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Durante a noite Alice não consegue dormir, está muito preocupada com a saúde de Victor então se levanta e caminha até a porta do quarto do rapaz. Bate levemente. E a resposta é imediata.
(Victor) Quem é?
(Alice) Sou eu, Alice...
(Victor) Entre Alice.
Ela entra e encontra Victor sentado em sua confortável poltrona. Olha para um outro assento ao lado do rapaz.
(Alice) Posso me sentar?
(Victor) Claro. Seria uma honra ter sua companhia.
Ela se senta ao seu lado.
(Alice) Tenho frio.
Ele se levanta devagar e entrega à Alice um tecido preto, com o qual ela se cobre. Olha ternamente para Victor. Ele volta a se sentar, sorri levemente para Alice e se vira, olhando para a escuridão.
(Alice) Não faça isso Victor. Não está lá o que você procura.
Ele se vira, surpreso com a observação.
(Victor) Sei... A escuridão está dentro de cada um de nós... Todos temos os nossos monstros.
(Alice) Você não parece ter nenhum monstro.
(Victor) Não se engane com aparências, pequena.
Alice se levante e caminha até a janela, observando o céu. Apesar de ser inverno, ainda era permitido ver as estrelas.
(Alice) O céu, com suas estrelas, mais parece um véu cobrindo a terra.
Victor a segue, olha para o céu.
(Victor) As estrelas, numa noite tão iluminada, são a segunda coisa mais bonita que um homem poderia ver.
(Alice) Disse segunda, Victor. Então... Qual seria a primeira?
(Victor) Os seus olhos, Alice.
Ela ri, vira-se para Victor e o beija.
Então ouvem batidas na porta do salão principal da mansão. Em seguida os gritos de Magnólia, que pede para alguém que ainda não sabiam quem era, para que esperasse, a velha já caminhava em direção à porta.
Era Helena, uma amiga de infância de Victor, eram como irmãos no passado, fora a única amiga do rapaz, ficaram sem se ver por anos e ele nem imaginava que pudesse vê-la novamente.
Victor desce as escadas ao ouvir a voz de Helena, é seguido por Alice.
Assim que aparece na sala recebe um longo abraço de Helena, que fala algo ao ouvido do rapaz. Alice sente as faces queimarem de ciúme, e se retira para o quarto, deixa que a visitante inesperada fique à vontade.
(Helena) Quem é aquela moça?
(Victor) Ela é...
É interrompido por Magnólia.
(Magnólia) Ela é uma empregada. Victor a contratou a pouco tempo. Me ajuda na cozinha.
Helena sorri cinicamente.
(Helena) Me desculpe por chegar no meio da noite, e ainda sem avisar.
(Victor) Sem problemas, você é sempre bem vinda vivi.
Costumava chamar Helena de Vivi, mesmo que o apelido nada tivesse para se relacionar ao nome da garota, mas se acostumou a chamá-la assim, desde à infância.
Novamente começa a se sentir mal. Desmaia.
Victor acordou no dia seguinte com Vivi ao seu lado, colocando toalhas umedecidas em sua testa.
(Helena) O que aconteceu?
(Victor) Não sei... Mas já passou. Estou bem.
(Helena) Certeza?
(Victor) Sim, estou ótimo, vou me levantar e caminhar um pouco.
(Helena) Deveria descansar.
(Victor) Vivi... Confia em mim.
Victor vai até o jardim onde encontra Erick brincando.
(Victor) Olá.
(Erick) Oi Victor.
(Victor) Se sente feliz aqui?
(Erick) No jardim ou na mansão?
(Victor) Ambos.
(Erick) Sim... Muito bem, na verdade nunca fui tão feliz. Viver com a Alice foi bom por estar em companhia dela, mas não pelo lugar. Não gostava de ficar lembrando todos os dias do que aconteceu lá.
(Victor) E o que aconteceu lá?