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Eu imaginei ter comido todas as unhas dos meus dedos, minhas mãos suavam e eu não conseguia esconder meu nervosismo de ninguém. Ate o Romeo que ficara ao meu lado torcendo, ficando nervoso ou ansioso. Aquela batalha não era só uma competição á toa, era para determinar a geração mais forte. Óbvio que eu torcia por Gajeel e Natsu, mas aqueles dois eram realmente fortes, qualquer descuido poderia até ser fatal para aqueles dois. Afinal tudo é possível para Sabertooth. Graças a aquela vaca da Minerva minha melhor amiga quase morreu. Por serem homens acho que aumentaria ainda mais a competição.
Meus olhos não conseguia desviar atenção daquele baka, cabeção de ferro... Quando a batalha começou, a ?montanha russa dos nervos? começou. Uma hora pareciam estar ganhando, depois estavam perdendo. Foi tudo tão rápido, e estranho... Foi então que apenas Sting decidiu lutar, com aquele poder incrível. Podíamos sentir o poder mágico de onde estávamos. Os meninos ficavam resmungando também, querendo ou não, tinham que admitir que o Gajeel mudara muito, eu acredito não só nele mas como no Natsu, sei do que são capazes.
Quando eles caíram naquele buraco enorme, senti meu coração acelerar. Fiquei tão preocupada. Depois de o Natsu empurrar Gajeel trilhos abaixo, me segurei para não rir. Foi uma cena bem estranha, Natsu resolveu então enfrenta-los sozinho. Minha preocupação ficou tão focada em Gajeel que só queria saber como ele estava. O que tinha de mal nisso? Bom eu sabia das regras e era óbvio que eles nos expulsariam se caso alguém de fora intervisse. Sai de mansinho, ninguém ia me perceber mesmo por dois motivos: Pela luta e pelo meu tamanho.
Nem mesmo Jet e Droy me perceberam sair. Eu estava num corredor próximo a uma porta que levava para o subsolo da arena, apenas funcionários podiam entrar e tinha dois guardas ali de vigia. ?Pensa Levy, pensa, como fazer para entrar ali??. Pensei comigo mesma ainda parada no corredor. Um deles me fitou e venho até a mim. Achei que teria um infarto. Parece que nessas horas as pessoas podem ler os seus pensamentos e te pegar desprevenida. Eu realmente não sabia o que estava fazendo ali, e por que. Gajeel pode ser cuidar sozinho, ou não.
- Posso ajudar mocinha? ? Perguntou o primeiro guarda. Vestia uma armadura prateada, seu elmo estava fechado. Assim como o do outro.
- É... Esta tendo uma batalha das bravas ali! ? Afirmou o outro.
- É... É... Que estou com vontade de utilizar o toalete, muito refrigerante sabe? ? Dei aquele típico ?sorriso amarelo?. Eu estava tremendo.
- Ah entendo, eu tenho problema na bexiga se seguro por muito tempo faço xixi nas calças! ? Eu realmente não precisava saber daquilo, o segundo guarda bate no braço do primeiro reclamando do comentário infeliz dele.
- Desculpe jovem, é só seguir por aquele caminho ali. ? Apontou o segundo para o lado oposto da arena. ? Não tem erro...
Percebi que eles eram uma dupla de idiotas, então seria fácil engana-los. Eles conversaram comigo sobre mais alguma coisa. Algo como ?não entrar em lugares proibidos.?. Graças aos meus livros aprendi varias magias diferentes. Uma delas fora uma ilusória. Conjurei algumas palavras num sussurro, e apareceram duas belíssimas garotas chamando pelos guardas. Obvio, eles caíram naquilo certinho. E foram correndo até elas. Verifiquei se mais ninguém me vira, e abri a porta que por minha sorte estava destrancada. Porém...
- O que pensa que vai fazer com isso?
Senti minha espinha tremer, alias tudo em mim tremeu. Como estava preocupada não notei quem era ao me virar dei um suspiro de alivio e puxei para o meu colo. Era o Lily. Desci com ele pela escada em formato de caracol. Estava um pouco escuro.
- Lily preciso ver se o Gajeel esta bem... ? Comentei colocando num tipo de mureta ficando quase na minha altura.
- Ele sabe se cuidar você não deveria se arriscar assim Levy. ?Alertou-me, não estava bravo e sim preocupado.
- Eu sei, mas eu sinto que tenho que ajuda-lo. Ajude-me também, com o seu focinho. ? Tentei dar aquele olhar de cachorro pidão.
Suspirou, olhou para o chão, e começou a farejar. Não falou mais nada e me puxou com as patinhas, imaginei então que teria que segui-lo. Ficamos um pouco calados. Mas finalmente ele que quebrara o silencio.
- Você o ama não é? ? Tão direto quanto uma flecha no alvo, acho que essa seria uma boa comparação. Também, olhe só com quem convive! Corei com a pergunta.
- Não... Não... Cla... Claro que não. Como o Natsu diz: Ele é um Nakama.
- Você é tão ruim com mentiras. ? E riu. Ainda seguíamos descendo as escadas, chegando a algum tipo de mina. ? Pegue aquela lanterna ali. ? Apontou para o que chamamos de ?lampião?.
- Sim... Sim... ? E me calei.
- Não precisa ficar com vergonha Levy. O amor é feito de coisas impossíveis. Não há com ter vergonha, e afinal sou eu, o Lily. Eu moro com o Gajeel é notável que ele... Goste de você também.
- El... Ele gosta? ? Não pude resistir, meu coração começou a acelerar, algo naquela frase tinha me deixado com uma sensação estranha no peito.
- Hum... Parece que ele esta perto, temos que ser rápidos. ? Ordenou, mas com sua voz calma e naquela forma, era impossível não resisti a fofura daquele Exceed. Claro que concordei que deveríamos ser rápidos, mas queria abraça-lo por me ajudar tanto.
Começamos a correr por uma trilha sem fim, vários carrinhos da mina estavam nos trilhos. Não parecia bem uma mina, era um lugar muito estranho, e com a atmosfera bem pesada, não era bom mesmo ficarmos ali por tanto tempo. Logo começo a ouvir som de algo sendo mastigado, já imaginei ser o Gajeel mastigando um carrinho ou o próprio trilho, tudo era capaz.
- O que é que vocês estão fazendo aqui? ? Perguntou, com pouca força na voz, sentado e encostado num dos carrinhos mastigando pregos enormes.
- Eu... Digo, nós estávamos preocupados... ? Mais sussurrei do que falei normalmente, estava com vergonha, mas a minha vontade de ir lá abraça-lo era enorme, quase que insurpotável.
- Levy ficou preocupada, que enganou dois guardas e me convenceu a entrar escondido aqui. ? Obrigada de novo Lily, sua sinceridade é maravilhosa.
- Não se preocupa anã, já estou me recuperando e logo já subo não aceito o fato do Salamander se virar sozinho. Não quero ficar feio na frente de ninguém... Se bem que pelo estado que estou... ? Mesmo com a pouca iluminação pude perceber a feição de desapontamento dele.
- Não fique assim Gajeel, eu tenho fé em você. ? Dei um sorriso para tentar anima-lo.
- Obrigada baixinha, a e desculpa por aquela faixa que você me deu...
- Tudo bem, pelo menos você esta vivo. Eu só vim aqui por que... Por que...
- Obrigado mesmo pela consideração, vou ficar bem, não se preocupem vocês dois, agora subam antes que alguém veja vocês dois aqui.
- Lily suba primeiro, por favor, você é menor que eu, e confira se esta livre a nossa passagem? ? Eu realmente não sabia o que tinha em mente, e o que possivelmente Gajeel possa ter imaginado pelo sorriso estranho dele. Acho estava ficando louca... Louca por ele...
Lily não falou nada, apenas assentiu e subiu cautelosamente. Fiquei analisando os ferimentos dele, os visíveis. Tinha um corte próximo ao pescoço me agachei para mais perto. Eu NÃO sabia o que eu estava fazendo. Desequilibrei-me e apoiei na perna dele e ficando bem próximo ao rosto dele, meu rosto ficou tão quente que achei que iria explodir de vergonha. Ele deu um sorriso, daqueles meio tímidos.
- O que pensa que esta fazendo?
- Vendo o quanto você esta machucado, foi bem assustador ver vocês caídos daquele jeito. ? Respondi me arrumando e na hora que eu tentei ficar de pé ele me puxou de volta, ele me abraçou. E respondi ao seu abraço em silencio.
- Acho que estou um pouco melhor agora...
- Que bom... Eu tenho que ir agora, não quero prejudicar a Guilda. ? Me separei do abraço, e levantei-me.
- Sim é melhor, senão não conseguiremos bater naqueles moleques metidos! ? Falou com convicção, conseguindo se levantar.
Despedi-me dele com gesto de mão, e corri em direção as escadas, ele subiu pelo caminho que descera mesmo, e como estava mais forte iria conseguir subir facilmente. Eu tenho certeza disso. Lily fez sinal que estava tudo bem, os dois guardas ainda não tinha voltado, talvez fossem procurar pelas suas ?damas?. Voltamos para os nossos lugares, e com apenas trocas de olhares e sorrisos, sabiam que ele ia mesmo ficar bem. E que eu estaria esperando por ele, onde quer que estejamos.