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Ao chegarmos da missão cada um foi para a sua casa, desapontados por estarem pobres e sem recompensa. Lucy foi tomar banho antes de mim então fiquei esperando ela sair enquanto sentava no sofá ,minha atual cama improvisada. Olhei para a minha bolsa da Kipling que eu usava na escola do meu lado no sofá. A única coisa que eu tinha trazido para cá ,pois eu estava com ela nas costas quando vim, que tinha sido bem útil afinal dentro dela estavam os meus óculos e o meu coelho de pelúcia que eu não durmo sem.
Por causa do tédio resolvi abri-la, tirei meus óculos e meu coelho e vi meus livros de escola e logo abaixo montanhas de papéis amaçados que eram meus antigos trabalhos e provas que eu tenho preguiça de jogar fora. Eu comecei a abri-los.
-Eita.. ?eu resmunguei comigo mesma ao ver um 5 na minha prova de matemática do 1º semestre. Logo depois eu vi o meu 10 em inglês e abri um sorriso, eu tinha sido a única a tirar a nota máxima naquela prova. Depois peguei um outro papel, quando abri vi que era uma redação que eu tinha escrito para um trabalho de Dia das Mães. Eu comecei a ler e senti uma forte nostalgia de quando eu achava que minha mãe era apenas uma corretora de imóveis de uma pequena imobiliária no centro. Notei que muito do que eu tinha falado ali, depois que vim a esse mundo nem sabia se era verdade. No final tinha uma foto dela, eu e meu pai abraçados em frente a catarata Garganta do Diabo nas Cataras do Iguaçu no Rio Grande do Sul, onde tínhamos ido verão passado. Eu de leve a arranquei, acabei rasgando um pouco do papel mas pouco me importava, oque eu faria com uma redação velha de português? Assim guardei a foto no meu bolso.
~ Ao mesmo tempo que isso acontecia, um certo mago negro vagava por um bosque, solitário.
Ele tinha saído um pouco de sua sala de chefe da organização que comandava, queria um pouco de ar puro. Ele foi andando até um bosque ali perto que lhe era bem familiar. O mago negro caminhava entre as árvores, seus olhos sondavam tudo a sua volta com tristeza enquanto lembrava-se de seu passado. Ele pisava em alguns galhos secos fazendo um ?crac crac? irritante mas mal se importava ,sua consciência pesava tanto quando ele ia para aquele lugar que ele mal se importava com coisas tão inúteis.
Ele se sentia como se estivesse caminhando pelos mortos. Ele não os via mas sentia: milhares de cadáveres se empilhando em seu caminho, indiferentes e retorcidos. Era como se todos que ele tivera matado ou torturado tivessem voltado para lhe atormentar. Quando ele ia para aquele pequeno bosque se lembrava de como ele era. Afinal ele nem sempre fora assim, ele adquiriu esse gosto pela morte por causa da amargura e culpa em seu coração que sempre voltavam junto com várias outras memórias após ele entrar naquele lugar. No meio do bosque tinha um lugar sem nenhuma árvore, um espaço grande e verde onde ele a tinha encontrado pela primeira vez.
Aquela que deu sentido a vida daquele garotinho que tinha sido abandonado. Aquela que lhe ensinou tudo que ele sabe sobre magia. Aquela que ele amou. ?Aquela? tinha um simples nome que quando citado atormentava Zeref mais que qualquer um. Elena.
Ao lembrar da garota ele sorriu. Um sorriso triste, melancólico e olhos voltados para baixo como se ele tivesse vergonha de sorrir. Afinal aquelas não eram lembranças que ele deveria sorrir e sim chorar. Ele sentou encostado em uma árvore onde fazia uma sombra fresca ,ficou observando o imenso campo verde e começou a lembrar. Um garoto de uns 16 anos, de cabelos pretos longos que batiam em seus olhos e que tinha sido abandonado lutava com uma garota da mesma idade ruiva, quem o tinha achado e ao ver seu olhar perdido e sincero implorou para o seu ?pai? o adotar como aprendiz. A maioria dos pais estranharia o pedido, afinal que filha pediria alguma coisa assim?
Mas não se pode esquecer do pequenino detalhe que este não era apenas um pai e sim um grande dragão negro com alguma manchas azuis por todo o seu corpo. O mesmo assistia a luta enquanto tomava um sol e de vez em quando dava alguns conselhos para os jovens.
- Tempo! ?A ruiva falou enquanto parava um pouco para respirar- Preciso de água! Questão de vida ou morte.
-Ok, vamos no lago aqui perto, lá tem água fresca. ? O garoto sugeriu
- Ei, Acno vamos ali no lago rapidinho, ok ? ?A ruiva avisou seu pai utilizando o apelido brega que ela mesma tinha inventado por achar Acnologia um nome muito assustador.
-An ? Ah sim claro.. ? O Dragão respondeu sonolento.
Os dois andaram em direção do lago que tinha águas de um azul cristalino. Elena se abaixou e bebeu um pouco, logo foi acompanhada do moreno que também parecia estar morrendo de sede. A menina pegou um recipiente e começou a guardar água lá.
-Para que isso? ?O menino perguntou enquanto parava de beber um pouco.
-Acno me convidou para ir em uma missão com ele e estou pegando água para levar na v ?ela falou meio desentusiasmada
-Isso é ótimo!! ?Ele ficou feliz pela garota- Você sempre o pediu para ir com ele em uma não é?
-Eu sei que eu sempre quis ir, é que agora bateu um medo. Eu nunca sai em nenhuma missão.
-Bem, qual o objetivo dessa missão?
-Ele disse que é apenas ir falar com alguns dragões pequenos. Parece que alguns andam utilizando os humanos como alimento, oque já foi proibido á muito tempo. Ele disse que não tem problema eu ir pois a força dele é 10x maior do que 20 deles juntos mas de qualquer jeito.
Ele soltou um risinho.
-VAI PODE RIR! NÃO ME IMPORTO Humf. ? Ela virou a cara.-
-Ele disse que não tem problema ué, então vai, não seja tão medrosa. A grande Elena que já me derrotou tantas vezes com medinho de alguns dragões pequenos? Queria uma lácrima de vídeo para gravar esse momento.
-Cala a boca se não te dou uma surra. ?Ela pegou um pouco de água do lago e jogou no menino
-Essa é a Elena que eu conheço haha
-Fofa e Simpática?- Ela perguntou piscando seus olhos bem rápido
-Agressiva e Assassina- Ele a corrigiu.
Eles começaram a fazer o caminho de volta. Lá encontraram Acnologia que os esperava.
-Ei.. Acnologia, será que eu não posso ir nessa missão com vocês? ?Zeref perguntou animado
-Tuas habilidades mágicas ainda não estão totalmente aperfeiçoadas. Quem sabe daqui a alguns meses?
-Isso é injusto! ?Elena falou- Deixa ele ir vaai! Se ele não for eu não vou. ?Ela fez um biquinho.
-Não exagera Elena, pode ir. Vai na missão e a complete por nós dois. Quando vocês voltarem quero que me contem tudo!
Após essas palavras Elena se convenceu e na mesma tarde seguiu para a sua missão junto com o seu ?pai?.
Zeref não sabia mas, tê-la convencido a ir nessa missão aparentemente tão pequena foi a pior escolha que ele já tinha feito.
Continua o//