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Era começo da tarde. Toda a família Katsuragi havia finalmente chegado a tão esperada casa nova. O pai seguiu na frente abrindo a porta e dando lugar a uma sala ampla com um belo papel de parede branco com pequenas flores e folhas. Katsuragi Amy era a caçula, curiosa veio logo atrás do seu pai.
- Vamos. Escolham seus quartos - disse o homem sorrindo gentilmente para Amy e Ikuto.
Amy e seu irmão Ikuto entraram correndo em direção aos quartos como se fosse uma maratona. Ikuto era mais veloz e a garota ficou sem chance de escolher. Ao entrar no quarto a garota se deparou com um local completamente organizado, apesar de ter um pouco de pó e cheiro de mofo. Delicadamente puxou uma cortina de tom bege, dando espaço a uma linda cerejeira florida. Por um momento Amy não se arrependeu de ter perdido a corrida. A garota caminhou até o armário e no momento de abri-lo foi interrompida por sua mãe.
- Filha, faça uma pequena lista do que vai precisar. Vamos decorar a casa do nosso jeito - disse Katsuragi Jolie, mãe de Amy.
Após pegar um pequeno bloco de nota, Amy sentou-se próxima a um espelho. Passou se alguns minutos, e então a garota estava pronta para ir às compras. A cidade era pequena com cerca de oito mil habitantes, havia uma pequena loja. Juntos toda família entrou para comprar objetos para nova decoração.
- Ei, Amy, vamos aproveitar que eles estão distraídos, vou carregá-la nesse carinho de compras - disse Ikuto olhando para os pais distraídos escolhendo uma cor para pintar a sala da nova casa.
E em um pequeno impulso Amy pulou dentro do carinho e Ikuto começou a correr freneticamente pela pequena loja. Desajeitadamente o garoto pisa no seu cadarço desamarrado caindo e soltando o carinho com sua irmã.
- Seu idiota. Pare essa coisa ou eu... - sem antes completar a frase o carinho colide com uma pilha vasos para plantas e em um movimento brusco Amy é arremessada para frente. Após alguns segundos no alto a garota colide contra a parede. Os gritos de dor tomam conta da loja. O primeiro a chegar é um garoto desconhecido.
- Você está bem? Posso... - disse o garoto, mas logo interrompido por um grito escandaloso de Amy.
- Estou muito bem, eu apenas estava testando se a parede era resistente. Posso afirmar, ela passou no teste. É óbvio que não estou bem - gritou a garota colocando a mão em seu braço esquerdo.
Logo em seguida chegou seus pais e seu irmão. Ikuto tinha uma expressão de culpa. O pai da garota a pegou no colo delicadamente, e ordenou que a mãe e o irmão continuassem as compras. No caminho do hospital Katsuragi Souma decidiu fazer algumas perguntas.
-Como tudo aconteceu? - perguntou sem olhar para a garota.
- O Ikuto, ele que deixou o carinho escapar - Amy respondeu baixinho.
- Por que você subiu no carinho? - continuou o pai.
- Eu não queria - respondeu rudemente a garota.
- Se não queria, porque não disse ao Ikuto isso? - Souma fitou a garota.
Não houve resposta. Após irem ao hospital e constatar que havia fraturado o braço voltaram para a casa. Agora Amy tinha gesso no seu braço esquerdo. Era final de tarde, sua mãe e seu irmão ainda não tinha chegado. O pai deixou a garota e foi ajudar Jolie com as compras.
A garota entrou calmamente eu seu quarto havia algo sobre sua cama, mas tudo estava completamente como havia deixado. Exceto uma pequena caixa preta com detalhes e letras na qual não se distinguia. Tomada pela curiosidade a garota abriu puxando lentamente sua tampa. E dentro havia um pequeno colar em um formato curioso. Levantou da cama e ficou em frente ao espelho. Tentou colocá-lo no pescoço porém não conseguiu, pois seu braço estava quebrado. Ao voltar a caixa notou que havia um pequeno livro preto, sem titulo, apenas com uma frase, ou melhor, uma pergunta.
"Qual é o seu nome?"
Isso era tudo. Tomada pelo impulso, a garota escreveu claramente.
"Sou Katsuragi Amy. E como você se chama?"
Após isso fechou e olhou várias vezes na esperança de algo surgir. Olhou para o colar, levantou-se novamente disposta a colocá-lo no pescoço, com seu braço quebrado ficava difícil.
- Katsuragi Amy, posso ajudá-la? - disse uma voz calma e masculina, como se sussurrasse em seu ouvido.
- Claro - disse Amy animada.
Ao olhar no espelho viu o reflexo de um garoto, aparentemente da sua idade. Era mais alto, olhos verdes, cabelos pretos e lisos. Com um sorriso meigo.
- Pronto - disse o garoto sorrindo.
- Obrigada - disse a garota.
Demorou alguns segundos até que Amy notasse que realmente havia um garoto desconhecido em seu quarto. Quando deu conta desse fato, o medo e desespero tomou conta de si.
- Mas quem é você? Pervertido!!! - disse a garota arremessando um travesseiro e tudo que encontrou pela frente no garoto.