Corríamos ofegantes pela mata fechada, com uma pontada de esperança nos
corações. Era difícil tentar esquecer as palavras de Aghate, mas, era pior ainda simplesmente ''aceitar''. Se olhássemos com cuidado, eram visíveis pegadas no chão, e eram elas que seguíamos, até em certo ponto, elas simplesmente sumirem. Lúcia dava o seu melhor com encantamentos para rastreá-la, enquanto Zidane procurava por pistas, e eu, me sentia inútil. Isso é oque pode ser chamado de trabalho em equipe.
- Não acredito nisso... Como não pode ter nenhum rastro?! - Zidane exclamou, frustrado, batendo a mão no rosto.
- E nenhum sinal de que tenha sido levada á algum lugar... - Lúcia completou, suspirando tristemente. - Como isso pôde acontecer? Diga alguma coisa, Ukyo.
- O que você quer que eu faça? Levante de repente e ache ela debaixo de uma pedra? - retruquei, feroz.
Os dois viraram o rosto para mim, surpresos, e me desculpei em voz baixa. Enquanto discutíamos hipóteses de onde ela pudesse estar, me lembrei da antiga discussão que havíamos tido, onde o assunto era o que Zidane vira quando lera a mente de Unic.
- Zid... - comecei devagar - O que você viu na mente da Unic, pode contribuir para acharmos ela agora?
O silêncio que eu esperava veio,mas, ele baixou os olhos desconfortavelmente.
- Zid, por favor! Se for ajudar, tenho certeza que ela não se importará! - Lúcia disse, implorando.
- Eu não posso! Simplesmente é errado demais! - Zidane disse, recuando, parecendo pressionado.
- Você vai deixar que ela morra por causa disso? - continuei, querendo levá-lo ao limite.
- Foi errado sim, lermos a mente, mas, agora isso pode ajudar! - Lúcia disse, entrando no jogo. - Zid...!
Zidane abriu a boca para falar, mas, se calou quase instantaneamente.
- Unic...? - seu rosto virara para a figura de baixa estatura que vinha do meio de árvores.
Era ela. O cabelo curto escuro e os olhos claros, só podia ser ela, e Lúcia notando isso, foi a primeira a alcançá-la.
- Unic? Unic? Unic? - ela a segurava pelos ombros, e procurava ferimentos no rosto. - Tudo bem? Ele machucou você?
Ela não respondia, mas, as pernas estavam bambas, e o rosto parecia estar tentando se decidir entre o terror e a confusão. Lúcia afastou a franja dela dos olhos,mas, não havia sinal de nenhum ferimento sério, tirando seu ombro.
- Graças a Deus... - Zidane disse, suspirando.
Passei a mão na cabeça dela, e esta, piscou.
- É mesmo bom que esteja bem... Que tal sairmos logo daqui? - Sugeri, e me agachei a sua frente, para que subisse em minhas costas, e inesperadamente, ela o fez.
Estávamos felizes de verdade por ela estar bem. Tão felizes, que não notamos a tempo a expressão de culpa em seus olhos, ou o pequeno bilhete em seu bolso, um pouco para fora, o suficiente para poder ler as palavras:
''Ass: Zero.''