Naruto abriu lentamente os olhos e notou que a claridade havia diminuído. O sol estava se pondo deixando o céu em um tom alaranjado. Naruto havia dormido a tarde toda ali, ele estranhou isso, mas deixou prá lá. Ele se levantou do chão e limpou sua calça que estava suja de terra e capim.
Foi até seu carro e voltou para casa. Entrou em seu apartamento, estava tudo normal. Ele foi até a cozinha, foi até a geladeira e colocou um copo no suporte de água da porta escolhendo a temperatura da mesma. Bebericou sua água enquanto caminhava para seu quarto espaçoso e estranhamente arrumado. Sua cama king size estava arrumada com uma colcha branca e azul e havia um envelope gordo sobre ela. Ele foi até lá e o pegou, colocou seu copo sopre o criado mudo e o abriu, estava cheio de dinheiro, devia ter uns cem mil dólares ali. Era o pagamento por ter matado aquele infeliz e sua esposa.
Naruto nem se importou com o dinheiro, foi até o banheiro e jogou o dinheiro dentro do vazo e deu descarga. Devem estar achando ele um maluco né? Mas ele tem suas razões. Ele estava cansado de sua vida, cansado do luxo em que vivia cansado das pessoas falsas que só eram amigos dele por causa do dinheiro. Sentia-se um lixo.
-É parece que o remorso de ter matado tantas pessoas me pegou. ? ele disse enquanto se despia para tomar um banho.
?-Garoto não se sinta assim!? ? a raposa resmungou em sua mente. Naruto a ignorou.
Depois de um banho bem frio Naruto vestiu uma camisa de mangas comprida branca coladinha ao corpo que destacava seus braços muito musculosos e seu abdômen perfeito, uma calça jeans e um tênis Nike preto e laranja, pegou sua jaqueta de couro preto. Só não se esqueceu de pegar uma arma só de precaução e saiu. Não sabia pra onde estava indo só sabia que queria ficar bem longe daquele apartamento chique pago com as almas que ele ?roubava?. Ignorou seu carro e saiu a pé, coisa que era difícil de ele fazer. As pessoas passavam por ele sorrindo e conversando, se divertindo. Mas ele estava deprimido, se sentia só.
Hinata on:
-VOCÊ NÃO PODE ME OBRIGAR A ME CASAR COM ELE! EU NÃO VOU ACEITAR!! ? ei berrei na cara de meu pai, que fez algo que eu nunca imaginei que faria. Me deu um tapa na cara, foi um tapa bem forte, meu rosto se virou para o lado senti minha bochecha queimar intensamente. E as lágrimas vieram em um segundo molhando meu rosto.
-NUNCA MAIS ME RESPONDA SUA VADIA! SOU SEU PAI E SEI O QUE É MELHOR PRA VOCÊ OUVIU?!! ? ele gritou de volta. Levei a mão onde ele tinha-me esbofeteado.
-Eu te odeio. ? foi a única coisa que eu consegui dizer antes de sair correndo escada acima sem nem ao menos olhar no rosto de meu pai. Fechei a porta de meu quarto bruscamente fazendo um estrondo ecoar pela casa, e pulei na minha cama já soluçando. Meu pai! Meu pai me bateu! E sabe por quê? Por que me recusei a me casar com meu primo Neji. Mas de uma coisa eu estava certa, nunca iria me casar com Neji nem a força eu diria sim, nem sob tortura iria me casar com uma pessoa que não amo, nem que meu pai me espancasse eu aceitaria. Nunca! E ele queria que eu me casa-se com Neji só para conseguir unir as duas empresas, Hyuuga e Byakugan. Ele não se importava com meus sentimentos, nem nunca se importou. Não gostava de mim, então nada mais justo que eu não gostar dele também.
Meu choro era baixo, eu me agarrava a meu travesseiro com força. Meu coração doía. Me levantei depois de um tempo ou foram horas? Não sei... Fui até meu banheiro, me olhei no espelho e vi uma estranha. Uma garota de olhos inchados e vermelhos, o rosto molhado de lagrimas salgadas, o cabelo desgrenhado e o rosto avermelhado. Minha bochecha esquerda estava muito vermelha eu temia que ela depois de um tempo ficasse roxa. Lavei meu rosto. Minha decisão já estava tomada, eu ia embora dessa casa hoje... Não, agora!
Voltei para meu quarto, e fui logo procurando as minhas malas. Peguei uma de rodinhas preta e uma de mão rosa. Coloquei as roupas que eu achava essencial. Olhei no relógio já eram meia noite e meia. Ele já devia ter ido para seu quarto. Peguei minha carteira e sai, desci as escadas sorrateiramente tentando não fazer barulho. Destranquei a porta da casa saindo e a fechando em seguida. Uma lagrima desceu solitária pelo meu rosto.
Caminhei pelas ruas frias, arrastando a mala. A lua clareava tudo como uma lâmpada. Mas só tinha uma coisa que eu não havia pensado: pra onde eu vou?! Eu olhei para os lados quando eu cheguei em uma esquina deserta, nada de taxi, nada de hotel e a casa de meus amigos ficavam longe daqui.
-Ai meu Kami-sama! ? eu disse enquanto andava a rumo do centro.
Depois de um tempo, eu já estava cansada de andar e com sono. Quando eu ouço algo.
-Oi... ? era uma voz masculina. Eu me virei lentamente, meu coração estava acelerado, senti uma gota de suor descer pela minha testa pregando minha franja. Era um homem baixo de cabelos escuros segurava uma garrafa de cerveja em uma mão e um cigarro na outra. Ele não parecia estar bêbado, e sustentava um sorriso malicioso. ? Quer brincar coisa linda?
Senti um arrepio descer a minha espinha ao ouvir aquilo. Dei um passo para trás.
-Não tenha medo, não vou te machucar se for boazinha e me mostrar o que esconde debaixo dessa roupinha. ? ele gargalhou, com certeza de minha expressão de pânico.
Eu larguei minha bolsa e minha mala, e sai em disparada. Não consegui ouvir se ele corria atrás de mim, até que resolvi dar uma olhada, ele estava bem perto parecia que nem se esforçava para me alcançar. Eu estava ofegante, senti minhas pernas perdendo a força. Quando virei a esquina senti alguém segurar e puxar meu cabelo que estava solto, eu gritei de dor.
-Te peguei. ? ouvi a felicidade na voz do homem. ? Achou que iria se livrar de mim antes de brincar? Hum hun! ? ele riu.
Eu olhei para frente, suplicando a Kami para que alguém aparecesse e me salvasse mas não vi ninguém. O homem começou a me puxar pelo cabelo para um beco que havia ali perto. Eu resisti, mas ele puxou meu cabelo com mais força. Eu gritei, estava começando a chorar e a me prepara para o horror que vinha a seguir.
-Vamos putinha, não resista se não vai ser pior pra...
-Largue ela! ? ouvi alguém dizer. Olhei para onde vinha aquele som, um homem loiro e alto estava parado nos olhando, estava longe então não consegui ver seu rosto direito.
Hinata off:
Naruto on:
Senti meu corpo inteiro tremer, eu sentia raiva. Muita raiva de ver aquele homem segurando aquela garota pelos cabelos. Ela estava chorando, eu podia ver seu delicado rosto molhado pelas lágrimas, seu cabelo bagunçado, a respiração difícil e ofegante denunciava o cansaço. Eu não queria ter que mata-lo, mas não aguentaria sair dali e deixá-lo vivo. Eu não iria deixa-lo vivo!
?-Mate-o gaki, mate-o!!? ? a raposa gritava na minha cabeça me instigando mais.
Corri como um raio silencioso e parei na frente do homem baixinho antes que ele se desse conta, peguei minha arma e atirei no meio da testa dele, fazendo seu celebro sair para fora em pedaços. O homem caiu no chão morto, largando os cabelos da jovem que me olhava aterrorizada. Seus olhos eram perolados e sem pupila, o que eu achei estranho, nunca tinha visto olhos tão belos, apesar de estarem vermelhos de tanto chorar. Então eu senti aquilo de novo. O prazer de estar vivo voltou, não consegui conter o sorriso de satisfação.
?-Isso gaki! Sente essa sensação? Você quer mais? Quer sentir mais? Então mate ela também!? ? a raposa queria me enlouquecer, eu não seguiria suas sugestões novamente. Aquela garota... Não sei mas eu acho que se nem que eu quisesse conseguiria mata-la. Ela parecia tão frágil, delicada e inocente...
-Tudo bem com você? ? eu perguntei para a linda garota, ela estava tremendo. Parecia que iria ter uma convulsão a qualquer segundo. É eu não estava errado, ela foi a encontro do chão na mesma hora, mas eu a segurei antes que caísse no concreto frio.