Filho de uma Akatsuki!

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    Capítulo 13

    O céu em seu olhar

    Linguagem Imprópria

    O dia transcorria de modo perfeito, como se podia ver nas expressões de todos.

    Por um momento, Deidara teve uma lembrança, olhou para as mãos e a sensação foi de alívio: Konan o havia lembrado, de manhã, de remover o esmalte preto das unhas das mãos e dos pés e de guardar o anel da Akatsuki numa gaveta, longe do alcance de Tobi, que poderia facilmente engoli-lo.

    "Aconteceu alguma coisa, Daisuke-kun?" Perguntou Ino, ainda com Tobi nos braços.

    "N-não, é que... pensei que tinha trazido meu relógio, hehe... Hmm..." Deidara já não sabia mais o que inventar. Sakura também olhava para suas mãos. Eram incrivelmente delicadas, para alguém que vivia constantemente trabalhando com argila: dedos finos, palmas que pareciam ser sedosas.

    "E o que o trouxe para a feira de Konoha?" disse a kunoichi de cabelos cor-de-rosa, sorrindo. "Você é um artista?" O rosto de Deidara se iluminou.

    "Isso mesmo, Sakura-ch..." Deidara corou um pouco de repente. "Er... Posso chamá-la de Sakura-chan? Hmm..." Ino deu uma risadinha, observando a cena e fazendo uma careta gozada para Tobi.

    "C-claro..." Sakura pôs a mão na nuca, envergonhada. O sorriso de Deidara ficou mais largo... Achou que Sakura era engraçadinha quando ficava corada.

    Iruka havia voltado, segurando uma sacola e uma garrafa de chá. "Há um lugar na praça para sentarmos e fazermos um piquenique rápido..." E olhou para as alunas. "...antes de aprontarmos o teatro de marionetes. Já se esqueceram?" O jovem sensei fez uma cara de bravo, de brincadeira.

    "Não, não nos esquecemos, Iruka-sensei..." Sakura e Ino ficaram com uma gotinha anime de suor na testa.

    Reunidos na praça, todos começaram a lanchar animadamente. "Itadakimasu!"

    Iruka tirou uma bandeja da sacola e mostrou-a para Tobi, que estava curioso.

    "Já comeu dango alguma vez, Tomi-kun?" Tobi pôs as mãozinhas na frente da boca, como se quisesse tapá-la.

    "Oh, não, não de novo, hmm..." Deidara fez cara de cansado enquanto se servia de um onigiri. Tobi tentou, ficou vermelho, mas não conseguiu segurar o riso.

    "GAHAHAHAHAHA!" Ino e Sakura ficaram espantadas.

    "Tomi-chan, o que aconteceu?", disse Ino.

    O loiro explicou: "É que ele acha a palavra engraçada... Mas fica com vergonha de rir na frente de pessoas que ele acabou de conhecer, hmm..."

    "Que palavra?" Iruka olhou para Tobi, com uma cara engraçada. "Dango?"

    "AGAGAHAHAHAHAHAHAHAA! YUKAAA-AA-AA!" Tobi caiu sentado de tanto rir, segurando a barriga, até se acalmar.

    "Awww, kawaii!" Sakura exclamou, oferecendo uma bolinha de dango para o bebê. "Coma, Tomi-chan..." Tobi abriu a boca para receber o doce.

    "Hmmmmmmmmmm!" O bebê mastigava com satisfação, como sempre fazia.

    "E como é que se diz pra moça bonita, hmm?" Deidara disse, tomando seu chá, distraidamente para Tobi, querendo que o bom menino agradecesse a Sakura, que engasgou levemente com seu doce ao ouvir o elogio.

    "Aiatou!" Sorriu Tobi, olhando para Sakura. O jovem artista piscou para ela.

    "Viu como o ensinei direitinho? Hmm..." E deu uma risada gostosa, olhando para o céu enquanto comia. Sakura procurava, com o olhar, divisar a cor do céu e a dos olhos de Deidara.

    "Sakura estava falando que você é um artista, você desenha?" Iruka perguntou, admirado, enquanto comia.

    "Temos um amigo que é artista, também... Sai-kun faz uns desenhos lindos!", disse Ino.

    "Eu faço esculturas, hmm..." Deidara afirmou, animado. "Trouxe algumas para vender na feira..."

    "Sugoi! Vamos, Daisuke-kun, mostre pra gente!" A loirinha puxou Deidara por um braço.

    "Eu adoraria vê-las também, Daisuke-kun!" Sakura pediu, olhos verdes brilhando.

    "Sinto muito, meninas, mas as peças já foram vendidas, hmm..." O loiro ria ao ver a cara de desapontada das garotas; pegou um pouco de argila da bolsinha que estava dentro da sacola de pano que trouxe e começou a modelar algo. Por ser um habilidoso escultor, não precisou, naquele momento, das bocas nas palmas das suas mãos; não era necessário inserir chacra no material. Com seus dedos ágeis, modelou um pequeno pássaro e o deu a Ino.

    "Que lindo! Obrigada, Daisuke-kun!" A kunoichi de cabelos loiros observava o minúsculo objeto na palma de sua mão, totalmente maravilhada. Sakura também estava encantada, mas era impossível não notar uma certa expressão de desconforto em seu rosto. Imediatamente Deidara pegou outro pedaço de argila e modelou um belo dragão chinês, também pequeno e delicado, mas cheio de detalhes. O loiro, após terminar a peça, deu-a a Sakura.

    "Achou que eu tivesse esquecido de você, Sakura-chan? Hmm?", brincou o jovem artista, mostrando seu mais belo sorriso (Não é possível, ele deve ter tido aulas com Hidan), que transparecia em sua voz e em seu olhar, como sempre.

    Sakura estava mais corada que o daifuku de morango que Tobi devorava.

    "O-obrigada, Daisuke-kun!" E sorriu docemente para ele.

    Iruka terminou de comer e chamou as meninas.

    "Muito bem, Ino, Sakura, vamos terminar os preparativos para o teatrinho, assim Tomi-kun vai poder ver também e..." E viu que Sakura ainda estava perdida no olhar de Deidara. Ou em seu sorriso...

    "Terra para Sakura testona!" Ino deu um cutucão na cabeça da kunoichi de cabelos cor-de-rosa.

    "Ai, já ouvi, já ouvi, Ino porcona! Já estou indo, Iruka-sensei!" Sakura parecia ter acordado do transe.

    Tobi caminhou até seu senpai e se aninhou em seu colo, chupando o dedo e esfregando os olhos.

    "Awwwwwwwww... Kawaii!", disseram Sakura, Ino e Iruka em uníssono enquanto se levantavam.

    "Não vá embora, hein? Vamos voltar para avisá-lo do teatro, Tomi-chan vai gostar!" Sakura acenou, enquanto acompanhava sua amiga e seu sensei. Deidara acenou de volta.

    "Oh, Tobi, senpai esqueceu de trazer sua chupeta, hmm..." O loiro fazia um carinho no bebê, que estava com olhos sonolentos. "E o titio Hidan não está aqui pra pôr você pra 'nanar'..." O bebê deu uma risadinha e dormiu.

    Enquanto isso, no quartel-general da Akatsuki...

    "AAAATCHIMMM!" Hidan espirrou enquanto lia a Bíblia Jashinista, fazendo as páginas virarem desordenadamente. "P**a que o pariu, preciso de um marcador de página..."

    "Precisa é de um livro melhor..." Brincou Kisame, sentado na poltrona, polindo sua adorada Samehada.

    "Ah, vai pentear bijuu, Kisame..." O espadachim de pele azul explodiu de dar risada da resposta maluca de Hidan, que não teve outra opção senão rir junto.

    A tarde em Konoha estava agradável; Deidara ficou à sombra de uma árvore descansando e Tobi roncava em seu colo, totalmente alheio ao burburinho da feira. Uma hora passou lentamente; Tobi foi despertando devagar. Timidamente agarrou a gola da roupa de Deidara.

    "Ten-pai... Mmmh..."

    O loiro entendeu o sinal; era hora de trocar a fralda de Tobi. Quando já havia terminado e estava abotoando-lhe a roupa, Ino e Sakura estavam chegando e viram a cena.

    "Awwww, Daisuke-kun é tão adorável quando cuida do irmãozinho..." Ino disse, com estrelas nos olhos. Sakura riu da cara desconcertada de Deidara, que se virou para Tobi, fingindo estar zangado.

    "Olhe só o que você me fez, hmm..." E começou a fazer cócegas no bebê, que gargalhava enquanto tentava escapar de suas mãos.

    "O teatro de marionetes já vai começar, vamos lá!", disse Sakura, levando Deidara por um braço. Ino colocou Tobi em seu ombro e os seguiu, saltitando.

    As crianças estavam todas sentadas em frente ao palco, ansiosas. Tobi estava lá também, no colo de seu senpai, batendo palmas, até a hora de Ino e Sakura abrirem as cortinas. Os bonecos começaram a aparecer, como se estivessem vivos. Chiyo, a vovó que havia expulsado o malvado Orochimaru da feira, estava manipulando as marionetes.

    O tema da peça tinha, como personagens, figuras da mitologia japonesa. Ao ver as marionetes se movendo graciosamente, Tobi apontou para elas e olhou para Deidara.

    "Nanna! Ten-pai! Nanna! Nannanannananna..." Deidara sorriu e percebeu o que o bebê queria dizer.

    "Sim, Tobi, titio Danna também consegue fazer isso, hmm..."

    No quartel-general da Akatsuki, Itachi estava pacientemente terminando sua maravilhosa torre de cartas de baralho, enquanto Sasori observava, admirado.

    "Só falta mais uma..." Itachi estava triunfante, tomando todo o cuidado para colocar delicadamente a última carta no topo da torre.

    "AAAATCHIMMMM!" Sasori espirrou, e não é preciso dizer o que aconteceu com a torre de cartas que Itachi estava construindo. "Gomen, Itachi..."

    "Sasori... Você me odeia tanto assim?" Itachi disse, com sua usual calma, enquanto empilhava de novo as cartas que caíram pela sala.

    O show de marionetes de Chiyo-baasama foi bastante aplaudido por crianças e adultos; no final, houve uma queima de fogos de artifício, para o fascínio de Deidara. Sakura juntou-se a ele. Tobi já estava devidamente acomodado no canguru, aplaudindo.

    "Lindo, hmm...", disse o loiro, olhando para o céu enquanto os fogos faziam mil desenhos coloridos. "Tão artístico e fugaz..." E olhou para Sakura, sorrindo.

    Sakura também sorriu para ele; hoje não era um dia de preocupações, nem de tristezas. É certo que ela nunca deixou de pensar em como estaria Sasuke. Mas hoje o dia era especial, por ter encontrado alguém que a fazia sorrir, que a fazia sentir-se aquecida por dentro.

    "Ten-pai! Inan! Inainainaaaan!" Tobi se agitou, apontando para uma barraca de doces enquanto Deidara e Sakura andavam mais um pouco pela feira.

    "Tomi-chan quer comer alguns doces?", disse a kunoichi. O loiro fez uma cara engraçada enquanto olhava para Tobi.

    "Não, hmm... Ele tem adoração pelo seu titio, então está me lembrando de comprar doces para ele..."

    "Ooh! Eu conheço uma barraca com uns chocolates deliciosos, posso lhe mostrar, se quiser!" Sakura puxou Deidara pelo braço.

    Finalmente, seguindo os conselhos de Sakura, ele comprou uma bela caixa de chocolates que certamente não durariam muito para Hidan, mas que eram ótimos. Infelizmente o passeio já estava acabando...

    "Temos que ir embora, Sakura-chan... Eu queria poder ficar mais, mas... Hmm..." Deidara olhou para Tobi, que já dormia. Konan ficaria preocupada se voltassem muito tarde. "Dê minhas lembranças para Ino-san e Iruka-sensei! Foi um prazer conhecê-los!" O jovem artista deu um sorriso terno e pegou a mão de Sakura.

    "Daisuke-kun... Obrigada...", disse Sakura, com os olhos úmidos. Ela não queria que ele fosse embora, tampouco esperava que ele desse um delicado beijo em sua mão e olhasse para ela com enlevo. Sakura estava irremediavelmente corada; fez um carinho em Tobi.

    "Adeus, Sakura-chan, hmm... Adorei conhecê-la." Deidara foi andando, acenando mais uma vez e desaparecendo no meio da multidão.

    Sakura sorriu e acenou de volta; deitou-se na grama e tornou a olhar para o céu. Ino sentou-se ao seu lado. "Aww, ele já foi embora?"

    "Sim..." A garota de cabelos cor-de-rosa suspirou. "Acho que vou sentir saudades daquele sorriso... daqueles cabelos loiros... daqueles olhos azuis..."

    "Pois não é preciso mais sentir saudade, Sakura-chan! Eu já estou de volta do treino com Kakashi-sensei! Dattebayo!" Naruto apareceu, todo contente ao ouvir a última frase de Sakura.

    Kakashi, ao ver Naruto recebendo um safanão de Sakura, deu de ombros e abriu seu Icha Icha Paradise, dizendo: "Quem entende as mulheres?"

    Era uma noite estrelada, e Deidara, já na estrada de terra, resolveu usar seu meio de transporte característico. Desfez o jutsu que fechava as bocas das palmas de suas mãos, pegou um pouco de argila e fez um novo pássaro; colocou-o no chão, fez os selos com as mãos e o objeto ficou gigante.

    "Vamos voar para casa, Tobi, hmm..." O bebê continuava dormindo, sem sequer perceber que já estava nos ares, sobre um grande pássaro.

    E, no quartel-general da Akatsuki, Konan estava jogando cartas com Pein, Zetsu e Kisame, quando sentiu um chacra familiar.

    "Tobi e Dei chegaram!" Disse, abrindo a porta. Deidara entrou, com Tobi a tiracolo e roncando, e colocou a sacola de pano em cima da mesa de centro. "Como foi o passeio, rapazes?" Konan pegou Tobi do canguru e o abraçou.

    "Foi divertido, não queria que acabasse nunca, hmm!" O loiro estava animado.

    "Entendeu agora o que significa a eternidade dos momentos, Deidara?" Sasori sorriu para seu parceiro.

    "Conseguiu vender suas esculturas?", perguntou Kakuzu. "Aposto que gostaram do seu trabalho!"

    "Você, apostando, Kakuzu-chan? Vai chover!", disse Hidan, rindo.

    "Se gostaram? Veja por si mesmo, hmm..." Deidara tirou um maço de notas e o entregou a Kakuzu. "Minha contribuição para as finanças da Akatsuki, hmm!"

    "Bom trabalho, Deidara!", elogiou Pein, satisfeito, dando um beijinho no bebê, que dormia nos braços de Konan.

    Itachi fez um carinho em Tobi. "E o bebê gostou da feira?"

    "Ele adorou, comeu de tudo..." Deidara achou melhor não dizer que ele havia se perdido por um momento na feira, para não preocupar ninguém. "...e assistiu a um teatro de marionetes e se lembrou de Sasori no Danna, hmm..."

    "Aww, e eu não parei de pensar em você, nenê...", disse Sasori, pegando a mãozinha de Tobi.

    O loiro tirou a caixa de doces de dentro da sacola. "Ah, Tobi me lembrou de comprar isto para você, Hidan... Aqui está, hmm..." E entregou a caixa ao albino.

    "P**a m***a! Meus doces! Obrigado!" Hidan abriu o sorrisão de sempre. "Aww, foi Pestinha-chan quem lembrou?" Disse, olhando para o dorminhoco Tobi.

    "O coitado deve estar cansado de tanto aprontar, mas dá pra ver que ele se divertiu muito, olhe só a carinha que ele faz quando dorme..." Kisame riu baixinho, acariciando os cabelos do bebê.

    "Criança só serve pra dar dor de cabeça...", disse Zetsu Preto.

    "Não diga bobagens. Tobi é adorável.", retrucou Zetsu Branco.

    O Jashinista sussurrou no ouvido do bebê: "Oi, Pestinha-chan... Obrigado por ter se lembrado do titio..." Acariciou seu rostinho e continuou sussurrando: "Agora me diga uma coisa... Você... comeu... dango?"

    Tobi começou a dar risadinhas enquanto dormia; não abriu os olhos, ficou rindo baixinho, como se estivesse sonhando com anjos.

    "Hidan, o moleque quer dormir, deixe para importuná-lo quando ele estiver acordado...", recomendou Kakuzu.

    "Ah, c*****o, tá bom..." E, segurando a caixa de doces, Hidan disse para todos. "Ninguém quer, né?" Esse era o jeito de o albino "oferecer" algo. Todos riram.

    Enquanto isso, em Konoha, no pequeno restaurante Ichiraku...

    "Mais um, ojii-san! Desta vez, com bastante carne de porco!" Naruto pedia a sexta tigela de ramen.

    "Naruto, não seja ridículo... Quando você disse que ia 'encher a cara', levei um susto, pensei que você fosse beber, não se entupir de ramen...", disse Jiraiya, sentado ao seu lado e terminando uma tigela.

    "Eu encho a cara como quiser, ero-sennin!" Naruto rugiu e logo depois choramingou. "Sakura-chan... Primeiro, Sasuke... Agora, Daisuke..." E continuou afogando as mágoas no caldo de miso.

    O dia foi inesquecível para todos, principalmente para Deidara e Sakura. Por outro lado, Naruto lutava para esquecê-lo. Felizmente para ele, o estômago falava mais alto que o coração.


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