mundanças

As coisas já haviam se acalmado na Corporação Cápsula.

Fazia dois meses que eles haviam feito a viagem à montanha e voltado com Bra doente. As coisas corriam bem atualmente, e a movimentação que se via agora, era outra... Aliás, desde aquele dia, não havia mais um dia se quer na Corporação em que não houvesse algum movimento. O entra e sai era a toda hora, coisas iam e chegavam, pessoas iam e voltavam. Mas depois de hoje as coisas se acalmariam definidamente. Ao menos por mais 5 meses.

Naquele dia, há dois meses atrás, Bulma e Vegeta chegaram mais rápido do que de costume. O Saiyajin não teve paciência para aviões ou naves, pegou a esposa e voou até sua casa, em uma velocidade rápida, porém a qual Bulma pudesse suportar.

Quando adentraram a casa, Pan estava em um canto conversando com Trunks, os dois foram interrompidos pelo casal que queria saber de Bra.

- Ela está no quarto com Goten. Está deitada, mas está bem - Disse o filho mais velho.

- E o médico? - Quis saber Vegeta.

- Já foi. Não precisava ficar. Ele pediu para vocês ligarem quando quisessem.

- Mas filho, e ai? O que ela tem? - Bulma perguntava angustiada.

- Melhor vocês falarem com ela... - Trunks disse.

Vegeta abriu a porta quase a arrancando da parede. Bra estava sentada na cama, com Goten ao seu lado, em uma cadeira, o rapaz segurava nas mãos dela. Ela chorava um pouco.

-Bra você está bem filha? O que você fez? O que ele fez pra você? O que você tem? - Vegeta falou, empurrando Goten para o lado, sacudindo Bra.

-Vegeta! Por kami! Deixa a menina falar! - Bulma disse, aflita.

- Ela passou muito mal nas montanhas, senhor Vegeta. - E Goten acabou relatando resumidamente o que havia acontecido.

Bulma se acalmou. - Então foi só uma virose, um mal estar? - Falou a mãe tentando entender.

-Não mãe! - Bra disse, olhando para baixo, voltando a chorar baixinho.

-Grrrrr mulher, da onde Saiyajin tem mal estar de graça? Não compare ela com uma verme qualquer.

Bulma ignorou o marido - Então Bra, fale! - Bulma disse com os nervos em frangalhos.

-Mama, papa...O médico disse que eu não to doente, podem se acalmar por favor!...- Bra chorava - Que tudo isso que tive é porque eu estou grávida - Bra chorava mais ainda enquanto falava - Estou com mais ou menos 8 semanas de gestação. - Bra caiu em prantos e Goten abraçou-a.

Bulma ficou estática, porém certo alívio tomou conta de seu ser. O corpo dela estava duro, porém o alívio fez com que ela relaxasse e soltasse um suspiro.Bulma então, olhou para Vegeta. Ele era, agora, sua maior preocupação.

O Saiyajin mantinha-se duro, rígido. Ele ainda não havia absorvido bem a informação e nada falava.

-Vegeta... - Bulma tocou no marido.

-Papa...Desculpa...Aconteceu! O médico disse que foi por causa dos dias que fiquei internada. Eu falhei a pílula muitos dias seguidos e o antibiótico pode ter cortado o efeito do medicamento...Eu nem pensei nisso.Desculpa.

Bulma abraçou a filha. Ela estava feliz. Apesar de tudo ficou muito contente! Além de sua filha não estar doente, ainda teriam uma criança em casa, coisa que há muito não se via na Corporação Cápsula.E quem era ela pra julgar a filha? Engravidou de um homem com quem mantinha um caso que na época era rude, impetuoso, extremamente egoísta e nem se importava com família, nem com relacionamentos. Bra estava grávida de um namorado, de Um Son. Nada havia com que se preocupar.

-Bra minha filha! Eu estou feliz - Bulma chorava também, se pondo no lugar da menina - Vai dar tudo certo querida!

Vegeta então se aproximou de Goten. O rapaz levantou e encarou o sogro de frente. Era mais alto, olhava ele de cima, mas com respeito.

-Senhor vegeta! Da minha parte o senhor não tem com que se preocupar. Eu assumo toda responsabilidade. - Goten notou que Vegeta nem ao menos piscava, quanto mais retrucava, e continuou - Ninguém imaginava, nem ela. Fomos descuidados, mas agora está feito. É o meu filho, e agora Bra será minha mulher.

vegeta então, cruzou os braços. Goten acabou falando o que ele queria ouvir. Ele queria que sua filha ficasse bem. Que não sofresse como a mãe sofreu há anos atrás. Ele fez, se arrependeu, mas aquilo fora necessário para todo seu aprendizado, sua evolução como ser. Mas Bra não precisava passar por isso, ao menos ele como pai, não queria e não iria ver sua menina sofrer.

- Vocês vão continuar morando aqui. Bra, tranca a faculdade nesse ano, mas volta ano que vem, e começa a trabalhar em seguida na Corporação para se ocupar mais e fazer besteira de menos. E você rapaz, comece a se mexer para o casamento, e trazer suas tralhas para cá. - Vegeta falou isso em tom imperativo, dando meia volta e saindo do quarto, passando por Trunks e Pan sem falar nada. Bulma o seguiu, correndo para alcançá-lo.

Trunks e Pan se olharam sem entender. Estavam esperando gritos horríveis, berros choradeira. Trunks até ficara ai para apaziguar qualquer alteração que pudesse haver. Os dois então se dirigiram para o quarto da menina.

Na suíte principal da casa, Bulma tentava tirar alguma reação a mais de Vegeta, que desde aquele momento não mais havia dito nada.

-Vê! Não fique assim! Lembra-se de mim! Quem somos nós pra julgá-los? E pense como vai ser bom ter uma criança aqui nesta casa! Já temos idade para sermos avôs... Seu neto ou neta será tão forte! Você e Goku sempre imaginaram isso não é? - Bulma fazia carinho na fronde de seu companheiro.

vegeta esboçou um sorriso de canto, que logo se dissipou.

-Aff! Não estou falando nada mulher. Deixe-me quieto.

Bulma o abraçou. Estava tudo bem. Não havia nada que Vegeta pudesse fazer mesmo, bastava ele adaptar-se a idéia de que sua filha estava grávida agora. Ele com o passar dos anos aprendeu a não piorar nem aumentar tantos os problemas assim.

No momento em que eles ainda estavam no quarto o telefone tocou e Vegeta atendeu, automaticamente.

-Alô?

-Alô, Vegeta? É o Goku...

-Que você quer kakarotto?

-Alguém nos ligou dali... Não estávamos em casa, mas a chamada ficou registrada....

-Aff! Deve ter sido o pervertido do seu filho, que não bastasse ficar comendo minha filha pelos cantos, teve que engravidar a coitadinha!

-Hahahahaha... Vegeta você anda se drogando depois de velho? - Goku ria atrás da linha - Para começar eles estão viajando!

-Eles estão aqui! Os quatro! Minha filha está grávida kakarotto de uma cria metade verme metade nobre.

-Bra está grávida Vegeta? Você tem certeza? - Nesse momento ChiChi puxou o telefone das mãos de Goku e falou:

-Vegeta? Alô Vegeta? Que história é essa? Você está brincando não está? É uma de suas brincadeiras de mau gosto...

Vegeta não respondeu, passou o telefone direto para Bulma que explicou tudo resumidamente para a amiga.

Goku e ChiChi, em seguida apareceram no quarto do casal, a mulher fez questão de estar pessoalmente ali para conversar com Bulma, e aproveitou as técnicas do marido para chegarem no mesmo instante. ChiChi não se irritou. Ela também havia mudado muito. Pelo contrário, estava feliz. "Só assim para Goten resolver de uma vez se casar", pensava ela, Ela acharia melhor que as coisas tivessem acontecido normalmente, com planejamento, com eles casados, mas se aconteceu, aconteceu e pronto...Assim ao menos o rapaz iria contrair matrimônio.

No quarto de Bra, estavam apenas ela e Goten. Pan e Trunks haviam saído para comer algo, pois estavam famintos.

Goten estava abraçado à menina. Ela já não se sentia mal. Muito do que ela passara fora agravado pela ansiedade e pela preocupação de estar doente novamente. Agora ela estava medicada, e já até havia comido um caldo quente que Bulma mandara servir a ela.

- Bra, pare de chorar minha florzinha - Ele limpava as lagrimas que escorriam do canto de seus olhos - Assim vou pensar que você não me acha digno de ser o pai de seu bebê...

-Goten! Você sabe que não é isso... Foi tudo de surpresa. Eu queria uma festa de casamento linda e inesquecível. Queria me formar... Falta tão pouco...Queria aproveitar mais a vida com você.

Goten pôs Bra em sua frente e seriamente falou.

-Querida! Você vai ter que parar de se preocupar tanto assim com coisas tolas! Nós ainda vamos aproveitar muito a vida sim! O que uma criança tanto irá atrapalhar? Nós temos muitas pessoas que irão brigar para querer cuidar do neném para nós - Goten se referia as avós e a Pan. Bra teve que rir - E quem disse que você não vai se formar? Seu pai só pediu que você trancasse a matrícula para poder ter a gestação em paz, e se você não quiser não precisa. E quanto à festa de casamento, você sabe muito bem, lindinha, que pode ser a festa mais linda do mundo se você quiser.

-Eu sei... Mas eu não quero Goten! Eu prefiro algo mais tranqüilo mesmo. Sinto-me muito sensível e uma grande festa não combinaria com meu estado de espírito. Queria uma festa linda sim, mas não necessariamente grandiosa e espalhafatosa como eu imaginava antes...

-Então assim será, minha princesa.

Alguns minutos mais, Bra adormeceu e Goten foi atrás de alimentos. Surpreendeu-se ao dar de cara com seus pais. Goku correu até o filho e o abraçou, batendo a mão em suas costas tão forte que quase derrubou o rapaz. ChiChi abraçou-o também. Goten ficou muito feliz com o apoio e carinho de seus pais. Ele também estava sentindo-se exausto mentalmente. Dias de preocupação com a garota, e agora um turbilhão de novidades pela frente. "Mas fazer o que?" - pensava ele - "Tudo vai dar certo".

Nos dias que se passaram, todos já sabiam da novidade. Até algumas pseudo-amigas de Bra estavam fazendo fofocas maldosas, mas ela pouco se importava. Estava feliz com gravidez. Olhara muitas fotos de sua mãe grávida e se imaginava logo com o barrigão, linda como ela e como todas grávidas costumavam ficar, com um sorriso e brilho especial no olhar.

O quarto novo de Bra havia chegado. Era um quarto de casal lindíssimo, feito sob medida para uma das suítes da Corporação, que seria agora, o quarto do casal. Goten trabalhava duro, continuava treinando com Trunks para dissipar tantas preocupações, mas no que podia ajudava na organização da festa do quarto. ChiChi e Bulma, agora aposentada, cuidavam da maior parte da cerimônia que seria como Bra pediu: linda, romântica e discreta.

Bra estava ansiosa para comprar as coisas do neném, porém preferiu esperar pela ultrassonografia que diria o sexo, para comprar um enxoval adequado ao menino, ou a menina. Ela resolveu seguir o que seu pai dissera, e trancara a faculdade por um ano, pois assim poderia ter a criança e amamentar em paz.

Bulma arrumara um cargo para Bra na Corporação. Ela agora seria auxiliar da estilista das confecções. Trabalharia como design de moda enquanto não se formasse. Depois poderia assumir um cargo de gerência. Era um trabalho bom, tranqüilo, que agradava muito à ela, ainda mais ficando ao lado de casa.

Quando a menina chegou á 16º semana de gestação ela, Bulma e Goten fora ao médico da família para a ultrassonografia.

Bra estava ansiosa, jurava que não, mas chegava a suar frio. Era uma clínica conhecida. O ginecologista e obstetra que estava atendendo Bra, era filho do mesmo médico que fizera nascer Trunks Goten e a própria menina. O velho agora estava aposentado, mas seu filho assumira a clínica e estava por dentro de toda história e genética Saiyajin.

- Bom dia a todos - O médico cumprimentou.

Era já um senhor também. Estava clinicando há anos e era o braço direito de seu pai. O rapaz reconheceu Goten pelo nome, pois estava cumprindo a residência médica quando o menino nasceu, e ajudou no parto.

-Quem diria então! Duas crianças que eu ajudei nascer... E da mesma raça...Hahahaha - O médico tinha um bom humor característico - Vocês não são, por acaso racistas não é? Ou são contra misturarem o sangue com reles Homo sapiens? - O médico cutucou o rapaz com o cotovelo, descontraindo o local.

Bra, por favor, coloque este avental e deite-se na maca.

Bra então deitou-se e sentiu o gel frio sendo espalhado por seu abdome enquanto o aparelho vasculhava cada ponto de seu ventre já um pouco saliente.

-Então doutor? Qual o sexo?

O médico franziu a testa: - Tem alguma coisa estranha aqui...

-Um rabo? Ora doutor, o senhor bem sabe que o rabo...- Bulma falava mas foi interrompida pelo médico.

-O rabo, sei sim, dona Bulma... O Rabinho está aqui óh - E o médico mostrou uma pequena saliência inidentificável para leigos - São Saiyajins pra todos os lados não é ...Não podia faltar o rabinho - O médico sorriu - Mas não é disto que estou falando - O rosto do médico então se iluminou - Está aqui olhe - Ele apontava para o monitor - É disto que estou falando!

-O que doutor? Por kami! A gente não vê nada ai!Qual o problema com meu filho - Bra estava angustiada.

-Problema nenhum com seus filhos! Eles estão ótimos!Grandes e com rabinhos como bons Saiyajins que se prestem! - O médico sorriu.

Bra empalideceu e Bulma deu um gritinho apertando suas mãos contra o rosto:

-Kami que felicidade! - A mulher se abraçou no genro - Dois netinhos de uma só vez!

Goten engoliu seco, mas sorriu.

-Um menino e uma menina se querem saber. Perfeito não? Parabéns meu rapaz! hehehehe - Se prepare heim! ? O médico deu uma piscadela.

Goten mantinha um sorriso amarelo no rosto.

Quando foram para casa, Bra só reclamava que ficaria uma baleia gigante, e que precisaria de 3 babás para ajudar! Porém ela se sentiu eufórica só em pensar em todas as compras que precisaria fazer, em todo o enxoval - De ambos os sexos (ela batias palmas em estado de felicidade) que iria comprar. Isso lhe animou e a motivou.

Todos ficaram muito felizes com a notícia. Vegeta até soltou uma frase se vangloriando de seus genes. "Certamente isso é um feito da perfeita genética da nobreza Saiyajin e só a princesa da raça que teria cacife para gerar gêmeos." ele propositalmente ignorava a necessidade de 2 espermatozóides também, para gerar este feito e quando questionado sobre isso, dizia ser "apenas um detalhe".

Os dias passaram correndo. O quarto das crianças já havia chegado, era lindo, delicado e chique. Lilás para a menina e azul para o menino. E agora, Bra com 4 meses de gestação e mais todos envolvidos, se preparavam para o dia do enlace. Pan, Trunks Gohan e Videl seriam os padrinhos, tanto do casamento quanto dos bebês.

ChiChi e Bulma tentaram convencer Pan e Trunks de se casarem juntos, numa grande festa, mas Pan rejeitou a idéia e Gohan não quis nem saber, dizendo que ela era nova demais e se formaria antes.

Tudo já estava pronto. E o dia havia chegado.

Agora que as coisas já Corporação Cápsula haviam se acalmado... Pelo menos por mais 5 meses.