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Os personagens de Saint Seiya pertencem ao tio Kurumada e é ele quem enche os bolsinhos. Todos os outros personagens são criações minhas, eu não ganho nenhum centavo com eles, mas morro de ciúmes
Setsuna pertence a Nina Neviani.
CINCO MOMENTOS
(QUE DEFINEM UM RELACIONAMENTO)
Chiisana Hana
Beta-reader: Nina Neviani
PARTE 2
O BEIJO
Venha dar uma volta no lado selvagem
Deixe-me beijá-lo intensamente sob a chuva torrencial (1)
Capítulo V
? Shun, você nunca tocou essa música para nós ? Shunrei disse.
? Nem vou tocar, gente! É uma coisa só minha e do Oga.
? Aaaaaaaaaaah! ? lamentaram-se as moças.
? É melhor não tocar mesmo ? disse Ikki. ? Já imagino o tipo de coisa melosa que deve ser.
? Pode imaginar o que quiser, mano. Você nunca vai chegar perto de saber como realmente é essa música e várias outras que eu compus.
? É, tudo isso é muito fofo ? Minu disse ?, mas o momento crucial é o primeiro beijo. Esse momento é que define tudo, porque se o primeiro beijo for ruim não tem jeito, o romance não decola.
? Não é bem assim ? discordou Hyoga. ? Às vezes o primeiro beijo pode ser traumático...
? E depois as coisas mudam ? Shun completou. ? Eu bem sei disso.
? Nós sabemos ? Hyoga concordou e segurou carinhosamente a mão do namorado. ? Nós sabemos...
Três anos antes...
? Droga! Estou atrasadíssimo! ? Shun bradou ao sair de casa arrumado, bem penteado e metido dentro de um fraque acinzentado. Um temporal desabava sobre a cidade e ele correu para entrar logo no táxi que o esperava.
? Graças a Deus. Vamos rápido, moço.
O motorista apressou-se tanto quanto pôde, com toda a chuva e o engarrafamento monstruoso que se formou. No meio do caminho, o celular de Shun tocou.
? Alô ? ele atendeu.
? Shun! ? uma moça gritou, realmente irritada. ? Onde você se meteu? Já devia ter chegado aqui há tempos!
? Desculpa, eu me atrasei por causa da chuva ? mentiu o rapaz. Tinha passado o dia encolhido na cama, chorando e só decidira se arrumar no último minuto.
?Meu bem, se apresse! O pessoal já está todo aqui, eu já estou esperando em frente à igreja e o padre disse que se você não chegar em meia hora ele vai embora e não tem mais casamento!
? Eu sei, eu sei. Eu...eu já estou no táxi. Chegarei em poucos minutos.
? Táxi, Shun? O combinado não foi você vir no seu carro?
? É, mas eu... eu não estou em condições de dirigir.
? Acho lindo você estar emocionado a esse ponto, querido, mas é melhor você chegar logo nessa bendita igreja! ? ela disse e desligou o telefone.
? Vai se casar? ? o motorista do táxi perguntou.
? Acho que sim ? ele respondeu, hesitante.
O motorista estranhou a resposta.
? Acha?
? É... Depende de uma coisa... uma coisa que eu devia ter feito antes.
Shun discou alguns números no celular. Pouco depois, alguém atendeu.
? Hyoga! Hyoga, não diz para ninguém que sou eu.
? Hã? Que mistério ? sussurrou o outro, afastando-se dos amigos para falar mais tranquilamente.
? Por favor! Não fala nada, não deixa ninguém perceber. Eu estou chegando à igreja. Me espera por perto, em algum lugar que não seja fácil de me verem! Faz isso, por favor!
? Você está estranho...
? Só diga que vai.
? Tá, eu vou.
Minutos depois, o táxi se aproximou da igreja. Logo Shun viu Hyoga esperando-o um pouco afastado, sob um guarda-chuva, e telefonou para ele outra vez.
? Hyoga! Estou no táxi. Vem aqui, por favor.
O russo correu até o carro.
? Entra ? Shun ordenou.
? O quê? Shun, não é você quem deveria descer do táxi? A June está furiosa! Daqui a pouco vai ter um assassinato dentro da igreja.
? Entra, Hyoga! É importante.
Hyoga cedeu aos apelos do amigo e entrou no carro.
? Moço, vai mais adiante e para em qualquer lugar tranquilo ? Shun disse ao motorista, sob o olhar perplexo de Hyoga.
? Que diabos você está fazendo? A igreja está lotada, o padre já ameaçou ir embora, o Ikki já ameaçou bater no padre se ele for, e sua noiva está praticamente arrancando os cabelos!
? Eu sei, eu sei, mas confie em mim, é importante. É decisivo.
? Não estou entendendo nada. O que está acontecendo com você, cara? É o dia do seu casamento! Tá, eu notei que você não estava lá muito entusiasmado, mas pensei que fosse só medo.
? Aqui está bom, senhor? ? o motorista perguntou ao passarem por uma praça, vazia àquela hora, principalmente por causa da tempestade.
? Sim, está. Pode parar. Espere um pouco aí ? Shun disse ao motorista. ? Vem comigo, Hyoga.
? Um lugar cheio de árvores! Ótimo, Shun! Vai cair um raio bem em cima de nós! E aí, ao invés do casamento, vamos ter dois enterros!
Shun deu de ombros, desceu do carro e completou:
? O que eu vou fazer é pior do que um raio ? disse, depois ordenou com voz firme: ? Vem!
O outro o acompanhou, sentindo-se intimidado pelo anormal tom incisivo que o amigo usava. Shun, que sempre fora o mais tranqüilo da turma, parecia transtornado e Hyoga não conseguia imaginar o que passava pela cabeça dele ou o que ele estava prestes a fazer.
Correram até uma pequena parte coberta onde havia um belo altar de orações para a deusa Amaterasu(2).
? Então, vai explicar o que deu em você? ? Hyoga perguntou, um tanto impaciente.
? Sim ? Shun respondeu num suspiro sôfrego e continuou: ? Estou dependendo de você para me casar ou não.
? De mim? O que eu tenho a ver com isso?
? Tudo ? disse e engoliu em seco, buscando coragem para continuar. ? Hyoga, eu devia ter feito isso há muito, muito tempo, mas fui fraco. Agora as coisas chegaram a esse ponto e eu não posso deixar que elas passem daqui.
? Não estou entendendo.
? Você vai entender... ? Shun disse e deu um sorriso nervoso. Depois segurou o rosto de Hyoga e pousou os lábios sobre os dele. Beijaram-se febrilmente, mas quando separaram os lábios, o loiro desferiu um soco em Shun.
Pasmado, Hyoga esfregou a manga do paletó na boca e, antes de sair correndo pela praça, disparou:
? Nunca mais faça isso!
Apesar da reação de Hyoga, Shun se sentia em êxtase.
? Ele correspondeu ? murmurou, sorrindo. ? Ele também me beijou!
Deu uma gargalhada histérica e saiu andando em direção ao táxi, cantarolando e ensaiando uns passinhos de dança, sem se importar com a chuva. Estava decidido: não haveria mais casamento.
Continua...