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Acordei com o som do despertador, bem como uma dor de cabeça extremamente grande, não por estar doente mas por ter bebido demais ontem á noite. Dirigi-me á casa de banho, lavei a cara, na cozinha Seiji já comia.
- Bom dia Taro!!!!
- Podes falar mais baixo. ? Sentando-me na cadeira, com mau humor.
Tenho que tomar algo para as dores de cabeça.
Realmente não sei o fiz ontem a noite, apenas lembro vagamente de que eu e Aiko falávamos pelos cotovelos.
- Aqui tens, o remédio Taro para a dor de cabeça. ? Pondo um copo d? agua á minha frente.
- Obrigada. ? Com a mão na cabeça, ainda de mau humor.
Agora que o torneio acabou tenho que ir o mais rapidamente possível a Sapporo, mas não queria ir sozinho. Olhando para a embalagem do medicamento pensativo e comendo ao mesmo tempo.
Olhei para Seiji, adoraria que ele viesse comigo mas......
- Vou preparar-me para irmos para faculdade. ? Em direcção ao meu quarto.
- Ok. ? Acabando de lavar a louça.
No meu quarto fui até ao armário para ver o que iria levar vestido, peguei numa camisa branca, por cima dela vesti um pequeno casaco de lã de cor roxa, na parte de baixo vesti uns jeans acinzentados com uns ténis castanhos, olhei-me diante do espelho para ver se estava pronto para ir, á porta de entrada Seiji esperava-me com ligeiro sorriso nos lábios ao pescoço tinha um cachecol de cor branca, levava vestido o seu casaco de cabedal preto, por estar fechado não consegui ver que camisola levava, nas pernas levava uns jeans brancos com umas mesmas botas escuras que ontem.
A caminho da faculdade recebo uma mensagem de Aiko, a perguntar-me se queria ir ao salão de jogos, respondi-lhe que sim, mas só depois do trabalho. Seiji também avisou-me que hoje viria mais tarde que o costume porque o treinador dele queria preparar melhor a equipa para os futuros jogos.
As aulas passaram a correr, num dos intervalos tive de ir á biblioteca, requisitar mais uns livros, á vinda para sala encontrei Jiro pelo caminho estava vestido com uma camisola acinzentada, com jeans pretos justos ás pernas com botas pretas pontiagudas, fomos os dois para o terraço da faculdade para falar lá, Jiro acendeu um cigarro.
- O que pensas ir fazer depois das aulas? ? Dando um bafo.
- Depois das aulas vou trabalhar, e depois vou com Aiko ao salão de jogos.
- Ao salão de jogos com Aiko?! ? Surpreendido.
- Sim, e ainda não viste nada. ? Rindo-me.
- Acho que também vou com vocês, já faz algum tempo que não vou lá. ? Dando outro bafo.
- Fixe.
- De qualquer forma hoje é o meu dia de folga do trabalho, assim é de maneira que não passo a tarde sozinho em casa. ? Deitando a beata fora.
Não tardou muito em dar o toque de entrada, as aulas da tarde passaram a correr como as da manhã. Na loja vi também o tempo a voar, e ainda bem, porque lá fora Jiro já me esperava, á saída Aiko apareceu um pouco ofegante, levava vestido um casaco azul escuro por baixo dele uma camisa de cor verde claro com uns jeans azuis escuros justos ás pernas com umas botas pretas até ao tornozelo.
- Tem calma Aiko-chan. ? Disse.
- Apenas não queria chegar atrasada. ? Sorrindo-se.
Vi o rosto de Aiko a corar ao ver Jiro. Será que perdi alguma coisa entre estes dois?
- Vamos? ? Disse.
- Sim.
Pelo caminho eu e Aiko falava-mos pelos cotovelos enquanto Jiro apenas ouvia-nos com as mãos nos bolso das calças. Ao chegarmos ao salão de jogos havia todo o tipo de maquinas arcade, o que deu uma certa nostalgia.
- Desculpem rapazes, mas tenho que ir a casa de banho porque com apressa de sair de casa não consegui ir , podem espera por mim? ? Diz Aiko numa voz de criança um pouco envergonhada.
- Claro sim, vai lá com calma.
Ao ir-se embora voltei-me para Jiro.
- Passa-se alguma coisa entre vocês?
- Porque perguntas? ? Sem muito interesse em responder.
- Vi Aiko-chan a corar quando te viu.
- Ah!!! Isso, foi por causa de ontem ? Esfregando a cabeça. - tive de leva-la a casa. ? Explicando. ? E ao ir-me embora, implorou-me para ficar com ela.
- Implorou-te?! ? Não acreditando.
- Sim, ela disse que tinha ouvido algo lá fora o que apavorou-a e para juntar á festa ela começou a chorar. ? Pausando. ? E por causa disso tive de dormi numa poltrona ao lado da cama dela, para tranquiliza-la.
- Não acredito. ? Espantado.
- Acredita sim, e quando acordou fez um escândalo de todo o tamanho que mais parecia que a casa vinha abaixo. ? Rindo-se. ? Ela perguntou o que fazia em sua casa, após explicar-lhe ficou tão envergonhada, que se escondeu por debaixo dos lençóis, estava tão gira.
- Vejo que vocês estão num bom caminho. ? Batendo no ombro.
- Ela é muita simpática, de facto, e--
- Voltei!!! ? Com grande sorriso nos lábios. ? Passa-se alguma coisa? ? Observando-nos.
- Não nada. ? Disse.
? Então por onde começamos?
- Não sei...- Olhando á volta a ver o que havia de jogos.
- Já sei uma corrida de motos, que tal? ? Sugeriu- Aiko.
- Sim por que não. ? Diz Jiro.
Encaminha-mos para o simulador de corridas de motos, mas um grupo de jovens com ar rebelde aproximou ao mesmo tempo que nós do simulador. Olhamo-nos por algum tempo.
- Desculpem mas nós chegamos primeiro, que vocês. ? Diz Aiko num tom alto.
- Com quem pensas que estás a falar, miúda? ? Diz o rapaz com uma cicatriz no olho esquerdo. ? Num tom serio.
- Contigo, não? ? Respondeu-lhe com alguma agressividade.
- Para além de teres a mania ainda és respondona. ? Rindo-se. ? Ok, desafio-te para uma corrida, quem ganhar fica com o simulador.
- Ok, por mim é na boa. ? Sorrindo-se.
Aiko dá-me a carteira dela para segurar. Vi claramente que os rapazes a subestimaram-na. A corrida começou bem para ambos, a tensão sentia-se um pouco no ar. Reparei que com o passar do tempo o rapaz começava a ter dificuldade em ultrapassa-la e mais pessoas curiosas rodeavam-nos.
- O que estás a fazer, meu? Assim ela vai ganhar ? Diz um dos seus amigos irritado.
- Não me desconcentres, pá! ? Dando empurrão a ele.
Aiko distanciava-se gradualmente dele. Na ultima volta já ia com um grande avanço, o que fez com que ganha-se a corrida.
- Porra, para isto!!!! ? Dando um pontapé na maquina bufando.
- Agora ponham-se a andar. ? Dizendo adeus a eles, com sorriso nos lábios.
Eles olhavam-na irados.
- Aiko, toma a tua carteira.
- Obrigada Taro. ? Ficando de costas para eles.
Vi algo brilhante na mão num dos rapazes, num rápido movimento este investe contra Aiko.
- Cuidado Aiko-chan!!!! ? Afastando-a da trajectória.
Jiro intercepta-o agarrando-lhe o pulso com força, fazendo com que deixa-se cair a navalha.
- Não achas que estás a ir longe de mais? ? Olhando-o friamente, com uma mão no bolso.
- O meu pulso!!! ? Queixando-se.
- Jiro-san ? Diz Aiko impedindo-o de partir o pulso a ele.
? Espero não voltar a ver-vos por aqui, ouviram? ? ? Soltando-o um pouco irritado.
- Isto não fica assim ouvis-te!!! ? Olhando para Aiko com olhar assustador, indo-se embora. Vi o medo apoderar-se dos olhos dela.
- Não te preocupes com eles, Aiko-chan, eles são cães que ladram mas não mordem. ? Pondo a mão dele no ombro dela tranquilizando-a.
Aiko apenas sorrisse para Jiro e ele para ela. Está cena mais parecia um daqueles finais de cinema, é pena que o pôr de sol não esteja aqui.
- Cof cof. ? Tossindo.
- Desculpa Taro-kun. ? Diz Aiko apercebendo-se que ainda estava lá.
Todos rapazes do salão admiravam Aiko pois era boa em quase todos os jogos, principalmente naqueles com armas, como ela conseguia entrava no mundo do jogo esquecendo todo ao seu redor. Numa das ocasiões Jiro desafiou-a, por incrível que pareça os dois empataram. Eu também joguei, mas não por muito tempo pois a minha falta de jeito não deixou-me. Cá fora o céu do entardecer estava maravilhoso.
- Temos de vir mais vezes aqui, não acham? ? Diz Aiko a nós.
- Não sabia que gostavas assim tanto de jogos de violência? ? Diz Jiro espantado.
- São os jogos e peluches, o que adoro mais nesta vida.
- És mesmo uma rapariga invulgar, mas num bom sentido. ? Rindo-se. ? Não és como as outras raparigas, gosto disso.
Aiko corou um pouco.
- Jiro podes levas a Aiko-chan a casa? ? Disse.
- Sim, claro fica descansado. Vamos?
- Sim, Taro-kun adeus, adorei este dia.
- Até amanha, rapaz. ? Diz Jiro despedindo-se com uma palmadinha no ombro.
Em casa o silencio recebia-me mais uma vez. Antes de começar a fazer o jantar liguei para o hospital a perguntar se podia falar com a doutora Yuki já que é amiga de longa data mim e da minha mãe, perguntei-lhe como estava a minha mãe, ela disse-me que esta estável o que tranquilizou-me.
Entretanto Seiji entra em casa. Dá-me as boas noites bem como eu. Informo-a que na próxima semana iria visitar a minha mãe. Notei que ela ficou feliz e desliguei.
- Aonde vais, na próxima semana? ? Curioso.
- Vou a Sapparo visitar a minha mãe. ? Preparando-me para fazer o jantar.
- Como ela está?
- Estável. ? Com um pequeno sorriso.
- Ainda bem. Queres ajuda com o jantar?
- Não, é preciso.
Seiji foi ver TV. Há medida que fazia o jantar, reformulava varias vezes sem conta a mesma pergunta a mim mesmo Pergunta-lhe se quer ir contigo?
Ao jantar enquanto comia-mos Seiji perguntava-me como era Sapporo, disse-me que nunca tinha ido lá. Contei-lhe que as termas quentes são muito boas lá.
- Taro se calhar ainda encontras alguém conhecido por lá, não?
A única pessoa que me veio logo á minha mente foi Yuzo-senpai. Eu sei que Seiji não perguntou fez por mal, mas contudo é meu maior receio.
- O que se passa, Taro? Perguntei algo que não devia?
- O quê?! ? Olhando para ele. ? Não, não fizeste. ? Rindo como parvinho.
Voltei-me de costas para ele. O silencio perdurou algum tempo.
- Queres que vá contigo? ? Num tom calmo quebrando o silencio.
Olhei-o espantado com a pergunta dele. É como se tivesse lido a minha mente.
- Se quiseres.... ? Ainda não acreditando.
- Então conta comigo. ? Olhando-me com os olhos semicerrados.
Como fiquei mais calmo e tranquilo, em relação á viagem.
- Amanhã vou falar com agência para dar-me a próxima semana. ? Pondo a louça no balcão.
- Sim, eu também falarei com Isao-san. ? Pondo a minha louça também no balcão.
Lavamos a louça os dois. Ainda ficamos haver TV durante algum tempo antes de irmos deitarmos.
- Seiji eu vou para o meu quarto, até amanhã.
- Até amanhã Taro, dorme bem. ? Continuando a ver TV.
No meu quarto, ainda pensava no que Seiji dissera, sorri-me, pois a única coisa que podia dizer naquele momento era um simples ?obrigado Seiji.?