Outra ? Labirinto Carmim

El respirou fundo e andou, adentrando lentamente no jardim. Olhou para o lado e Hiver ainda estava ali, assim deixando a boneca aliviada. Todo o cenário a frente dava paz no coração, alivio e sentimento de salvação. Poderão respirar o ar puro do lugar, sentir a brisa refrescante, pisar na grama verde e macia. Não era possível ver nenhuma ilusão, provavelmente estavam escondidas. Porém El podia vê-las e ouvi-las muito bem. Parecia que estava em transe, caminhou e sumiu assim deixando Hiver para trás ? apesar que ele não se importava muito.

Deixou o cabeça de cabra para trás e este tomou um rumo diferente do dela, caminhava calmo e despreocupado. Parou e olhou o horizonte por alguns minutos e chegou a conclusão que aquele jardim era realmente grande ? ou alguma magia o fazia parecer. Hiver voltou a caminhar e a cada passo um pedaço de seu corpo virava uma mariposa marrom. Elas rumavam em grupos para lados distintos, em menos de 15 minutos o homem não estava mais lá.

Ela seguiu o caminho dos risos até chegar a um labirinto vermelho, felicidade e tristeza se mesclavam naquele lugar. Nada era verdadeiro, nenhum tipo de sentimento era concreto. O labirinto era feito com arvores altas e suas folhas tinham o tom avermelhado. Seu centro era um grande salão que levava a uma caverna, seus corredores eram largos e muitos tuneis não tinham saída. As ilusões estavam brincando ali, girar e girar até tudo em volta também estar girando. Mesmo vendo toda aquela alegria, El foi tomada pela tristeza. Era como se alguém estivesse controlando ela, algo que se plantou em sua mente.

Uma mão se estendeu para a boneca que estava sentada no chão.

- Quer dançar e ser levada aos céus?

Quem lhe estendeu a mão fora o Amor, ele era quem mais sabia e quem mais se importava. A boneca aceitou o pedido e os dois rodaram até caírem no chão exaustos. Estava feliz, não se lembrava qual fora a última vez que ficou tão feliz, não se lembrava mais nada do passado. Lágrimas de areia brotavam de seus olhos e rapidamente eram levadas pelo vento.

?Você não tem um passado aqui.? Novamente aquela mesma voz de antes ecoava em sua mente.

El foi guiada até o interior no labirinto, deixada a porta da caverna. Como uma peça de metal ela foi atraída até o imã. Andou cambaleando com os braços levemente abertos e as mãos esticadas apontando para os lados, ela agia como uma boneca de corda.

A entrada na caverna era pequena e apertada ? porém suficientemente grande para que El podes-se entrar sem problemas -, ia alargando-se e no teto era possível ver pedras brilhantes. Minerais brutos incrustados na roxa sólida, mesmo com a pouca luz eles brilhavam alguns eram azulados e outros tão transparentes que roubavam a cor da estrutura de sustentação. O chão não havia pedras soltas, desníveis ou qualquer outro obstáculo era como se tivesse sido compactado. Agora a boneca caminhava pelo trecho mais escuro, ouvia sua respiração assim como sentia a umidade tocar seu rosto.

Ao fundo, deparou-se com uma luz. Continuou caminhando, seus olhos estavam vagos até que parou. Uma estranha figura de pele branca e encardida a observava com curiosidade. Era uma boneca como El, trajava um vestido negro com detalhes vermelhos, tinha cabelos prateados, aparentava ser um pouco mais alta que a outra. Seus olhos cintilavam, eram feitos de vidro e por causa das constantes lágrimas de sangue escorrendo tudo ao redor era refletido em vermelho.A outra boneca não via direito, nunca olhava para o além e isso tornou-se cobiçado. Seu olhar destruía tudo e qualquer coisa, seus braços não alcançavam seus desejos, não possuía Libido. Coroou seu próprio olhar e o perdeu. Ficou frente a frente com El ? que agora estava pensando e agindo como de costume. A fitou com os orbes de vidro vermelho e abriu um sorriso zombeteiro.

- Prazer em te conhecer... ? Elyse respirou e abriu mais o sorriso. ? Minha cópia.