Acordei, já devia se quase meio dia, a fome me assolava, estávamos parados na frente de uma linda pracinha, o clima do local era frio e as casas aconchegantes, em estilo Finlandês, aquele lugar não me era estranho, Vitor dormia como um bebê, como pode? Abri a porta do carro e sai. Caramba estávamos em Penedo, não acreditei. Andei mas um pouco, seguindo o cheiro de uma deliciosa comida. Então senti alguém puxando o meu braço, o susto foi muito grande, virei, era apenas Vitor. Respirei fundo:
___Vamos nos esconder aqui?
___Não, Manú__ Disse ele fazendo biquinho __Vim encontrar um amigo, ele vai pegar carona com a gente.
___Ele sabe que você está fugindo?
___Eu fugindo? Nós estamos fugindo!
___Nós nada!___disse eu indignada.
___Nós sim, amor. Estamos fugindo para o paraíso __ Ele me apertou em um abraço forte, e sedutor. Eu tentei sair, mas era difícil. Ele era muito...
__Cadê seu amigo?__perguntei entre um aperto e outro.
___Ele tem uma lojinha aqui em Penedo. Ele é estrangeiro!
Caminhamos até a praça central, a lojinha dele ficava perto da casa do papai Noel.Vendia um monte de bunginganga, comprada certamente na 25 de março em São Paulo. Mas eram bunginganguinhas caras. Safado, lucrava muito e gastava pouco, eu não compraria nada.
___Hi-mi-tsuuuu__ Gritou o cara num sotaque estranho quando viu o japonês, chamando a atenção dos outros vendedores ,___ Você veio até mim, sabia que estava sentindo falta.___ Essa ele falou afetadamente.
O camarada era loiro, maior que Vitor, mais forte, poxa vida, lindão mesmo.
Tipo um loiro alto, bonito e sensual.
__Estrangeiro, vamos embora, agora! Fecha tudo!
__Mas porque? Não poder fazer isso___ Sinceramente o sotaque dele era uma mistura de espanhol, inglês , Frances, russo , alemão. Algo indecifrável, que deixava as suas palavras saírem muito engraçadas.
__Temos que ir, depois eu falo, ainda temos que buscar o outro.
__Nem conhecer, este, Vitor.__ o loirinho falava tão bonitinho.
___Vai conhecer.
Neste meio tempo, o telefone da loja tocou, o estrangeiro atendeu, disse meias palavras. Desligou!
__Himitsu, eles já estar aqui, Carro, onde estar?
__Esquece o maverick, vamos com o seu!
__Vai deixar seu carro, Vitor?__ Perguntei sem entender nada da conversa.
__Claro, que não, amor__ Vou deixar com alguém pra cuidar, Já esta tudo esquematizando, eu tive que trabalhar muito pra tê-lo.
__É, ele dar muito suor no seu trabalho! __ Falou o loiro , alto bonito e sensual, ironicamente __Desculpe, eu não me apresentar , eu sou Estrangeiro.__ Ele devia ter frequentado a mesma escola de pornografia de Vitor. Eles se olhavam de um modo estranho. Isso estava ficando muito Yaoi.
___Uhhhhh, eu sou Manoela, e qual seu nome?
___Estrangeiro.
___Como assim?
___Ele chama estrangeiro mesmo amor!
___Só, você sabe meu nome né?!__ O estrangeiro disse isso abraçando afetadamente o japonês, que não recuou e o abraçou de volta.
___Vocês são namorados? Perguntei em um tiro.
Eles olharam como se quisessem me metralhar.
__Não! Não somos. Nunca fomos, e jamais seremos. Somos sensíveis ao amor. Só isso! Manu-chan
__Tá, né se você diz, Vitor. __ Eles continuavam abraçados.
Ouvimos um tiro, sem pensar, Vitor puxou a gente pelas mãos, e fomos correndo passando pelas vielas até chegar no outro lado, os capangas estavam atrás de nós.
Escondemos atrás de uma barracaquinha.
___A minha lojinhaaaa__ choramingou o Estrangeiro.
__Estrangeiro, tome conta dela, eu vou pegar a Ticha.
___Ticha, que ser isto Himitsu?
__A outra uéh! Mas olha, ela vai seguir viagem com a gente, e um doce de pessoa, não riam dela.
___E por que, riríamos dela, Vitor?
Ele foi andando despreocupadamente, enquanto eu e o loiro pornosensual ficávamos ali, no cantinho.
___Achar melhor nós ir para moita.__ disse ele dando uma piscadela, e como o japonês, passando a língua por entre os lábios,
__Não diga!? __ Eu já estava me acostumando com isso. Não pensando bem, não estava não!
__Verdade, não preocupar, eu não ir agarrar você, agora não! Eu estar , como dizer em português?
___Chateado?
___Não. Esta não ser a palavra.
___Broxa! __Eu sei, falei besteira, para o homem, tão perigoso quanto o japonês.
___Não, tocar aqui pra ver se eu estiver broxa.__Ele disse puxando a minha mão para lá,na parte onde pode ficar broxa ou não.
___Não, tá , tudo bem eu acredito em você! Vamos mudar de assunto de onde você é? ___ Puxei a minha mão, que perigo!
___Do estrangeiro;
___Sim mais de qual país?
___Estrangeiro__ Ele disse num sorriso, de deixar qualquer um ou uma pensando um monte de...
Fui cortada no meu pensamento, Vitor corria, e atrás dele uma mulher, mas o capanga foi mais rápido e pegou a mulher. O estrangeiro e eu ficamos parado, olhando, escondidinhos.
__Larga a Ticha!__ Gritou Vitor, numa voz máscula, de matar cachorro!
___Por que ele estar a gritar larrgarrtixa? Não ser aquele bichinho, Significar o que?__ perguntou o estrangeiro.
___Ele não está gritando lagartixa, ele esta falando para eles soltarem a Ticha, a moça, esqueceu que ele se chama Ticha? Vamos ajuda-lo?
___Não deixar ele se virar. Não se preocupar, me abraçar e cuidar de você! hum?__ Este é pior que o japonês? Será? Pensei.
Dito e feito, Vitor se lançou para cima do capanga que nem deu tempo de reagir. Mas a moça não ficou atrás deu uns pontapés no cara caído e correu junto com Vitor. Chegaram até nós, no cantinho.
___Vamos, onde está seu carro, Estrangeiro?
___Perto de onde você estacionar o seu!
Vitor me puxou para si. Segurando-me pela cintura. A moça não parecia nada diferente, estava com uma mochila, calça jeans e blusa.
___Agora como vamos pegar o carro. Estão todos lá, em volta do Maverick.
Merda! __ Vitor estava bastante preocupado desta vez.