Hard times of Nara Shikamaru

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    Capítulo 4

    capitulo 4

    Álcool, Sexo

    Nós saímos da escola e fomos para casa. No caminho adivinha quem nós encontramos? Adivinhou? Não? Então, Neji estava andando na rua, indo em direção a casa da minha avó, com o cabelo maior do que quando prendeu no elevador. Sasuke parou o carro, e ele entrou.

    ? Você num tinha prendido o cabelo no elevador?

    ? É, mas eu fui no salão...

    ? Salão?

    ? É, onde você achou que eu fosse colocar esse aplique? No açougue?

    ? Cara, mas não conheço nenhum homem que vai em salão. ? Sai disse

    ? O Sasuke vai. ? Sasuke deu uma virada brusca no volante, que fez Neji, quase cair no asfalto. ? Sério, a mulher perguntou se aquele amigo que passava comigo de carro, iria lá hoje, eu disse que não sabia. Ela disse que ele pinta o cabelo e passa escova e alguma coisa pra deixar o cabelo igual a um poodle espetado.

    ? Ah. Nem duvido cara.

    ? Sério, uma vez ela me disse que ele fez até as unhas.

    ? Sasuke, eu já achava você meio afeminado, mas agora pra mim você é uma bicha escandalosa. ? Gaara disse.

    ? Não é muita diferença se você quer saber. ? Naruto disse do nada

    ? Foda-se. Quer saber, vamo pra casa que eu tenho que passar o hidratante no aplique senão começam a surgir pontas duplas. ? Neji disse.

    Nós saímos e fomos para casa, demoramos cerca de meia hora porque Sasuke parou o carro pra ver a promoção de prendedores de cabelo, depois pegamos um engarrafamento básico e chegamos em casa. Minha vizinha estava jogando água no jardim, pois não chovia a um certo tempo. Ela chegou na cerca de grama e me chamou. Eu deixei o pessoal entrar e fui até ela. Eu nunca tinha parado para conversar realmente com ela, então eu fui e ela começou a falar:

    ? Você é o Shikamaru não é?

    ? Sim.

    ? Ah. Hoje eu vi uma garota passando aqui, e eu disse pro meu marido que ela era muito bonita e com certeza seria uma boa pretendente pra você. ? Ah é? Parabéns! ? Ela era loira, o cabelo dela estava com o cabelo partido em quatro partes. ? Temari? ? Ela entrou na sua casa, mas ela tava com um menino com uma tatuagem vermelha na cara. ? Informação inútil ? Eles vieram de bicicleta, ela estava conversando com o pai daquele menino que eu disse pro meu marido que parece o filho do capeta. ? Parece? Eu tinha certeza ? Mas era só isso que eu tinha pra falar.

    Eu saí andando e acabei de perceber uma coisa muito importante para a minha vida: ? O que os olhos não vêem, os vizinhos esfregam na sua cara?. Quando eu cheguei em casa eu vi uma coisa que realmente me traumatizou, estava todo mundo chorando, gritando, e vestido de preto. Eu vi minha mãe deitada no chão, e meu pai com a cara inchada e mastigando um lenço, então a coisa era realmente feia, eu perguntei pra primeira pessoa que eu vi na minha frente o que estava acontecendo e pro meu azar era a besta loira.

    ? Que merda é essa?

    ? O marido da tia da colega da irmã adotiva da sua prima de 8º grau morreu.

    ? Ah, pera aí, o quê?

    ? Sabe sua prima da 8º grau?

    ? Não

    ? Foda-se, ela tem uma irmã adotiva, e a colega de escola dela, tem uma tia, e essa tia se casou, e o marido morreu.

    ? E o pessoal pelo menos sabe o nome da pessoa?

    ? Não

    ? Então foda-se. ? Eu não ia em enterro nem de pessoa que eu conhecia quanto mais desconhecido, mas minha mãe me encarou que nem a Rocheli encara o Cris, então achei melhor para minha propria segurança eu ir.

    ? Vai se arrumar que o velório é em vinte minutos.

    ? Vai ser aqui?

    ? Não, do outro lado da rua, passando umas duas casas.

    Eu subi pra me arrumar e coloquei a primeira camisa que eu vi, e estava escrito na frente: ?Viva o lado bom da vida?, mas eu ignorei e desci. Nós saímos e fomos para o velório, chegando lá, havia um padre que estava com a cara tão vermelha que eu achei que fosse um tomate. Todo mundo estava de preto, menos eu e meus amigos. O caixão era preto, e uma mulher de uns 25 anos chorava perto dele. Devia ser a mulher do falecido. Eu fui até o caixão, e vi que o morto era um velho de uns trocentos anos, e ainda usava o tubo de inalação de oxigênio. Eu cheguei perto da viúva e disse:

    ? Meus parabéns, linda festa, você fica muito linda de preto sabia? ? ela chorou mais

    O pessoal começou a se arrumar e sentar nas cadeiras porque o padre já ia começar o seu discurso. Quando o padre já tinha começado a ler um trecho da Bíblia, me deu aquela vontade enorme de espirrar e eu virei pro lado e espirrei, mas fez aquele barulho gigante e eu espirrei encima do defunto, Gaara estava se comendo pra não rir e Sasuke ouvia música tão alto que dava pra ouvir do outro lado do mundo. E eu tive que dar aquela desculpa esfarrapada básica pra deixar passar:

    ? Desculpa, é que eu sou alérgico a coroa de flores.

    Antes do padre voltar a falar Naruto levantou e saiu andando, disse que ia ao banheiro, e não voltou, e Neji, que estava atrás de mim, começou a me cutucar, e eu soltei aquela gargalhada, e todos pararam pra me olhar, de novo.

    ? Bem, a vida continua, pelo menos a nossa!- eu olhei para trás e disse baixo ? faz uma dessa de novo, e vira um velório duplo.

    O padre ficou mais meia hora falando, e eu a cada 2 segundos perguntava para alguém se ia demorar muito, perguntei até para o defunto, e ainda acho que ele disse que não. O pessoal já estava quase me chutando do velório, quando o padre disse ?Amém? e nisso chegou Naruto comendo vários salgadinhos e disse:

    ? Cara o velório aqui do lado ta uma maravilha.

    O pessoal havia começado a conversar, e então Gaara deixou aquele peido lindo escapar, foi tão alto que acho que o morto acordou só pra morrer de novo.

    ? Qual é gente, os defuntos seguraram muitos gases antes de morrer, é natural que saiam assim. ? ele disse.

    Do nada, Sai tirou uma câmera fotográfica do bolso e saiu tirando fotos de tudo e de todos, a mulher do defunto, estava tão confusa que sentou pra pensar, eu perguntei pro noiado o que ele estava fazendo e ele disse que seria bom para as pessoas algumas recordações do falecido. Eu olhei para o outro lado, e ali, uma multidão se concentrava em volta da loira burra que contava piadas, e pelo santo amor desse morto, isso não é hora para se contar piadas sabe? Ele contou a do não nem eu e depois começou com a de bêbados em velórios. Então a situação ali só estava melhorando. Do outro lado, Gaara estava reunido com vários homens gritando sobre futebol, e times, e Gaara disse que pelo menos o defunto não ia mais sofrer por causa do time dele, que havia sido eliminado da Libertadores recentemente. Depois havia um caderno para as pessoas escreverem recados para a viúva, então eu peguei a caneta e escrevi: ? Foram muitos anos de vida?, depois eu saí andando. O pessoal já estava se aquietando, pois já saia o enterro. E Lee resolveu ligar pra mim, eu só não sei como a besta verde conseguiu meu celular. Ma eu atendi assim mesmo.

    ?Alô!

    ? Shikamaru?

    ? Não, aqui quem ta falando é a vó dele.

    ? Passa pro seu neto por favor?

    ? Fala Lee.

    ? Aonde você ta?

    ? Tô no velório de uma cara estranho aqui.

    ?Ah, vai demorar?

    ? Nem vai cara. O corpo já ta fedendo pra caralho, por que?

    ? Atoa, queria saber que que você tava fazendo.

    ? Pode crer, então tchau.

    ? Tchau.

    Ele desligou, e quando eu me virei todos estavam olhando pra mim com cara de espanto, a viúva, já tinha parado de chorar, e deu uma piscadela pra mim. Juro que se ela fosse mais velha, mais feia ou coisas do gênero eu teria ficado com medo. A filha do defunto estava chorando tanto, que eu dei um sorrisinho cínico e saí dali. Eu esperei o pessoal do lado de fora, e acompanhamos o enterro, chegamos no cemitério depois de meia hora andando, e lá já haviam 17 enterros acontecendo. Pois é, eu sempre dou sorte com multidões. Quando o caixão estava descendo eu vi que isso estava acontecendo simultaneamente. Depois quando chegou a hora de nos despedirmos, eu soltei uma frase que tenho certeza que me arrependerei pro resto da minha vida.

    ? Pois é, quem é morto sempre desaparece.

    E o pior, é que aquele povo deu de fazer silêncio nessa hora, eu vi cada olhar mortal apontado pra mim que achei que o 18º enterro seria meu. Eu resolvi sair dali, e ir pra casa andando sozinho, já que minha mãe nem me conhecia mais como filho nesse enterro. Eu saí, e fui reparando nas luzes da rua, já era de noite, e eu percebi, que o luar estava ótimo para passear. Eu passei em frente a um parque e resolvi entrar, lá dentro, as árvores faziam sombra no chão, e havia uma espécie de círculo, bemno meio do parque, ali, haviam bancos de metal, e bem no meio, havia um poste com lâmpadas amareladas que piscavam. Em um dos bancos estava uma garota loira, eu vi que ela estava chorando, quando eu cheguei mais perto, a luz me permitiu ver que ela usava uma rabo de cavalo, mas ele estava sujo, com folhas presas, e quando vi a face da garota, eu a reconheci, era a loira da minha sala, a tal de Ino. Ela estava com uma camiseta muito curta, e um short jeans, ela tremia de frio, e chorava. Eu fui até ela. Ela me acompanhou com o olhar, e me viu sentar ao seu lado.

    ? Ei, tudo bem? ? eu perguntei

    ? Claro, por que não estaria?

    ? Porque você está chorando, quase pelada, em um parque a noite.

    ? Tudo bem. É porque eu terminei com meu namorado.

    ? E ele por acaso te afundou na lama ou algo assim?

    ? Não.

    ? Dá pra me contar a verdade?

    ? Tá tão na cara que eu to mentindo?

    ? Sim.

    ? Ok. Eu fugi de casa.

    ? Por que?

    ? Porque minha mãe se divorciou do meu pai mês passado, e desde então, ele vai para o bar e toma todas, todos os dias, eu já disse para ele parar, mas ao invés dele parar, ele me dá um tapa, e me manda ir fazer o que eu tenho que fazer, eu já não agüentava mais e fugi de casa.

    Ela havia começado a chorar, e eu vi uns hematomas em seu rosto. Eu fiquei ali conversando com ela por um tempo, depois eu me levantei e disse:

    ? Por que você não passa um tempo lá em casa? Depois você resolve isso tudo.

    ? Mas eu sempre fui tão má com você, por que você está fazendo isso por mim?

    ? Porque ninguém merece passar por isso sozinho, e isso inclui você.

    ? Obrigada, mesmo, mas tem certeza que ninguém irá se importar de eu ir com você?

    ? Tudo bem, na minha casa sempre cabe mais um.

    ? Obrigada. ? Ela foi se levantar, mas caiu no chão, então eu vi que em sua perna havia um grande corte, que sangrava, e quando a luz bateu sobre ela com um ângulo diferente, eu vi que ela estava bem mais magra que o normal, sua pele estava pálida, e ela não se agüentava em pé.

    ? Você está com fome?

    ? Acho que sim, já tem um tempo que eu comi pela última vez.

    Eu a ajudei a se levantar, mas seu corte na perna não a permitia andar muito, então eu a levei nos braços mesmo. Nós saímos do parque e no caminho de casa, eu parei em uma lanchonete, e a coloquei sentada em uma cadeira, peguei uma para mim, e sentei junto a ela em uma mesa.

    ?O que aconteceu com a sua perna?

    ? Bem, acho que eu vou TR que contar para você a história inteira.

    ? Claro. ? Eu pedi um lanche grande para ela, e um salgado para mim, rapidamente eles chegaram, ela começou a comer, e me contar o que aconteceu.

    ? Bem, eu fugi de casa a duas semanas, e eu estava ficando na casa da minha amiga Sakura até então, mas eu já estava preocupada de ficar lá muito tempo, pois a família dela já enfrentou vários problemas financeiros ultimamente, e eu não queria ser mais uma despesa, então, antes de ontem, a noite, eu me despedi deles e disse que ia voltar para minha casa, mas eu estava com medo, então, eu fiquei lá no parque, foi aí que eu machuquei a minha perna, porque eu estava correndo de uma barata, aí eu tropecei em uma latinha refrigerante, e caí no chão, só que um galho seco, perfurou minha perna. Depois disso eu fiquei lá naquele banco, esperando a coragem para voltar para casa, até que você chegou. ? Ela já havia acabado de comer o seu lanche.

    ? Ok, agora vamos para casa, pra eu ver o que eu posso fazer por você.

    Eu paguei o nosso lanche e depois eu a peguei novamente, e fui andando para casa. Nenhum de nós pronunciou sequer uma palavra até chegarmos em casa. Lá, não havia ninguém, provavelmente o enterro do velho ia demorar. Então, eu levei Ino até o banheiro e mostrei aonde havia o que ela precisava, eu peguei algumas roupas da minha mãe para ela, e por incrível que pareça as roupas serviram nela direitinho. Ela foi tomar banho, e eu fui para o meu quarto trocar de roupa. Quando eu saí, eu assisti um pouco de televisão, e desliguei quando ela saiu do banheiro, ela estava enrolada em uma toalha de banho grande, chegava aos seus joelhos, seus cabelos ainda estavam molhados, e o corte em sua perna parecia menos grave agora. Eu a ajudei a subir para o meu quarto, e lá eu havia colocado as roupas para ela vestir, ela me pediu para sair do quarto, com educação e eu fui. Depois de um tempo ela abriu a porta e eu entrei. Eu percebi que agora ela não usava nenhuma maquiagem, mas mesmo assim ela estava linda, até mais do que antes, seus olhos se destacavam mais e havia um sorriso sincero em seu rosto.

    ? Como eu posso te agradecer por tudo isso?

    ? Jogando uma partida de Guitar Hero comigo?

    ? Talvez, mas eu acho que tem uma forma melhor de te agradecer? ? ela veio mancando para perto de mim.

    ? Como? Quer jogar outro jogo? Eu tenho Tekken aqui também. ? Ela se apoiou no meu ombro.

    ? Não, assim... ? então ela me beijou...


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