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Hoje começa a segunda semana de treinos intensos de kyujutsu, a primeira semana custou um bocado a passar, a pressão começa-se a sentir-se, mas estou confiante de conseguir-mos um bom resultado.
Nestes dias praticamente ou nada tenho falado muito com Seiji, pois chego a casa muito cansado, e a única coisa que quero é a minha cama.
Como sempre na arena de treinos Jiro era o primeiro que já lá estava. Nos balneários os rapazes ainda se preparavam, muitos deles diziam que estava cada vez mais nervosos com o torneio.
Equipei-me, o mais rápido possível para não desperdiçar tempo. Na arena Jiro disparava as flechas muito concentrado, lembrei-me da conversa que tivemos, este torneiro seria muito importante para ele.
- Por quanto tempo vais ficar ai a olhar-me? ? Diz Jiro a olhar-me com pequeno sorriso.
- Não por muito tempo. ? Aproximando-me dele. - O grande dia aproxima-se cada vez mais rápido. ? Pegando no arco e flecha.
Fiz o meu primeiro disparo, acertando no meio do alvo. Reparei que Jiro sorriu-se para mim desafiando-me, mas nesse momento os outros colegas e o treinador chegaram.
Durante o treino, fizemos um mini torneio entre nós para ver quem estava melhor, eu e Jiro éramos os melhores, claro, por isso o treinador pediu-nos para ajudar, os colegas com mais dificuldade. Foi basicamente assim todos dias até ao grande dia.
Houve um dia em que Aiko convidou-me para sair, mas tive de recusar pois estava em treinos para o torneio de kyujutsu, ela perguntou-me logo se podia vir assistir eu disse que sim, dei-lhe o nome da minha faculdade. Seiji nesse dia disse-me que também iria ver-me no torneio, avisei-lhe logo que a sua irmã também iria lá estar presente. Nada disse. Deitei-me na cama mas o sono custava a vir pois a ansiedade impedia-me, mas no final acabou por vir passado algumas horas.
Hoje é o grande dia. Tomei o pequeno almoço antes sair, Seiji desejou-me boa sorte para torneio. É verdade que o torneio só começava a partir das 9:30, mas contudo tínhamos de prepara o material para o torneio já que somos nós a receber o adversário. Pelo que tenho ouvido os rapazes da faculdade de artes são conhecidos por serem muito convencidos e um pouco arrogantes.
- Então estás pronto para o torneio? ? Diz Jiro a entrar pelo balneário.
- Já sabes que sim. ? Continuando-me a equipar.
- Temos de dar uma abada aqueles tipos. ? Sentado-se nos bancos.
- Sabes se treinador já se decidiu-se, quem vai por a jogar?
- Não, mas...
Nesse instante o treinador entra nos balneários.
- Ainda bem que estão os dois aqui. ? Aproximando-se de nós ? Como sabem não foi uma decisão fácil acreditem mas....- Pausando. ? penso que tu, Taro és a melhor escolha.
Reparei que Jiro ficou desapontado com a decisão do treinador.
- Não fiques assim ? Ponde-lhe a mão no ombro. - Jiro, tu também és um bom atleta.
Jiro nada disse, apenas olhava o chão fixamente com o sobrolho franzido. Como custa-me ver assim Jiro.
- Treinador. ? Intervir.
- Sim Taro? ? Olhando para mim.
- Deixe ir o Jiro no meu lugar.
Jiro e o treinador olharam-me espantados.
- Jiro sempre ficou a treinar arduamente após os treinos e penso que é a vez dele de amostrar o que vale a eles. ? Confiante.
- Ok, se queres assim, por mim estás á vontade.
- Obrigada treinador.
Este fui-se embora.
- Taro, tens a certeza?
- Sim, a cem porcento. ? Sorrindo-lhe.
Num movimento rápido Jiro abraça-me com força. Foi um pouco estranho, mas compreendi.
- Desculpem, estou a interromper algo?! ? Diz uma voz feminina.
Olhei para a porta do balneário.
- AIKO-CHAN!!!!!????? ? Surpreendido.
Trazia vestido uma camisola de gola alta de cor amarela, com uma saia curta de cor vermelho escuro com umas pequenas botas até ao tornozelo de cor castanho escuro.
- Quem é? ? Diz Jiro olhando-a sem muito interesse.
Lembrei-me logo que ainda estava nos braços de Jiro, por isso afastei-o logo, sentando-o no banco.
- Aiko-chan?! O que fazes por aqui? ? Um pouco embaraçado.
- Nada de mais, apenas estou perdida. ? Olhando-nos desconfiada. ? É teu amigo? ? Olhando-o com um sorriso nos lábios.
- Sim. ? Buscando a garrafa d?agua.
- Olá eu Aiko, prazer em conhecer-te. ? Estendo-lhe a mão.
- Eu sou Jiro. ? Apertando-lhe a mão.
Comecei a beber vários golos de água, só espero que Aiko não pense outras coisa por causa daquele a abraço.
- Diz-me Jiro-san és namorado do Taro-kun?
Nesse momento cuspo toda agua que tinha na boca, por causa da pergunta dela.
- Aiko-chan?!!? Que estás para ai dizer? Nós somos só amigos!!!!! ? Todo vermelho que nem um tomate.
- Amigos? Aquele abraço não fez-me ver isso. ? Desconfiada.
- Mas é verdade. ? Começando a ficar irritado.
Jiro começou-se a rir bem alto de nós.
- Jiro?! ? Disse.
- Só mesmo vocês para fazerem rir a está hora da manhã. ? Limpando os cantos dos olhos. ? Aiko-chan fica descansa eu e o Taro somos só amigos.
- Se tu o dizes acredito. ? Sorrindo-se para ele.
- Taro é melhor levares já a Aiko-chan para as bancadas senão não terá lugar de jeito para ver o torneio.
- Tens razão. Vamos Aiko-chan?
- Sim.
Aiko ficou surpreendida pela a faculdade ser enorme, mais parecia um labirinto disse ela. Nas bancadas vi Seiji a falar com uns colegas de turma tinha vestido o casaco de cabedal, usava também uns jeans pretos com umas botas escuras.
Aiko sentou-se na ponta da primeira fila sem olhar para o irmão.
- Aiko-chan, não seria melhor ir falar com Seiji? ? Incentivando-a.
- Nem pensar, se ele quiser falar comigo que venha ele. ? Sendo um pouco orgulhosa.
- Ok, tu é que sabes. ? Indo-me embora.
Jiro já estava pronto, bem como os nossos colegas, nós vimos os nossos adversários a olharem-nos com algum desprezo.
- Como odeio o olhar deles. ? Murmurou Jiro a mim um pouco irritado.
- Não ligue para eles, Jiro. ? Acalmando-o. ? Subestimarem-nos vai ser o seu pior erro.
- Lá nisso tens razão.
Entramos na arena, bem como o nosso adversário, todos da nossa faculdade aplaudiram-nos.
Os primeiros disparos foram todos excelentes por parte de cada equipa, todos nós estávamos tão concentrados que ao menor barulho podia-nos custar um ponto. Cada vez que acertava-mos no alvo todo a gente aplaudia-nos, o nosso adversário ficou bastante espantado com a nossa técnica e destreza.
Jiro foi quem teve toda a acção, não me importei muito com isso de verdade, admito que ao principio não gostava muito dele, se não tivéssemos tido aquela conversa não teria cedido o meu lugar a ele.
No final fomos nós a faculdade de desporto quem ganhou, nas bancas toda a gente felicitou-nos de braços abertos. O treinador da equipa adversaria tambem felicitou-nos bem como o nosso treinador. Nos balneários nós todos fazíamos a festa.
- Jiro, arrasas-te com eles. ? Disseram todos na balneário orgulhoso.
Jiro riu-se.
- Taro obrigada. ? Olhando para mim.
Nada disse apenas sorri-lhe.
- Temos de comemorar, esta vitória. ? Diz Jiro.
- Boa ideia. Então podemos comemorar em minha casa, o que achas?
- Sim.
- Ah....,mas há um problema, Jiro! ? Lembrando-me.
- Qual?
- Seiji.
- Hum... ? Diz Jiro pensativo.
- Vou falar com ele, espera aqui.
Eu sabia que os dois não tinham começado da melhor forma, mas era o meu dever ir falar com ele. Não tive demorar muito para o procurar pois estava com a irmã, pareciam conversar amistosamente um com o outro.
- Seiji! Aiko-chan!
- Taro! ? Disseram os dois.
- Que torneio emociona-te vibrei muito. ? Diz Aiko super contente.
- Obrigada. ? Agradecendo-lhe.
- A onde vamos comemorar? ? Diz ela.
- Pois...em relação a isso, estava a pensar ser em casa. ? Olhando para Seiji. ? Jiro também vai e...
- Por mim é na boa, Taro.
Como fiquei contente com a resposta madura de Seiji.
- Ok, então compramos as bebidas e alguns aperitivos no supermercado?
- Sim. ? Diz Aiko dando um salto de felicidade.
Regressei aos banheiros, Jiro já estava pronto para ir-se embora, só faltava eu.
- Então o disse Seiji? ? Pergunta Jiro curioso.
- Na boa. ? Trocando-me á pressa.
- Ainda bem. Eu compreenderia se ele não estive-se de acordo.
- Vamos? Já estou pronto. ? Pondo a mochila ás costas.
- Mas ele não é má pessoa. ? Dando um ligeiro sorriso.
A caminho do supermercado eu e Aiko vinha-mos á frente a conversar, quando Seiji e Jiro vinham atrás calados. Na loja compramos um pack de dez latas de cerveja com vários aperitivos. Em casa cada um de nós começou a falar do torneio e bebendo ao mesmo tempo. A minha voz e da Aiko foram a que se ouviam mais em casa. A medida que o tempo passava o meu numero de latas de cerveja aumentava bem como as de Aiko.
- Taro, não achas que já bebes-te o suficiente? ? Diz Jiro tirando-me a lata.
- O digo o mesmo a ti Aiko? ? Diz Seiji.
- Nem pensar . ? Dando um soluço. ? ainda agora começamos. ? Retirando-lhe a lata dando um golo.
- Taro-kun tem razão. ? Diz Aiko rindo-se descontroladamente.
- Bem talvez seja melhor acabamos por aqui a festa. ? Diz Seiji com os braços cruzados suspirando. ? Olhando só as figuras tristes que estão a fazer. ? Olhando para Jiro.
- Sim tens razão. Eu posso levar Aiko a casa se quiseres.
Nesse instante Aiko abraça a Jiro inesperadamente.
- Ela é sempre a mesma coisa quando fica bêbada. ? Diz Seiji tirando-a de cima dele.
- Deixa-me ir só buscar o carro. ? Levantando-se. ? Venho já.
- Ok.
Vi Seiji a escrever num pedaço de papel. Nesse momento Aiko desafiou-me para cantar e assim fiz, começamos a cantar como dois malucos. Momentos depois ouço um motor de carro, Seiji abre a porta.
- Agora deu-lhes para cantoria? ? Diz Jiro rindo-se.
- Parece que sim. ? Olhando para nós.
Seiji diz a Aiko que está na hora de se ir embora. Ela começou fazer uma birra de todo o tamanho, mas acabou por ir. Eu continuava a beber cerveja.
- Taro já chega de beber!!! ? Retirando a lata da mão.
- Não!!!!!! Deixa-me acaba-la, é um desperdício deitar fora. ? Querendo agarra-la.
- Nem penses.
Levanto-me um pouco atordoado e, cabaliando até Seiji.
- Vá lá dá-me a lata.
- Já disse que não.
Nesse momento tropeço nas minhas pernas caindo sobre o colo dele que estava sentado no sofá, a lata que agarrava agora estava toda espalhada pelo chão da sala.
- Taro estás bem? ? Agarrando-me.
- Sim. ? Dando um soluço.
Seiji a levanta-se para deita-me no sofá, olhando-me com os olhos semicerrados sentia a mão dele acariciar-me o rosto.
- Seiji porque olhas-me assim? ? Meio confuso.
Nesse instante Seiji põe-se de joelhos ao meu lado, passando o polegar nos meus lábios com gentileza, lentamente aproximava-se do meu rosto até que os seus lábios quentes envolvem os meus a profundando o beijo, deixei-me levar por breves momento, mas o rosto de Yuzo-senpai veio á cabeça.
- NÃO!!!! ? Empurrando-o bruscamente e encolhendo-me apavorado.
Os meus olhos ficaram húmidos.
- Taro!!!??? ? Espantado com a minha reacção.
- Eu não quero ser mais traído. Eu não quero sentir mais esse sentimento. ?
Sentando-me no sofá tapando o rosto com a minha mão.
- Taro...
- Como fui tão estúpido, em cair nas falinhas mansas dele. ? Sorrindo-me. ? Naquela altura tinha entregado-me por completo a ele, mas no final todo não passava de uma estúpida aposta. ? Dando uma gargalhada amarga.
Seiji nada disse.
As lágrimas escorram-me outra vez pelo rosto.
- Como sou tão idiota e inútil. ? Escondendo o meu rosto com as mãos.
- Taro ? Ficando de cócoras. ? não digas isso. ? Movendo as minhas mãos do rosto.- Sabes bem que isso não é verdade. - Limpando-me os olhos.
- O que queres dizer? ? Olhando para ele.
- Sabes, - Sorrindo-se para mim. ? eu não me arrependo-me de todo ter conhecido, és uma pessoa que se preocupa com os outros, apesar de as vezes não amostrares directamente e seres ás vezes um pouco teimoso e orgulho....
Dei-lhe um ligeiro sorriso.
- Assim é melhor. Agora começo a compreendo porque evitavas-me ao longo destas semanas. ? Esfregando-me a cabeça.
- Estou a ficar com sono. ? Esfregando os meus olhos.
- Como consegues ser tão fofo. ? Levantando-se.
Os meus olhos começaram a ficar pesados, por isso encostei-me para trás no sofá.
- Seiji, achas que poderias vir comigo, a Sapporo visitar a minha mãe? ? Antes de fechar os olhos.
- Porquê? ? Intrigado.
- Não sei explicar bem mas a tua presença por algum motivo transmite-me segurança. ? Já com os olhos fechados.
Senti Seiji abraçar-me com delicadeza.
- Hum.... ? Em murmuro.
- É muito provável que amanhã não te lembres desta conversa, mas não faz mal. Estou feliz por estar contigo. ? Sussurrando-me ao ouvido.
Todo o que ouvi antes de desligar por completo foi telefone a tocar, ouvi Seiji a murmurar algo, que não percebe o que era. Apenas afundava-me mais no meu sono.