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Escutei batidas na porta de meu quarto e caminhei sem ânimo em sua direção para expulsar o insolente que atrapalhou-me. Abri a porta e deparei-me com Kiba todo sorridente.
- O que houve Sasuke? Você está parecendo um zumbi...
- Não consegui dormir direito... - isso realmente é verdade. Desde aquela noite, não consigo dormir direito.
- Hum... - ele adentrou meu quarto e sentou-se na cama. - eu conheço-lhe muito bem Sasuke e tem mulher no meio não tem?
- Exatamente. Você sabe que não agüento esperar elas tomarem a decisão... - certo. Uma parte é mentira, já que a decisão já fora tomada.
- Seu pai pediu-me para tentar convencer-lhe.
- Lá vem. O que é agora? - aquilo já agoniava-me.
- Sabemos que odeia os sanguessugas, mas haverá um casamento de um loiro de olhos azuis, como é o nome dele mesmo? É... Charuto?
- Não... Naruto...
- Sim, esse mesmo... Ele irá casar com a mais bela das sanguessugas, pelo menos, é a minha opinião... - isso fez gelar-me por inteiro.
- E quem seria? - perguntei com o coração na mão, contudo, não demonstrei minha angústia.
- Não sei o nome, mas ela tem cabelos azuis... - suspirei aliviado.
- Sei... Não irei... - não sei se conseguirei controlar-me.
- Os lycans foram convidados por causa do acordo e também pelo sucesso da missão. O correto seria irmos.
- Mas não irei.
- Certo. Eu tentei. - ele levantou-se e abriu a porta. - eu irei divertir-me, afinal, não terá somente as duas raças, os humanos também irão. Tchau, vemo-nos quando eu voltar. - ele saiu deixando-me pensativo.
Gelei quando ele citou o casamento. Lembrei-me que em meu último ?encontro? com Sakura, ela citou-me certa carta que haviam mandado à ela pedindo-a em casamento, mas já que não é dela, não sou obrigado a ir. Por que eu iria vê-la casando? A resposta é bem simples: eu vi a mentira em seu olhar, apesar de sua postura e voz estarem firmes e seguras. Não creio que ela casaria-se depois que eu interrompesse o casório, ou sim? Acho que não.
Deitei-me novamente em minha cama. Várias perguntas surgiram em minha mente, mas uma chamou-me mais atenção.
Qual seria a reação dela se eu aparecesse no casamento?
Inquieta, talvez.
Arrependi-me de pensar nesse assunto, quando as lembranças daquela noite, que tanto tento evitar, vieram em minha mente. Mas... Eu ficarei bem. Eu acho. Minhas pálpebras começaram a pesar e o sono veio para tentar dominar-me, e conseguiu, apesar de saber que acordarei em breve por mais um sonho perturbador, como acontece em todas as minhas noites desde cinco meses atrás.
~~x~~
Acordei bruscamente, sentando-me rapidamente na cama. Suado... Coração acelerado... Outro sonho. O mais intrigante é que é o mesmo sonho todas as noites: eu e a Haruno juntos, entretanto, Sakura está grávida. Confesso que é um dos melhores sonhos que já tive, porém, impossível de ser realizado.
Levantei-me de minha confortável cama e segui para o banheiro, onde despi-me, liguei o chuveiro na temperatura gélida e entrei embaixo dele. Senti ? prazerosamente ? aquela deliciosa sensação de arrepios quando a água gélida chocou-se com meu corpo quente. A água desliza por meu corpo livremente aliviando-me indescritivelmente, entretanto, minha insanidade começou a atacar-me deixando-me totalmente excitado com as lembranças libidinosas de meu último contato sexual. Sakura foi a melhor de todas as mulheres ? em todos os sentidos ? que já tive. Seu corpo, suas carícias, seu modo de enlouquecer-me... Tudo nela é atraente. Fechei meus olhos, levei uma mão ao meu membro inconscientemente e iniciei os movimentos de vai-e-vem, pensando nos momentos que tive com a Haruno. Mordi meus lábios com força quando aumentei a velocidade e revirei os olhos com o imenso prazer e tesão que aquilo causa-me. Lamento por não satisfazer-me por completo, pois preciso de contato com outra intimidade, com a intimidade dela. Daquela vampira que deixou-me exausto. A vontade que tenho é de enterrar-me dentro dela imprudentemente, com ou sem sua permissão, fazê-la minha de todas as maneiras possíveis e imagináveis. Notei que meu ápice está próximo e aumentei cada vez mais a velocidade até que atingi-o.
Depois de alguns minutos, minha sanidade retornou a mim e consegui banhar-me tranqüilamente. Não demorei muito para sair do chuveiro e, em seguida, trocar-me.
Escutei algumas batidas na porta de meu quarto novamente e pedi para, quem quer que seja, entrar. Logo, meu pai adentrou e fechou a porta atrás de si.
- Meu pai... O que devo a honra de vossa visita? - ironizei.
- Vou direto ao ponto, portanto, quero uma resposta sincera, por mais que doa-me.
- Pergunte-me que darei-lhe o que queres...
- Você passa a maior parte do tempo enfiado nesse quarto, seus olhos demonstram que tens noites de insônia e suas atitudes estão estranhas desde a missão dos rebeldes há cinco meses atrás... Sasuke, conheço-o muito bem e sei que está com um problema muito sério. O que está acontecendo com você meu filho?
A pergunta de meu pai surpreendeu-me, no entanto, eu já esperava que uma hora ele iria perguntar-me.
- Não consigo dormir por causa dos sonhos que tenho ultimamente, por isso fico dentro do meu quarto, pois tenho sono, quero dormir, contudo, não consigo. Tento entendê-los, justificando minha inquietude. Apenas isso.
- Sei que há algo mais grave por trás disso... Seria uma certa sanguessuga?
- Não... Jamais trairia minha espécie, meu pai. - dei uma gargalhada, demonstrando-lhe minha falsa sinceridade.
- Espero que realmente sejas isso, meu filho. Você é meu único filho agora e confio em ti.
Ele saiu de meu quarto, deixando-me estático. Trai a confiança de meu pai e o desrespeitei, entretanto, confesso que faria tudo novamente.