Eles estavam todos lá pela pracinha, capangas vestidos de terno preto. Entramos dentro de uma das lojas de roupa que ficava em frente à pracinha.
__Manú? Pode fazer um favor para nós? Perguntou-me Vitor com seriedade.
__O que quer? _ disse eu agoniada.
__O carro branco, duas vagas para, depois do meu. Consegue trazê-lo até aqui?
__Você esta dizendo, para eu ir lá, no meio dos capangas e pegar o carro assim, de boa?
___Sim! O maverick já esta marcado. A minha espada ficou lá dentro também. Eles não sabem quem é você, somente aquela loira esquisita, de ontem e os caras que estavam com ela. Não precisa ter medo. Se algo acontecer eu estarei lá imediatamente.
Eu fiquei com medo, mas não tinha outra escolha naquele momento. Vitor me pedia tão carinhosamente que não pude resistir.
__Esperar!!Trocar de roupa. Antes, né?!- Disse Estrangeiro. -Colocar algo discreto, e ir com cuidado. O carro ser automático, a porta abrir com um clique.
__Não tenho medo Manú-chan.
__Não estou com medo, estou com pavor.
Mas fui assim mesmo, troquei de roupa, coloquei uma calça social preta com uma blusa também social creme, por cima um terninho da moda também preto, e sapato de bico fino e de salto. Parecia uma advogada, penteei o cabelo em coque, pegando o primeiro óculo escuro da loja que eu tinha visto, fui com coragem. Estrangeiro me havia explicado como ligar o carro, a chave não era nada convencional. Poxa vida! De tantos carros e o infeliz tinha que ter logo um importado cheio de trecos?
__Não se preocupe, amor vai dar certo. _Vitor me disse isso me abraçando por trás, me deu uma mordidinha na orelha e um beijo quente e molhado no pescoço. Senti um arrepio pelo corpo inteiro com isso. Pude sentir com o aperto o coração dele batendo rápido. Ele realmente estava preocupado.
O carro era grande e bonito, branco. No banco da praça tinha um capanga sentado, na espreita. Cheguei, dei um meio sorriso para o cara. Apontei a chave para o carro, apertei o botão e clique. A porta magicamente continuou fechada. Apertei mais uma vez e ela não cedeu. O homem sentando percebeu minha inutilidade. Fui ficando cada vez mais nervosa. Não podia olhar em direção ao Japonês, não podia pedir ajuda. O homem se levantou, deu a volta no carro e foi em minha direção.
__Precisa de ajuda, moça? Perguntou ele querendo ser útil.
__Não, não_falei balançando a cabeça_ É esses carros novos, cheio de manha_ Despistei. Mas ele foi chegando mais perto.
__Pode deixar, eu ajudo!
__Realmente não precisa!
__Olha é só apontar a chave para a fechadura da porta_ E pegando a chave da minha mão fez o clique que magicamente abriu a porta_ Viu, moça. Não foi difícil!_ ele disse sorrindo me entregando a chave. Eu agradeci, entrando no carro. E ainda sorrindo disse:
__Obrigada!_Ele seguiu para o mesmo lugar que estava antes.
Liguei o carro, respirei fundo. Só faltava agora ele não funcionar, mas funcionou. Dei a volta na praça, passei por mais alguns capangas entrei na rua perto da loja, e parei. Vitor e os outros dois entram logo em seguida. Abaixaram-se no banco.
__Manú, abra os vidros do carro e deixem que vejam que está sozinha._Falou o japonês, bem baixinho. Fiz o que ele pediu. Em seguida fui saindo do centro da cidade e ganhando espaço, chegamos à Dutra, estávamos a salvo.