Novo mundo

Tsunade percorria com os seus olhos as paredes da sua sala, com os seus pensamentos na última Guerra, mais dizendo, no combate entre ela e o seu namorado. Por mais que se esforçasse não conseguia esquecer aquele momento cheio de dor e amor. Dam, seu namorado, não sabia que fazia, tinha atacado Tsunade e no ínicio, Tsunade não o conseguia atacar. As lágrimas encheram-se nos olhos verdes da 5ª Hokage.

Shizune entra na sala devagarmente, sem bater na porta. Ela envergava sempre o mesmo fato e trazia a Ton ton ao colo.

Tsunade rapidamente passou com o antebraço nos olhos, limpando a água salgada que escorria dos seus olhos.

- Tsunade-sama? ? chamou Shizune. Quase não havia força na sua voz. Apesar de Tsunade muitas das vezes ralhar com Shizune, Shizune gostava muito da mulher loira e também ficava preocupada com ela.

- O que foi? ? perguntou a loira, olhando por cima do antebraço. Seus olhos estavam todos vermelhos.

- Vim lhe trazer as folhas do Kakashi-san. ? e sorriu.

Tsunade olhou para o lado muito vagarosamente, baixando o braço. Kakashi, o Ninja Copiador. Ele também tinha participado na batalha. Tsunade tinha pedido um relatório por parte dele. Ele tinha visto o Obito, seu companheiro de equipa, como será que ele estava?

- Deixa aí. ? respondeu a 5ª Hokage olhando para Shizune.

Shizune colocou delicadamente as folhas em cima da secretária da 5ª Hokage, olhando com muita atenção para a mesma. Ela não conseguia nem se quer imaginar como Tsunade se sentia, tentava, tentava compreende-la, tentava ajuda-la, mas fizesse o que fizesse nunca poderia compreender a dor que a 5ª transportava em seu coração.

Shizune sorriu mais uma vez e saiu em silêncio.

Tsunade olhou para as folhas, agarrou-as e começou a ler ?

Kakashi encontrava-se na academia com Iruka. Ambos falavam dos novos alunos da academia. Iruka elogiava muito Saito, um menino loiro com os olhos verdes. Ele dizia que o miúdo lhe fazia lembrar Naruto quando era da mesma idade que ele. Kakashi apesar de acenar e tudo para Iruka, não estava muito interessado na conversa, seu pensamento estava em Obito e em Rin, os seus dois colegas de equipa de à muito tempo atrás. Ele tinha-os visto durante a última guerra, não conseguia tirar isso da cabeça. Não teve de lutar com eles, mas o que lhe Obito dissera deixara-o a pensar.

- Kakashi-san? ? chamou Iruka.

Kakashi despertou de seus pensamentos.

- Sim! ? riu-se, coçando a nuca com a mão direita. ? Bem, Naruto me convidou para ir comer Ramem com ele, não me posso atrasar!

- Kakashi-san, está bem? Parece um pouco distraído ?

- Na verdade estou. Mas nada de preocupante. ? ?espero eu? ?, pensou ele.

- Por falar no Naruto, que grande força de vontade que ele teve ? a vontade do fogo!

- Sim? realmente ele é um miúdo interessante!

A campainha da academia tocou.

- Bem, Kakashi-san tenho de ir.

- Ja nee!

Kakashi se dirigiu para o Naruto, o mais rápido possível. Assim que chegou viu o loiro impaciente e ainda com ligaduras na cabeça. Era óbvio que deveria estar no hospital. Mas quem conhece o Naruto, já sabe como ele é.

- Kakashi-sensei, está atrasado! ? Reclamou Naruto, de braços cruzados, mirando de cima a baixo o seu sensei.

- Gomen, me atrasei! Estive a falar com Iruka. ? E fez um sorriso, apesar de não se poder ver.

- É sempre a mesma coisa Kakashi-sensei! Todos os dias você se atrasa! Primeiro diz que é por causa de uma velhinha qualquer, depois diz que é por causa de qualquer coisa ? depois diz ?

- Naruto, vamos comer! ? Interrompeu Kakashi, pousando a sua mão no ombro de Naruto, empurrando para dentro.

- Ehh, espere Kakashi-sensei! ? Reclamava o loiro.

No hospital da vila de Konoha, Sakura levava um ramo de flores e trazia um sorriso na cara. Estava feliz, finalmente Sasuke tinha regressado a Konoha, graças a Naruto. Naruto tinha comprido sua promessa!

Sakura caminhava em passos lentos e seu cabelo balançava ao mesmo ritmo dos seus paços. Seus olhos verdes iam cheios de confiança. Parou em frente de uma porta, respirou fundo e a abriu devagar, com o seu melhor sorriso.

Um rapaz estava deitado no quarto, era só ele. Tinha ligaduras na maior parte do corpo. Envergava o fato do hospital e dormia profundamente, até se conseguia ouvir bem alto sua respiração.

Sakura se aproximou de sua cama, olhou para o jovem que logo abriu os olhos bem devagar.

- Espero que esteja melhor! Trouxe flores, estas são as suas favoritas, né? ? e sorriu.

- É-é sim, Sakura-chan. ? o jovem sorriu também. ? Obrigado.

- De nada. Eu vou coloca-las aqui, tá bom? ? disse ela, dirigindo-se a um vaso que se encontrava em cima de uma mesinha ao lado da cama.

O jovem shinobi acenou.

- Sakura-chan? ? chamou o shinobi, corado.

- Sim, Rock Lee?

Rock Lee engoliu a seco, sua cara estava mais que vermelha, sua respiração continuava a aumentar. Ele não sabia bem como dizer para Sakura, já tinha treinado aquela pergunta vezes sem conta, mas cada vez que a Sakura estava em frente dele, cada vez que ele ia para perguntar, sua coragem lhe fugia e não saia nada.

- Eu sei que gostas do Sasuke, sei que ainda sentes algo por ele, sei que ele é forte, mas ?

Sakura colocou a mão na cabeça de Rock Lee e abanou a mão. Rock Lee corou ainda mais, olhou para Sakura e ao ver aqueles olhos verdes, aqueles olhinhos que ele tanto adorava ?

- Sasuke é passado! ? Falou ela.

Aqueles olhos, aquele sorriso ? Rock Lee desmaiou.

- Rock Lee? ? chamou Sakura, mas ele continuava deitado, vermelho de todo. ? Ei! Rock Lee! ? começou ela a gritar e a abanar Rock Lee.

Do outro lado da porta alguém escutava aquela conversa, Sasuke Uchiha. Seus olhos já não carregavam tanto ódio nem seu coração. Ele ouviu a conversa toda e não se espantou quando Sakura disse que ele era passado, mas também não ficou feliz em ouvir isso. Seus punhos estavam fechados. Seus dentes estavam cerrados com bastante força. Seus olhos olhavam para a maçaneta da porta do quarto de Rock Lee. Sasuke largou a maçaneta, olhando para o chão.

- Sasuke-kun? ? chamou uma rapariga.

Sasuke se espantou com a moça, não estava a contar com ela, tinha-se distraído demasiado nos seus pensamentos para ter sentido a sua presença.

- Que queres? ? disse ele com a sua voz grossa e fria.

- Trouxe-te bombons. ? disse ela, sorrindo.

Sasuke espantou-se mais uma vez e por fim sorriu para ela.

Naruto tinha voltado para casa com a barriga cheia. Abriu a porta. O seu quarto continuava tal e qual como dantes. Completamente desarrumado, com plásticos de comida no chão, a cama por fazer, o frigorífico aberto, etc. a luz que entrava por sua janela era a suficiente para iluminar aquele quarto imundo. ?Tenho mesmo de arrumar isto!?, pensou ele. Foi fechar o frigorifico, mas sua vontade de arrumar era pouca e seu sono era maior que ele, por isso, foi-se deitar e descansar um pouco.

Naruto não sabia quanto tempo tinha dormido, mas já era de noite. Espreguiçou-se e sentou-se na cama. Mas? Aquela cama não era dele e aquele quarto não era dele.

A porta do quarto se começou a abrir.

- Nani? ? falou Naruto ao ver a garota.