O Casamento

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    Capítulos:

    Capítulo 4

    Capítulo III

    Os personagens de Saint Seiya pertencem ao tio Kurumada e é ele quem enche os bolsinhos. Todos os outros personagens são meus, eu não ganho nenhum centavo com eles, mas morro de ciúmes.

    O CASAMENTO

    Chiisana Hana

    Capítulo III

    Mais um dia se passa sem que Seiya esboce melhora alguma. Entretanto, o cair da noite traz consigo as visitantes furtivas e com elas, muitas surpresas.

    (Seika) Boa noite, meninas!

    (Shina e Marin) Boa noite!

    (Shina) Alguma melhora do Seiya?

    (Seika, triste) Nada, infelizmente.

    (Shina, para Seiya, muito brava, sacolejando o moribundo) Não é possível!! Que espécie de cavaleiro é você? Vai se entregar a essa cama de hospital, é? Vamos lá, reaja!

    (Seika) Calma, Shina! Desse jeito você vai matá-lo!

    (Shina, descontrolada, estapeando Seiya) Calma nada! Essas coisas não se resolvem com calma! Vou dar é uns bons tapas nele e num instante ele vai ficar bom! Você vai ver!

    (Seika, desesperada) Pára com isso, mulher!

    (Marin, tranqüila) Deixa... deixa... parece incrível mas acho que ele está se mexendo. Continue, Shina. Continue! Desde pequeno o Seiya só pega no tranco!

    (Seika, apertando insistentemente a campainha utilizada para chamar os médicos) Ela vai acabar matando meu irmão!

    (Shina) Tá se mexendo, né? Você quer levar mais uns tapas, né? Eu sabia que você gostava de apanhar! Posso bater mais agora mesmo!

    (Marin, displicente) Só não exagera na pancada, Shina.

    (Seika) O médico já está vindo!

    Shina se afasta. O médico entra e examina Seiya.

    (Médico) Inacreditável! Ele finalmente reagiu! Parece estar saindo do coma. Vamos esperar para ver se ele vai se recuperar totalmente. Ei, espere aí... (para Shina e Marin) O que vocês duas estão fazendo aqui? Só a Srta. Seika está autorizada a permanecer no quarto! Eu exijo uma explicação!

    (Marin) É que nós perdemos a hora da visita. Desculpe, nós já estamos indo embora.

    (Shina, gritando) Eu não quero ir! Quero ficar aqui! Ele precisa levar mais uns puxões e...

    (Marin, arrastando Shina pelo braço) Você quer ir, sim!

    Enquanto isso, numa UTI ao lado, Shunrei está com Shiryu. Segurando a mão dele, ela reza. De repente, ele abre os olhos e ao vê-la, aperta sua mão com força. Ela pressiona a campainha que chama o médico. Ele a olha carinhosamente por um longo tempo. Um médico entra e o examina.

    (Médico) Muito bom, rapaz. Vou transferi-lo para um quarto comum. Não há mais necessidade de UTI. É, parece que a presença constante de sua namorada lhe fez muito bem!

    Shiryu cora um pouco, mas se sente extremamente feliz por ter Shunrei ao seu lado. Ela sempre lhe trouxe amor e paz de espírito, e ouvir o médico referir-se à menina como 'sua namorada' soou muito bem.

    Enquanto ele é transferido para o quarto, Shunrei aproveita para ir à casa de Saori tomar banho e comer um pouco. Quando retorna para o hospital, encontra Shiryu dormindo tranqüilamente. Ela põe as flores que trouxe ao lado da cama, aproxima-se de Shiryu e acaricia a face dele.

    (Shunrei, sorrindo) Parece um anjo dormindo, tão sereno.

    Uma enfermeira entra no quarto.

    (Enfermeira) Está na hora do remédio do rapaz.

    (Shunrei, sussurrando) Não o acorde agora, por favor. Deixe o remédio aqui. Assim que ele acordar, eu mesma dou.

    (Enfermeira, desconfiada) Não posso. Já está na hora. Você é a namorada dele?

    (Shunrei, hesitante) Anh... sim... (pensando) Eu acho...

    (Enfermeira) Que sorte! Ele é um rapaz muito bonito! Rapazes bonitos são difíceis de encontrar.

    (Shunrei, enciumada) É verdade! Mas pode deixar o remédio. (pensando) Abusada!!

    (Enfermeira) Já disse que não posso. Vou acordá-lo.

    (Shunrei, muito brava, mas sussurrando para não acordar Shiryu) Vai coisa nenhuma! Dê-me aqui esse remédio que ele só vai tomar quando acordar! E eu vou reclamar com a Srta. Kido. Ela precisa saber que as enfermeiras desse hospital não deixam os pacientes descansarem!

    A enfermeira sai aborrecida. Meia hora depois, Shiryu acorda.

    (Shunrei) Shiryu!

    (Shiryu) Shunrei... que bom que você está aqui! Pensei que nunca mais nos veríamos. Há quanto tempo estou internado?

    (Shunrei) Uma semana.

    (Shiryu) E você está lá na mansão?

    (Shunrei) Estou... Bom, na verdade passo o dia todo aqui. Só vou lá para dormir, mas já que agora você está no quarto, eu vou dormir aqui com você! Esse sofá parece ótimo!

    (Shiryu, preocupado) Não faça isso. Não quero que você fique se sacrificando por mim.

    (Shunrei, decidida) Não é sacrifício ficar com você! Eu vou ficar pior se ficar longe. Se você precisar de alguma coisa? Não adianta discutir, vou ficar e pronto.

    (Shiryu) Está bem. Você também sabe ser cabeça dura quando quer. Não vamos mais falar dessas coisas, ok? Estou muito feliz por vê-la. Muito feliz mesmo.

    (Shunrei) Quando você diz 'ver', você quer dizer ver mesmo? Você está enxergando?

    (Shiryu) É, estou. Parece que todas as vezes que vou cego ao mundo dos mortos volto de lá enxergando.

    (Shunrei) Isso é ótimo! Ótimo! (nervosa) Ai, meu Deus! Quase esqueci! Aquela enfermeira abusada deixou seu remédio. Vamos, tome logo antes que ela volte!

    (Shiryu) Eu tomo... mas não entendi o 'abusada'.

    (Shunrei) Esquece isso!

    --C--H--I--I--

    Dia seguinte, bem cedo. A enfermeira "abusada" entra no quarto de Shiryu.

    (Enfermeira, animadíssima) Hora do banho! (decepcionando-se ao ver Shunrei) Você ainda está aqui.

    (Shunrei, aflita) O quê? Você vai dar banho nele?

    (Enfermeira, ainda mais animada) Na verdade não é um banho. É só uma higiene básica, sabe?

    (Shunrei, indignada) Ah, não! Isso é demais! Dê-me aqui essas coisas! EU vou dar banho NELEEEE!!

    (Enfermeira) Não pode! Esse é um trabalho meu!

    (Shunrei, descontrolada) Pode, sim! Diga-me uma coisa, é você quem vem dando banho nele esses dias todos?

    (Enfermeira) Eu mesma!

    (Shunrei, desconfiada) Você andou aproveitando para fazer isso antes de eu chegar da mansão?

    (Enfermeira, tentando parecer inocente) Foi por acaso.

    (Shunrei) Ah, é? Pois a festa acabou! Você não vai dar mais nenhum banho nele! Chega!

    (Enfermeira) Mas quem você pensa que é? Já é a segunda vez que você me desafia! A enfermeira aqui sou eu!

    (Shunrei) A Srta. Saori, dona desse hospital, autorizou-me a cuidar dele, então, CAI FORA, SUA ENXERIDA!

    (Enfermeira) Tá bom. Você venceu. Não vou arriscar meu emprego.

    (Shunrei, com as mãos na cintura) Que bom que você entendeu!

    A enfermeira sai furiosa. Shiryu ri da cena de ciúme.

    (Shunrei, muito brava) E você, Shiryu, está rindo de quê? Pare com esse assanhamento! Você estava gostando disso, né?

    (Shiryu, sério) Eu não lembro de nada! Eu estava inconsciente.

    (Shunrei) Que ódio!! Ela deu banho em você!!

    (Shiryu, surpreso) Shunrei! O que é isso? Que ataque de fúria é esse? Você não é assim...

    (Shunrei, ainda descontrolada) Não quero enfermeira nenhuma com assanhamento para cima de você!

    (Shiryu, enrubescendo) Calma. Não precisa fazer esse drama todo. Eu não me importo com ninguém que se 'assanhe' pra mim. (longa pausa) Eu só me importo com você.

    (Shunrei, enrubescendo também) Ah, Shiryu... pronto para o banho?

    (Shiryu) Acho que vou ficar bastante envergonhado com isso.

    (Shunrei) Que nada! Esqueceu que eu já dei alguns banhos em você logo depois que você ficou cego pela primeira vez? Banho mesmo, não esse banho fajuto.

    (Shiryu) É verdade. Eu estava meio desnorteado e mesmo assim quase morri de vergonha.

    (Shunrei) Vamos lá. Você não é tão tímido assim. É só um banho! Nem vai doer.

    (Shiryu) Eu sei que não vai doer. (pensando) Se doesse eu não estaria com tanto medo. Tenho que me concentrar para não criar uma situação constrangedora. (respira fundo e fecha os olhos) Pode começar.

    (Shunrei) Está bem!

    E Shiryu escapa ileso desse e de todos os outros banhos que se seguiram.

    --C--H--I--I--

    Saori está no planetário de sua casa. Sente-se muito mal porque, apesar de tudo, os cavaleiros de bronze ainda estão sofrendo, principalmente Ikki e Seiya, que ainda não tiveram melhoras significativas.

    (Saori, consigo) Se eu tivesse sido mais clara em meu pedido a Zeus talvez eles não estivessem nesse estado. Se eu tivesse dito que os queria vivos e sãos tudo isso seria evitado. Por que não pensei nisso? Por quê? E por que Seiya não reage mesmo com a presença de Seika? E se ele ficar em coma para sempre? O que eu vou fazer?

    Ela tem a impressão muito nítida de ouvir a voz de seu avô dizer:

    'Querida Saori, será que essa não é uma prova pela qual eles ainda têm de passar?'

    Continua...


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