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Já se passara meses desde a morte do Coringa, causa da morte fora porque deixara o botijão de gás aberto. Sua barriga já era visível. Também arrumara um amigo, Valete, ?Que flores bonitas, não?? dissera ele enquanto ambos passeavam pelo jardim. Seu rosto estava mais melancólico e mal expressava algo em sua face. ?Sim, são lindas?, fora fria e nem ligava para as palavras. Acariciava a barriga, sentiu um mal estar era seu bebê chutando. Procurou-se sentar.
?Está tudo bem?? ele a ajudou sentar num banco. Não respondeu, mas ele entendeu o olhar dela. Logo voltarão pra casa. Ao anoitecer a sua mansão parecia maior. O silêncio predominava. Sentada numa cadeira próxima a janela acariciava a barriga, pensando naquele homem... Naquele doce homem. E ele olhando as estrelas pedia de forma piedosa que elas guiassem ele de volta para ela. Aquela agonia no peito quase não a deixava dormi. Mas tinha que está bem. Para o seu bebê, afinal, ele detestaria que ela deixasse de se descuidar por ele e afetar o bebê.
Lágrimas pesadas desciam molhando aquele rosto alvo. Era assim toda as noites. Toda a noite implorava às estrelas o seu amor de volta. Já não acreditava mais em ?deus?. No fundo ela sabia que ele estava vivo. E esperaria por ele o tempo que fosse preciso.
O dia chegava e tocava naquela pele a esquentando. Como de costume ia para o banheiro vomitar. Seus enjoos ficaram mais frequentes com o tempo. Afinal, já estava com 8 meses e meio. Estava ansiosa mesmo que não demonstrasse tal.
?Bom dia!? dissera o rapaz alegremente. Na tentativa de animar a moça. ?Bom dia? foi seca. Não estava muito bem. Estava irritada, e os chutes só pioravam. Sentiu uma tontura apoiou-se na mesa e Valete segurou seu braço. ?Calma...? ele estava preocupado, ultimamente ela estava mais pálida e vivia sentada. Apertou sua cintura para apoiar mais. Derrepente a porta fora aperta entrando um vento gélido. Na porta estava Rei de Copas que estava atônico com a imagem. Nada pudera falar ao ver o Rei, estava feliz demais e acabou desmaiando.
Quando acordou estava rodeada de médicos e enfermeiros que pediam para fazer força. Estava tonta. Estava tendo o bebê? Apenas fez o que pediam. Gritava. Estava suada. Exausta. Parecia que estava ali há horas.
Não ouvira seu bebê chorar, ainda estava desnorteada e procurava com o olhar e só via médicos correndo de um lado para o outro. Não poderia perder seu bebê. Desmaiou.
Acordou com os olhos ardendo. Olhou ao redor. Sentou. Respirou fundo. Esperou algumas horas. Logo entrou uma enfermeira com um bebê enrolado numa manta rosa clara. Seus olhos imediatamente se encheram de lágrimas. Segurou-a, era uma menina, linda, possuía os olhos do pai. E o pai? Devia explicações ao Rei. Onde estará ele? Tiveram que passar duas semanas no hospital. Voltou para casa sozinha e ele estava observando da janela. ?Desculpe não busca-la... Acabei de sair da prisão? depois de explicar que tinham cometido um engano, ele fora solto. ?Bela menina... O pai deve está orgulhoso...? dizia ao olhar a menina.
?Não sei, ele está?? após meses ela abrira um sorriso, mínimo, mas era um sorriso. Ele entendeu logo.
Às de copas. Nome da filha da Dama de Copas e Rei de Copas. Nunca descobriram o crime que ambos cometeram. Morreram aos 82 anos, deixando a filha e única herdeira, Às de Copas. Talvez ela tenha criado uma própria história.
Diário de Dama de Copas. 09/10/1520.
Quem era Dama de Copas? E Dama Cinza? Samantha indagava, na sua mente eram mil e umas ideias. Porque sua mãe tinha aquele diário? Não sabia... Mas aquela história a tocou profundamente. E iria guardar aquele diário, como sua mãe guardou.