The legend of Zero

  • Finalizada
  • Sora Chan
  • Capitulos 17
  • Gêneros Ação

Tempo estimado de leitura: 1 hora

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    Capítulos:

    Capítulo 8

    Sobre o pescoço

    - Mas, que droga! ? eu disse,inconformada.

    As raízes que me prendiam ao chão começaram a ceder, e ao me sentar rapidamente, vi que os outros dois já estavam de pé, com a mesma cara de frustração que eu.

    - O que diabos acabou de acontecer aqui? ? Ukyo disse, em um tom irritado. ? Por que ela correu com aquele garoto?

    - Não seja idiota! Você viu, aquelas árvores tomaram a nossa forma e partiram para cima dela falando coisas estranhas... É claro que iria correr! ? Zidane disse, como se dissesse algo óbvio.

    Pisquei.

    - Que árvores, Zid? ? perguntei, confusa.

    - Vocês... Não viram? ? ele disse, surpreso e sem jeito. ? Bom, depois que aquelas raízes nos prenderam, umas árvores surgiram e tomaram a nossa forma, e até falavam com a nossa voz... E elas disseram que queriam matar aquele garoto... E eu acho que ele era o Zero, então bem, era natural que ela... ? a voz dele foi morrendo a medida que o nome ??Zero?? surgiu na frase.

    - Por só você viu? ? perguntou Ukyo, desconfiado. ? Aliais, Zidan, o que você viu quando leu a mente da Unic?

    A pergunta pareceu acertá-lo em cheio, porque ele ficou realmente mais pálido quando Ukyo fez a pergunta. Ele suspirou, e olhou para o lugar para onde Unic havia corrido, e começou em um tom triste:

    - Bom, a verdade é que... ? ele disse, mas, parou de repente, e colocou a mão no rosto. ? Eu não vou contar isso. Para começar, nem devíamos ter olhado os pensamentos dela, ou a forçado a ir no dragão! É por causa dessas coisas que a Unic não é amigável conosco.

    - Você pode até ter razão nesse ponto,mas, desde o início, quando a equipe foi formada ela não foi amigável! ? devolveu Ukyo.

    - Ah, por favor, não vamos começar a culpá-la e nem a brigar! ? eu disse, mais alto do que os dois.

    - Não a defenda, Lúcia! Se não somos próximos a culpa é em parte dela também! ? devolveu Ukyo, nervoso.

    - Ah, pelos sátiros, parem de gritar um pouco... ? uma voz feminina que não era a minha disse, tossindo um pouco.

    Nos viramos, e para minha surpresa, a Harpia de antes se encontrava encostada á uma pedra. O líquido dourado ainda escorria por seu corpo,mas, seus machucados não pareciam mais tão sérios. Olhei para seu rosto, e notei que chorava. Inicialmente pensei que poderia ser devido a dor,mas, lembrei-me que lágrimas de fênix tinham o poder da cura, então, observei ela se curar com as gotas azul-turquesa que ela pegava com as garras e derramava sobre o corte.

    -Aah, aquele pirralho realmente sabe bater... ? suspirou ela, com um ar estranhamente materno.

    - Perdão,mas, a senhora disse, pirralho? ? Zidane indagou confuso.

    - Não sou tão velha para ser senhora. Meu nome é Agathe.

    - Desculpe, senhorita... Agathe... Mas, foi impressão minha, ou falou de algum pirralho?

    - Não foi impressão. Estava falando daquele que acabou de passar correndo pela mata. ? ela disse, dando de ombros. Ou pelo menos pareceu fazer isso.

    - Mas, então, por que ele bateu em você?

    - Faz parte do jogo. ? ela disse, dando ombros de novo. ? Crianças tem mente fértil.

    - Você deixou ele te bater de propósito? ? perguntei,começando a entender a conspiração, coisa que parecia não ter acontecido com os outros dois, - Era tudo um plano? No fim ele era o vilão? Você nos enganou? Como pode...

    - Oh, Deus,fique quieta um segundo,eu não disse nada disso, escandalosa! ? Agathe disse, em um tom de voz irritado. ? Por acaso lhe pareço ser masoquista ou algo do gênero?

    Não respondemos, o que pareceu ser uma deixa para Agathe continuar falar.

    - Eu fui enganada,por ele,mas, não é como se ele fosse inteiramente culpado. ? prosseguiu, falando devagar.

    - Poderia explicar melhor, por favor? ? falei por todos nós, com o coração batendo rápido. Se fosse o que eu estava pensando...

    - O garoto não é assim tão mal. ? simplificou.

    - Então... Está dizendo que ele não fez isso por nada? - Zidane perguntou, agitado.

    - Mas que instruído você, ham? ? Aghate disse, ironicamente. ? A única culpa que ele tem, é de ser tão ingênuo. ? no final, soltou um suspiro curto.

    - Pode nos contar o que aconteceu? Por favor. ? Ukyo pediu, tentando manter o tom de voz calmo, mas, era quase impossível esconder sua ansiedade.

    - Acho que não tem problema. ? ela suspirou ? Tudo começou quando aquele cavaleiro, Arcanjo veio aqui, há alguns anos...

    Quando finalmente paramos, eu estava ofegante, mas, o garoto parecia bem, o que me confortou. A culpa pela situação em que ele aparentava estar, me deixou extremamente preocupada com qualquer machucado que eu pudesse tê-lo causado. Encarei sua face, pálida, e levemente manchada pela escura terra onde devia antes, ter caído. Há quanto tempo aquela sujeira estaria ali? Uma semana? Um dia? Uma hora? Não conseguia nem ao menos reunir forçar para imaginar o quão ruim as coisas que acontecem diariamente naquela floresta poderiam ser, e que eu fizera Zero passar. Por que eu fora tão traíra? Eu havia deixado um amigo as suas próprias custas longe do calor humano, e dos lugares e experiências que aumentariam suas faculdades... Que tipo de monstro eu era?

    Podia sentir meus olhos ficando úmidos, e meus lábios começando a ceder ao tremor. Escorreguei pelo tronco de um pinheiro semi-morto, e deixei as lágrimas escorrerem, até me sentir a vontade para encarar de novo, o Zero, que permanecera em pé, recostado a um tronco, sem dizer ou demonstrar nada. Meus olhos, assim como minha face, deviam estar vermelhos, mas, com a melhor cara que pude fazer, me levantei, e fiquei cara-a-cara com ele.

    - É o Zero, não é? ? perguntei hesitante.

    Ele me encarou, e balançou a cabeça afirmativamente, me surpreendendo logo em seguida, porque deu um risinho. Caí de joelhos, e voltei a chorar.

    - Não pode ser verdade... ? eu gaguejava, enquanto as lágrimas amargas caiam de meus olhos. ? Não pode ser verdade...

    - Ei, está tudo bem, não tinha como nós sabermos... ? Ukyo disse, me abraçando, mas, eu podia sentir que as ácidas palavras de Aghate também pesavam sobre ele.

    - Isso mesmo, Lúcia. E ainda não está tudo perdido, certo? ? Zidane disse, dando palmadinhas em meu ombro.

    - Se vocês o virem, não se esqueçam... Não olhem nos olhos, e não acreditem em uma palavra que ele disser... Aliais, é melhor nem tocá-lo... ? Aghate disse, suspirando.

    Ele me consolava. Eu sentia suas mãos me envolvendo, enquanto me dizia que tudo estava bem. As lágrimas desciam por meu rosto, enquanto eu berrava, sem motivos aparentes, já que estávamos tão próximos, pedidos de desculpas. De certa forma, eu me sentia iludida e confortada, pelas suas palavras, mas, também... Me sentia tão fraca... Vulnerável... Não queria abrir mão daquela segurança que ele me causava.

    - Então, o truque dele é tentar parecer bom? ? Zidane perguntou.

    - Inocente, fraco, frágil, depende do grupo de pessoas que quer enganar. ? A Harpia esclareceu. ? Aliais, se eu fosse vocês, me preocupava com a menorzinha que correu com ele.

    Ukyo parou de me acariciar, Zidane parou com as palmadinhas, e eu parei de soluçar. Unic. Unic estava com aquela cria de demônio, Zero. O pânico tomou cada pedaço de minha alma, e com agilidade que não me lembro de ter antes, me soltei do abraço, e agarrei Aghate pelos ombros.

    - Aghate... Se por acaso, ele enganar a pessoa... O que ele faz com ela? ? falei tão rápido, que meu coração pareceu entalar na garganta.

    A expressão dela se tornou sombria.

    - Eu sinto muito, mas, pelos restos que encontrei das Ninfas... Ela já não pode mais ser salva...

    Suas mãos de repente se fecharam sobre meu pescoço. Zero...

    Eu não posso respirar...


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