Lullaby

Rin afofou as folhas que juntara num montinho. Estava orgulhosa pelo trabalho que fizera recolhendo o material para formar uma cama confortável. Não tinha problemas para se virar sozinha nessas situações.

Deitou-se e ficou admirando as estrelas até pegar no sono.

Jaken dormia há poucos centímetros, escorado no tronco de uma árvore e abraçado ao seu bastão. O Senhor Sesshomaru não podia ser visto, mas a garotinha sentia sua presença e sabia que ele estava por perto.

Os sonhos chegaram quando a noite já estava alta. Neles, sua família aparecia e acenava com um sorriso. Então, os sorrisos sumiam, mascarados por uma expressão de horror. O sangue manchava seus corpos e eles pendiam mortos no chão. Quando Rin olhava para trás, via Kohaku, os olhos inexpressivos, com uma lâmina ensangüentada nas mãos.

Rin acordou sobressaltada. Fora um pesadelo horrível! Lágrimas começaram a se formar em seus olhos e ela se levantou depressa. Jaken acordou com o barulho que os passos apressados dela fizeram.

?É apenas Rin que não consegue dormir... O que?! Ela está indo na direção do Senhor Sesshomaru!? Seus imensos olhos se arregalaram. A garota não tinha noção do perigo?

Parecia que não, já que continuava seguindo. Chegou até o youkai e puxou suavemente a manga das vestes dele.

-Rin, vá dormir. ? Ele disse apenas, rispidamente.

-Senhor Sesshomaru, eu tive um pesadelo.

-Sonhos são apenas ilusões, Rin. Volte a dormir. ? A voz amedrontada da menina não pareceu tocar o coração dele.

-Posso dormir aqui com o senhor?

Aquela garotinha não tinha mesmo nenhum medo dele.

-Faça como quiser.

Com um sorriso, Rin ocupou um espaço na grama e ficou em silêncio por um tempo.

-Senhor Sesshomaru? Pode cantar para eu dormir?

Em seu canto, Jaken levantou-se alarmado, prevendo desgraça. No entanto, Sesshomaru ficou impassível.

-O Senhor não sabe cantar? Eu vou cantar e ensinar o Senhor então.

Seguiram-se alguns minutos em que a voz dela pode ser ouvida em uma cantiga de ninar bobinha e em seguida, silêncio.

Jaken se aproximou, curioso para saber se a menina havia sido punida por sua audácia, mas a encontrou calmamente adormecida, as mãozinhas miúdas segurando a mão de Sesshomaru.