edu!" - Pensou Amanda.

    - Aí está você! - Ela disse, se aproximou de mim e sentou ao meu lado, esperando minhas explicações.

    - O que exatamente quer saber? - Perguntei sem muita paciência.

    - Tudo! Digo, o que vocês conversaram? Ele me disse que iria se encontar com você. - Tentei formular uma mentira, mas já que ela sabia algo, eu teria que saber o que ele exatamente contou à ela.

    - O que ele falou com você? - Perguntei sem rodeios.

    - Não muito, disse apenas que iria conversar com você, que iriam se encontrar em um lugar... Mas não me disse o local exato. - Que bom, ela não sabia muita coisa.

    - Nós conversamos sim, e esclareci que só poderíamos ser amigos, nada além disso. - Aquilo sinceramente, já estava me irritando.

    - Então... Realmente acho que a Cristina estava certa. - Acho que a Cristina, deveria ser parente daquela bruxa imbecíl.

    - Certa em que? - Quis saber.

    - Ela disse que você, só queria fazer o Eduardo de palhaço. Sabe, muitas garotas "correm" atrás dele, e ele gostou de você. Agora eu compreendo tudo. - Fiquei com muita raiva, ela chegou a essa conclusão?!

    - Pense o que quiser, mas esteja certa de que está enganada.

    Lhe disse tentando parecer indiferente,e era melhor assim. Dentro de alguns dias eu iria embora. Agora me parecia uma boa ideia ir para a casa da Sam. Depois levantei e fui em direção ao corredor do colégio. Após mais algumas aulas, fui para casa. Fui a pé mesmo, queria pensar, deixei uma mensagem no celular do Gustavo e começei a caminhar, no caminho recebi uma ligação, era Amanda.

    - Alô.

    - Mary, Mary?! - A voz parecia ser da Amanda, ela estava desesperada.

    - O que foi?

    - Que bom que você atendeu, o Gustavo me disse que você havia ido mais cedo para casa. Aconteceu uma coisa com o Eduardo, me encontra lá em casa!

    - O que houve?

    - Lá em casa eu te conto, vem logo! - Desliguei o celular e corri em uma velocidade sobre humana, o que será que aconteceu?! Cheguei bem rápido, Amanda estava no portão a minha espera.

    - Amanda fala, o que aconteceu?!

    - Um acidente de carro. O Eduardo está no hospital, ainda está inconsciente!

    - Algum outro carro bateu no dele?

    - Dizem que foi algo na estrada que atravessou o caminho dele, e quando ele tentou desviar perdeu o controle do carro!

    Depois das explicações rápidas fomos para o hospital, chegando lá, estava a mãe do Eduardo.

    - Amanda...! - Dona Márcia disse para Amanda.

    - Tia! Como está o Edu?! - Amanda a chamava de tia porque elas se conhecem desde que Amanda era criança.

    - Ele ainda está desacordado, mas o médico disse que foi pela batida. Ele quebrou duas costelas, mas ficará bem.

    - Entendo, que bom que não aconteceu nada mais grave, eu vim correndo assim que soube.

    - E quem é ela? - Dona Márcia apontava para mim.

    - Ah sim ela é amiga do Eduardo, pedi que ela viesse comigo para não vir sozinha.

    - Dona Márcia, eu sinto muito, realmente espero que o Eduardo fique bom logo! - Eu disse.

    - Oh querida, ele ficará bem, obrigado por vir. É bom saber que o Eduardo tem amigos que se preocupam.

    Logo depois o resto dos garotos chegaram ao hospital, explicamos o que aconteceu. Depois de algum tempo a enfermeira chegou e disse que ele havia acordado e que duas pessoas poderiam entrar. A mãe dele logicamente iria entrar para ver o filho, Amanda queria que eu entrasse, mas pedi para ela ir, porque eu teria de ir embora para casa... Ela ficou sem entender mas não perguntou nada. Saí, fui correndo.

    Eu só queria parar de pensar nele, aquilo era culpa minha! Aquela bruxa idiota pagaria por ter feito aquilo! Depois do que ela me disse no sonho eu tinha certeza de que havia sido ela a autora do "acidente". Logo pensei em ir para o lago eles deveriam estar lá. Mudei minha direção, fui para o lago, a raiva me consumia por dentro! Se no começo eu queria evitá-la, agora eu a queria o mais próxima possível, de preferência com minhas mãos em volta de seu pescoço quebrando todos os seus ossos...

    Chegando no lago, fiquei a espera dos "lacaios da ordem" senti uma aura por perto, era ruim. Senti um calafrio, eu estava realmente assustada, eles não eram brincadeira. Estava agindo de forma coisa errada, agindo como uma adolescente apaixonada... Será que era assim? As pessoas que amam fazem coisas estúpidas? Como eu, uma bruxa de 100 anos estava agindo desta forma, jamais havia sentido algo tão forte a ponto de me fazer não pensar direito.

    Depois de algum tempo, eis que meus convidados aparecem.

    - Fico feliz que vieram, pois agora vou poder matar sua companheira.

    Eu disse com uma raiva intensa, sem mais delongas parti para cima da bruxa desprezível, cravei minhas unhas em seu pescoço. Via o sangue escorrer de sua garganta, mas ela era rápida, me jogou um raio com suas mãos (coisa de bruxo) que me fez voar metros. Aquilo era rotina eu e meu irmão tinhamos brigas piores... Peguei seu braço girei-a e a atirei na rocha fazendo suas costelas quebrarem.

    De repente senti algo me puxar, era Terry pedindo que eu parasse de ferí-la.

    - Que diabos Terry! Saia daqui essa briga não é sua!

    A bruxa se levantou, e com um feitiço de cura ia fechando suas feridas como uma boneca de pano velha sendo costurada, depois de rasgada, Terry me segurava e pedia para eu parar.

    - A bruxinha está nervosa?! Há há!

    Ela zombava, Terry gritava para ela parar de me provocar, seu tom de sarcasmo fazia meu ódio subir, queria arrancar sua língua para que assim ela parasse de falar depois queria arrancar sua cabeça e fazê-la sofrer por ter machucado alguém que era importante para mim.

    - O que você fez, Sally? Por que ela quer te matar? - Ao meu parecer ele não sabia, Terry não era uma má pessoa, só se envolveu com esses tall's.

    - Só dei uma pequena prova a ela de que não é bom mexer comigo, não me subestime criança!

    Aquilo era o cúmulo! Me soltei de Terry, corri em sua direção, cravei minhas unhas em seu pescoço novamente, abrindo a ferida que fizera anteriormente. Ela se soltou, tentou me dar uma rasteira, eu desviei e logo depois peguei seus braços tentando imobilizá-la. Quebrei seus braços quando os segurei, eu realmente estava perdendo o controle... Dei um soco em seu rosto, eu queria fazer aquele sorriso de deboche sumir! Joguei-a novamente contra a rocha, que se partiu, com a intensidade em que lhe jogara, logo depois eis que ela cai, inconsciente no chão.

    - Vo.. Você a matou?

    Terry estava pasmo com o que vira em sua frente, a bruxa estava realmente machucada, e sinceramente aquilo me fez um bem enorme, ele gaguejava, Eduardo estava vingado.


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