Kakashi... Minha Tentação

Tempo estimado de leitura: 5 horas

    18
    Capítulos:

    Capítulo 17

    Adrenalina

    Álcool, Hentai, Heterossexualidade, Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo, Violência

    - Amor...

    - Oi? - Ele tava quase dormindo.

    - Tá todo mundo olhando pra gente.

    - Eles devem estar espantados. - Ele disse, com uma vozinha baixa e calma.

    - Que?! Como?! - Aquilo não tinha lógica.

    - Porque eu nunca fiquei com nenhuma garota dessa escola. - Ele me abraçou ainda mais forte.

    Agora eu que estava espantada. Eu até lembrei de quando a Sakura disse que ele nunca tinha transado com ninguém da escola. Até aí tudo bem. Mas nunca ter ficado com alguém? Nenhum beijo?! Era a primeira vez que eu via isso. Foi por isso que a Sakura se assustou no primeiro dia de aula, quando eu fui falar com ele. Ela disse que nenhuma garota tinha coragem de falar com ele. Mas pra falar a verdade, eu estava gostando daquilo. Sabia que ia matar todas as garotas de inveja, por estar namorando o cara mais gato da escola. E bota gato nisso.

    ***S2***

    Cap 17

    A professora entrou na sala, empurrando um rack alto de metal, com rodinhas, que sustentava uma TV e um dvd. Era tudo que eu precisava - Dia de filme - O astral da sala era quase palpável. Assim que a professora Kurenai me viu, foi logo me mandando sair de cima da mesa. Sentei ao lado da minha tentação, agarrei o braço dele e deitei a cabeça no ombro dele.

    A professora colocou o cd no dvd e foi até a parede para a pagar a luz. Assim que a sala escureceu, eu não resisti, ergui os olhos, encarando-o, e mordi o lábio inferior, provocando-o. Nesse segundo, senti a boca dele na minha, acabei sendo pega de surpresa. Não esperava por uma atitude dessas, me beijar dentro da sala... porém nem me preocupei, estávamos sentados no fundo da sala, bem longe da visão periférica da Profª Kurenai.

    Fiquei pasma com a eletricidade que corria por meu corpo. Quase fui dominada por um impulso louco de sentar no colo dele, numa caricia mais intima e ousada. Mas me contentei somente com os beijos, que já eram de tirar o folego. Eu já estava perdendo o juízo, algo que eu já não tenho muito. Mas graças a Kami, começaram os créditos de abertura, iluminando a sala um pouco, isso fez com que eu cessasse os beijos, estava ofegante e minha mente girava, me ajeitei na cadeira me recompondo. Era absolutamente ridículo se eu ficasse tonta. Acabei notando alguns olhares curiosos, que passavam por nós.

    Pareceu que não tinha passado nenhum segundo da aula. Eu nem conseguia me concentrar no filme. Nem sabia qual era o tema. Queria entender por que os professores ainda insistem em passar filmes nas aulas, os alunos nem sequer prestam atenção. Pelos menos eu, não estava. Mas sabia, que estava ferrada se ela pedisse algum relatório. Eu me desconcentrava totalmente perto dele.

    Ele passou o braço por trás de mim, pousando a mão na minha cintura. Em alguns momentos, ele passava as pontas dos dedos na minha barriga... fazendo-me arrepiar da cabeça aos pés. Tentei, sem sucesso relaxar, mas uma corrente elétrica que parecia se originar de algum lugar do meu corpo não se aliviou.

    Pra mim se distrair um pouco da tentação, vaguei o olhar pela sala, e pra minha surpresa, vi a Sakura e o Sasuke no maior amasso. Cutuquei o Kakashi, pra mostrar a cena que eu acabara de presenciar, ele deu risada e cochichou no meu ouvido.

    - Esse é o meu maninho. - Foi tudo o que ele disse.

    Pousou a mão no meu queixo e guiou o meu rosto até o dele, me tomando num beijo avassalador. A língua dele invadiu minha boca de um jeito tão gostoso, tão intenso, que eu amoleci novamente.

    Dei um pulo na cadeira, assustada, em seguida soltei um suspiro de alivio, quando a Srta. Yuhi acendeu a luz da sala. Se aquela luz permanecesse apagada por mais alguns minutos, eu não me responsabilizaria pelos meus atos insanos e luxuriosos. Eu com certeza acabaria cometendo uma loucura.

    Estiquei os braços no alto da cabeça, me espreguiçando. Kakashi riu ao meu lado.

    - Eh, isso foi bem interessante. - Murmurou ele, sua voz, assim como o olhar transmitiam malicia.

    - Hmmm... Você acha? - Eu perguntei, levantando-me.

    - Com certeza. Podíamos ter aulas assim, mais vezes. - Disse, e levantou também.

    Saímos da sala, de mãos dadas, e seguimos em direção ao ginásio. Hora de educação física. No corredor, a nossa frente, a Sakura e o Sasuke caminhavam distraídos. Hora de causar com eles. Soltei da mão do Kakashi, saí correndo e dei um pulo nas costas do Sasuke. Só vi a Sakura dando um pulo pro lado. Não me contive.

    - Ahhh, seus safadinhos. - Eu disse, bagunçando o cabelo dele. Ele me ajeitou nas costas, segurando minhas pernas.

    - Mari, fala baixo. - A Sakura disse, mais vermelha que um tomate, vindo pra perto da gente.

    - Mais que cunhada maluca. - Disse, dando risada. - E olha quem fala. Você e o Kakashi não se desgrudaram um minuto.

    - Você e a Saky também não.

    Continuamos a conversar sobre coisas sem muita importância, como o jogo que ele estava jogando com o Naruto, a viajem de férias que ele já estava planejando. Ainda estávamos em janeiro,final de janeiro, faltavam cinco meses para as férias. Os meus pais nem tinham planejado nada. Acho que nem íamos viajar. Tinha pouco tempo que meu pai estava trabalhando na empresa Uchiha... ele queria mostrar serviço. O que era bom, por que o Kakashi não ia viajar mesmo... assim podíamos ficar muito mais tempo juntos. E é claro que eu amava isso.

    A Sakura caminhava ao lado do Kakashi, que se juntou a nós, em silêncio. Ela e a Hinata ainda não se sentiam muito a vontade perto dele. Mas a convivência estava melhor do que antes. Acho que se eu não estivesse namorando com ele... nunca que elas iam conversar com o Kakashi. Como pode alguém se sentir intimidado perto dele? Eu me sentia atraída, isso sim.

    Entramos no ginásio. Saí das costas do Sasuke, ele acabou reclamando de dor nas costas, olha que eu nem sou tão pesada assim... acho que 50 kg é um bom peso... pra minha altura. Ele e o Kakashi, entraram no vestiário dos meninos, antes dei um beijo de despedida na minha tentação. Eu e a Sakura fomos para o das meninas. Nos vestimos rapidamente. Pegamos nossas raquetes, que estavam penduradas na parede. Tênis nunca foi um dos meu esportes favoritos, mas eu gostava de jogar. Não sou muito boa, mas também não sou ruim. Eu e a Sakura combinamos que as duplas seriam eu e o Kakashi, contra ela e o Sasuke. A dupla que perdesse pagaria a viajem de férias do outro.

    Quando entramos na quadra, eu tive uma surpresa nada agradável. Do outro lado da quadra, avistei a vadia da Alice rodeando o Kakashi, que nem um urubu que rodeia a carniça. Respirei fundo, me controlando pra não cometer um assassinato. Foi aí que eu tive uma ideia. Procurei pelo meu outro cunhado... o Itachi. Ele estava sentado na arquibancada, caminhei até ele, e sentei do lado dele.

    - E aí ruivinha. O que manda?! - Disse passando o braço por trás de mim, me abraçando. Olhei para o Kakashi, que me encarava com ar de furioso. Ele morria de ciumes do Itachi. Sabia que ele gostava de mim.

    - Tá afim de fazer dupla comigo? - Perguntei.

    - Com certeza!

    Nos levantamos e fomos para o meio da quadra. Nisso o treinador Gai, nos mandou formar duplas. Eu já tinha a minha. Kakashi se mantinha no mesmo lugar, conversando com alguns garotos e a Alice. Era hora de eu me exibir um pouquinho. Assoviei e acenei chamando por ele. Tranquilamente caminhou até mim.

    - Eu e você, pequena?! - Ele me perguntou, girava a raquete na mão.

    - Não. - Respondi. - Eu e o Itachi, contra você e a Alice.

    - Eu topo. - Ela respondeu rapidamente. O que ela não toparia pra ficar perto do meu Kakashi? Mas o que era dela tava guardado... eu ia coloca-la no lugar dela rapidinho.

    - Ótimo. - Eu a encarei. - Só que tem mais uma coisa. Se vocês perderem, vão ter que pagar a viajem de ferias da Saky e Sasu... Agora se a gente perder, pagamos a viajem de cada um de vocês.

    - Por mim tudo bem. - Kakashi acabou concordando com a minha aposta.

    Antes de começar o jogo, me aqueci. Foi nessa hora que eu comecei a me exibir mesmo. Dei alguns mortais pela quadra, dando uma de líder de torcida. O pessoal todo gritava, eufórico... todos já sabiam da minha rixa com a Alice. Terminei meu aquecimento, e fui para minha posição.

    O jogo começou calmo... Mas depois, ficou bem tenso. A tal de Alice... eu tinha que admitir, era muito boa. E o Kakashi não ficava atrás. Mas eu e o Itachi juntos, arrebentava. Começamos perdendo... no final, vencemos três games de quatro, contra eles... só ganharam o primeiro. Mas na verdade quem saiu ganhando foi o Sasuke e a Sakura. Eu fiquei feliz... Porém o Uchiha mais novo ficou mais feliz do que eu... quando o jogo terminou, ele saiu da arquibancada, pulando por cima de todo mundo, correndo na minha direção, me pegou no colo e me rodou no meio da quadra. Não tive nem tempo de falar com o Kakashi, que saiu andando. Nem consegui ver aonde ele estava indo.

    - Você é a cunhada mais foda que eu já tive. - Ele gritou, sem se importar com os outros que estavam ali.

    - Mari você arrebentou. - A Sakura disse me dando um beijo no rosto.

    - Se não fosse o Ita, eu não tinha vencido eles. - Eu olhei pra ele. - O mérito é todo do Itachi. - Ele me olhou com um sorriso enorme nos lábios, e coçava a cabeça sem jeito.

    Saímos do meio da quadra. Ainda tinha mais dois times para jogar. O treinador Gai me perguntou se eu queria jogar novamente... eu disse que não. Estava muito cansada. Tinha algo mais importante para fazer. Olhei em volta da quadra pra ver se achava o Kakashi. Ele estava na ultima fileira da arquibancada, conversando com a Alice. Até aí tudo bem... uma conversa não faz mal a ninguém. O problema não era esse... e sim o fato dela estar deitada com a cabeça no ombro dele... e ele acariciando o braço dela.

    Senti meu sangue subir. Fiquei parada aonde estava por alguns minutos até que ele percebeu que eu estava olhando. Fechei os olhos e inspirei lentamente pelo nariz, ciente de que estava trincando os dentes. Ele rapidamente levantou saindo do lado dela e veio na minha direção. Eu dei as costas pra ele e corri em direção ao vestiário. Um lugar que ele não poderia entrar. Comecei tirar a roupa, sem me importar com algumas garotas que estavam lá dentro. Precisava de uma ducha urgentemente... de preferência bem gelada pra esfriar a cabeça. Não era justo aquilo... antes mesmo de eu entrar nessa escola nenhuma garota falava com ele... nem sequer olhava. E agora que eu tô com ele... todas resolveram querer dar em cima dele?

    Entrei embaixo do chuveiro, tentando bloquear a raiva que se espalhava em mim, com medo de que meus olhos se enchessem de lágrimas. Por algum motivo, minha ira era canalizada pra meus dutos lacrimais. Normalmente eu chorava quando estava com raiva, uma tendência humilhante. E ele nem pra ajudar... eu aposto que tudo aquilo era por eu ter jogado tênis com o Itachi. Quando que ele vai entender que não tem a menor possibilidade de rolar nada entre eu e o irmão dele? Eu via o Itachi apenas como amigo... e mais nada. Eu estava a ponto de esmurrar a parede a minha frente.

    - Mari?! - Uma voz de homem me chamou.

    Como eu estava de costas não vi quem era. Mas certamente aquela era uma voz que eu reconheceria em qualquer lugar, em qualquer circunstancia... até mesmo morta. Era impossível não reconhecer a voz dele. Me virei assustada e completamente envergonhada, pois eu não estava sozinha no vestiário. Podia ouvir mais uma vez as meninas cochichando algo inaudível pra mim. Perdia todos os sentidos com ele perto de mim.

    - O que você tá fazendo aqui? - Eu perguntei. - Eu tô nua... você não tá vendo? E aqui é o vestiário das meninas. - Coloquei as mãos no meu corpo, na tentativa de me esconder.

    - Até parece que eu nunca te vi nua. - Eu corei ainda mais. Ele deu um sorriso malicioso.

    - Na frente de outras pessoas, não. - Eu disse. Era algo completamente diferente ficar nua na frente de outras meninas ele me olhando do jeito que me olhava.

    Fiquei muda por um longo momento. Ele só me encarava por cima da pequena porta que nos separava. - Kakashi sai daqui. - Rosnei sem olhar pra ele. E depois cometi o erro de encontrar o olhar dele. Seus olhos escuros me confundiam. Eu não conseguia raciocinar direito. Ele abriu a pequena porta, eu balançava a cabeça negativamente pra ele não fazer aquilo. Mas era inútil. Não tinha como eu resistir. Fechei os olhos, pra não ver a loucura que ia acabar cometendo. Senti as mãos dele na minha cintura, eu me arrepiei da cabeça aos pés. Em seguida a boca dele se uniu a minha. Toda a raiva de antes... desapareceu feito fumaça. - Você é louco. - Eu disse, quando ele deixou os meus lábio.

    - Você tem razão. - Ele disse, acariciando meu rosto. - Sou louco por você, pequena. - E novamente me beijou. Arranquei a camisa que ele vestia e a joguei no chão. Passei meus braços em torno do pescoço dele... senti minhas costas bater contra a parede. Não podíamos levar aquilo adiante. Tinha gente vendo. Empurrei ele, encarando-o... Era difícil acreditar que alguém tão lindo pudesse ser real. Tive medo de que ele pudesse desaparecer numa nuvem repentina de fumaça e eu acordasse. O cabelo dele pingava... e junto com o modo dele sorrir, um sorriso de canto, que me tirava o folego. Tudo nele me deixava louca. - Você quer que eu pare... hum?! - Ele beijava meu pescoço, me arrancando suspiros e gemidos. Eu podia sentir os olhares das meninas nos fuzilando. Ele olhou por sobre o ombro e depois, inesperadamente, deu uma risadinha. Quanto poder ele tinha sobre qualquer pessoa. As garotas saíram do banheiro sem dizer uma palavra se quer.

    - Tentação... eu não vou... transar com você... aqui. É errado. Estamos na escola. - As palavras saíam baixo e entre gemidos.

    - Não?! Olha, que eu posso te convencer... - Ele desceu a mão até minha intimidade e me penetrou dois dedos. - ... rapidinho. Você não acha gostoso essa adrenalina? - Disse ele, com um brilho perverso nos olhos.

    - Acho. - Minha voz saiu um tanto manhosa. - Mais aí já é... demais...ahhh... a gente pode ser expulsos. Aí eu vou ficar de castigo minha vida inteira. - Contra a minha vontade eu tirei a mão dele de mim. E o afastei, dessa vez pra valer. Saí debaixo do chuveiro, e sentei no banco do vestiário. Mesmo depois desse momento... eu não tinha esquecido o que vi. Ele ficou parado na porta do chuveiro me encarando. Peguei minha toalha e me enxuguei. Peguei uma outra e joguei pra ele. - Acho melhor você ir pro vestiário dos meninos. Muita gente já te viu aqui. - Eu ri sem humor. As sobrancelhas dele se uniram, numa expressão de desconfiada.

    - Estamos brigando de novo?! - Ele perguntou. Eu não sabia o que responder. Eu não queria brigar com ele. Mas aquela aproximação dele com a Alice... me deixou enfezada. Ele jogou a toalha nas costas, e sentou do meu lado. - Mari quantas vezes eu vou ter que te dizer, que eu só amo você... que só quero você? Só estávamos conversando. Nada mais. E só pra você saber... o assunto era você. - Eu olhei pra ele, sem dizer uma palavra. - Eu falei pra ela que eu nunca amei alguém, como eu amo você. Eu só capaz de dar a minha vida por você, pequena. - Ele pegou minha mão e colocou no peito dele... seu coração batia acelerado. A sensação era agoniante. - Tá vendo. Só você consegue me deixar assim, com o coração a mil. Então não se preocupe, eu nunca quis ficar com ninguém dessa escola... e não vai ser agora que eu vou ficar. Ah... você é minha única exceção. - Eu levantei e fiquei de frente pra ele. - Eu te amo. E não há nada e nem ninguém que possa mudar isso. Só se você não me quiser mais.

    Eu acariciei o rosto dele, e o beijei na ponta do nariz. - É que eu fico com ciúmes. - Ele riu da minha confissão. - Até eu aparecer nenhuma delas falava com você. As vezes eu penso que elas querem me imitar.

    - Elas podem até tentar te imitar... mas nenhuma vai ser capaz de ganhar aquilo que só você foi... meu coração. - Ultimamente ele tava tão romântico. Eu gostava. Apesar de achar meloso demais. Porém, ele ficava lindo, e eu podia ter certeza que ele queria e amava somente a mim.

    Não podíamos ficar mais nenhum minuto ali. Faltavam 10 minutos para o sinal do intervalo tocar, e eu ainda precisava me trocar. Relutante, puxei ele pelo braço e empurrei ele até a porta. Ele foi para o vestiário dos meninos, cabisbaixo. As meninas, que antes estavam lá dentro, esperavam sentadas ao lado da porta. Assim que ele saiu elas entraram. Nem me importei com os comentários. Me troquei rápido, penteie o cabelo, e fui para o refeitório. Nem esperei a Sakura, que tinha acabado de entrar no vestiário.

    Talvez a invasão do Kakashi no vestiário seria o comentário da semana. Assim como foi no primeiro dia de aula, quando eu roubei o livro da mão dele. Ri sozinha com os meus pensamentos. Sempre será um dia inesquecível pra mim. Nosso primeiro contato físico. Com tudo isso, perdi o apetite. Só comprei uma latinha de Matte gelado. E fui sentar numa mesa vazia. Alguns minutos depois Kakashi apareceu, com uma bandeja cheia nas mãos. Sentou de frente pra mim. Ficamos nos encarando, sem sorrir. Até que que o silêncio foi quebrado por ele.

    - Só vai tomar chá?! - Perguntou. Eu só balancei a cabeça, afirmando. - Você tem que comer alguma coisa. Eu não quero que você passe mal. - Ele pegou um pacotinho de biscoitos e abriu pra mim. Peguei um e belisquei um pedaço. Dei um gole no chá e o coloquei em cima da mesa. Ele olhou por sobre meu ombro e depois, inesperadamente, deu uma risadinha.

    - Que foi? - Não entendi o motivo da risada.

    - Parece que o acontecido no vestiário já chegou ao ouvidos de mais pessoas. - Olhei por sobre meu ombro, agora, e um grupinho olhava em nossa direção, soltando algumas risadinhas. Apoiei as duas mãos na mesa, na intenção de levantar e ir até lá... só que o Kakashi foi mais rápido... Segurou no meu braço, me fazendo sentar novamente. - Deixa pra lá, Mari, não vale a pena. - Soltei um suspiro, me sentindo derrotada. Em outro tempo, eu tinha ido lá e quebrado a cara de todos. Tentei esquecer, e voltei o olhar para o Kakashi. Comia as coisas que tinha comprado tranquilamente. Mas eu notei algo de diferente nele. Seu olhar parecia perdido.

    - Parece preocupado.

    - Não. - Ele disse mas, sua resposta saiu rápido demais e sua voz falhou. Sua expressão era a mesma de quando disse que não podíamos ficar juntos, por que era muito perigoso pra mim. Esperava que fosse só imaginação da minha cabeça. - É só que, não vai dar pra voltarmos juntos pra casa. - Ele fez uma pausa e continuou. - Tudo bem se você for caminhando com seu irmão?

    - Não tem problema. - Eu disse, sorrindo. Fiquei na segunda se perguntava ou não o "por que" dele não voltar comigo. Optei por perguntar. - Aconteceu alguma coisa, meu amor?! - Perguntei, tentando parecer despreocupada.

    - Nada demais. - Ele deu um gole no refrigerante dele. - Só vou precisar dar uma passada na empresa do meu tio. Ele me ligou. Ele tá querendo me mostrar uma coisas. - Não pude deixar de ficar nervosa quando ele mencionou o tio dele. - Afinal, metade daquela empresa e de muitas outras são minha.

    - Mas não tem pessoas especificas pra cuidar disso? - Olhei para minha mãos agarradas na lata do chá Matte, sem ter certeza do que fazer ou falar agora. Eu estava entre o fogo cruzado. Se eu insistisse pra ele não ir, ele poderia desconfiar que eu sabia de alguma coisa. Mas eu não podia ficar calada, de braços cruzados diante dessa situação. Eu sabia que ele ia fazer o que o tio tinha pedido. Não sabia o que era exatamente. Mas pra ele recusar tantas vezes aquele noite... coisa boa não podia ser.

    - Tem. Mas eu acho que minha mãe ia gostar de eu me envolver nos negócios da família. Meu tio e ela trabalharam duro, pra conquistar tudo que temos hoje. Eles sempre foram irmãos muito unidos. - Ele parece ter percebido o nervosismo na minha voz. Eu tinha medo que algo acontecesse com ele. Meu coração palpitava alarmado. Nada disso poderia acabar bem. Ele tirou a lata de chá das minha mãos e entrelaçou as mãos dele nas minhas. Ele olhou para baixo e depois para mim através dos cílios longos e escuros, os olhos negros abrasadores. O sorriso torto de tirar o fôlego reapareceu. Meus olhos abriram e fecharam rapidamente, minha mente ficando oca. Santo Kami, como é que ele fazia isso? - Prometo que vou voltar logo. Hoje começa seus estudos.

    - Tá bom. - O silêncio durou até que percebi que o refeitório estava vazio. Com um salto fiquei de pé. - Vamos chegar atrasados.

    - Eu não vou à aula.

    - E por que não?

    - E já tô indo pra empresa. - Eu fiquei ainda mais tensa. - Meu tio já tá me esperando na secretária.

    - A gente se vê depois, então. - Dei a volta na mesa, e o abracei com todas as minhas forças. Olhei pra ele, e beijei a boca dele. Eu hesitei, dilacerada. Não queria deixá-lo ir. Mas o primeiro sinal me fez disparar porta afora. O olhei uma ultima vez, ele sorriu.

    Enquanto eu quase corria para a aula, minha cabeça girava de tanta preocupação. Tive sorte; o professor ainda não estava na sala quando cheguei. Eu me acomodei rapidamente em meu lugar, percebendo que a Sakura e o Sasuke me olhava. Logo o professor chegou cumprimentando a todos.

    O resto do dia se passou lenta e melancolicamente. Não via a hora do sinal bater. Pra minha felicidade ele estrondou dos pequenos altos falantes nos cantos da sala. Guardei minhas coisas bem rápido. Itachi chamou por mim, e fomos juntos pra saída. A Sakura e o Sasuke nos seguiram. Encontramos meu irmão no portão, que esperava por nós. A caminhada não era longa, fomos brincando no meio do caminho. Todos perguntaram onde o Kakashi estava, eu disse que ele tinha ido na empresa do tio dele. Sasuke me questionou o por que, e eu disse que eu não sabia. Mas o Itachi não disse uma palavra se quer. E isso me deixou mais inquieta que eu já estava.

    Quando chegamos em frente da minha casa nos despedimos. Eu entrei com pressa, o Naruto ainda continuou lá fora. Subi para o meu quarto e em cima da escrivaninha tinha um bilhete. Reconheci a letra na hora... era da minha mãe. Disse que era pra mim preparar o jantar. E arrumar as coisas. Ela tinha deixado tudo anotado no bilhete, era obvio que o meu irmão ia ter que me ajudar. Eu não ia fazer tudo sozinha. Joguei minha bolsa dentro do guarda roupa. Tirei a roupa que estava e coloquei uma mais fresca.

    Desci correndo a escada, e fui para cozinha. Encontrei o Naruto revirando o armário e tirando de dentro um Cup Noddles. - Nii-chan pelo menos uma vez, come comida. - Ele me olhou, não dando muita ideia, e voltou a fazer o que ia fazer. Notei que estava triste. - O que foi Naruto?

    - É que eu recebi uma noticia não muito boa hoje - Eu sentei e esperei ele falar. - Tem um primo da Hinata chegando de viajem. Vai vir morar na casa dela. - Acho que não era só eu que tinha problemas de ciúmes. - Sei lá... tô meio inseguro. Eu nunca gostei de ninguém como gosta dela. Você melhor do que ninguém sabe disso. - Eramos dois. Eu me sentia da mesma forma em relação ao Kakashi. Me apaixonei por ele perdidamente desde do momento que eu vi. Só não quis admitir de primeira.

    - A Hina gosta de muito de você. - Eu disse, e não era nenhuma mentira. Lembro o dia que ele deu a aliança pra ela... A perolada não parava de olhar nenhum segundo. - Fica tranquilo. Primos são como irmãos. E talvez ele nem seja tão bonito. - Ele atirou o copo do cup noddles em mim. Aproveitei e preparei o macarrão pra ele. Isso poderia deixá-lo feliz. Esse tipo de comido sempre deixava.

    Enquanto ele comia, me fazendo companhia, eu fui temperar o peixe para o jantar. Fiz uma salada e preparei um arroz com legumes. Lavei a louça que sujara, e organizei algumas coisas, então não havia nada a fazer ali. Passei uma hora concentrada no dever de casa, mas depois também o terminei. A todo momento eu olhava no celular pra ver se tinha ao menos uma ligação ou mensagem perdida, mas não havia nada. Comecei a ficar preocupada. Então disquei o numero dele... inúmeras vezes... só caia na caixa postal.

    Quando dei por mim, já era mais de seis e meia. Corri pra cozinha e coloquei o óleo para esquentar no fogão. Assim que terminei de fritar os peixes meus pais chegaram. Dei um beijo nos dois. Eles subiram pro quarto. Eu fui a primeira a jantar. Quando terminei fui pra sala assistir um pouco de teve e esperar o Kakashi. Fiquei horas esperando ele. Quando deu dez e meia... percebi que ele não iria vir mais. Subi pro meu quarto, completamente decepcionada, arrasada, triste. Coloquei meu pijama, escovei os dentes e deitei. Precisava descobrir o quanto antes o que se passava naquela empresa... o que se passava com o Kakashi. Meus olhos se encheram de lágrimas, limpei-as rapidamente. Eu não podia fraquejar. Mas do que nunca eu estava determinada a descobrir tudo. Não importando o que fosse custar... não importando se isso custaria a minha vida.


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