Os personagens de Saint Seiya pertencem ao tio Kurumada e é ele quem enche os bolsinhos. Todos os outros personagens são meus, eu não ganho nenhum centavo com eles, mas morro de ciúmes.
O CASAMENTO
Chiisana Hana
Capítulo II
(Hyoga, consigo, enquanto toma banho) O que será que o Mestre veio fazer aqui? Só espero que não seja confusão. Toda vez que eu tento sair com a Eiri acontece alguma coisa!
Depois do banho, uma difícil decisão...
(Hyoga, consigo) Com que roupa eu vou? Droga! Preciso urgentemente de roupas novas! Só tenho porcaria!
(Shun, batendo à porta) Hyoga! Ainda está aqui!? Você não vai sair com a Eiri? Já está atrasado!
(Hyoga) Ai, meu Deus! Ainda não troquei de roupa!
(Shun, entrando no quarto) Não brinca! (ao ver Hyoga só de roupão) Ih! Não é brincadeira, não...
(Hyoga) O que eu faço? Só tenho roupas mixurucas.
(Shun) Ah, veste uma camisa qualquer com o jeans menos surrado que você tiver e põe a bota. É o que dá pra fazer com o que você tem. Você está mesmo precisando de roupas.
(Hyoga) Eu sei!!
(Shun) Eu também só tenho porcaria.
(Hyoga, depois de vestir o que Shun sugeriu) Está bom mesmo?
(Shun) Está lindo.
(Hyoga, vestindo suas tradicionais polainas) Obrigado pela ajuda, Shun.
(Shun, gritando) Não!! Nada de polainas!! Aqui não é a Sibéria.
(Hyoga, sentindo-se um pouco ofendido) Humpf... está bem. Você tem um perfume legal?
(Shun) Tenho. Espera aí. (sai do quarto e retorna com uma maletinha cheia de perfumes e cremes) Pronto. Escolhe um.
(Hyoga) Shun!! Eu pedi um perfume, não uma loja!! Vou levar um ano para escolher no meio de tantos! Escolhe aí algum que não seja muito forte.
(Shun) Penteia o cabelo enquanto eu escolho.
(Hyoga, penteando-se) Tá... Onde você conseguiu tantos perfumes caros?
(Shun) Saori!! Ela tem muitos. Você precisa ver o banheiro dela!! Um dia ela pediu minha ajuda para arrumar o armário de perfumes e me deu esses.
(Hyoga, irritado) Da Saori? Perfume de mulher?
(Shun) Não! Eu só peguei os de homem, né? Ela tinha alguns de homem. Mulheres gostam de perfumes masculinos. Põe esse aqui (entregando um frasquinho a Hyoga) É ótimo. E pode ficar com ele. É um presente meu. Tomara que lhe dê sorte.
(Hyoga) Obrigado, Shun. Sem você acho que eu nem conseguiria sair.
(Shun) De nada. Agora vai que a Eiri já deve estar esperando.
(Hyoga) Ainda falta pegar um carro da Saori.
(Shun) Eu peguei um na garagem. Está lá na porta, toma a chave. Boa sorte!
(Hyoga) Desde quando você sabe dirigir?
(Shun) Aprendi um dia desses. Achei que podia precisar.
(Hyoga) Isso é realmente necessário embora a gente ainda nem possa ter carteira de motorista.
(Shun) Verdade, mas os carros da Saori têm aquelas placas da Fundação GRAAD. Com isso, ninguém incomoda.
(Hyoga) Alguma vantagem tinha que existir! Vou nessa, Shun.
Hyoga pega a chave, desce as escadas rapidamente, entra no carro e vai buscar Eiri. Ao chegar ao orfanato...
(Hyoga) Oi Eiri. Desculpa o atraso.
(Eiri) Tudo bem! Você está tão bonito.
(Hyoga) Ah, obrigado. (abrindo a porta do carro) Vamos?
(Eiri) Uau! Que carrão!
(Hyoga) Peguei emprestado da Saori.
(Eiri) Ela tem sorte de ter nascido tão rica.
(Hyoga) Não acho que seja tanta sorte assim. No fundo, bem lá no fundo, ela gostaria mesmo de ser um pouco mais normal.
--C--H--I--I--
No cinema, eles vêem que a fila para o filme que escolheram está quilométrica.
(Eiri) Será que ainda vamos conseguir ingressos?
(Hyoga) Parece que não. De qualquer forma, vou tentar. Espere aqui.
Meia hora depois...
(Hyoga) Eiri, só tinha ingresso para outro filme e parece que ele é beeeem chato. Quer ir assim mesmo?
(Eiri, animada) Vamos! (pensando) Tomara que o filme seja chato mesmo porque aí ele nem presta atenção na tela. Eu não estava mesmo afim de ver filme nenhum! Só queria ficar com ele!
Os dois entram na sala. Quinze minutos do tal filme e já estão entediados.
(Hyoga) Desse jeito vou acabar cochilando. Que filme ruim!! Vamos sair e comer alguma coisa?
Eiri quer ficar ali no escurinho com seu amado, mas acaba concordando em sair para evitar atritos com ele logo agora que começaram a se acertar. Então, eles saem do shopping e vão para o restaurante mais caro de Tóquio (por conta da Fundação, claro!).
(Eiri) Hyoga, isso aqui é de alto nível! Não estou acostumada a essas coisas. Além disso, nem estamos vestidos para entrar num lugar desses!
(Hyoga) Que nada! Eu sempre quis vir aqui e nunca tive oportunidade. E quanto à roupa, basta eu mostrar o cartão da Fundação GRAAD. Segundo consta, o velhote que era meu pai também era cliente VIP desse lugar.
O casal entra no restaurante sem problemas. Hyoga pensa que a história dos 100 filhos de Mitsumasa Kido já se espalhou e que provavelmente as fotos dos dez meninos sobreviventes saíram em todos os jornais japoneses e, por isso, entrou sem problemas no restaurante, apesar das roupas um tanto inadequadas para o local.
Hyoga presta atenção em cada detalhe do lugar, mas não demonstra qualquer emoção. Eiri, por sua vez, só consegue olhar para ele. Ninguém poderia imaginar que se tratava de um menino órfão que vivera metade de sua vida num orfanato e a outra metade numa vila na Sibéria. Mesmo usando uma roupa simplória, Hyoga parecia uma pessoa muito rica, possuía até mesmo um certo ar de nobreza. Essa sim a verdadeira razão de entrarem no restaurante sem problemas: loiro, olhos azuis, com aquela cara de rico e chegando naquele carrão, o garçom achou que se tratava de algum príncipe nórdico bastante excêntrico...
O jantar é tranqüilo, mas um pouco frustrante para Eiri, pois a menina esperava um clima mais romântico, e quem sabe, até uma declaração de amor. No entanto, conversaram apenas coisas sobre a Rússia ou sobre suas infâncias sofridas.
Após o jantar...
(Eiri, um pouco decepcionada) Hyoga, está ficando tarde. Eu adoraria ficar mais tempo com você, mas vou trabalhar amanhã bem cedo. Você sabe, as crianças não dão trégua.
(Hyoga) Então vamos embora. Mas antes quero lhe dar uma coisa.
Eiri imagina que Hyoga lhe dará um beijo, mas ele tira do bolso um colar barato com um pingente em forma de borboleta.
(Hyoga) Comprei pra você há muito tempo e nunca tive oportunidade de entregar.
(Eiri, tentando parecer feliz com o presentinho) Hyoga! Obrigada!
Os dois saem do restaurante de mãos dadas, entram no carro e retornam ao orfanato. Lá, ele a leva até a porta...
(Hyoga, em tom formal) Chegamos. Boa noite.
(Eiri, ainda um tanto decepcionada) Boa noite. Obrigada pelo passeio, Hyoga. Foi uma noite especial. (tentando não parecer tão decepcionada) Ah, e obrigada pelo presente.
(Hyoga) De nada. Então, vou indo. Até logo.
(Eiri, hesitante) Até. (pensando) Tudo bem que eu preferia um anel e um beijo na boca, mas o que eu vou fazer se tudo que consegui foi fazer ele pegar na minha mão e me dar um colar de feirinha. Ei, espere! O beijo ainda posso conseguir!! (gritando) Hyoga!! Espera!! (correndo até ele) Ainda tem uma coisa que eu preciso dizer.
(Hyoga, assustado) Sim?
(Eiri, abraçando Hyoga) Eu te amo.
(Hyoga, surpreso) Eu... não sei o que dizer...
(Eiri) Não diga nada. Deixe-me beijá-lo.
E beijam-se!
(Eiri, radiante) Agora eu preciso ir! Nos vemos amanhã?
(Hyoga, com ar estupefato) Hã... sim. Eu passo por aqui. (entrando no carro) Tchau. (pensando) O que deu nela? Eu sei que sou lindo, mas achei que fosse demorar mais para ela tomar uma iniciativa. Bom, já que começou, melhor deixar rolar.
(Eiri, dentro do orfanato, encostada na parede, sussurrando) Finalmente consegui! Que vontade de gritar!
(Minu, acendendo a luz) Eiri? É você?
(Eiri, gritando) Ai! Você me assustou!
(Mino) Você que me assustou chegando assim na calada da noite! Ouvi um barulho e vim ver o que era. Aí dei de cara com você. O que você estava fazendo na rua a essa hora da noite?
(Eiri) Eu estava com o Hyoga! Mino, nós só íamos ao cinema, mas acabamos jantando no restaurante mais chique de Tóquio!! E nos beijamos!
(Mino) Ah, hoje você só dorme depois de me contar tudo!
(Eiri) E você acha que eu vou conseguir dormir?
--C--H--I--I--
Enquanto isso, na mansão Kido...
(Shun, que esperava Hyoga na porta) Finalmente! Não estava mais agüentando a curiosidade! E aí, como foi o encontro?
(Hyoga, indiferente) Foi bom.
(Shun, surpreso) Como assim? Só foi "bom"? O que aconteceu? Vocês se desentenderam?
(Hyoga) Não. Pelo contrário. Nós nos beijamos.
(Shun) Vocês se beijaram e você diz apenas que "foi bom"? Que coisa...
(Hyoga) Eu já te falei que não sei direito o que sinto por ela. Então, foi só bom e pronto. Ora, vamos dormir que amanhã vamos ao hospital e eu quero estar com a cara boa.
(Shun) Se precisar eu tenho um creme ótimo para olheiras.
(Hyoga, atônito) Hein??
(Shun) Eu tenho pelo sensível! Preciso cuidar bem dela! Tenho creme pra tudo: olheiras, rugas, manchas e, é claro, um protetor solar poderoso. Bom, era tudo da Saori, mas ela nem sente falta porque tem demais.
(Hyoga) Vamos dormir, ok?
--C--H--I--I--
No hospital...
Em um de seus poucos momentos a sós com seu amado Seiya, Shina declara-se mais uma vez.
(Shina) Seiya, quantas vezes eu disse que queria matá-lo, hein? Agora estou aqui rezando para que você não morra. Sei que não sou digna do seu amor, afinal de contas, com Athena apaixonada por você, que chance teria uma amazona de prata? No entanto, eu seria feliz apenas se você ficasse bem, mesmo que fosse ao lado dela. Odeio vê-lo assim, Seiya. (debruça-se sobre o cavaleiro moribundo e sapeca um beijo nele) Por favor, Seiya, reage. Fica bom logo, por favor.
Seika e Marin retornam ao quarto. Shina se afasta de Seiya. As três passam o resto da noite com ele. Ao amanhecer, Shina e Marin vão embora. Saori chega logo em seguida, trazendo um buquê de flores.
(Saori) Bom dia, Seika! Como o Seiya está?
(Seika) Acho que melhorou um pouquinho. Tenho a impressão de ter visto o coitado sorrir logo depois que a Shi... que a Marin foi embora.
(Saori, desconfiada) Marin estava aqui? Já faz tempo que não a vejo...
(Seika, meio enrolada) É porque ela está vindo em horários estranhos... por causa da máscara, sabe?
(Saori) Isso logo vai acabar. O Mestre do Santuário já vai abolir as máscaras. (para Seiya, inclinando-se sobre ele e passando a mão sobre seu rosto) Seiya, todos nós estamos torcendo para que você se recupere rápido. Eu gostaria muito de poder fazer mais alguma coisa para ajudá-lo, mas não posso fazer nada além de queimar meu cosmo.
Mino entra no quarto e vê Saori ao lado Seiya. A deusa volta-se para a porta e vê Mino parada, com flores na mão, o olhar faiscando de ciúmes.
(Saori, pensando) Eu não posso demonstrar que também estou com ciúmes. Não posso agir como uma garota normal. Preciso me controlar. Preciso me controlar. (fala para Mino,sorrindo) Bom dia, Mino! Como vai?
(Mino, tentando agir naturalmente) Bom dia, Srta. Saori. Vou bem, obrigada. Bom dia, Seika. Trouxe flores para alegrar o quarto.
(Seika) Obrigada, Mino. Vou colocá-las junto às que a Srta. Saori trouxe. É bom manter o quarto colorido e perfumado.
(Mino) Tenho certeza que sim. Eu gostaria de passar o dia aqui, mas infelizmente não posso. Preciso cuidar das crianças do orfanato. Então, já vou indo.
(Saori) Eu também já vou. Até logo, Seika. (sussurrando) Fique bom logo, Seiya.
Saori e Mino saem juntas do quarto de Seiya. Os olhares das duas se cruzam outra vez e parecem faiscar de ciúmes, embora ambas mantenham um sorrisinho falso no rosto.
Continua...