Até Depois da Morte

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    Capítulos:

    Capítulo 2

    Ootsuka Mizuki

    Álcool, Heterossexualidade, Linguagem Imprópria, Violência

    Odeio apresentações, mas fazer o que?

    Meu nome é Ootsuka Mizuki e o resto eu deixo por vocês, ou pelo tempo. Sou anti-social, curso história e moro em Tókyo. Sou festeira e apesar de ser anti-social tenho meu grupo de amigos e estou sempre com eles em shows e baladas ou pelo menos em um barzinho qualquer, mesmo que eu tenha que agüentar um bando de homem idiota assistindo futebol.

    Gosto da noite, gosto de amanhecer o dia fazendo não importa o que, amo a lua apesar de muitas vezes ela me trazer vibrações negativas. Adoro chuva e ver o céu acinzentado menos em noites de show, quer dizer em noite de show com chuva é melhor, mas sem exageros né...

    Acho que não é a toa que sou tão pálida, mas apesar disso tenho que confessar que amo água em geral. Principalmente praia, adoro uma praia com o mar muito agitado e só a minha galera comigo.

    Bom, não faço muito o estilo romântico e nem tenho mais namorado. Aliás, eu tinha um, ele morreu a cerca de um ano num acidente de trânsito, ele podia não ser muito certinho e tal, mas sei que ele amava a vida...

    Foi um motorista de carro filho da puta que bateu nele, desde então eu não tenho mais namorado e nem quero. Eu o amava demais. Passei três dias trancada no meu quarto chorando depois de sua morte, não tomava banho, comia ou ao menos bebia água.

    De vez em quando minha mãe batia na porta do meu quarto principalmente no primeiro dia, no segundo ela se conformou um pouco mais, entendeu que isso não me faria sair, mas de vez em quando me chamava dizendo que alguém tinha ligado. Eu já estava perdendo a paciência...

    Nesses três dias que estive isolada nem mesmo fui para o enterro dele. Muita gente falou mal de mim pelas costas e muitas outras me xingaram na minha cara, a maioria eram familiares. De qualquer forma eu os ignorava e ia em frente, eles não podiam reclamar de mim. ?Ah, amava tanto ele e quando morreu nem deu as caras, daqui a pouco vai aparecer para pedir herança?... Acho que ninguém podia falar de mim. Eu passei três dias chorando e sem fazer mais nada, não fui no enterro para me fingir de amiguinha sem dar a mínima para a morte dele. E sobre sua herança, não deveria ser grande coisa, e mesmo se fosse, eu não queria nada da família dele. O máximo que eu queria de alguém era companhia e carinho. Mas só dele, e esse eu já não mais poderia ter...

    Ainda assim, de vez em quando eu ia visitá-lo no cemitério, um ano já se passou e eu continuo indo, e sempre ou quase sempre levando algumas flores. Acho que para alguns eu parecia louca, ia lá e conversava com o túmulo dele com freqüência. De vez em quando eu aproveitava e dava uma passada no túmulo do tio Miyamoto.


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