O Mediador Apaixonado

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    Capítulo 9

    Cheiro de jasmim com lavanda

    Álcool, Heterossexualidade, Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo, Violência

    Dormi depois de tanto chamar o nome dela. Estava muito cansado, pois a escola ficava um pouco longe de casa.

    Acabei tendo o mesmo sonho da visão. O cheiro de jasmim com lavanda invadia meu quarto, e eu dormia.

    Meu sonho, como sempre foi estranho. Uma garota chorava e pedia pra eu não me aproximar e várias pessoas me enfrentavam num pátio. Reconheci o pátio. Era o da minha casa. Não consegui ver o rosto dessas pessoas, nem definir o choro da garota, podia ser de Anabella. Mas tinha certeza que não era.

    Acordei com ela me encarando, e disse:

    - Agora você aparece! Queria conversar com...

    -Ele te procurou, né? -Ela me interrompe.

    -Quem?

    -Tu sabes de quem estou falando?

    -Raphael!

    -Sim. Ele não deveria ter feito isso.

    -Quem é ele Ana?

    - Meu noivo!

    -Noivo? Você não tem idade para ser noiva!

    -Tenho 16 anos, Lincon!

    -Eu tenho 17 e não sou casado!

    -Você não entende. Antes dos meus pais partirem eles me prometeram pra Raphael, o filho do coronel da cidade.

    -Cuma?

    -O que?

    -Essa é a história mais louca que eu já ouvi.

    -hahaha. Bem, eu não estou morta?

    -Sim , está!

    -Pois então Raphael está morto também?

    -É bem provável! Logicamente!

    -Nós somos dois!

    -Dois? Do que você tá falando Ana?

    -Duas pessoas moram nessa casa além de sua mãe e você.

    - Quem??

    -Eu e Rudolff. Meu Mordomo.

    - Ah sim, ele me deu boas vindas quando cheguei.

    -Só ordenei para ele ir ver quem eram os novos intrusos.

    -Já disse que não sou um intruso.

    - É sim, essa casa é dos meus pais.

    -Ana, não quero discutir!

    -Tudo bem!

    Nesse momento Ana vai até o espelho, ela se dá conta de que sua imagem não reflete. Ela admite que está morta. Começa a chorar.

    -Como posso ser tão boba ao ponto de pensar que ainda poderia estar viva? -Ela diz praticamente soluçando

    -É a vida!

    -Não, é a morte!

    Ela desaparece. E tive absoluta certeza que o choro da visão e do sonho não era de Anabella.

    A noite foi caindo, Eu só queria ouvir música. Pois a Tv ainda não tinha sido instalada em meu quarto.

    Fui até o quarto da minha mãe horas depois, ela estava falando com alguém no celular. Marcava um encontro. Ao perceber que eu estava lá, ela desliga o celular, claro se despediu da pessoa antes de desligar.

    -Oi filho.

    -Namorado?

    - Era uma amiga. Tudo bem?

    -Sim, só vim te dar um beijo de boa noite!

    -Oh meu filho, boa noite pra você também.

    Saio do quarto. Vou para minha cama, lembro que amanhã terei que ir a escola, e tudo o que eu queria era ficar em casa.

    Ouço um pouco de Nirvana, e durmo.


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