Uma pluma perdida

Conforme o tempo foi passando, ele apenas observava a pequena criança ir crescendo, por sorte do anjo negro, aos poucos ele foi descobrindo mais celestiais, e com isso ia mata-los para conseguir sua vida eterna.

Mas aos poucos, também ia se cativando com a garota, sem perceber começou a se importar com ela, e uma razão para crer nisso, foi que ele não deixou mais a mulher que cuidava dela continuar cuidando, e começou a aprender a conviver com ela, mais e mais sendo cativado pelas pequenas coisas que ela fazia.

Quando a garota fez dezessete anos que começou a pensar em como era sua vida, mas como nunca chegara a conversar muito com o Anjo negro por medo, não sabia ao certo de onde viera e como fora parar ali.

Num dia, logo depois do Anjo negro voltar para a casa em que estava escondido com a princesa raptada, ela criou coragem para perguntar, por mais que ele desse muito medo.

- Como... - ela falou, mas empacou em quanto falava.

- Como?? - ele pergunta se sentando em uma poltrona.

-Como suas asas são negras como a noite e as minhas brancas como plumas?? Isso é muito estranho...- Ela fala sentada escorada em um canto, sem encarar o anjo negro.

- Eu não tinha as asas assim, elas eram como as suas, mas com o tempo, aconteceram muitas coisas... - Ele fala olhando para a garota, mas ela nem se quer olha para o pé dele.

- Que tipo de coisas??- Ela deixa escapar curiosa, e logo que nota o que falou tampa a boca com as mãos.

- Eu fui renegado, aconteceram coisas na época em que eu era general, e por causa disto fui renegado a escuridão, é algo meio idiota, mas foi isso que aconteceu. - Ele explica meio por cima, para não relembrar muito do passado.

- E como te chamavam??- Ela deixa a curiosidade perguntar novamente, olha por uns segundos para ele mas rápido volta a encarar o chão - Ops, não precisa responder se não quiser... desculpe...

- Me chamavam de Lucius... Mas como você se chama?

Ela fica em silêncio, apenas observando o chão como antes.

- Entendi, vamos ver um nome para você então... - Ele fala olhando o céu pela janela, mas ele sabia qual era o nome dela, o dado pelo rei e pela rainha - Que tal Moon? Como a lua? O que acha?

- É bonito... - Ela fala baixinho, um pouco envergonhada, mas feliz por ter visto que não precisava ter medo dele.

A conversa fica por ai, ela se retira e vai dormir, ele fica mais um tempo observando o céu, mas logo deixa a casa novamente.

Essa casa ficava no meio de uma floresta, longe de qualquer civilização, e tinha grandes muros para ninguém sair ou entrar.

Na manhã seguinte, não eram nem sete horas, ele entra apressado e vai até o quarto da garota.

- Moon acorde! Nós temos que ir! Vamos, não temos muito tempo! - ele fala acordando-a, e ela assustada, levanta-se correndo e o segue até a saída dos