Território inimigo

Tempo estimado de leitura: 10 minutos

    l
    Capítulos:

    Capítulo 4

    Um substituto?

    Conversaram por horas, e Victor se surpreendeu com o que o garoto disse à ele. Toda a história do assassinato dos pais, contada de uma forma bem pessoal, relatava como se sentia.

    A Alice e eu havíamos acabado de chegar da escola, ela sempre me pegava lá às quatro, então entramos em casa, me sentei ao lado dela no sofá enquanto brincava com algo, talvez fosse algum bichinho de pelúcia. Então ouvimos um barulho na cozinha, e gritos. Era a mamãe, tinha um homem lá, ele atirou nela. Papai entrou correndo, tinha um machado nas mãos, ele era lenhador... A Alice me puxou pelo braço, entramos no armário do nosso quarto, ela ficou comigo lá dentro e tapou a minha boca com a mão, para que eu não gritasse... Ouvimos tiros novamente. Ficamos no armário a noite inteira, não sei ao certo quanto tempo o assassino permaneceu lá. Mas quando saímos os corpos não estavam mais na cozinha, e em lugar algum. Alguém matou os nossos pais.

    (Victor) A Alice nunca me disse nada sobre isso.

    (Erick) E deveria? Ela apenas trabalha aqui... Nem sei porquê te falei tudo isso.

    O garoto se levantou e começou a caminhar, distanciando-se de Victor, que permanece sentado, sem dizer nada.

    Helena caminhava pelo jardim, e ao ver Victor sozinho se aproxima.

    (Helena) Você está bem?

    (Victor) Já disse que estou bem Vivi, mas obrigado pela preocupação.

    (Helena) Querido, quem é aquele rapaz loiro na fotografia da sua família? Aquela do natal...

    (Victor) O filho da Magnólia...

    (Helena) Não deveria estar na fotografia...

    (Victor) Mas porque?

    (Helena) Ele não faz parte da família. Acho que me lembro dele, é aquele exibido que ficava sempre aqui tomando o seu lugar ao lado dos seus pais, enquanto você estava fora estudando.

    (Victor) O Talles não "tomou" meu lugar Vivi, aliás, acho que ele não teve culpa por eu estudar tanto. Não foi ruim... Magnólia ia sempre me visitar.

    (Helena) Para convencê-lo a ficar longe, enquanto o filho dela era incluído no testamento.

    (Victor) Vivi!!!

    (Helena) Me desculpe, falo demais às vezes... E algumas pessoas parecem não gostar de ouvir a verdade - depois de um sorriso cínico - talvez seus pais o enxergassem como um substituto... Você nunca fez questão de aparecer mesmo.

    Helena se retira, Victor continua sentado, apenas observando.

    (Victor) Vivi! - grita - Talles está morto.

    (Helena) Eu sei - Fala enquanto continua caminhando.


    Somente usuários cadastrados podem comentar! Clique aqui para cadastrar-se agora mesmo!