Iridescent

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    18
    Capítulos:

    Capítulo 2

    Capítulo I - Jacob Black

    Álcool, Adultério, Drogas, Hentai, Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo, Violência

    Eu imaginei - uma bala na minha têmpora me mataria ou apenas faria uma grande bagunça pra eu limpar?

    Eu me joguei na cama. Eu estava cansado - não tinha dormido desde a minha última ronda - mas eu sabia que não ia dormir. Minha cabeça estava muito confusa. Os pensamentos giravam pelo meu crânio como um exame de abelhas desorientado. Barulhento. De vez em quando elas picavam. Deviam ser vespas, não abelhas. Abelhas morrem depois de picarem uma vez. E os mesmos pensamentos me picavam várias e várias vezes.

    Eu tinha certeza que iria enlouquecer. Não era uma suspeita, era certeza mesmo. Quando mais eu pensava no que aconteceu naquele dia na casa da Bella mais louco eu ficava. Não era possível, eu tive um imprinting com uma vampira, o fato de isso ter acontecido mudou completamente nossa visão sobre o maldito imprinting. Ele não era algo que escolhia as mais propensas a manter os genes e assim continuar com a espécie, pois se fosse assim eu não teria tido um imprinting com uma vampira que não podia ter filhos. O que eu não entendia era o Porquê disso está acontecendo comigo, será que eu fiz algo muito errado na outra vida? Algo como pregar prego na cruz, ou gritar para libertar Barrabás.

    No outro quarto, escutei meu pai rindo de alguma coisa. Talvez ele tivesse mudado o canal pra uma comédia. Talvez o comercial fosse engraçado. Tanto faz. Aquilo estava me dando nos nervos. Tudo estava me dando nos nervos. Principalmente o fato de no fundo do meu ser aquele desejo insano crescia ainda mais, o desejo de vê-la novamente.

    Eu tentei ouvir outros sons, o vento nas árvores. Não era a mesma coisa, não com os ouvidos humanos. Havia milhões de vozes no vento que eu não podia ouvir com esse corpo. Mas esses ouvidos eram sensíveis o suficiente. Eu podia ouvir além das árvores, das estradas, os sons dos carros vindo da curva onde você finalmente pode ver a praia - a vista das ilhas e as rochas e o grande oceano azul estendendo-se até o horizonte. Os policiais de La Push gostavam de ficar bem ali. Os turistas nunca percebiam o sinal de redução do limite de velocidade do outro lado da estrada.

    Eu podia ouvir as vozes do lado de fora da loja de souvenirs da praia. Eu podia ouvir o sino tocar quando a porta abria e fechava. Eu podia ouvir a mãe do Embry na caixa registradora imprimindo as contas.

    Eu podia ouvir as ondas quebrando nas rochas da praia. Eu podia ouvir o grito das crianças por causa da água gelada vindo rápido demais pra eles saírem do caminho. Eu podia ouvir as mães reclamando da roupa molhada. E eu podia ouvir uma voz familiar...

    ?Estou saindo? eu resmunguei. Eu abri a minha janela e passei pelo caminho de trás.

    Caminhei pela costa, mãos nos bolsos. Ninguém olhava pra mim duas vezes quando eu atravessava o sujo estacionamento da First Beach. Uma coisa legal do verão - ninguém se importa se você não está usando nada além de shorts.

    Eu segui a voz familiar que eu escutei e encontrei Sam facilmente. Ele estava na parte sul da praia, evitando a parte que ficava lotada de turistas. Ele estava sentado olhando o oceano, além de mim ele era a pessoa que estava mais preocupado com meu imprinting.

    ?Hey? eu disse.

    ?Hey, Jake?

    Andei mais pra perto dele e me sentei ao seu lado, ele estava pensativo e eu estava querendo me matar, então parecíamos dois caras que acabou de sair de uma Reunião dos Alcoólicos Anónimos.

    ?Preocupado?? Ele perguntou.

    ?Louco mesmo! Hoje me peguei sentindo vontade de vê-la novamente, uma Sugadora de Sangue?.

    ?Está lindando melhor do que eu. Eu fiz o que fiz e magoei muito uma pessoa?. Seu tom era triste, Sam meio que não se perdoava por ter machucado tanto Leah Clearwater.

    ?Meio que não tenho ninguém para magoar além de mim mesmo? Suspirei em derrota ?O Pior é desejar vê-la novamente?

    ?Você sabe que é impossível!?

    ?Sei... eu sei!? Sorri sem nenhum humor ?Não tenho muita sorte, afinal eu amava uma garota que tinha colocado na cabeça que o amor da vida dela era um vampiro, agora tenho um imprinting com uma vampira. Isso quer dizer que eu ficarei sozinho para sempre?.

    ?Talvez consiga namorar outra?

    ?Você conseguiria ficar com a Leah??

    ?Ela e todas as outras deixaram de existir para mim, é como se não tivessem rostos?.

    Nesse momento meu celular tocou, sim agora eu andava com um, exigência do próprio Sam, se tivéssemos longe demais para escutar o ruivo ele ligava para nós reuníamos se fosse algo urgente. Tirei o celular do bolso e atendi, escutei a voz do meu pai.

    ?Que houve pai??

    ? Charlie ligou? meu pai dizia - Bella voltou e está de castigo até o fim do mundo, pelo menos foi isso que Charlie disse.

    ?Vou vê-la, tchau pai?

    Guardei o telefone no bolso do short e me levantei. Limpei a areia que grudavam na parte de trás do short com alguns tapas.

    ?Vou ver a Bella?

    ?Cuidado, evite encontrar Alice?

    ?Eu...sei? falei em um tom suspirante.

    Caminhei de volta para casa. Confesso que não tinha mais ideia o que eu sentia pela a Bella, eu ainda a amava, mas era como um sopro em meio a uma tempestade. Eu meio que tinha perdido o direito se escolher, se a Sugadora de Sangue jamais me quisesse eu conseguiria amar e até viver com outra pessoa, mas se ela desejasse meu amor, mesmo sendo minha inimiga, mesmo sendo um nojento vampiro, eu me entregaria a ela de corpo e alma ? Cheguei a minha casa e fui direto para a garagem. A moto não era tão rápida quanto a minha corrida, mas era mais discreta.

    Eu liguei a moto e então estava descendo pelo terreno lamacento. Eu não olhei pra trás quando passei pela casa. A rodovia estava cheia de turistas; eu costurei pelos carros, ganhando um monte de buzinadas e dedos. Fiz o contorno na 101 no quilômetro 110, sem olhar. Eu tive andar na linha por um minuto pra evitar que uma minivan me pegasse. Não que aquilo me mataria, mas me deixaria mais lento. Quebraria ossos- os maiores, pelo menos - levariam dias pra colar completamente. O caminho foi liberado um pouco, e então eu coloquei a moto a mais de 120. Eu não toquei nos freios até chegar à cidade. De lá até a casa da Bella foi bem rápido. Desliguei a moto em frente à casa e desmontei. Estava nervoso, não sabia o que iria sentir quando eu visse Bella de novo. Fiquei esses dias me perguntando o que falaria para ela quando ela voltasse, caminhei a passos lentos até chegar a porta, dei duas batidas e logo ouvi os passos do Charlie vindo atender.

    ?Que bom que é você Jacob? Ele dizia ao abrir a porta, nesse exato instante eu senti o cheiro adocicado de vampiro e tive a certeza que havia um ali ?Pensei que fosse o indesejável?

    Não sabia o que fazer, se fosse seguir o conselho do Sam eu devia dar uma desculpa e ir embora dali. Mas no fundo do meu coração eu desejava que fosse ela, eu desejava vê-la novamente, só para matar a maldita saudade que eu sentia dela, uma saudade insana, que demonstrava que tudo que eu sentia era anormal, aquilo não era algo natural, parecia magia.

    ?Sei que ela tá de castigo, mas posso vê-la?? falei após depois de ficar algum tempo em silencio.

    ?Claro...claro! Ela pode ver você!?

    ?Obrigado Charlie?

    Achei graça daquilo, eu era o preferido do Charlie. Talvez ele tinha um sexto sentindo, sabia que o Edward era um maldito Sugador de Sangue - Charlie me deixou ir até o quarto dela, então subi as escadas rapidamente e logo já estava em frente a sua porta. Senti minha mão ficar tremula, parte de mim falava para eu ir embora, outra parte implorava para eu entrar, pois tinha a chance de ver Alice novamente. Então escutei a voz da Bella, ela dizia para a Alice não ir embora, e aquilo foi um incentivo a mais e no fim a batalha foi decidida. Logicamente a parte do imprinting venceu, então me vi batendo na porta do quarto da Bella.

    ?Entre? Ela dizia

    Entrei sem saber qual seria minha reação ao ver Alice novamente. No momento que meus olhos mergulharam nela, estranhamente meu coração deu voltas olímpicas e minha respiração acelerou, senti como se estivesse fora de mim, a pequena Sugadora de Sangue parecia ainda mais estonteante do que quando eu a vi pela a primeira vez, era simplesmente o monstro mais bonito da face da Terra. E fazia meu corpo se agitar... meu corpo não, ela fazia minha alma se agitar. Alice usava um vestido preto que media um pouco acima de seus joelhos, e pela a primeira vez na vida eu achei uma vampira verdadeiramente sexy, só que eu não a achava só sexy. Era mais do que isso, eu a achava fofa, linda, deslumbrante, estonteante. Para mim ela tinha uma beleza inocente e ao mesmo tempo tinha uma beleza atrevida, ela era gelo e fogo ao mesmo tempo, oposto e extremos, fazia meu tempo correr na velocidade da luz e em seguida fazia-o andar quase parando, ela era tudo, vendo-a novamente fazia eu ter a certeza que não importava como. No fim minha vida giraria em torno dela para sempre.

    ?Hum...? falei tentando recuperar o fôlego, tinha que apreender como respirar, pois nesse segundo a admirando eu tinha perdido a capacidade de respirar, de raciocinar.

    ?Pensei que não iria querer me ver tão cedo? Bella dizia em um tom cheio de duvidas.

    ?Eu vou embora para vocês dois conversarem? Alice indo na direção da janela.

    Então aquele sentimento incontrolável vinha de forma avassaladora, à voz dela era como o som de sinos, e para mim era mais poderosa do que a voz Alfa do Sam, percebi que tudo que ela pedisse que eu fizesse eu faria, e isso me deixou em pânico.

    ?Não? falei meio que sem sentir, mordi minha língua para me dar uma lição de quando devia falar ou deixar de falar algo ?Não precisa ir...hum... Sugadora de Sangue? me esforcei para parecer que estava com raiva dela.

    As duas me olharam de forma diferente, elas pareciam suspeitar de algo e eu não sabia o que fazer para me livrar daquela suspeita. E pior. Tinha acabado de perceber que eu não tinha muito controle sobre meus atos quando estava perto da Alice, e tudo que eu queria nesse momento era esconder dela e da Bella que eu tive um imprinting.

    ?Digo? falei ?Acho que eu devo ir!?

    ?Não? Bella dizia em um tom suplicante ?Por que não podemos ficar todos juntos, vocês são meus melhores amigos e eu os amo?

    Boa, Bella. Pensei igual um besta. Eu estava começando e me odiar. Nada disse para não cair na bobeira de falar alguma coisa inapropriada. Então me sentei no chão mesmo. Escolhi o lugar estrategicamente, me sentando bem a frente da janela, Alice estava sentada no parapeito da janela, então seria fácil olhar para ela. Percebi que o imprinting não era algo tão complicado, naquele momento eu não exigia nada da Alice, apenas queria olha-la e mais nada, sabia que era impossível. Sabia que o máximo de relacionamento que teria com ela seria como inimigos naturais, e nesse momento isso não me machucava. Pois nesse momento tudo que eu queria e olha-la.

    ?Depois da primeira vez que você estiveram juntos? Bella dizia ?E você Jacob Black saiu correndo, eu jamais imaginei que estariam juntos em um ambiente fechado e pequeno como meu quarto?

    ?Imagino que nunca imaginou isso? falei com certa dose de humor negro, se Bella soubesse de toda a historia ela iria surtar.

    ?Vocês não se conhecem de verdade? Bella dizia ?Eu tenho tantas coisas maravilhosas para falar de um para o outro? era engraçado como ela estava animada e feliz, era como se para ela tudo estivesse se encaixando.

    ?Fico feliz em te ver feliz? falei com total sinceridade.

    ?Você tem grande parcela de culpa? Bella dizia abrindo ainda mais o sorriso.

    ?E eu?? Alice perguntou em um tom de brincadeira, sua voz era musica para mim, era estranho me derreter só ao ouvir a voz de uma pessoa.

    ?Claro que você também? Bella dizia indo até a Alice a abraçando.

    ?Me conte para onde foi?? perguntei ?Afinal me abandonou partiu sem dizer nem tchau?

    ?Não foi bem assim que aconteceu? Alice dizia em apoio à amiga, aquela era a primeira vez que ela falava diretamente comigo, e eu meio que perdi o meu chão, se ela dizia que não havia sido bem assim, eu iria afirmar para todos que não havia sido bem assim. ?Você saiu correndo igual um cachorro quando ver a carrocinha?

    Pensei em uma resposta bem má criada, mas no fim percebi que não conseguiria falar nenhuma, percebi que o maldito imprinting era mais do que eu pensava, era algo que me tirava o livre arbitro e me transforma em um escravo dos meus sentimentos. O Pior que cada vez que eu odiava mais o imprinting eu amava mais a Alice, e aquilo era doentio demais para mim.

    ?Fui para a Itália? Bella começou a falar.

    Fiquei em silêncio durante quase uma hora, Bella narrava sua incrível aventura para impedir que seu Sugador de Sangue saísse ao sol e piscasse como uma fada, pois se ele tivesse feito isso um clã de Sugadores iria manda-lo para o inferno. Confesso que mesmo sabendo que tudo deu certo teve momentos que eu torci para ela se mostrar ao sol e ser morto, mas para minha tristeza tudo acabou saindo da maneira que Bella queria e fim da historia.

    Enquanto eu escutava a Bella eu tentava olhar para a Alice sem ela perceber que eu a olhava, e confesso que foi difícil, toda vez que eu a encarava por mais de três segundos ela virava seu rosto para mim, numa nítida ação de intimidação, talvez ela pensou que eu estava olhando para ela e pensando em ataca-la, então ela me encarava de volta para ver se eu teria a coragem. No fim tive momentos maravilhosos no qual a maldita imprinting me deixou retribuir a encarada por longos minutos até minha face ficar corada e eu ter que esconde-la dela.

    ?No fim tudo deu certo? Bella dizia.

    ?Que triste? falei em um tom irônico.

    ?Jacob Black? Bella dizia em um tom irritadinho ?Só não brigo com você por que sei que está brincando?

    ?Você não briga comigo por que sente medo? falei soltando um sorrisinho sínico ?Bella, você me ama e não quer que eu fique longe de você?

    ?Como você é humilde? ela dizia sarcasticamente.

    ?Obrigado...obrigado? falei no mesmo tom ?Sei que sou!?

    Para minha surpresa Alice sorrio, e eu me segurei para não ter nenhuma reação, estava cansado de me derreter por tudo que ela fazia. Na realidade me perguntava se seria assim para sempre, se fosse eu realmente iria fazer o teste de atirar contra minha têmpora ? Depois de muito esforço minha única reação ? Totalmente involuntária ? Foi sorrir junto com ela, e quando percebi o que estava fazendo eu tentei desfaçar me levantando, isso assustou a Bella, ela era humana e um pouco mais lenta que os humanos normais, nunca iria se acostumar com minha nova agilidade.

    ?Deu minha hora? falei.

    Dentro de mim eu não queria ir embora de jeito nenhum, mas não podia arriscar. Eu não devia nem ter visto Alice, eu não só a vi como fiquei no mesmo ambiente que ela durante longo período de tempo. Tudo bem se trocamos uma ou duas palavras diretamente foi muito, mas mesmo assim toda aquela saudade e todo aquele desespero para vê-la novamente deu uma trégua, eu sabia que poderia partir agora e não morrer de agonia, mas também sabia que de vez e quando eu teria que vê-la, nem que seja de longe.

    ?Tá cedo Jake? Bella dizia em um tom triste.

    Era incrível como meu amor por ela sobreviveu a essa tempestade chamada imprinting, não era mais a mesma coisa, mas eu ainda a amava, e vê-la assim, sentindo necessidade de me ter por perto me deixava muito feliz, e ao mesmo tempo me deixava preocupado. Agora com a cabeça virada aos avessos eu meio que sabia que era impossível ela me escolher, pois assim como eu estava obcecado pela a Alice, Bella era obcecada pelo o Sugador de Sangue, a obsessão dela não veio de uma espécie de magia antiga e louca, a obsessão dela era natural. Mas se mesmo assim, se ela escolhesse a mim invés dele, eu nunca iria poder me entregar por inteiro a ela, e só de pensar em machuca-la já me deixava machucado.

    ?A gente se ver depois? falei.

    ?Promete?? ela perguntava.

    ?Claro? falei sorrindo para ela ?Lembra o que te prometi??

    ?Lembro? Bella dizia vindo na minha direção ?Obrigada Jake?

    Bella se jogou em meus braços, abri um largo sorriso enquanto a abraçava de forma apertada, naquele momento tudo parecia razoavelmente normal. Quando falo razoavelmente é por que parte de mim me recriminava por abraçar Bella e não Alice, e talvez por isso eu fiz o abraço ser bem mais breve do que seria normalmente. A afastei e me virei já indo na direção da saída.

    ?Tchau Bells? Falei parando em frente à porta ?Pequena Sugadora Saltitante? falei olhando para a Alice.

    ?Se cuida Cachorro? ela dizia, então sorria para mim fazendo em me derreter pela a centésima vez naquele dia.

    Abri a porta e saí antes que eu falasse alguma besteira ou fizesse alguma coisa sem sentindo. Aquele tinha tido um dia bom, consegui resistir aos impulsos maníacos do imprinting, sobrevive estando perto da Sugadora de Sangue que eu amava, vi que minha Bella (a humana que eu amava) estava bem e feliz, e no fim me senti como o espectador em uma peça de teatro, eu podia ver a felicidades das pessoas e me sentir feliz POR elas, mas no fim nunca seria feliz COM elas.

    Parte do meu sábado havia sido movimentada, o restante foi uma droga, eu me senti como se fosse um viciado que tinha gastado as poucas moedas que tinha na ultima porção da droga mais perigosa de todas, ai depois que o efeito passou mesmo sabendo que era perigoso ele queria mais, e estava disposto a vender tudo para poder ter mais. Esse ere eu, mas minha droga era a Alice. Passar aquele tempo no mesmo ambiente que ela foi algo magico, podia escrever um livro sobre sua fisionomia, e outro sobre suas expressões, e um dois livros para definir seu sorriso. Mesmo sabendo do perigo, eu queria está perto dela, apenas para observa-la de longe, pois era muito injusto não poder nem olha-la, eu não havia escolhido ter o maldito imprinting com ela ? Me virei na cama sentindo cada centímetro do meu corpo desejar por Alice, eu estava mais bobo apaixonado agora do que estive com Bella, o pior que era só eu fechar meus olhos que eu vi aqueles olhos de ouro derretido me filtrando.

    ?É vou enlouquecer? falei ao me sentar na cama ?Lelé da cuca?

    Dei uma pausa para mim mesmo, tinha que refletir sobre isso. Percebi que não podia ficar sem vê-la, a partir do dia que tive o imprinting até o meu ultimo dia de vida eu teria que segui-la em segredo. Só que eu não sabia como segui-la, Bella era a única coisa que me ligava a Alice, e eu não podia sequer pensar em usa-la para ficar perto de outra garota, por que mesmo com toda a confusão mental que o imprinting me trouxe, no fundo do meu ser eu ainda sentia que amava a Bella, afinal o que sentia por ela não era uma paixonite, não podia simplesmente desaparecer de um dia para o outro ? Sentar não adiantou muito, então me levantei e comecei a andar pelo o quarto, era manhã de domingo, segunda eu teria que ir para a escola... Pera ai? Escola, que lugar melhor para observar sem ser notado, eu poderia ficar perto dela sem risco algum, afinal teria dezenas de pessoas ao nosso redor.

    ?Ela nem vai me notar? falei animado ?Posso vê-la, posso escutar suas conversas, ouvi o som da sua risada? ok isso soou como um perseguidor com tendências suicidas.

    Estava em êxtase total, eu era um gênio! Aquela era a maneira mais perfeita de todas para me manter perto dela ? Sorri igual um idiota dando voltinhas pelo o meu quarto, me senti nas nuvens.

    Após o momento de pura lerdeza apaixonada eu lembrei que tinha até meio dia, a secretaria da escola aqui da reserva ficava aberta até meio dia, tinha que pedir minha transferência para a escola de Forks para amanhã já poder frequentar as aulas (como se eu estivesse interessado por aulas), tinha que pegar os documentos necessários para fazer minha transferência e eu não tinha ideia a onde meu pai os escondia, não podia perguntar para ele, afinal eu tinha que me transferir de forma secreta, sabia que o Sam não aprovaria, e se ele souber antes da hora vai simplesmente atrapalhar tudo.

    Demorei meia hora para achar os documentos que eu precisava, e mais dois minutos para vestir uma rouba que me deixasse mais sério. Em seguida corri para a garagem e peguei a moto, não queria que lama respingasse em minha calça por isso decidi monta-la só na rua. A empurrava descendo pelo terreno lamacento até chegar à rua, então a montei e a pus para funcionar.

    Era domingo de manhã, então as ruas estavam desertas, pude colocar 120 quilômetros por hora e senti o vento bater deliciosamente contra meu rosto, dirigia imaginando como seria estudar com ela, como seria gratificante ouvir a risada dela todos os dias. Viajei tanto naquelas loucuras que nem percebi o tempo passar, quando me dei conta estava parando em frente minha escola.

    Desliguei o motor da moto e desci, nesse momento meu celular tocou, olhei o localizador de chamada e era um numero desconhecido, fiquei curioso afinal ninguém além do meu pai e o bando sabia o numero do meu celular.

    ?Alo? falei.

    ? Você comprou um celular e não me passa seu numero? ? Bella dizia no outro lado da linha, eu sempre reconheceria a voz dela.

    ?Simplesmente esqueci? falei meio sem jeito ?Como conseguiu??

    ? Meu pai pediu para passar os números da agenda velha para a nova, quando me dei conta estava seu numero, perguntei para ele e ele me disse que foi seu pai que passou seu numero pra ele.

    ?Os dois são velhos fofoqueiros!? dizia em tom de brincadeira.

    ? No são! ? Bella sorria também.

    ?E as novas Bells?? perguntei.

    ? Me salva! ? ela exclamava ? Alice quer me empurrar para compras, e eu já disse que NÃO QUERO IR, não se você não for!

    ?Compras?? falei, por dentro estava louco para dizer que eu iria, afinal Alice estaria junto.

    Nesse momento escutei a voz da Alice dizendo para Bella passar o telefone para ela, meu coração foi parar na boca.

    ? Alo ? Alice dizia fazendo eu suspirar.

    ?Oi? falei, então percebi que tinha que fingir odiá-la ?Quer torturar a Bella Sanguessuga??

    ? Compras não é tortura ? Ela dizia em um tom irritadinho que fez eu rir sozinho igual um besta ? Venha com a gente Cachorro, prometo lhe comprar alguma coisa.

    Não sabia o que falar, não tinha certeza se devia ir, meu plano era observa-la de longe e não passar mais tempo perto dela, eu não podia desejar mais do que só olhar para ela, eu sabia disso, mas parte de mim urrava para dizer sim logo.

    ? O que ele respondeu? ? Escutei Bella falando com Alice ? Não respondeu ainda! ? Alice Respondia ? Se parasse de chamá-lo de cachorro! ? Bella a repreendi ? Quando ele me chamar de Alice o chamo de Jacob.

    ?Vão continuar conversando como se eu não estivesse no outro lado da linha?? perguntei forçando um tom irritado, mas na realidade segurava meu riso ?Ok, eu vou com vocês?

    ? Ele vai! ? Alice falava para Bella em um tom animado ? Agora você não escapa das compras!

    ?Ainda estou aqui? falei.

    ? Venha para casa da Bella às duas da tarde.

    ?Ok? falei meio que sem saber o que falar.

    ? Até lá então ? Alice falou e entregou o telefone a Bella.

    ?Realmente sou seu amigo? falei quando percebi que era Bella ao telefone.

    ? Se tivesse dito não teria escapado das compras ? Ela dizia em um falso tom choroso ? Mas com você junto vai ser divertido, até daqui a pouco Jake.

    ?Tchau, Bells? falei antes de desligar o telefone.

    Coloquei o celular no bolso e caminhei na direção da escola, sentia meu coração ainda acelerado. Só depois de alguns segundos que fui pensar direito, eu sabia que Bella não tinha celular, então aquele numero só podia ser da Alice, e isso fez borboletas bateram em meu estomago, significava que eu tinha o numero dela, poderia correr até o Canadá e ligar de um telefone público para ela e ouvir a voz dela sempre que eu quisesse, ou até ela cansar dos trotes de ligar e nada falar e jogar o chip do celular fora. Confesso que só depois de algum tempo que eu via que as ideias que surgiam em minha mente eram coisas dignas de loucos perseguidores, e isso me deixava com muita vergonha de mim mesmo.

    Entrei na escola, era estranho caminhar naquele corredor vazio, afinal ele era sempre tão cheio de alunos, aqui eu tinha feito tantas amizades, começado tantas paixonites que terminaram antes mesmo de eu perceber. Me sentia mal abrindo mal da escola para poder ficar perto de uma garota, mas sabia que para continuar respirando eu tinha que vê-la. Simples assim, decidi parar de culpar o imprinting, agora fazia parte de mim, Alice era o centro do meu Universo, e nada que eu fizesse mudaria esse fato.

    A secretaria ficava no fim do corredor, a porta dupla de vidro estava aberta, entrei dentre e encontrei um grande balcão de madeira, em dia de semana três mulheres trabalhavam ali, sábado e domingo apenas uma, e para minha sorte era a Senhora Tompson, velha o bastante para não fazer muitas perguntar e não perceber minhas mentiras. A Senhora Tompson estava usando um vestido que media até o tornozelo, ele era estranhamento roxo escuro, por cima do vestido um pulôver amarelo de tricô. Mordi a língua para não rir com aquela combinação excêntrica de cores.

    ?Bom dia? falei forçando meu tom mais educado ?Vim pedir minha transferência?

    ?Bom dia? ela dizia em um tom alto, como se não conseguisse escutar direito o que ela mesma dizia ?Por que vai nós deixar pequeno Juan?

    ?Jacob? falei ?Eu... hum... arrumei...humm..? decidi fechar a boca e pensar antes de ficar gaguejando, então tive a ideia perfeita ?Arrumei um emprego em Forks e vou precisar morar lá?

    ?Entendo? ela dizia ?Irei providenciar as papeladas agora, Jacob Billis?

    ?Black? falei já meio irritado ?É Jacob Black?

    Esperei quase uma hora, a velha digitava tão devagar que levou uma hora para escrever cinco linhas. Quando finalmente peguei o documento de transferência e o meu histórico escolar nas mãos eu senti como se tivesse cumprido uma grande etapa da minha vida. Decidi usar aquele tempo restante na escola para poder despedir do prédio, caminhei até meu armário, o abri e vi os desenhos e figuras que havia pregado nele, sorri lembrando os momentos vividos ali. Para não ficar muito deprimido eu decidi ir embora. Caminhei para fora do prédio da escola e andei lentamente a minha moto, montei nela e já ia dando a partida quando meu celular tocou de novo, o tirei do bolso e olhei o identificador de chamada, quando vi que era o mesmo numero que Bella usou para me ligar eu literalmente quase cai da moto, usei a força das minhas pernas para me manter em pé, segurei o telefone bem na frente dos meus olhos e me perguntei se iria atender, mas antes de eu me responder isso o outro Jacob que havia nascido com o imprinting tomou conta do meu corpo e atendeu o telefone.

    ?Alo? falei sentindo borboletas brigarem em meu estomago.

    ? Hei ? Ouvi a voz da Alice ? Acredita que não tem um carro na minha garagem? ?seu tom era descontraído, como se estivesse falando com um amigo e não com um lobisomem, inimigo natural.

    ?Pensei que tinham tipo, uma dezena de carros? falei.

    ? Temos mais o menos isso ? bufou irritada ? Mas parece que estão brincando comigo!

    ?Cancelar as compras?? perguntei, era incrível como me sentia pisando em ovos quando falava com ela, sentia medo de falar algo errado e ela nunca mais me ligar.

    ? Jamais! ? Ela exclamava ? Jacob Black acostuma-se, eu jamais cancelo compras.

    Ela havia falado meu nome inteiro e ainda pedido para eu me acostumar, sentia-me nas nuvens só por ela ter falado assim, estávamos tendo um diálogo tipo amigos e aquilo fazia eu me sentir o cara mais feliz do mundo. Era como se eu tivesse ganhado sozinho um premio bilionário na loteria, meu coração batia tão rápido que chegava a doer.

    ?Posso pegar a caminhonete do meu pai? falei meio que sem perceber, era o outro Jacob falando por mim ?O problema que ela é pequena?

    ? Sem problemas, eu sou pequena ? Ela dizia em um tom de pura animação ? Então combinado, vamos na caminhonete do seu pai, obrigado salvou as compras.

    ?Hum... de nada? falei ?Até?

    ? Até daqui a pouco Jacob ? ela falou antes de desligar.

    Fiquei ali parado igual um besta olhando para o céu que começava a ficar nublado e completamente fechado, meu coração batia na minha garganta e borboletas criavam uma rinha de briga em meu estomago. O céu estava feio, a rua estava lamacenta e o prédio da minha agora antiga escola era velho e feio. Mas nesse momento eu vi um céu belíssimo completamente aberto com grandes arco íris de canto a canto, a rua estava coberta de ouro e o prédio da minha escola era um grande castelo no qual eu era o rei, e tudo estava perfeito, o mundo era lindo.

    ?Maldito imprinting? falei tomando controle novamente, parando de viajar ?Vai me enlouquecer, tenho certeza que vai?


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