|
Tempo estimado de leitura: 45 minutos
18 |
Depois de algumas horas que conversei com Fugaku, resolvi sair de meu quarto e ir a cachoeira mais próxima, que ? infelizmente ? fica perto do castelo dos Haruno. Despi-me e pulei da janela de meu quarto mesmo, tocando a grama do jardim já transformado e comecei a correr. Atravessei os portões e acelerei, pois quero retornar para casa antes do amanhecer. Gosto de tomar um refrescante banho de cachoeira a luz do luar.
Enquanto corria, tentei desvendar o segredo por trás de meus repetitivos sonhos. Estou abraçado a Sakura ? ela no meu colo dormindo ? e acariciando a saliência em sua barriga. Eu estava feliz. O sonho ficava apenas nisso durante um tempo, mas logo em seguida, a cerejeira acordava e começava a beijar-me e eu retribuía cautelosamente, pois tinha medo de machucar nosso filho. Ela dizia-me que é saudável e prosseguiamos. Quando começam os beijos cada vez mais intensos, eu acordo e caio na realidade de que é somente um sonho. É complicado disputar contra sua própria vontade, mas foi tão real que preciso esfregar meus olhos sempre que acordo.
Saltei de árvore em árvore deixando-as balançando atrás de mim. Tentei concentrar-me em tudo ao meu redor e reconheci o som produzido pela queda d'água da cachoeira. Esse som é o meu calmante para todos os meus problemas, entretanto, para alguns mais do que outros. Não demorou muito para que eu chegasse na cachoeira e voltei a forma humana. Corri ? nu ? para a mesma e pulei nela, chocando meu corpo quente contra a água gélida.
Depois de alguns minutos refrescando-me, sai da água e sentei-me na beirada deixando parte de minha perna ainda dentro d'água. Cruzei meus braços atrás de minha cabeça e deitei-me em seguida, voltando a minha análise de meu ? intrigante ? sonho de olhos fechados. Porém, algo encomodava-me. Algo dentro de mim dizia-me para sair dali imediatamente ou o mais rápido possível. Isso fez eu ficar em estado de alerta. Concentrei-me em escutar cada passo de qualquer coisa. Constatei que a duzentos metros de onde estou, há alguém vindo em direção a cachoeira rapidamente. Aspirei o ar e o cheiro bom de cerejeiras inundou meu olfato apurado. Droga. É ela. Tinha que aparecer justamente hoje que não trouxe roupas comigo? Imagino como ela ficará quando ver-me nu e molhado, apesar de já ter visto, tocado e provado de meu corpo insanamente.
Levantei-me e mergulhei na água gélida, refrescando-me novamente e ficando submerso durante alguns segundos para dar um suspense. Subi rapidamente, não por causa do fôlego, mas sim porque já chegou a hora de vê-la depois de cinco longos meses. Alcancei a superfície, voltei a respirar normalmente, passei as mãos dentro de meus cabelos e em meus olhos para tirar o excesso d'água, então, abrir meus orbes e a vi. Estava com uma expressão perplexa e desconfiada em sua face. Está linda como sempre, vestida com um biquíni preto florido ? a parte de cima realçando seus seios e a de baixo é presa por dois laços ?, com uma toalha grande nas mãos, cabelos soltos e pés descalços. Um adjetivo que a define: maravilhosa. Olhei-a por inteiro descaradamente e a vontade de devorá-la tomou conta de meu senso e sanidade. Sai da cachoeira e ela desceu seu olhar sensual pelo meu corpo, demorando um pouco em meu membro. Não agüentei o silêncio intrigante e a perguntei.
~~x~~
- Tudo bem?
- Tudo ótimo... - sua voz está firme, apesar de seus olhos estarem muito ocupados desejando meu corpo.
- O que faz aqui a essa hora? - arqueei a sobrancelha.
- Não é da sua conta... Estou vendo que a cachoeira já está ocupada, então, irei embora.
- Não precisa ir, estou sozinho mesmo. Não gostaria de ficar? Não importo-me...
- Mas importa-me. Você me incomoda... Além disso, você contaminou a cachoeira. Não estou interessada em pegar alguma doença de cachorro...
- Hum. Você não conseguirá atingir-me com suas ofensas, até mesmo porque são apenas palavras influenciadas pelo ódio que senti por mim. Estou errado?
- Não... Mas você esqueceu de duas: nojo e repugnância. Minha intenção não é atingi-lo, mas sim que dê o fora daqui Uchiha... - não gosto de me chamem pelo sobrenome.
- Me chame de Sasuke, pelo menos...
- Não sou íntima sua para chamar-lhe pelo nome e nem pretendo ser.
Sua indiferença está irritando-me. Ao invés de estarmos nos beijando estamos discutindo! Que desperdício de tempo! Suas mãos começaram a tremer e ela escondeu-as atrás de si, como se evitasse para que eu não perceba que há algo de errado com ela.
- Porque está tremendo?
Ela nada respondeu-me, apenas continuou calada. Caminhei até onde ela está, o que a fez dar passos para trás na tentativa de aumentar a distância entre nós.
- Está com medo de mim? - cessei os passos.
- Não tenho motivos para temê-lo...
- Não se preocupe, eu não mordo... - fiz uma breve pausa. - muito...
- Nem se mordesse, eu teria medo de ti Uchiha.
A vontade de agarrá-la a força está consumindo-me por inteiro. Fui aproximando-me novamente e desci meu olhar para seu pescoço, onde pretendo beijar avidamente. À medida que eu avançava, ela recuava passos, até que não tinha mais pra onde ela correr. Suas costas colidiram-se com o tronco da árvore. A Haruno olhou para todos os lados tentando achar uma saída. E o pior: realmente tinha uma saída, porém, usei minha velocidade e a alcancei no segundo seguinte apoiando minhas mãos nas árvores que a cercavam. Ela fitou-me seriamente e seus orbes esmeraldas brilhavam de desejo e logo a vi balançando a cabeça negativamente desviando o olhar para outro canto, menos para meu corpo, evitando-o ao máximo. Até que nossos olhares encontraram-se.
- Eu sei o que você quer, mas não terá... Jamais... - ela forçou sua voz para dizer o jamais.
- Se você sabe, me diz. O que eu quero? - fitei-a profundamente, o que a fez desviar de meu olhar.
Ela não disse nada... E, provavelmente, não pretende dizer... Estiquei meu braço e ela deu-me um tapa no mesmo evitando o contato que eu pretendia fazer. Ela deslocou seus frágeis braços e colocou-os na frente de seu corpo, como se eu fosse um monstro que só quer possuí-la. Sinceramente, adoraria tê-la em meus braços novamente, porém, essa sua atitude como se fosse uma mulher que não sabe proteger-se, fez-me acreditar que realmente sou um monstro. Contudo, imagino o que ela diria-me se soubesse que afastei-me por medo de perdê-la. Acho que não acreditaria sequer uma palavra.
- Saia da minha frente. - falou apressadamente.
- Não.
- Então ta.
Ela olhou para cima e saltou, pousando em um galho. Olhou para mim e sorriu ironicamente.
- Idiota.
No segundo seguinte, ela desapareceu, deixando um Sasuke desnorteado. Ela quer guerra? Então, ela terá! Irei ao casamento. Ela não perde por esperar.
Fim Sasuke Pov's